Mostrar mensagens com a etiqueta Schaars. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Schaars. Mostrar todas as mensagens

9.11.11

Sporting - Leiria: opinião e estatística

ver comentários...
- À partida não se diria, mas parece-me que, por uma conjugação de factores, este passou a ser um jogo importante para o Sporting. Pela própria jornada, onde os rivais perderam pontos, pela necessidade de anular rapidamente o efeito da derrota no jogo anterior, recuperando o sentimento de um momento positivo, mas também pela fase da própria equipa, recentemente abalada por uma perda relevante e por uma série de indisponibilidades mais circunstanciais. A tudo isto, há que assinalar, juntava-se um Leiria que não é hoje o adversário simpático do inicio de época. A resposta podia ter sido percepcionada de forma bem mais positiva, como aconteceu noutros casos, mas, apesar disso, parece-me ter deixado muito boas indicações...

- O jogo teve fases distintas, mudando as suas características depois do segundo golo e das alterações do Leiria na segunda parte. Na primeira, porém, tivemos um domínio muito grande do Sporting, que foi estrategicamente consentido pelos leirienses, mas do qual o Sporting deveria ter extraído mais vantagens do que o empate que levou para o intervalo. Neste primeiro período, há que assinalar o bloco baixo do Leiria, sem grande preocupação de ter presença pressionante sobre a construção dos centrais, mas com um forte bloqueamento nos corredores, particularmente nas acções dos laterais, normalmente um ponto forte do jogo do Sporting. Aqui, parto para o primeiro destaque individual, que penso justificar Carriço. Com os laterais bloqueados, é importante que os centrais tenham a capacidade de serem eles a tomar a iniciativa de criar desequilíbrios com bola e com o espaço que lhes é permitido pela estratégia contrária. Capacidade e qualidade, claro. Carriço tem-na, assim como tem também grande capacidade para jogar em antecipação nos espaços interiores e na reacção à perda (ver origem do 2ºgolo). É um jogador que tem de facto problemas na resposta em lances aéreos dentro da área, mas essa, sendo uma lacuna potencialmente decisiva, não deve ofuscar o valor do jogador noutros capítulos do jogo, que é evidente. Já agora, e apesar do mau jogo frente ao Marítimo (novamente, pela resposta aérea), Carriço tem feito um campeonato muito bom.

- Depois, no curso do jogo, é interessante verificar o efeito marcante de alguns lances. A eficácia do Sporting, que voltou a ser muito elevada e que foi reflectida, desta vez, nos golos de Matias. E, do outro lado, quer o golo do Leiria, que resulta de um erro individual descontextualizado do curso do jogo, e que impediu, possivelmente, outro conforto do Sporting no jogo, e, mais tarde, o lance que poderia ter resultado em novo empate e que surgiu como complemento perfeito para a mudança que Cajuda estava a tentar encetar no jogo, após o 2-1. Lances que tiveram efeitos quer na resposta emocional dos jogadores, quer na percepção com que todos ficamos das exibições das equipas. Aliás, sobre a reacção do Leiria e encolhimento do Sporting, parece-me que há muito de emocional nessa reacção, isto mesmo contando com o bom posicionamento do Leiria na reacção à perda e com a ineficácia das alterações no meio campo do Sporting, no que diz respeito à qualidade do jogo ao nível do passe, quer em organização, circulando menos, quer em transição, sendo incapaz de ficar com bola mais tempo após cada recuperação de bola. Daí, o avanço territorial do Leiria e consequente "aperto" do Sporting em grande parte do segundo tempo.

- No Sporting, o dado mais importante tem a ver com a resposta do meio campo, que foi excelente. Com o duplo pivot, o Sporting teve, a meu ver, o melhor Schaars da temporada. Não ao nível do impacto ofensivo, porque não marcou nem assistiu, mas a nível defensivo, onde esteve muito forte (já tinha estado frente ao Feirense, em boa verdade) e sobretudo ao nível do passe, sendo finalmente um jogador consistente a esse nível, quer em termos de presença, quer no que respeita ao nível da eficácia, que como assinalei vinha sendo muito baixo. Não surpreende esta diferença, já que Schaars é marcadamente um jogador de primeira fase de construção e muito menos vocacionado para uma segunda fase ofensiva. Ao seu lado, Elias, com erros pontuais ao nível do passe, mas sem que isso possa afectar uma boa presença também a esse nível, que complementa com a sua extraordinária capacidade reactiva aos momentos do jogo, quer na recuperação, quer no acompanhamento ofensivo. Teoricamente, teve mais responsabilidades defensivas, mas 3 dos 6 desequilíbrios têm a sua participação directa. Finalmente, Matias que actuou na posição que me pareceu estar-lhe destinada com a chegada de Domingos. Não tenho como certo que o seu rendimento possa vir a ser consistente, por causa das lesões, mas também porque é preciso que a equipa o consiga potenciar no último terço, perto da zona de finalização, onde tem uma capacidade de definição e decisão que é terrível para as oposições. Mas, uma coisa é certa, se o Sporting conseguir potenciar este trio e se o tiver sempre disponível (porque não tem alternativas da mesma ordem qualitativa), esquecer Rinaudo não será um problema...

- Finalmente, falar dos extremos, porque há alguns casos curiosos. Pereirinha foi o jogador mais conseguente no jogo, e apenas não terá dado sequência a 1 posse de bola que por si passou. É notável este registo, o problema, porém, é que isso não é minimamente suficiente. O jogo faz-se de golos, e os jogadores mais ofensivos têm como principal missão ajudar a aproximar a sua equipa do golo, o que no caso dele não sucedeu, nem de perto. Pessoalmente, penso que a equipa poderia ganhar mais se os papeis de Pereirinha e João Pereira fossem invertidos, quando a equipa recorre aos dois em simultâneo, mas é algo que teríamos de ver para ter mais certezas. Depois, Capel. Recuperando a questão dos jogadores discretos, Capel é o inverso, tudo menos discreto. A energia que emprega a cada posse de bola faz com que entusiasme as bancadas antes mesmo de chegar a produzir algo de realmente concreto, e isto vale-lhe, a meu ver, alguma sobrevalorização mediática. É uma mais valia que seja capaz de transportar a bola como o faz, mas é muito duvidoso que esteja a gerir da melhor forma as suas aparições no jogo, por mais aplausos que arranque. Desgasta-se em demasia, não é capaz depois de oferecer uma boa resposta defensiva, e do ponto de vista da produção ofensiva também não tem um valor acrescentado que justifique qualquer euforia. Se compararmos com os extremos do plantel (exceptuando Pereirinha), aliás, é aquele que menos desequilíbrios provoca em face do tempo de utilização, perdendo inclusive para Elias ou Schaars (ainda que este conte com os lances de bola parada) nesta comparação. Finalmente, Carrillo. É um jogador que pode, realmente, ter um futuro tremendo. A sua capacidade técnica e, sobretudo, a sua potência física determinam essa oportunidade, porque muito facilmente ganha vantagem sobre a oposição sem fazer grande esforço, e ele já percebeu isso. Falta-lhe mais qualidade na definição no último terço, para ser mais decisivo, e mais calibragem na decisão para poder ser um jogador consistente. Ainda não é, nem uma coisa nem outra, mas pode vir a ser, porque as suas outras características permitem-lhe lá chegar, caso tenha uma boa evolução.
Ler tudo»

ler tudo >>

3.11.11

Feirense - Sporting: opinião e estatística

ver comentários...
- A vitória é importante porque esta era a última deslocação antes do primeiro clássico da "era Domingos". Esse, aliás, pode ser visto como um ponto potencialmente a favor do Sporting. É impossível fazer projecções muito apertadas para um tão curto número de jogos, mas é também inquestionável que as equipas de Domingos tiveram, no passado, uma capacidade de superação tremenda nos grandes momentos e nos grandes jogos. Este promete ser um campeonato de muito poucos pontos perdidos fora dos clássicos - sem surpresa, note-se - e, se assim for, o Sporting torna-se a meu ver um candidato não menos forte do que qualquer outro se as suas hipóteses do título forem discutidas no confronto directo.

- A vitória acabou por sorrir ao Sporting mas, tal como foi reconhecido por todos, não foi fácil. Desde logo, não foi fácil porque o Sporting não marcou tão cedo como vem sendo hábito e isso confere logo outra dificuldade ao jogo. Mas não foi só por isso. A meu ver, há dois factores que contribuíram para a menor capacidade do Sporting em se aproximar com o golo, sem que isso, no entanto, tenha implicado qualquer défice de controlo junto da sua baliza. O primeiro tem a ver com a postura do Feirense perante a organização do Sporting. Tal como noutros jogos, o Feirense apresentou dois jogadores a tentar condicionar o lado de saída na primeira fase de construção do adversário. Um, na linha entre os centrais, e outro, na zona do "pivot". Depois, condicionou também a ligação entre centrais e laterais, forçando uma ligação do central em posse com os elementos mais adiantados. Não entendo que tenha sido um condicionamento muito forte, e já vimos, por exemplo, o Benfica a passar facilmente "por cima" dele, conseguindo circular lateralmente na primeira fase. O Sporting não o fez, e isso penalizou o seu jogo, que gosta de circular lateralmente antes de entrar. Quando a bola saía por Onyewu, raramente teve qualquer sequência, com o central americano a jogar directo, mas sem qualquer propósito prático em praticamente todas as suas intervenções. Com Carriço há mais capacidade, mas o problema surge à frente, já que nem Capel nem Schaars oferecem uma dinâmica que permita grande qualidade na entrada do jogo por aquele corredor. Capel, recebe quase sempre de costas e transporta depois, Schaars raramente abre uma linha de passe útil dentro do bloco. Não é de hoje, é assim desde o inicio de época. A isto juntou-se um outro factor, que foi o facto do Feirense escolher a zona de Carriço para a sua construção longa. A consequência foi termos um jogo completamente centrado no lado esquerdo do Sporting, e isso representa logo um défice de qualidade no Sporting porque é à direita que está o seu maior potencial. Já agora, por isso é que vimos mais Insua e menos João Pereira, mais Schaars e menos Elias, mais Capel e menos Matias, mais Carriço e menos Onyewu. Destes, porém, apenas Carriço teve uma prestação verdadeiramente positiva nas acções ao longo do corredor, sobretudo as defensivas.

- Ainda assim, e apesar deste jogo emperrado à esquerda, o Sporting haveria de levar a melhor, essencialmente porque tem mais qualidade e porque foi sempre a equipa que, ainda que de forma descontinuada, se aproximou do golo. Aqui, na qualidade, parto para as minhas notas individuais, particularmente nas diferenças entre Elias e Schaars. É um caso curioso, de novo, a forma como estes jogadores são percepcionados. No comentário ao jogo do Porto escrevia sobre jogadores discretos, não por serem pouco participativos, mas porque têm uma aparição tão breve e eficaz que não damos por eles. Elias é um desses casos. Schaars é o contrário. Não neste jogo, porque houve o tal factor de "esquerdismo" no jogo, mas na média das prestações dos dois jogadores no campeonato, Elias tem +30% dos passes que Schaars completa a cada jogo, e uma percentagem de acerto quase 15% superior. Neste jogo, em concreto, Schaars interveio mais, mas foi um dos responsáveis pelo emperrar do jogo naquele corredor, já que o seu acerto no passe foi extremamente medíocre, numa tendência que se repete de outros jogos, e que não tem paralelo em qualquer médio, nem no Sporting, nem nos outros "grandes". Domingos, como já suspeitava, não percepciona ou não valoriza esta diferença (pode ser pela importância das bolas paradas), para mim abismal, de qualidade entre os dois, e abdica quase sempre do brasileiro quando tem de mexer no meio campo. Dito tudo isto, e porque o futebol é assim mesmo, a aposta em Schaars revelou-se acertadíssima porque haveria de ser o holandês a estar envolvido nos dois golos que ditaram a vitória leonina. Já agora, e porque não quero ser injusto na minha apreciação a Schaars, o seu aproveitamento em lances decisivos é até ao momento muito bom e se o mantiver seguramente que isso compensará o défice de consistência ao nível do passe, e, por outro lado, o seu envolvimento defensivo neste jogo foi também muito bom.

- Há ainda algumas notas individuais que não vou aprofundar, mas que deixo, ainda assim, uma breve consideração sobre cada uma. Sobre Onyewu mantém-se a dicotomia entre a mais valia da sua presença nas bolas paradas e a incapacidade no que resta do jogo. Rinaudo, que apesar de poder evoluir nas suas abordagens, continua a revelar uma presença extraordinária, tanto em posse como na reactividade defensiva. Que consequências terá a sua ausência? Matias, que revela um crescimento em termos de envolvimento e uma boa resposta no trabalho defensivo, sobretudo quando veio para o meio. Wolfswinkel, que me parece repetir em demasia o ataque ao primeiro poste nos cruzamentos, uma opção que em situações de maior densidade torna muito difícil o sucesso das suas acções nesta situação especifica (será propositado para abrir espaço atrás?). Carrillo, que mantém a inconsistência mas também os sinais francamente positivos em relação ao seu potencial como elemento desequilibrador.
Ler tudo»

ler tudo >>

27.10.11

Sporting - Gil Vicente: opinião e estatística

ver comentários...
- Começo por abordar um tema, partindo do que havia escrito sobre o Porto. É interessante verificar a diferente abordagem, entre Domingos e Vitor Pereira (e, ainda que a um nível mais moderado, mesmo Jesus). Enquanto que o treinador portista tem gerido o seu plantel, alterando muito de jogo para jogo, em Alvalade, Domingos orienta o seu discurso para a necessidade de capitalizar os momentos altos, mantendo o essencial da equipa, mesmo em jogos de menor responsabilidade. São formas diferentes de gerir e cada um terá os seus motivos, mas o facto é que Domingos conseguiu, seja por essa ou outra razão, encontrar o trilho da confiança. Das vitórias alicerçadas nas boas exibições, ou... vice versa. À cerca disto, de resto, importa ter alguma memória e relembrar os primeiros jogos para o campeonato, onde os indícios de capacidade ofensiva já existiam, mas a falta de eficácia acabou por penalizar muito a equipa em termos de resultados, percepção geral e consequente confiança. Porque falei disso na altura, da importância decisiva que estava a ter a eficácia, parece-me interessante ver hoje as coisas do outro lado, de quando se marca o que se cria. É que, ganhando, tudo fica mais fácil também para o jogo seguinte...

- Sobre o jogo, importa explorar sobretudo o que aconteceu antes da loucura final. Ou seja, é mais importante perceber a vitória do que a goleada. Aqui, vou abordar dois momentos, organização ofensiva e bolas paradas (as situações de transição, para o Sporting, foram apenas episódicas). O Sporting começou o jogo com grande facilidade em conseguir domínio territorial, colocando a primeira linha a construir alto, praticamente em cima da linha do meio campo. Este ponto, a altura da primeira linha de construção parece-me bastante relevante. O motivo tem a ver com o receio que o extremo reduto adversário passa a ter da sua exposição nas costas, colando-se instintivamente à sua área. Assim, torna-se mais fácil entrar no bloco, e mais fácil reagir à perda. Foi isso que o Sporting conseguiu. Porque o conseguiu? A meu ver, por mérito próprio, porque procura fazer uma circulação intensa e larga na primeira linha de construção, dificultando a organização contrária ao exigir-lhe constantes ajustamentos laterais, mas também por demérito do próprio Gil, que nunca conseguiu evitar essa intenção. Mas, para ganhar é preciso marcar e não apenas dominar. Fica fácil jogar-se bem quando, como tem sido o caso do Sporting, se é eficaz tão cedo. Neste jogo, a vantagem através de um lance de bola parada, e é importante notar o bom trabalho que tem sido conseguido a este nível, com vários situações a serem trabalhadas e a produzir efeitos práticos. O Sporting é, entre os "grandes", a equipa que mais ocasiões de golo criou neste tipo de lances, não sendo, porém, a que mais concretizou (Porto). Já agora, no campo defensivo, é também aquela que mais ocasiões concedeu junto da sua baliza, mas aí entra o efeito do jogo com o Marítimo.

- Ainda no Sporting, destaque para as combinações nos corredores laterais, para onde o Sporting canaliza preferencialmente o seu jogo. Confirma-se a cada jogo a influência e acréscimo de qualidade que traz Elias. Em tudo, mas neste caso também no que respeita à dinâmica do lado direito. Junta-se a João Pereira, numa dupla que oferece excelente dinâmica todas condições à integração de seja quem for (desta vez foi Matias, já foi Carrillo, e falta ainda ver Jeffren nesta dinâmica). Do lado esquerdo, um triângulo diferente, menos ligado, menos dinâmico por natureza e mais dependente de Capel. À partida, aliás, parece ser mesmo só Capel, mas não é. Insua, não tendo a mesma energia e disponibilidade de João Pereira, tem um notável sentido de "timing", o que lhe tem valido uma grande eficácia e propósito nas suas investidas ofensivas. Schaars, por outro lado, não se aproxima tanto do corredor permanece mais interior, aparecendo, em contraponto, mais vezes na área do que Elias. Neste jogo, há um pormenor que me parece decisivo nas dificuldades que teve o Gil Vicente no corredor esquerdo. É que raramente houve uma boa presença junto do extremo no momento da recepção, permitindo ao Sporting progredir facilmente assim que fazia a bola entrar no seu flanqueador. Um ajuste posicional que não foi corrigido durante o jogo, que começou por dar vantagem a Capel mas que continuou com Carrillo. Aliás, acaba por ser um pormenor decisivo nas principais jogadas do peruano pelo flanco esquerdo.

- Finalmente, falar sobre Schaars, que me parece ser o jogador menos adaptado às suas funções, neste Sporting. É, na minha leitura, um jogador de primeira fase de construção, e que tem dificuldades em integrar-se de forma tão útil como os demais no jogo da equipa. Isto reflecte-se em vários indicadores, onde, quer em termos de influência, quer em termos de eficácia fica muito aquém do que faz, por exemplo, Elias, o seu espelho do outro lado do campo. A sua utilidade é alavancada pela importância que assume nas bolas paradas, mas parece-me que, por exemplo, Matias tem condições para ser testado no mesmo papel do holandês, já que em termos de resposta defensiva não me parecem ser jogadores de capacidade muito diferente. No entanto, suspeito que Domingos não tenha o mesmo entendimento...

- A goleada espanta, não tanto pelo Sporting, mas pelo Gil. Tem sido uma das boas equipas deste campeonato e não se esperaria (pelo menos eu) tamanha derrocada. Como escrevi, creio que houve alguns lapsos, quer no condicionamento da primeira linha, quer nos ajustamentos laterais, sobretudo à esquerda do ataque do Sporting. Com a entrada de Guilherme houve uma melhor presença em termos de condicionamento da primeira linha, com o Sporting a passar a construir um pouco mais atrás. Depois dessa alteração, aliás, o jogo não parecia poder vir a ter o destino que teve, mas a equipa acabou por ser penalizada, após o segundo golo, pela eficácia e tremenda energia que o Sporting manteve até final. Falar ainda de Hugo Vieira, que me parece ter sido uma ausência importante e muito pela capacidade que tem precisamente no condicionamento defensivo da primeira fase de construção.
Ler tudo»

ler tudo >>

21.9.11

Rio Ave - Sporting: opinião

ver comentários...
- E, de novo, permanece a curiosidade em torno do trajecto do Sporting no campeonato. Particularmente, o contraste dos níveis de eficácia ofensiva, das primeiras 2 jornadas para as 2 mais recentes, é quase radical. Tudo somado, temos um registo de eficácia ofensiva acumulada já dentro dos parâmetros normais e superior ao da própria equipa na época anterior, por exemplo. O problema, ao nível dos indicadores de performance, centra-se agora a 2 níveis. Primeiro, e talvez mais importante, deve preocupar a perda de capacidade para criar um maior número de desequilíbrios e, do outro lado do campo, a enorme percentagem de eficácia das equipas contrárias, que se encontra em níveis insustentáveis (O Sporting sofreu 1 golo a cada 1,75 oportunidades dos seus adversários, contra 1 em 2,2 do Benfica - também elevado - e 1 em 3,7 do Porto).

- Relativamente ao jogo, há vários aspectos a abordar, mas vou começar pelos mais positivos, a dinâmica nos corredores e a transição defesa-ataque. Relativamente aos corredores, o problema destacado após o jogo de Paços de Ferreira, das dinâmicas restritas a 2 jogadores, foi claramente corrigido, com Schaars a aproximar-se mais de Insua e Capel, e, do outro lado, Elias a fazer o mesmo. Aliás, o corredor direito promete muito com este papel do brasileiro. A direita foi, outra vez mas melhor, o "motor" da equipa, e falta-lhe apenas alguma melhor definição e acréscimo de criatividade quando chega próximo da área. Não tenho dúvidas de que vai surgir em breve. O outro ponto, a transição defesa-ataque, foi novidade até porque anteriormente o tipo de jogos não havia permitido a exploração desse momento. De novo, Elias teve um impacto muito positivo neste plano. São dois pontos relevantes.

- Agora, os problemas. Em organização defensiva, parece-me haver alguma indefinição no papel dos médios, na pressão sobre a construção contrária. A equipa aproxima o médio interior direito (Elias e, depois, André Santos) do avançado, num comportamento próximo do que é característico no 4-2-3-1. Mas é Schaars quem sai sobre a bola do lado esquerdo, ficando Rinaudo "entrelinhas". Ou seja, quando, Schaars faz este movimento e a bola volta ao central do lado oposto, Elias fica longe da jogada (por estar próximo de Wolswinkel) e é Rinaudo quem tem de se aproximar, abrindo o espaço nas suas costas. Este não foi um problema com consequências no jogo, até porque esta variação do ponto de saída de bola, por parte do Rio Ave, raramente existiu. É apenas um pormenor de observação, faltando-me perceber a sua origem, se é intencional ou se foi apenas pontual. De todo o modo, parece-me claro que há a necessidade de clarificar os papeis dos médios neste momento (organização defensiva), e em várias fases. Por exemplo, vemos pontualmente jogadores (Rinaudo e Schaars) a fazer acções de pressão instintivas, que acabam por conduzir o adversário no sentido contrário ao interesse colectivo. Não creio que seja essa a intenção. Outra questão é o porquê do Sporting ter deixado de definir zonas de pressão mais altas? Não estou a discutir se o deve ou não fazer, apenas a questionar-me sobre a relação entre o bloco médio-baixo que vemos e a tal indefinição que ainda me parece existir no papel dos médios perante a construção contrária. É que para pressionar mais alto, é preciso ter claro quais os jogadores que se juntam avançado na primeira linha. Enfim, também pode ser estratégico...

- Outro ponto, e aqui entro naqueles que me pareceram os motivos para o menor domínio do Sporting em boa parte do jogo, tem a ver com a construção. É muito difícil o Sporting ter uma boa circulação baixa com os centrais que tem. Por exemplo, com Polga a bola raramente entrava directamente no lateral, com Onyewu, entra quase sempre. Qual é o problema? Com esta dependência, facilmente o adversário anula as soluções de passe na primeira linha (4 jogadores), com apenas 2 unidades, podendo depois fechar o campo no corredor. Ao Sporting, valeu o bom jogo de posse dos jogadores desse lado (direito), mas foi ainda assim limitativo. Não só a equipa foi incapaz de usar a circulação como forma de gerir o jogo, como esse factor condicionou outro momento, o da transição ataque-defesa, quando a bola não entrava no último terço...

- Sobre a transição ataque-defesa, volto aos médios, e a um em particular, Schaars. A amplitude de acção que é exigida à sua posição é enorme. Tem de dar apoio ao corredor, de oferecer soluções de passe ao centro, de fazer movimentos de profundidade e de aparecer ao lado do avançado para finalizar. Mas tem, também, de defender. Mais difícil do que saber o que fazer, é ser-se capaz de fazer tanta coisa, e Schaars tem problemas evidentes ao nível da resposta defensiva, e o seu papel não pode ser o mesmo de Elias, por exemplo. Não estou, obviamente, a colocar todas as responsabilidades nos ombros do holandês, mas parece-me um caso que deve ser melhor considerado, nomeadamente a gestão das acções ofensivas dos médios e o consequente equilíbrio em transição. O facto é que o Sporting teve alguns problemas para controlar este momento, quando a perda acontecia à entrada do último terço, em zonas onde são os médios/extremos a fazer a primeira reacção. Claro, também contribuiu o amarelo a Rinaudo, que impediu o argentino de manter a mesma agressividade na contenção, a partir desse momento. Ainda assim, e como sempre, o argentino voltou a estar fantástico na resposta dada a este nível.

- Finalmente, comentar dois casos individuais, Rui Patrício e Onyewu. O guarda redes teve um jogo horrível e grande parte da reacção do Rio Ave deve-se a ele. Porque foi de um erro seu que saiu o primeiro motivo de crença para os vilacondenses, numa saída aérea desastrada, e porque o 1-2 é decisivo para o crescimento motivacional do Rio Ave, sendo um golo absolutamente proibitivo de sofrer. Os problemas a outros níveis não têm a ver com ele, obviamente, mas o guarda redes é decisivo na definição dos resultados e a tal diferença de eficácia defensiva para os rivais não pode ser dissociada da má fase de Patrício neste inicio de temporada. Sobre Onyewu, é um caso interessante... Estamos perante um jogador que, a meu ver claramente, não tem qualidade para jogar a este nível, nos 4 momentos tácticos do jogo, sendo uma condicionante óbvia tê-lo em campo. Mas... e as bolas paradas? O Sporting tem um histórico terrível neste detalhe, quer no plano ofensivo, quer no plano defensivo, e o americano tem-se revelado uma mais valia clara a esse nível. 5 das 12 intervenções defensivas em lances desse género, foram dele, e em 2 jogos igualou o registo acumulado de golos na Liga de Polga e Carriço. Juntos e em mais de 250 jogos! Se fosse Andebol, tinha solução, assim, é mais difícil...
Ler tudo»

ler tudo >>

9.8.11

Sporting 2011/12: balanço de pré época

ver comentários...
Ponto prévio, incerteza: Qualquer projecção futura tem, por definição, uma incerteza inerente. Chegar a graus de probabilidade mais elevados é um desafio bem mais árduo do que a maioria das pessoas supõe, mas é esse o desafio que me interessa e aquele que justifica toda a dedicação que destino ao "tema futebol". O caso do Sporting 2011/12, e neste timing concreto, é especialmente interessante, porque pode-se fazer a análise de 2 perspectivas. Uma, mais pessimista, centrada em elementos de pré época e noutros problemas que, a meu ver, são evidentes. Outra, mais optimista, centrada essencialmente nas projecções que se podem fazer a partir dos trabalhos passados de Domingos. Por motivos que adiante explicarei, estou mais inclinado para a segunda, a mais optimista, arriscando numa melhoria substancial de rendimento face aos 2 anos anteriores. O grau de sucesso, não quero aqui precisar porque, em competição, nunca se depende apenas de si próprio. Ainda assim, e sem deixar de assumir as minhas leituras para critica futura, faço questão de começar por confessar alguma insegurança nos elementos que estou a utilizar.

Que sistema? - 4-1-3-2, 4-4-2, 4-2-3-1, 4-3-3... já se falou de tudo um pouco. A diferença, bem vistas as coisas, não é muita. Os princípios são os mesmos, e os comportamentos mudam, essencialmente, num jogador, aquele que joga mais próximo do avançado, podendo ser "mais avançado", ou "mais médio". Em relação ao 4-2-3-1 que se viu em Braga, há uma alteração comportamental no meio campo, perdendo-se a simetria e com um médio (Rinaudo) a assumir uma postura mais posicional. Depois, se o elemento de ligação com o avançado for assumidamente mais próximo deste (como frente à Juventus ou ao Valência), há uma distinção entre o seu papel e o do outro médio, que necessita de fazer a aproximação entre os avançados e o médio mais posicional. Este papel foi interpretado por Schaars. A partir da segunda parte do jogo com o Málaga, houve uma aposta numa estrutura comportamental mais próxima do 4-3-3, com o papel entre os 2 elementos ligação a ser mais simétrico, e com a presença junto do avançado, no pressing, a alternar em função do lado da bola. O papel dos alas no equilíbrio ao centro também fica afectado, já que há, por norma, mais presença, mas o comportamento global da equipa não se altera em nenhum momento. Ainda assim, creio que seria benéfico Domingos encontrar um sistema base, bem como os seus principais protagonistas. Aliás, creio ser essa a intenção do próprio. Arriscaria que, com Matias, o 4-3-3 ganhará maior probabilidade, mas sem o chileno (e sem Aguiar e Izmailov), essa hipótese pode estar mais condicionada.

Aspectos defensivos - Talvez possa ser estranho, mas sou da opinião que um dos aspectos positivos desta pré época, vai para o que se viu da linha defensiva. E, aqui, distingo aquilo que é o posicionamento em altura de 4 jogadores, do produto do sistema defensivo, como um todo. Houve coerência na posicionamento, com poucos exemplos de jogadores a ceder à tentação de desfazer a coerência da linha com acompanhamentos individuais, e com muitos fora de jogo a serem tirados, ao contrário do que aconteceu no ano passado, onde, perante o mesmo tipo de intenção, muito mais erros aconteciam.
Por outro lado, também não vi demasiado espaço entre centrais e laterais, ou mesmo entre sectores, como foi denunciado em diversas opiniões. Vi, isso sim, dificuldade da linha média em controlar o tempo de passe e em controlar zonas de pressão, de onde a bola não deve sair, uma vez entrada. Vi erros individuais em posse, que potenciaram transições muito complicadas de controlar. Vi jogadas estrategicamente trabalhadas para colocar a bola nas costas do lateral (mas raramente não entre este e o central). Vi, por fim, erros individuais em situações de bola parada, e más saídas pontuais dos médios (Rinaudo), na ânsia de corrigir o que a primeira linha do pressing não conseguiu neutralizar (mas não espaçamento estrutural entre sectores).
Várias coisas, portanto, mas não tudo, nem tudo o que se disse. Aqui, e para finalizar, reforço um problema que me parece essencial e que tem a ver com a agressividade da linha média e avançada no trabalho defensivo. Algo que me parece ter convergido para o reforço da linha média a partir da segunda parte do jogo com o Málaga.

Aspectos ofensivos - O que mais surpreende será, talvez, a pouca capacidade da equipa em situações de transição defesa-ataque. Não nas transições curtas, produto de recuperações altas do pressing, mas nas recuperações mais profundas, de onde a equipa raramente se desdobrou com qualidade. A surpresa tem a ver com aquilo que o Braga era capaz de fazer neste momento, e com a valorização estratégica que o próprio Domingos lhe dava.
Ao nível da organização e ataque posicional, também a maior presença de médios (4-3-3) pareceu fazer evoluir a equipa. Particularmente, no jogo com o Valência e primeira parte com o Málaga, a equipa teve muitas dificuldades em construir. O contra-exemplo mais representativo é mesmo a segunda parte frente ao Málaga, já que, quer Udinese, quer Juventus, não apostaram num condicionamento tão forte sobre a fase de construção.
A questão individual torna-se decisiva na melhoria da equipa em toda a sua vertente ofensiva. Os aspectos ofensivos devem ser potenciados em especificidade, partindo das características dos jogadores para as dinâmicas previstas. Aqui, em termos de potencial, parece-me que há um maior condicionalismo na saída em construção. Por um lado, porque se prevê um decréscimo de qualidade na capacidade dos centrais neste plano (será o ponto fraco de Rodriguez, e Onyewu é o mais limitado dos 4). Por outro, não se vê ainda uma grande capacidade na resposta às primeiras bolas aéreas, uma alternativa que o Braga explorava muito em jogos de maior grau de dificuldade.
Tal como referido acima,torna-se importante que Domingos encontre rapidamente a sua estrutura base, para poder evoluir em especificidade.

Competição, precisa-se! - Há um aspecto que não foi avaliado - nem podia - na pré época. Dois, na verdade, mas ambos têm a ver com a competição onde "ganhar" é o objectivo. O lado estratégico do jogo, e a resposta mental da equipa. Estas 2 vertentes foram, indiscutivelmente a grande força das equipas de Domingos, e a grande justificação para os resultados extraordinários que continuadamente o treinador vem conseguindo. Por exemplo - e isto não serve para extrapolações lineares - o Braga havia perdido os seus jogos de apresentação nas 2 épocas sob o comando de Domingos, tendo feito, depois, um arranque fulgurante na época oficial. Este é, já agora, o capítulo que justifica alguma perspectiva de uma época acima das expectativas, por parte dos Sportinguistas. Aliás, com Domingos, e até agora, foi sempre assim, "acima das expectativas"...

Lesões, uma preocupação - Se projectarmos um onze ideal, dentro das actuais soluções, dificilmente alguém excluirá Rodriguez, Matias e Izmailov. Ora, também dificilmente projectará uma época imaculada em termos de lesões para qualquer dos 3. Dito isto, e acrescentando o risco de outras unidades padecerem desse mesmo mal, é bastante provável que o Sporting 2011/12 seja (ou continue a ser) uma equipa com um departamento médico atarefado. Que consequências terá?

Opções individuais - Já várias vezes me expressei sobre algumas unidades, pelo que não quero cair na redundância, neste texto. Exploro, ainda assim, alguns casos.
Primeiro, os centrais. Especula-se sobre a hipótese de o Sporting procurar outro jogador para esta posição. Sendo ou não verdade, entendo que será prudente fazê-lo. Porque Rodriguez, um titular previsível, tem o tal problema do histórico de lesões, e porque Onyewu também o tem, não sendo, por outro lado, uma opção muito credível, a meu ver. E fundamento-me em 2 aspectos principais para a critica ao americano: capacidade em posse (não o critério, mas a falta de capacidade de arrojo mínimo, que se tornará um "alvo" óbvio para qualquer adversário), e capacidade de resposta em zonas onde é necessário antecipar e reagir (jogando alto e de forma mais pressionante). Ou seja, seria, a meu ver, mesmo aconselhável ter outra solução...
No meio campo, o tal problema da falta de reactividade, onde se exclui o caso do incrível Rinaudo. Aqui, destaco as dificuldades, mais previsíveis, de Schaars e André Martins, e mais surpreendente (ainda que reincidente), de André Santos. Creio que nestas contas pode entrar Izmailov, um acréscimo de valor e bom complemento para Rinaudo. Melhor do que Schaars, parece-me, ainda que holandês seja também um bom valor.
Mais à frente, creio que, seja qual for o sistema, Domingos apostará entre Matias, André Martins , Aguiar ou Postiga, sendo Izmailov outra possibilidade eventual. Com Postiga, dificilmente a opção passará por um 4-3-3, ficando, nessa hipótese, a solução muito dependente da disponibilidade de Matias ou Izmailov, já que não entendo haver grande mais valia em Aguiar ou (para já) André Martins.
Nas alas, a boa notícia é a capacidade de trabalho de todas as opções, algo fundamental para quem quer manter-se alto e agressivo no jogo. Djalo é o caso mais forte neste plano, e aquele que garante um estilo diferente dos outros. Mais incisivo e forte em zonas de finalização, e menos fiável em posse. Dos outros, o tempo para opiniões muito vincadas ainda é curto. Jeffren parece poder acrescentar algo em termos de 1x1, algo em que o plantel se encontrava carente. Ele, e Carrillo, uma das surpresas da pré época. Carrillo será, até, o que mais mostrou dos novos extremos, mas fica-me a dúvida sobre a sua resposta no último terço, em termos de definição. Um extremo não pode precisar de 2 "toques" entre si e o golo. Falta ver mais, para estes e para Capel.
Finalmente, na frente. Sobre Postiga, estamos conversados. Podia trazer mais análises de desempenho passado, mas parece-me tão trivial o ponto sobre a improbabilidade do seu rendimento como principal finalizador, que me vou dispensar desse trabalho. Wolfswinkel é a aposta óbvia. Afinal, quem dá 5 milhões não abdica da aposta por 1 pré época. Compreendo a coerência dessa medida, mas, na leitura que já havia deixado, o holandês dificilmente será um finalizador muito eficaz (ainda que valha mais do que o que mostrou). Tinha tudo para ser um problema, não fosse... Rubio. A sensação da pré época pode ser uma das melhores aquisições dos últimos anos. Tem óptima abordagem à zona de finalização, mas foi também o que melhor resposta deu em termos de agressividade defensiva e jogo aéreo (primeiras bolas), não ficando a perder em termos de jogo de apoio, pelo menos face ao que os outros mostraram. Já havia deixado as minhas suspeitas, e, tudo somado, dificilmente a pré época terá sido um engano. A idade e o estatuto? Pois claro, esses serão os seus obstáculos para uma aposta séria e no imediato. Porque mais nada o justifica. Resta Bojinov, que deu muito boa resposta frente à Juventus, jogando de costas para a baliza. Na minha leitura, será entre Rubio e o búlgaro...
Ler tudo»

ler tudo >>

5.7.11

Reforços 2011/12: Stijn Schaars (Sporting) (Parte II - vídeo)

ver comentários...
Como complemento da opinião e dados deixados ontem, acrescento um vídeo que segue o mesmo critério de outros. Ou seja, mostra todas (neste caso, realmente, não todas, mas quase todas) as intervenções directas do jogador num jogo, sejam elas bem, ou mal sucedidas. O jogo que escolhi foi do AZ frente ao NAC Breda, por ter características idênticas a muitos jogos que Schaars disputará no campeonato. Foi um jogo de muitas intervenções, mas que não correu especialmente bem ao jogador, fundamentalmente em jogadas potencialmente mais decisivas. De todo o modo, creio que fica evidente os traços gerais do seu perfil.

ler tudo >>

4.7.11

Reforços 2011/12: Stijn Schaars (Sporting) (Parte I)

ver comentários...

Perfil evolutivo - O seu trajecto é bastante monótono, conhecendo apenas 2 clubes ao longo da carreira profissional, e um deles (Vitesse) apenas nos primeiros anos de carreira. Em termos de estatuto e reconhecimento, teve também um trajecto sem grandes sobressaltos, sendo uma promessa das selecções jovens e mantendo um estatuto de elegível para a principal equipa nacional holandesa, ainda que nunca conseguindo verdadeiramente um lugar entre as principais figuras. Um dado importante no seu trajecto, é a fiabilidade, jogando quase sempre muitos jogos e minutos durante a temporada.


Perfil táctico/técnico - Para ser claro, e apesar de ser um médio, Schaars tem um perfil bastante especifico. Começando pela parte em que é mais forte, trata-se de um jogador muito dedicado à primeira fase de construção, garantindo à equipa presença e grande qualidade e passe e critério. Vê-lo errar um passe em posse, pode não ser tarefa fácil. Mantendo-me no campo ofensivo, a sua utilidade perde relevância à medida que o jogo avança no campo. Schaars, prefere manter-se como apoio recuado, arriscando muito pouco a aproximação à área contrária. Nos lances bola parada, é um protagonista óbvio, mas, apesar da boa capacidade de execução do seu pé esquerdo, a produtividade objectiva não merece grande destaque.
Sem bola, talvez venha o grande problema de Schaars, dada a posição em que actua. Tal como com bola, mantém-se sempre concentrado nos equilíbrios colectivos, mas, apesar da sua atenção aos aspectos posicionais, revela grandes dificuldades no que respeita à agressividade/reactividade no espaço, o que lhe limita muito a produtividade em termos defensivos. Raramente se vê Schaars a pressionar em linhas mais avançadas, ou a ganhar um duelo aéreo, por exemplo.

Futuro no Sporting - Dando como certas as dispensas de Maniche e Pedro Mendes, Schaars fica sem grande concorrência ao nível da resposta em posse. Juntando esse dado à aposta que declaradamente parece ser feita no jogador, dificilmente não fará parte das opções iniciais de Domingos, no arranque de época. Se assim for, poderá ser bom, quer para ele, quer para a equipa, já que permite uma evolução em especificidade. De todo modo, as lacunas identificadas em Schaars deverão observar-se também de leão ao peito (é possível, mas pouco provável que tivesse a ver com a natureza do jogo do AZ), tendo o médio de se adaptar a uma forma mais pressionante de jogar e que lhe deverá exigir muito maior amplitude de acção. Isso, e algumas diferenças em relação a referências de marcação (a referência homem tinha um peso maior no AZ do que terá no Sporting). Apesar de antecipar dificuldades na resposta do jogador em algumas dificuldades, também me parece que tem inteligência e cultura suficientes para pelo menos atenuar o problema. Finalmente, dizer que Schaars deverá contar com um ambiente favorável, o que é importante na afirmação percepcionada de jogadores que, como é o caso, não têm uma relação estreita com o golo. É que, como não têm métricas facilmente percepcionáveis (golos, assistências e intervenções decisivas), a reputação deste tipo de jogadores fica muitas vezes dependente da mera ideia que previamente é estabelecida.

Ler tudo»

ler tudo >>

AddThis