Jovem com respeito pelos idosos
Pelas 08h30 de hoje, 5 de Dezembro, abeirei-me do vidro da marquise e olhei para o exterior, como normalmente, para ver os macaquinhos mais madrugadores do Zoológico. Vi uma senhora de idade avançada agasalhada num casaco comprido preto, ligeiramente curvada, devagar e a usar a sua bengala passo a passo mas sem coxear. Como o passeio é estreito seguia pelo meio.
Atrás, seguindo no mesmo sentido aproximava-se um rapaz de pouco mais de 20 anos, a passo largo. Iria ultrapassar a idosa dentro do meu campo de visão e esperei para ver como iria passar pela senhora e que incómodo lhe iria dar. Cerca de 10 metros antes de a alcançar, passou pelo intervalo dos carros estacionados em longa fila contínua e continuou a sua progressão ao longo dessa fila pela faixa de rodagem, contra o sentido de trânsito, até que, cerca de 10 metros depois de passar pela senhora, aproveitou outro intervalo mais cómodo e reentrou no passeio para continuar a sua progressão.
A isto chama-se ética, civismo, respeito pelos outros. Senti-me feliz durante todo o dia com este caso que demonstra que a juventude não consta apenas de malandros, pois há casos como este que nos dão grande esperança de a sociedade estar a recuperar do estado de degradação em que se encontra pela mão da geração anterior à de este jovem. E, aproveito para referir que, há dias, no primeiro patamar da descida das escadas para o Metro escorreguei no piso molhado e caí, batendo com a anca esquerda, mas sem gravidade. Um casalinho jovem acorreu a perguntar como me sentia e se precisava de ajuda. Como não quis outro socorro, ajudaram-me a pôr de pé e ampararam-me nos degraus seguintes. HÁ SINAIS POSITIVOS QUE JUSTIFICAM ESPERANÇA NO FUTURO da Sociedade que desejamos harmoniosa, pacífica e solidária.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
JUVENTUDE PROMISSORA
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segunda-feira, 1 de agosto de 2016
GERAÇÃO DE MENTE DEFORMADA E SEM ALMA ?
A Humanidade criou a tecnologia para ter de fazer menos esforço nos trabalhos indispensáveis, A enxada foi substituída pela charrua e esta pelo tractor e assim sucessivamente. As modernas tecnologias resolvem tudo sem necessidade de esforço físico. E muitas têm sido utilizadas para actividades contrárias às clássicas regras morais e éticas.
Caiu-se num entorpecimento que gerou em muitas famílias um alheamento entre pais e filhos em que os primeiros supriam a falta de afecto e de comunhão e diálogo com o fornecimento aos filhos de dinheiro e das novidades electrónicas por eles exigidas. Isto afastou noções essenciais de respeito pelos outros, de responsabilidade. de conhecimento da vida social, inclusivamente do dinheiro e da necessidade de trabalhar para o ganhar, etc.
O vazio íntimo gerado por esta ausência de afecto levou muita gente para o caminho das drogas, do álcool e de vícios incontroláveis. Escaparam alguns que se dedicaram à arte, a ciência e ao desporto, além dos que encontraram trabalho de que gostaram. Mas uma grande parte ficou desarmada de regras e de princípios adequados à vida em sociedade e vulneráveis a serem aproveitados para participar em crimes hediondos para que foram aliciados por «falsos ideais sociais» por vezes com deturpadas citações religiosas.
Como inverter esta degradação social? Os psicólogos, e sociólogos devem analisar bem as causas e os condicionamentos do problema e pedir a colaboração de professores para mais adaptação dos alunos ``as realidades da vida de sociedade e para os órgãos da Comunicação social afim de darem relevo aos pequenos êxitos que forem sendo detectados. Os jovens precisam de ser entusiasmados para o melhor caminho. Não se trata de trabalho duro ou violento mas exige persistência, perseverança por os resultados surgirem com lentidão.
O Papa Francisco deu orientações que devem se meditadas e aproveitadas.
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sábado, 16 de julho de 2016
RESPEITO, AMOR E ARGUMENTOS SÃO ARMA PODEROSA
Transcrição de texto publicado no Facebook por Luís Alves de Fraga
Conselhos a um terrorista
Se a tua ideia é conquistar para a tua causa os teus semelhantes não uses o terrorismo para o fazer. Insinua-te com a força dos teus argumentos e, mais do que tudo, com o teu exemplo irrepreensível.
Se a tua ideia é levar a que tenham medo de ti, acredita que não é esse o caminho, porque o medo desperta o ódio e afoga a tolerância, desenvolvendo o desejo de vingança. Se acreditas que a tua ideologia é mais poderosa do que as restantes, prova-o com palavras e com acções dignas.
Se te julgas detentor de uma verdade irrefutável pensa que, antes de a teres como verdade, eras igual a todos os outros e, assim não podes condenar o teu próprio ponto de partida: conquista-o pela palavra, pela acção da tua argumentação.
Se julgas que, por teres armas mortíferas, és mais forte do que os outros desengana-te, porque a arma não dá força permanente… Quem dá força permanente é a razão, é a lógica dos teus argumentos.
Se pensas que ganhas o perdão de todos aqueles a quem aterrorizas, fica ciente que o perdão não nasce do medo, mas do amor.
Se imaginas que, morrendo por uma causa, dás força a essa causa, desilude-te, porque os teus mentores podem sempre, porque estão vivos, mudar de ideias e tu, porque estás morto, nunca poderás mudar de condição.
A glorificação de uma ideologia e a de Deus só se conseguem com gente viva e não com mortos. A tua vida vale mais do que a tua morte.
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segunda-feira, 25 de agosto de 2014
A CAUSA PRIMEIRA, ÚLTIMA E ÚNICA, DA CRISE
Transcrição de crónica do TenCor Brandão Ferreira agora recebida por e-mail de amigo.
A CAUSA PRIMEIRA, ÚLTIMA E ÚNICA, DA CRISE
A.O. Salazar [1]
Nós, os humanos, aprendemos pouco e tarde.
E quando sabemos algo que se aproveite, morremos.
Esta é uma das chaves para se entender o sempre presente conflito de gerações e para perceber a importância de preservar a Informação, o Conhecimento e o Saber (três coisas distintas), nos centros de Saber tradicionais: a Universidade, a Igreja, a Magistratura, a Diplomacia e a Instituição Militar.
No fundo, conseguir ampliar, ordenar e arquivar toda a sabedoria que os avós passavam aos netos desde que a organização social não ia além dos clãs e tribos nómadas.
Uma das coisas que julgo ter aprendido foi que, entre a natureza humana – que não muda na sua essência ao longo dos séculos, por mais que isso possa doer ao Rousseau e seus discípulos – existe uma matriz que, grosso modo, funciona assim:
Dez por cento das pessoas porta-se sempre bem; outros dez por cento, portam-se sempre mal e os restantes oitenta por cento, portam-se bem ou mal, conforme. Conforme as referências em vigor e conforme o “pau e a cenoura” existentes (portas-te bem comes cenoura, caso contrário, levas com o pau…).
Dito de outro modo: muitas das pessoas só não se porta mal se forem devidamente educadas, forem dissuadidas e, ou, não tiverem oportunidade para isso![2]
Lembremos o que disse o cronista depois da morte do agora Santo, Nuno Álvares Pereira: ”Foi em seu tempo claro espelho de honestos costumes”; e dele dizia amiúde o próprio Rei D. João I, “ Que os bons costumes que havia em Portugal que o Condestável os pusera todos”.
Numa palavra, é necessário – e é uma luta de sempre – organizar a sociedade no sentido do Bem e no castigo do Mal. Para isso é preciso que haja boas referências (foi esse o maior legado de Cristo na Terra) ensiná-las e pô-las em prática.
A “prática” é corrigida e mantida por um adequado sistema de Justiça e uma activa consciência cívica que leve a uma aprovação ou censura social, saudável.
Toda esta arenga serve para dizer que aquilo que entendemos pela “crise” actual tem uma hierarquia de causas e a primeira é, justamente, moral, depois política e, só a seguir, vem a financeira as quais originam, em consequência, um desastre económico e social.
Ora, como a evidencia da crise só ganha foros mediáticos com o que se passa no campo das finanças e a maioria das pessoas só se indigna quando lhes vão ao bolso (e, mesmo assim, poucos agem), as verdadeiras causas morais que influenciam a política e a sociedade, tendem a ser ignoradas e, até, tidas por incorrectas.
Daqui resulta atacarem-se os efeitos em vez das causas dos problemas. Ou seja, estes nunca se resolvem...
De facto o fulcro dos problemas no mundo ocidental, sobretudo após a queda do muro de Berlim, nada tem a ver com ideologias políticas – todas elas, aliás, já experimentadas e gastas, num caminho já feito pela Humanidade de que só resultaram guerras e desgraças; Direito Internacional – de que a ONU é apenas um arremedo sombrio; organização do comércio mundial – cujo principal organismo, a OMC, aparenta estar ao serviço dos tubarões da finança; enfim, com Justiça relativa ou a procura da Paz – os dois termos mais invocados em vão, desde a invenção da escrita!
O que se tem passado tem a ver quase exclusivamente com a avidez e ganância humanas que leva ao mau uso que se faz do dinheiro.
Neste particular, o dinheiro – essa extraordinária invenção que como todas as invenções podem ser bem ou mal utilizadas – serve para acumular riqueza, comprar bens (e consciências), etc., podendo tornar-se num dos mais maquiavélicos instrumentos do Poder. O dinheiro cuja origem e história é ignorada por 99,9% da população – algo que estranhamente não se ensina quase a ninguém – passou a ser o alfa e o ómega de tudo. “Hélas”, o Deus Mamon! O que faz bem jus ao aforismo latino de que “nenhuma cidade cercada resiste a um burro carregado de ouro”… Na actualidade assiste-se a um verdadeiro conúbio e promiscuidade entre políticos e banqueiros, escritórios sonantes de advogados e lugares rendosos (quer públicos quer privados), que sequestraram o poder político através de uma teia de leis e compromissos que blindou o “sistema”, visando a sua perpetuação em circuito fechado.
E como se defende mentirosamente, que tudo se passa segundo as regras “democráticas”, eis que tudo passa a legal e legítimo. Uma verdadeira armadilha.
Na prática, porém, nada do que se passa visa o bem comum nem o governo da cidade. Visa o lucro desmedido, usura, controlo político – logo social e económico – e baseia-se na falta de escrúpulos, corrupção e muitas fraudes e outros ilícitos criminais.
Tudo envolto em secretismo e em “organizações” de que apenas se fala à boca pequena.
O poder político fica deste modo cativo e refém de interesses inconfessáveis e a Nação perfeitamente desprotegida e “escravizada”.
Como medida cautelar, não vá o diabo tecê-las, apaga-se e eliminam-se as Forças Armadas da face do país.
Como lapidarmente escreveu o Professor Pedro S. Martinez em artigo recente, “Quando os governantes são de mãos limpas, também os banqueiros têm dificuldade em sujar as deles”.
A teia que levou a este estado de coisas começou a ser tecida no mundo há mais de 200 anos, embora em Portugal só tenha sido implementada a partir dos anos 80 do século passado.[3]
Neste momento estamos completamente enredadas nela (a teia) e apesar da grande “débacle” só ter estalado a partir de 2008, ainda agora a procissão vai no adro.
E não iremos sair da crise senão pelos factores morais: pela instituição de valores e princípios que não sejam relativos nem relativizados, que imponham a supremacia do espírito sobre a matéria e tragam para a Política pessoas integras – de preferência que não queiram ser ricas e tenham a coragem (rara) de agradecer à Providência a graça de ser pobres.
Políticos – cuja primeira qualidade a exigir, é que sejam patriotas - que consigam elaborar uma Constituição simples, se ela for mesmo necessária – já repararam que a melhor constituição alguma vez escrita, são os 10 Mandamentos da Lei de Deus? – com poucos artigos, despida de ideologia e onde os deveres estejam à frente dos direitos e onde estes derivem do cumprimento daqueles.
E onde um modelo jurídico, que dela decorra, permita meter em prisões adequadas (não hotéis de três estrelas), os muitos “Madoff” que por aí pululam, de modo a fazer do sermão do bom ladrão, do eterno Padre António Vieira, um resquício do passado: “Não são ladrões apenas os que cortam as bolsas. Os ladrões que mais merecem este título são aqueles a quem os Reis encomendam os exércitos e as legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais, pela manha ou pela força, roubam e despojam os povos.
Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam correndo risco, estes furtam sem temor nem perigo.
Os outros, se furtam, são enforcados; mas estes furtam e enforcam.”
Deixo à consideração dos leitores se será possível fazer tudo isto, democraticamente.
Isto é, se conseguimos convencer a maioria dos 80% da população a querer comportar-se dessa maneira.
Tenente-Coronel Brandão Ferreira
________________________________________
[1] “O meu depoimento”, discurso proferido a 7 de Janeiro de 1949.
[2] Lembro o ditado: “A ocasião faz o ladrão”.
[3] Sem embargo do que se passou a partir das invasões francesas e suas consequências, que quase destruíram o país e a que só a reforma financeira de 1928, começou a por cobro. Com êxito.
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quarta-feira, 5 de março de 2014
quarta-feira, 20 de março de 2013
Políticos em absoluto desnorte
Este título foi inspirado pelo 1º parágrafo, que transcrevo, do artigo de José Luís Seixas no Destak, «A revolução de Francisco» e sugiro a leitura do artigo completo.
«Estes últimos dias têm exibido uma Europa em absoluto desnorte, com lideranças a assumir comportamentos e decisões que, à luz do mais elementar bom senso, são incompreensíveis. As controvérsias a propósito do resgate do Chipre são um dramático, mas cristalino, exemplo da ausência de serenidade que paira no Continente e um sério presságio de realidades indesejáveis, mas emergentes.»
Uma outra origem de motivo de reflexão é o artigo do Público, intitulado Disfunção entre classe política e o povo é cada vez maior, diz Jorge Sampaio. Diz que «cada vez menos os cidadãos portugueses se revêem nos seus representantes políticos».
Mas estes alegam que foram eleitos livremente pelos portugueses. Na realidade, as eleições não foram tão livres como parece, porque foram altamente condicionadas, pela propaganda à base de promessas falsas sem possibilidade de virem a ser concretizadas, como se tem provado nos dias seguintes à entrada em funções dos vencedores.
Outro aspecto condicionante consiste em os eleitores terem de escolher entre listas partidárias concorrentes, sem nada conhecerem acerca de cada um dos nomes nelas contidos. Perante a «disfunção» apontada por Jorge Sampaio e aquilo que José Luís Seixas refere de forma geral aos políticos europeus, parece lógico questionar:
Até quando os eleitores continuarão a aceitar ser responsabilizados por votarem às cegas? Quando decidirão passar a votar em branco ou a abster-se, o que lhes é mais cómodo? Talvez que quando os políticos passarem apenas a contar com os seus próprios votos, sintam a cara coberta de vergonha e se decidam a reformar o regime substituindo-o por outro mais verdadeiro, leal e honesto, sem a referida «disfunção».
Já ouvi defender um sistema eleitoral, adaptado de exemplos estrangeiros, que, no essencial, seria: em cada freguesia, cada eleitor escreveria no seu boletim dois nomes de pessoas que considerasse com capacidade para altas funções políticas. Depois a nível Concelhio em reunião dos 5 mais votados nas freguesias, cada um deles escolheria os 3 que achasse melhores. Estes números podem ser diferentes consoante a dimensão demográfica de cada da unidade administrativa. A nível distrital proceder-se-ia de forma semelhante para apurar os eleitos que iriam às finais nacionais de onde sairiam, os deputados da Nação, livremente escolhidos por iniciativa democrática dos eleitores de base.
Assim, haveria democracia e exercício do direito de o povo escolher os seus representantes e mandatários, mais prestigiados nas suas regiões. Outra vantagem, ao contrário de os eleitos serem impostos de entre os jotinhas mais servis do respectivo partido e pouco ou nada conhecerem das realidades do país, é que passaria a haver defensores com conhecimento de causa dos mais recônditos locais do interior. Actualmente o panorama é dramático como diz em poucas palavras José Luís Seixas.
E, se os actuais políticos não puserem de lado as suas ambições pessoais e não fizerem uma reforma eficaz do regime, ela acabará por ser levada a cabo. Não esqueçamos que houve a Revolução Francesa e outras de menor impacto, mas mesmo assim com baixas e destruição de património. Seria de evitar chegar a tal extremo, e a solução está na mão dos detentores do Poder, para o que precisam de ser mais dotados de moral, ética, civismo, sentido de Estado e sentido de responsabilidade.
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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Deputado na clandestinidade???
Se se tratasse de um vil criminoso, compreendia-se o cuidado de evitar ser encontrado pelas forças policiais. Mas, tratando-se de um membro do segundo órgão de soberania, eleito pelos cidadãos, não parece correcto que mantenha desactualizados os documentos de identificação.
Realmente, os eleitores podem ser muito enganados quando votam em listas de que não conhecem razoavelmente cada um dos seus elementos!!!
Estas cogitações referem-se ao caso de Mário Simões, deputado do PSD, por Beja, que tem três residências distintas nos documentos e vive numa quarta. A GNR quer notificá-lo para pagar uma coima de 250 euros por falta de inspecção do carro. Já não habita há quase uma década na morada, em Beja, que consta na carta de condução.
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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
1º Encontro Informal de Movimentos Cívicos
Transcreve-se documento recebido por e-mail que mostra que a sociedade portuguesa está a despertar da sua letargia e a agir de forma a consolidar a democracia de que se falou no post de 29 de Janeiro. Abre-se, assim, uma fresta que deixa vislumbrar motivos de esperança no Portugal do futuro, para benefício das crianças de hoje.
DECLARAÇÃO - O ESPÍRITO DE MIRANDA DO CORVO
Com o objetivo de articular a sociedade civil através da criação de sinergias entre movimentos cívicos, os representantes de 19 destes grupos estiveram reunidos, um deles por videoconferência, em Miranda do Corvo, no domingo, dia 13 de Janeiro de 2013, naquele que foi o 1º Encontro Informal de Movimentos Cívicos.
Suportado pela experiência e anos de trabalho no terreno de associações como: o IDP – Instituto da Democracia Portuguesa; o MIC – Movimento Ideais do Centro; a TIAC - Transparência e Integridade, e da Plataforma Ativa da Sociedade Civil (PASC), presente enquanto observadora, o espírito de Miranda do Corvo juntou associações, movimentos e grupos de pressão e de causas que decidiram assumir, tomando nas suas mãos, o processo conducente ao aprofundamento da democracia participativa.
A criação de sinergias entre estas estruturas foi levada a cabo, neste I Encontro, através de um debate muito participado e posteriormente aprofundado em grupos de trabalho específicos sobre 3 grandes pilares: “ética e anticorrupção”; “dívida pública e alternativas para a alavancagem da economia” e “revisão de Lei Eleitoral”.
Em jeito de súmula:
a) O grupo da ética e anticorrupção traçou as linhas de força que permitirão a criação e promoção pública de ferramentas de informação legal por iniciativa dos cidadãos. Focou a importância do Princípio da Separação dos Poderes, exigindo a despolitização dos tribunais de forma que estes atuem com a maior transparência. Considerou fundamental a criação imediata de um documento/contrato vinculativo que permita de forma transparente e célere a responsabilização criminal dos detentores de cargos públicos.
Considerou fundamental que seja exigido por parte dos cidadãos, através de iniciativas a identificar, o acionar imediato de mecanismos legislativos que levem o Estado a ser ressarcido dos prejuízos causados pela alienação de bens adquiridos através de atos de corrupção, favorecimento ilícito e gestão danosa. Considerou fundamental identificar mecanismos que permitam aos cidadãos exigir um julgamento prioritário e o ressarcimento do Estado e dos Cidadãos em casos específicos como o do BPN. Foi igualmente considerado como urgente a criação de uma Carta de Ética para os detentores de cargos públicos como forma de autorregulação.
a) O grupo que se debruçou sobre a divida pública considera importante que se desenhem propostas alternativas para a crise da dívida soberana portuguesa a partir da determinação do que é divida legitima, ilegítima e odiosa, separando de forma clara o que são custos financeiros, custos absorvidos pela corrupção e empréstimos resultantes dos fundos de coesão. Propõe uma auditoria exaustiva que seja tornada pública e que dela se retirem todas as consequências e que em todas as circunstâncias haja transparência na informação disponibilizada publicamente porquanto se encontram inúmeras disparidades entre o discurso político e a realidade que vivemos. Considera que urge assumir como prioritário o Emprego e uma Justa Distribuição da Riqueza como fatores centrais para ultrapassar a crise em detrimento duma perspectiva estritamente financeira, iniciando-se o processo de desendividamento de famílias e das empresas recorrendo ao valor ainda não utilizado para o financiamento da banca. Propõe a criação de mecanismos de financiamento social para as famílias e as empresas e um rigoroso controlo do sistema bancário bem como legislação que defina com clareza as incompatibilidades no que se refere aos detentores de cargos públicos. Considera urgente ponderar a afetação fiscal ao desenvolvimento tecnológico em detrimento do imposto induzido ao fator trabalho para sustentação da segurança social e uma profunda revisão fiscal criando diferentes níveis de taxação em função dos rendimentos de forma justa e equitativa.
b) O grupo de trabalho da revisão constitucional, perante a revolta pela forma como os partidos têm representado o interesse nacional e pela desilusão pela forma como os cidadãos são representados no Parlamento, exigem a revisão da Lei Eleitoral e a revisão constitucional que esta possa vir a ter. Foi apresentada a exigência de uma nova intermediação da vontade política, nomeadamente, através da participação de candidaturas independentes nas listas de todos os atos eleitorais, e da modificação do sistema eleitoral por forma a que a representação partidária seja moralizada e colocada ao serviço da povo, visando melhorar o regime democrático. Foi sugerido que as pessoas componentes dos movimentos cívicos se organizem, com um forte e sério compromisso e disponibilidade pessoal de cada um com vista a exigir ao poder legislativo a modificação da Lei Eleitoral que termine com os atuais bloqueios à intervenção política das pessoas singulares.
Conforme acima enunciado, os movimentos presentes neste Encontro defendem perante os órgãos de soberania o seguinte:
1. Um aprofundamento da democracia participativa, conforme as propostas acima enunciadas;
2. Maior participação nas Consultas Públicas da União Europeia;
3. Diminuição das despesas da administração pública e do aparelho político, com salvaguarda das funções Sociais Estado;
4. A criminalização dos responsáveis políticos e públicos por atos de gestão danosa;
5. Revisão das cláusulas odiosas dos contratos das PPP’s;
6. Conclusão de equipamentos essenciais ao desenvolvimento regional, tal como seja a ligação ferroviária Coimbra, Miranda, Lousã, Góis/ Metro Mondego;
7. Um novo paradigma de financiamento da Segurança Social decorrente da faturação das empresas e não do número de trabalhadores;
8. Criação de um fundo financeiro a fim de promover o desendividamento das famílias portuguesas;
9. Auditoria pública ao endividamento nacional e local;
10. Compra da dívida soberana pelo BCE;
11. Reforço do Orçamento Europeu para o Investimento;
12. Regulação do sistema bancário e das transações financeiras.
Os movimentos presentes comprometem-se a continuar estas tarefas e insistir nestas exigências, segundo o espírito de Miranda do Corvo, de diálogo entre estruturas.
Miranda do Corvo, 13 de Janeiro de 2013
Os Signatários presentes no encontro*:
1. Aglutinadores de Consciências (AC)
2. Democracia Direta Para Portugal (DDPP)
3. ILC - Democracia Participativa (ILC)
4. Instituto da Democracia Portuguesa (IDP)
5. Mais Democracia (+D)
6. Movimento Cívico Coimbra, Góis, Lousã e Miranda (MCCGLM)
7. Movimento Cívico por Olhão (MCO)
8. Movimento de Cidadãos pela Dignidade (MCD)
9. Movimento Ideais do Centro (MIC)
10. Movimento Partido do Norte (MPN)
11. Movimento Revolução Branca (MRB)
12. Movin - Cidadãos em Movimento (MovIn)
13. Nova Governação (NG)
14. Novo Rumo (NR)
15. Novos Paradigmas (NP)
16. Plataforma Democrática do Povo (PDP)
17. Rede Social + (RS+)
18. Transparência e Integridade, Associação Cívica (TIAC)
19. A Coordenadora da PASC, presente com o estatuto de observadora, tendo participado ativamente nos trabalhos, revê-se na Declaração “O ESPIRITO DE MIRANDA DO CORVO”, comprometendo-se a divulgá-la junto das 30 associações que a compõem e a procurar o suporte sinérgico para os pontos identificados.
Outros subscritores do documento*:
20. Movimento Nacional Popular (MNP)
21. Movimento Para a Democracia Participativa em Portugal (MDPP)
22. Plataforma Social, Económica e Política Portuguesa (PSEPP)
23. Portimão Sempre, Associação Cívica
24. Rede dos Cidadãos e Cidadania Activada (RCCA)
*- Ambas as listas de subscritores estão organizadas por ordem alfabética
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terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Designar governantes como «filhos da puta» é crime?
Em fins do ano lectivo de 2007(há mais de seis anos!), o professor Fernando Charrua, fora de qualquer reunião oficial, entre amigos, disse que «somos governados por uma cambada de vigaristas e o chefe deles todos é um filho da puta». Por isso foi punido de imediato pela directora do DREN, Margarida Moreira e, perante recursos e um processo que dura até agora, ele foi vítima de uma decisão precipitada sem fundamentação adequada que agora, como diz a notícia Estado paga indemnização de 12 mil euros a professor acusado de insultar Sócrates, «o Estado terá que pagar 12 mil euros ao professor, lê-se num acórdão do Tribunal Central Administrativo do Norte que conclui ainda que houve uma "conduta ilícita da Administração" neste processo».
Para melhor compreender a complexidade deste processo e quanto representa de autoritarismo, de arrogância e de absolutismo ditatorial dos agentes do Poder pode ser consultada a lista (incompleta) de textos que referem o tema:
- A caminho do Estado policial???
- Ensino, responsabilidade ou arbitrariedade
- Caso Charrua encerrado por pressão popular
- «Brincadeira de mau gosto»
- Indícios pouco tranquilizadores
- Qual o facto do ano ?
- Liberdade de expressão em risco?
- Morte aos que não adoram Sócrates !!!
- Quem tem poder efectivo em Portugal?
- Ministra da Educação esperta como um alho!!!
- A «lei da rolha» está aí
- Contradições e precipitações dos políticos
- FERNANDO CHARRUA MENTIU E PARECE QUE NINGUÉM REPAROU
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domingo, 6 de janeiro de 2013
Constituição desrespeitada
Transcrição de post de blogue que constitui um retrato que ajuda a compreender melhor a actual situação:
O I GOVERNO ANTICONSTITUCIONAL
Publicado no Blogue PonteEuropa em 01-01-2013, Domingo, por António Horta Pinto
Digamo-lo pesando bem as palavras: o País está a ser “governado” por um bando de marginais.
Os “governantes” agem à margem da lei. Contra a lei. E desde logo contra a Lei Fundamental: a Constituição da República, matriz de todas as outras leis.
Quando a Constituição diz, logo no seu 1.º artigo, que Portugal é uma República “empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária”, querem instaurar um regime de senhores e escravos, injusto e individualista, de “cada um por si”.
Quando a Constituição preceitua que “incumbe ao Estado promover a execução de políticas de pleno emprego”, promovem políticas que deliberadamente conduzem a que haja cada vez mais desemprego.
Quando a Constituição prescreve que incumbe ao Estado organizar um sistema de segurança social que proteja os cidadãos na velhice, desvalorizam a segurança social e vão ao ponto de, pela boca do próprio primeiro-ministro, insultar os velhos reformados quase apodando-os de parasitas.
Quando a Constituição impõe que haja um serviço nacional de saúde universal, geral e tendencialmente gratuito, desinvestem nesse serviço e tornam-no cada vez mais caro, inacessível e ineficaz, em benefício da medicina privada.
Quando a Constituição dispõe que incumbe ao Estado assegurar o ensino básico gratuito e “estabelecer progressivamente a gratuitidade de todos os graus de ensino”, tendem a tornar o ensino cada vez mais caro, pretendendo mesmo que o próprio ensino básico seja pago.
Como se tudo isto não bastasse, aprovaram para 2013 um Orçamento recheado de normas manifestamente inconstitucionais. Mas o mais grave é que o aprovaram plenamente conscientes de que essas normas são inconstitucionais. Violaram assim a Constituição deliberada e premeditadamente.
Agora, obtida a conivente promulgação do PR – que mesmo assim manifestou “dúvidas” – dirigem os seus ataques contra a última barreira que lhes falta vencer para consumarem o crime: ameaçam e chantageiam o Tribunal Constitucional.
Esses ataques têm-se multiplicado. O último e mais descarado veio há pouco do próprio Secretário de Estado do Orçamento. Numa entrevista à Rádio Renascença perpetrou esta afirmação: “A declaração de inconstitucionalidade tem consequências para o País: pode ser o incumprimento do programa a que estamos obrigados e cujo cumprimento tem garantido o nosso financiamento.”
Esta parvoíce peca desde logo por grosseira falsidade: nenhum “programa” – designadamente o memorando da Troika – obriga a que se tomem medidas inconstitucionais. O governo, para cumprir o memorando, podia ter optado por outras medidas que não ofendessem a Constituição.
Mas o mais grave é que estas desbragadas deturpações da verdade constituem uma intolerável e inadmissível pressão do poder executivo sobre o poder judicial, violando grosseiramente o basilar princípio democrático da separação de poderes.
Qualquer governo decente demitiria imediatamente a criatura por indecente e má figura. Mas já se viu sobejamente que a decência não é apanágio deste governo, que se calhar até lhe “encomendou o sermão”.
Assim sendo, competiria ao Presidente da República pôr cobro a estes desmandos. Mas também já se viu que, desgraçadamente, chegámos a um ponto em que a República não pode contar com o seu Presidente!
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Não há vontade de combater a corrupção
O engenheiro João Cravinho diz que Governo não tem plano para prevenir e combater corrupção>. Afirma que "não há uma visão conjunta do que é preciso fazer para prevenir e combater a corrupção, não há meios adequados e as nossas instâncias, tribunais funcionam muito mal"
Ninguém melhor do que ele sabe do que se trata, pois em 2006 criou um plano anti-corrupção, que não foi levado para a frente e não deu origem a qualquer medida eficaz para o fim em vista. O Diário de Notícias noticiava em 2008 que havia mais de 900 processos de corrupção pendentes em Portugal.
Mas que se soubesse ninguém na área do poder quis matar a «galinha dos ovos de ouro», o que contribui para a convicção geral de que o principal interesse dos políticos, salvo eventuais excepções, é o próprio enriquecimento rápido por qualquer forma.
O primeiro artigo atrás ‘linkado’ aparece na sequência da notícia de que Portugal é visto como um dos países mais corruptos da Europa e de outra que afirma que desce uma posição no índice global da corrupção.
Também Guilherme de Oliveira Martins se mostra insatisfeito com situação da corrupção e constata-se uma convergência com as repetidas afirmações do professor Paulo Morais, por exemplo, aqui, aqui e aqui.
«Na opinião de João Cravinho, não há meios adequados para o combate, nem um "aparelho judicial à altura" e, por isso, os crimes económicos são cada vez mais numerosos e complexos.
Segundo ele, "em primeiro lugar o que há a fazer é definir responsabilidades. Hoje em dia o que me parece mais grave não é a pequena corrupção, o pequeno funcionário, ou o fiscal porque isso até avançou razoavelmente bem nos últimos anos com a informatização e melhor organização dos serviços, mas o tráfico de influências", realçou.
«Para João Cravinho, o tráfico de influências, a omissão de acção preventiva e o combate "aos grandes atentados" e a boa gestão pública continua sem qualquer sanção.
"O tráfico de influências não se combate só com alteração à legislação, mas por chamar à responsabilidade as várias entidades para uma fiscalização institucionalizada", disse.
E será conveniente meditar nos males que esta imoralidade de relacionamento com o Poder acarreta para a economia nacional e para o bem-estar material, cívico e social da população nacional.
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domingo, 19 de agosto de 2012
Ácool é um perigo... mal calculado
Transcrição de notícia seguida de NOTA:
Portugal no pódio do consumo de álcool
Jornal de Notícias 18-08-2012. Publicado às 00.00
Sermos produtores de muitos e bons vinhos não justifica tudo. Socialmente, o álcool continua a ser um passaporte para um estilo "descontraído" e recebe um consentimento benevolente dentro das famílias e instituições.
O crescimento das bebedeiras selvagens (botellón) aos fins de semana entre os jovens mostra como as coisas estão a piorar ainda mais. Questão: quem paga a fatura? Que consequências físicas e sociais? Eis uma chaga que nenhum Governo consegue sarar.
NOTA.
Para fazer face a estes perigos e a outros, que são muitos, é preciso ensinar as crianças desde a mais tenra idade. Hoje, desde há quatro décadas, as crianças crescem sem ninguém se sentir responsabilizado pela sua e educação moral e cívica e da sua formação como adultos ou cidadãos. Nos primeiros três quartos do século passado, os pais, principalmente a mãe orientavam os filhos ajudando-os a ser adultos responsáveis, cautelosos, respeitadores dos outros, principalmente de crianças, idosos e deficientes, havia também nas escolas disciplinas orientadoras para a mesma finalidade, e havia uma organização juvenil que ocupava 6 horas por semana em desportos, actividades, culturais, artísticas e de utilidade, como os primeiros socorros, etc. Há, porém, que ter o cuidado de na criação de organizações infantis evitar tendências de restringir as pessoas a visões sectárias ou partidárias da vida, sendo conveniente que elas tenham capacidade de observar as situações por todos os ângulos, numa óptica a favor da colectividade, da sociedade nacional e da humanidade, sem preconceitos.
Porque não se ensina a utilização real das contas de somar e subtrair? São elas que ajudam a evitar os défices. Porque se não sensibiliza para a necessidade da precaução, nos deportos e na condução, como em tudo na vida. O risco existe em todo o lado e todas as actividades e é preciso saber calcular até onde podemos ir sem cair em perigos indesejados, sem prejudicar os direitos dos outros. O consumo do álcool, de outros produtos menos saudáveis e de alimentação desajustada cria deficiências de saúde por vezes fatais. Mas há muitos outros perigos na vida quotidiana.
E porque não referir os acidentes nas estradas? Aí não é só o álcool, mas também a falta de civismo, de respeito pelos outros (no próprio carro e nos outros) que muitas vezes são vítimas de actos de autêntica loucura. E a lei? Porque não condena por homicídio por negligência (ou outra adjectivação) os causadores de acidentes de que resultam mortos?
A nossa sociedade precisa de «uma excelentíssima e reverendíssima reforma» como disse Lutero. Mas não se pode esperar que saia da iniciativa dos populares. É preciso vir dos mais altos escalões com medidas gerais e com o exemplo.
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quarta-feira, 9 de maio de 2012
Sociedade exige ordem, disciplina, respeito…
Nos tempos que correm, há muitos acidentes nas estradas, no trabalho em casa e até mos processos de governação que conduzem a crises graves mas, apesar dos sofrimentos de que se tem conhecimento, cada um não toma precauções nem melhora a sua actuação porque está convencido de que as desgraças apenas acontecem aos outros. Há que olhar atentamente para o que ocorre fora de nossa casa e reflectir nos cuidados a ter para evitar azares.
Agora chega a notícia Ataque à sede do Governo na Líbia causa um morto e quatro feridos que nos mostra que nem tudo o que luz é oiro. A mudança é vantajosa quando se destina a aplicar uma solução devidamente estudada e ponderada para atingir um objectivo bem definido. De outra forma, «mudar por mudar é vã tentativa de disfarçar o vazio íntimo».
Semelhante a esta notícia, têm surgido outras como Ataque a manifestação faz 20 mortos no Cairo, Confrontos no centro do Cairo causam mais de 300 feridos e Dois mortos em confrontos entre polícias e manifestantes na cidade egípcia de Suez.
Estes casos, tal como muitos outros, mostram que a multidão se compraz em destruir, mas não tem projectos para edificar algo de melhor na vazio criado. E as leis da física mostram que o vácuo é autofágico, não pode sustentar-se e aceita ser ocupado por qualquer coisa que apareça. E nestes casos sociais, a necessidade de ordem, de respeito, de disciplina pode gerar uma autoridade que imponha um sistema demasiado duro, a ditadura, que depois, devido às imperfeições humanas, se transforme num regime vitalício cerceador da iniciativa individual e inibidor do crescimento e da felicidade das pessoas.
A lição que deveria ser retirada destes casos devia resultar em estilos de governação que tivessem sempre em vista o aumento de melhorar as condições de vida das pessoas e de desenvolver a mais perfeita justiça social, em respeito pelos outros. Cada um deve ser estimulado a desenvolver a noção do dever sagrado de respeitar os direitos dos outros que são o limite para os seus próprios direitos.
Dessa forma, se evitariam as reacções armadas, extremamente violentas que apenas destroem mas nada edificam de valioso em substituição das demolições praticadas.
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segunda-feira, 16 de abril de 2012
Democracia exige dever de cidadania
Tendo o povo em Democracia o dever e o direito de soberania, estão a surgir movimentos em defesa de causas importantes para a vida nacional. Com tal colaboração, certamente, os interesses nacionais ficarão melhor defendidos contra abusos e erros dos eleitos detentores do Poder.
É isso que se deduz da notícia Sete movimentos debatem hoje causas para ter audiência com o primeiro-ministro, a qual é um sinal positivo de que a Nação está a despertar para exercer efectivamente a soberania que a democracia lhe confere. Oxalá os que levantaram a voz nunca se calem e que muitos outros se lhes juntem, para uma análise responsável dos vários aspectos da vida colectiva dos portugueses.
Isto faz recordar frases de pensadores célebres, como as seguintes:
- Victor Hugo (22Fe1802 - 22Mai1885) escritor, poeta e pensador disse:«Entre um Governo que faz o mal e o povo que o consente, há uma certa cumplicidade vergonhosa»
- Platão (428 – 347 A.C.) deixou a sugestão: «O preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior»
- Shakespeare (26Abr1564 – 23Abr1616), poeta e dramaturgo inglês disse: «Não é digno se saborear o mel aquele que se afasta da colmeia por medo das picadas das abelhas»
- Mahatma Gandhi (02Out – 30Jan1948) disse: «Perderei a minha utilidade no dia em que abafar em mim a voz da consciência»
- Antoine de Saint-Exupéry (29Jun1900 – 31Jul1944) atendendo a que os resultados não serão imediatos, aconselhou: «Ainda que os teus passos pareçam inúteis, vai abrindo caminhos, como a água que desce cantando da montanha. Outros te seguirão…»
- Edmund Burke (12Jan1729 – 09Jul1797) disse: «Ninguém cometeu maior erro do que aquele qua não fez nada só porque podia fazer muito pouco».
Estas pílulas de sabedoria consolidadas pelo tempo não podem ser ignoradas e, pelos vistos, os jovens estão a dar-lhes o devido valor. Também na Guiné-Bissau, ontem procurando acalmar os ânimos dos revoltosos, meia centena de jovens juntaram-se em Bissau para uma manifestação pela paz que deveria percorrer a principal avenida da cidade, mas foi desmobilizada pelos militares e acabou por saldar-se num ferido. Os jovens do Movimento Juvenil para a Paz envergavam um cartaz no qual se lia "Não à violência" e uma bandeira branca.
O Movimento Juvenil para a Paz já anunciou que fará diariamente uma manifestação pela paz em Bissau.
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sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Esperança num Mundo melhor
Tem sido crescente a ausência de esperança num futuro mais ético, mais orientado para a felicidade do povo, dos 90% da população mundial. Têm sido apontados como causadores dos piores males da humanidade os políticos, ambiciosos, ávidos de riqueza pessoal e para os seus familiares e amigos e arrogantes, abusando de imunidades e impunidades, de mordomias e do dinheiro público, além dos banqueiros e dos grandes empresários e especuladores financeiros.
Mas, vindos de países que cultivam valores éticos e humanos, vão aparecendo sinais animadores e geradores de esperança. De alguns países nórdicos têm vindo exemplos de que a Justiça deve funcionar contra todos os infractores , independentemente de serem políticos, ou pessoas altamente colocados na escala do poder económico e financeiro.
Agora, chega da Índia um dos países candidatos à supremacia mundial da próxima década, os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e South Afriba), exemplo de luta persistente e racional contra a corrupção. Não agem com multidões nas ruas que geralmente se excedem e destroem património privado de inocentes e carenciados, mas sim com actos individuais cirúrgicos mas que têm repercussões e efeitos positivos.
Em meados de Agosto Anna Hazare activista de 74 anos, entrou em greve de fome até à morte para apoiar uma redacção adequada da lei de combate à corrupção que estava a ser preparada no Parlamento. Foi severamente criticado pelo chefe de Governo, Manmohan Singh, em discurso no Parlamento, que foi amiúde vaiado pelos deputados da oposição.
Esta atitude cívica, embora individual, incomodou o Poder, mas o povo apoiou a ideia do activista anti-corrupção e mais de mil pessoas foram detidas numa manifestação não autorizada em Nova Deli, contra o facto de Anna Hazare, ter sido posto em prisão preventiva antes de iniciar a greve de fome “até à morte” para pressionar o Governo indiano. Os protestos alargaram-se a várias cidades e a polícia deu ordem para o libertar.
Mas, enquanto detido, nem a prisão o impediu da greve de fome. Recusou ser libertado, e decidiu fazer greve de fome na cadeia e tornou-se um problema político para o primeiro-ministro Manmohan Singh, e os protestos aumentaram em seu apoio.
A situação era demasiado incómoda para a autoridade e Anna Hazare foi libertado da prisão para continuar greve de fome em local público de Nova Deli,como forma de pressão sobre o governo para que crie uma legislação mais dura contra a corrupção. A atitude heróica, lógica e coerente com valores éticos pôs a Índia a gritar contra a corrupção.
Ao fim de 12 dias de greve e de o assunto ter repercutido por todo o mundo, o activista anti-corrupção indiano Anna Hazare aceitou pôr fim à sua greve de fome, após ter arrancado ao Governo e ao Parlamento um acordo para endurecer a legislação. A luta de Hazare, que teve um tremendo eco na população, com grandes manifestações de apoio em várias cidades, cristalizou-se num projecto de lei que visa criar um cargo de provedor da república para vigiar os políticos e os funcionários públicos.
Depois desta corajosa atitude cívica, o exemplo já deu origem a outros actos da defesa de valores e o mais recente foi o do jovem indiano Harvinder Singh que agrediu, ontem, o ministro da Agricultura, Sharad Pawar, e chamou-o de corrupto. O agressor disse, após a sua detenção, que a agressão foi "a resposta aos políticos corruptos".
Estes actos singulares acabam por não ter os grandes inconvenientes contra vidas e património em que, frequentemente, degeneram as manifestações de massas, mas têm um eco poderoso não só internamente mas também para o mundo.
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quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Potencialidades da boa semente
Uma cereja contém uma semente. Uma semente pode conter milhões e milhões de cerejas, se for devidamente utilizada. Também é costume dizer que a corrida da maratona é iniciada por um passo.
Como escreveu João César das Neves, vivemos momentos de «alarmes, medos e acusações e ouve-se dizer que a sociedade está perdida, que bandidos infames roubam e corrompem o sistema e a nossa vida e felicidade estão gravemente ameaçadas». Mas merecem ser referidas duas sementes, dois primeiros passos tendentes a iniciar a recuperação da sociedade - em Londres e em Guimarães - regressando ao significado original de DEMOCRACIA, como poder do povo.
Em ambos os casos, perante a insuficiência da autoridade legalmente instituída para garantis a boa ética e a segurança social, surgiram populares voluntários que se propõem suprir a incapacidade, incompetência ou falta de vontade para manter a ordem.
Em Londres, depois de manifestações de violência, de vandalismo, de saque vitimizando inocentes trabalhadores e proprietários de pequenos estabelecimentos, há muitos voluntários a limpar as ruas, os cidadãos mobilizam-se para garantir a segurança e, para armar as milícias, recorrem a tacos de basebol cuja venda dispara 5000%. O povo sente que não pode esperar mais do poder constituído.
Quanto a Guimarães, as circunstâncias e os alvos são de natureza diferente mas, na essência, o problema é semelhante. Para gerir as comemorações da Capital Europeia da Cultura, em 2012, foi nomeada Cristina Azevedo que, vendo uma oportunidade para enriquecer em curto prazo, juntamente com um grupo de amigos, criou a FUNDAÇÃO CIDADE DE GUIMARÃES, para funcionar entre 2010 e 2015, provavelmente esperando ser prorrogável.
Auto-atribuíram-se elevadas remunerações e mordomias, durante 5 anos (2010-2015) à administração e ao Conselho Geral, Guimarães 2012 gasta 1,3 milhões de euros por ano em salários.
O verdadeiro objectivo parece ter ficado por aí, pois estando a poucos meses a entrada do ano 2012, o Presidente da Câmara Municipal, pressionado pela Assembleia Municipal, não vendo nada preparado, retirou a confiança à administração da Guimarães 2012.
O Conselho Geral que também não tinha mostrado qualquer interesse na sua função, viu-se, perante a posição do autarca, na necessidade de reunir e decidir exonerar a Presidente da Administração, Cristina Azevedo e substituí-la por João Serra que era o segundo na hierarquia da Administração. João Serra assume presidência da Guimarães 2012. Mas o Poder não teve a ousadia de extinguir a fundação e substituí-la por um grupo de trabalho menos oneroso para o dinheiro público e mais motivado para as tarefas a realizar
Perante isto,um grupo de cidadãos patriotas achou que, estando tanto dinheiro em jogo e havendo necessidade de fazer um bom trabalho de propaganda da cidade de Guimarães em favor do Turismo e, principalmente, da Cultura, decidiram observar de perto tudo o que a Fundação faz, avaliando o seu desempenho, e tornar público, com o máximo de transparência. Prometem, a partir do próximo mês, organizar sessões públicas de discussão do evento. Será um meio de pressão para que os nababos bem pagos se tornem um pouco merecedores de algum do muito dinheiro que recebem.
Deste grupo são conhecidos os nomes de Francisco Teixeira que foi vereador da Cultura na Câmara de Guimarães e é presidente da Associação Artística Vimaranense, uma das mais antigas instituições culturais da cidade, o arquitecto Nuno Silva Leal e Rui Dias, jovem que trabalha na área da produção audiovisual. Trata-se de um grupo multidisciplinar, juntando elementos de vários quadrantes políticos, artistas, membros do tecido associativo, incluindo pessoas que nem residem em Guimarães mas vêm acompanhando com expectativa a preparação da Capital Europeia da Cultura de 2012.
Esta atitude é exemplar, muito positiva e vai obrigar a gerir melhor o dinheiro público, à semelhança das iniciativas britânicas acima referidas e em campo oposto às manifestações violentas e selvagens usadas em vários pontos do mundo, inclusive na Grã-Bretanha.
Oxalá estas duas sementes aqui realçadas sejam os primeiros passos para um mundo em que impere o civismo, o respeito pelo interesse colectivo e um sentido ético da DEMOCRACIA e do sentido da responsabilidade.
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sexta-feira, 29 de abril de 2011
Código Moral no Japão
Transcrição de texto recebido por e-mail, seguida de NOTA:
Enquanto o Japão conta os mortos (quase 17 mil, segundo as últimas estimativas oficiais) e eleva de quatro para cinco o nível de alerta nuclear, já a dois níveis do que se atingiu em Chernobyl, um jornalista da CNN, Jack Cafferty, não esconde a surpresa e faz uma pergunta:
«Tendo em conta a escassez de comida e a incrível destruição, incluindo em Tóquio, por que razão não estão a ocorrer episódios de pilhagens e vandalismo no Japão?»
Cafferty estabelece um paralelo com o que sucedeu no seu próprio país depois da passagem devastadora do furacão Katrina e cita um colega, Ed West, do Telegraph.
West escreveu uma crónica na qual se confessava «estupefacto» pela reacção ordeira do povo japonês ao terramoto e ao tsunami, e do sentimento de solidariedade que encontrou um pouco por todo o lado.
«As cadeias de supermercado baixaram drasticamente os preços dos produtos assim que ficou clara a dimensão da catástrofe», conta Ed West. «Vendedores de bebidas começaram a distribui-las gratuitamente, com a justificação de que todos trabalhavam para assegurar a sobrevivência de todos».
Cafferty adianta uma explicação: os japoneses possuem um código moral tão elevado que se mantém intacto mesmo nas horas mais sombrias, mesmo quando só existe destruição em redor.
Esta atitude não é por caridade. É SOLIDARIEDADE
NOTA: O valor numa sociedade assenta mais nos valores morais do que no volume da conta bancária, no tamanho do carro ou nas marcas da roupa ou do telemóvel. Por cá, apesar de muita gente já viver da esmola e da caridade, os «boys» da política continuam a lutar pelos tachos, pelas chafaricas inúteis mas que pagam abusivamente, pelas mordomias, pelos carros de Estado de alta qualidade, etc. etc.
Não nos podemos comparar com a dignidade dos japoneses, até porque os exemplos dados pelos políticos, carentes de formação cívica, infecta toda a sociedade, desumanizando-a. Desta forma, nos iremos afastando dos melhores, na escala de valores, agudizando a injustiça social e aumentado o fosso entre os mais ricos e os mais pobres. Longo caminho há a percorrer na educação dos mais novos e na reciclagem dos mais idosos, no respeito pelos outros, segundo o princípio «não faças aos outros o que não desejas que te façam».
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segunda-feira, 25 de abril de 2011
Lello crispado e ressabiado
Segundo notícia do Público, José Lello (ou será lelé?) chamou na sua página do Facebook, “foleiro” ao Presidente da República por este não ter convidado os deputados para as Comemorações do 25 Abril no Palácio de Belém.
A mesma notícia recorda que o mesmo «típico» dirigente socialista já tinha ofendido publicamente o PR depois de este ter feito o discurso da tomada de posse, classificando-o como “ressabiado”.
É muito sintomático saber que na lista do PS consta um candidato que toma estas atitudes de «alto nível» ético, cívico, moral, relativamente à mais alta entidade nacional, quando o PR e os seus três antecessores foram unânimes durante as comemorações do 25 de Abril, no Palácio de Belém, a pedirem para que não houvesse crispação entre os dirigentes políticos. Até custa acreditar na notícia.
Nas eleições legislativas, somos chamados a votar em listas e devemos ter o cuidado de não dar o nosso voto a listas que contenham candidatos menos dignos, que não mereçam o nosso voto. Uma lista que contém um «gamador» de gravadores de jornalistas e um que parece «estar lelé da cuca», não merece o meu voto. Certamente muitas pessoas honestas que votam segundo o seu próprio raciocínio e procuram deputados exemplares em educação e atitudes, também não darão a sua cobertura a «boys» irreverentes, crispados e ressabiados.
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segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Desemprego combate-se falando verdade ???
O título da notícia «"É fundamental falar verdade aos portugueses" para combater desemprego, diz Cavaco Silva» pode parecer mal intencionado (!), mas a primeira frase do artigo esclarece: «O Presidente da República afirmou hoje que "é fundamental falar verdade aos portugueses" para que o país consiga atingir "o grande objectivo" de redução da taxa do desemprego.»
Até que enfim, foi descoberta a solução para combater o desemprego. Parecia um problema difícil, mas esta solução genial de um professor universitário de economia, mostra que é mais fácil do que o «ovo de Colombo».
Basta todos falarmos verdade e o desemprego desaparece. Qual formação profissional, qual vontade de trabalhar, qual redução do subsídio de desemprego, qual empreendedorismo, qual combate à corrupção, ao tráfico de droga e à «pequena» criminalidade, nada disso é necessário ou conveniente. Basta falar verdade !!!
Sempre achei que falar verdade é um dos fundamentos do civismo, é essencial em tudo na vida, mas desta não me tinha lembrado. Então, devemos dizer as verdades para que cesse o desemprego: diga-se que as estradas estão pessimamente sinalizadas e que isso arrasta o descrédito de cada sinal, a condução perigosa e a mortalidade rodoviária; a má educação na mais tenra idade despreza o sentido de segurança e produz acidentes de todo o género, em casa, no trabalho, na estrada; a falta de escolas técnicas resulta em ausência de jovens adultos habilitados para trabalhos técnicos, que terão de ser feitos por imigrantes; a descriminalização de muitos delitos e o mau sistema de Justiça permite às pessoas enriquecer mais depressa do que estando empregadas; os mais visíveis sinais de riqueza nem sempre resultam de um bom emprego e da verdade; os políticos, salvo eventuais excepções, têm bons empregos (tachos) de elevada remuneração e não usam a verdade nem fazem ideia do que tal vocábulo significa; a preparação das crianças para futuro emprego não se consegue por ter sido dificultado o acesso às escolas, eliminados os chumbos e as retenções; a falta de sensibilização dos jovens para o valor do dinheiro, recurso limitado, e para os cuidados a ter na sua gestão conduz ao consumismo e ao endividamento. etc, etc.
Aqui fica um contributo para combater o desemprego na óptica do professor Cavaco Silva. Exorto os leitores a dizerem todas as verdades que conheçam, a fim de que o desemprego desapareça completamente!!!
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terça-feira, 27 de julho de 2010
Apelo à ONU !
As notícias que nos chegam referem muitos acidentes graves em vários sectores de actividade da humanidade: explosão na central nuclear de Chernobil, explosão na plataforma petrolífera Deepwater Horizon no Golfo do México, espectáculo em Duisburgo na Alemanha, diversos acidentes aéreos, alguns acidentes ferroviários, múltiplos acidentes rodoviários, acidentes de trabalho, acidentes domésticos, mortes nas praias por afogamento, etc., etc. Casos de obesidade por erros de alimentação, diversas formas de toxicidade (álcool, HIV, tabaco, drogas).
Por outro lado, há a criminalidade violenta, com crueldade desumana, usando meios desproporcionais ao fim visado, e muitas vezes sem finalidades que, de qualquer maneira, possam ser explicativos ou atenuantes.
Se se tratasse de casos raros, ocasionais, seria compreensível como uma excepção à regra, uma anormalidade, estatisticamente irrelevante, mas na realidade, a quantidade é preocupante e leva a pensar numa causa comum, generalizada – a degradação do ser humano. Esta traduz-se na falta de respeito pela própria pessoa e pelos outros, na ausência de ética e de civismo, no desprezo pelo culto da excelência no desempenho das tarefas, de rigor, de sentido de responsabilidade. Muitos acidentes com máquinas (transportes, por exemplo) podem ser causados por erros da manutenção ou por falhas dos operadores.
As causas de tais situações desagradáveis devidas aos factores apontados mostram que, desde o paleolítico, o homem tem piorado no seu comportamento, perante tudo o que o rodeia, incluindo os familiares e amigos. Falta de ética e de civismo.
Já se apontam exemplos de animais da selva (ditos irracionais) que devem ser imitados pelo homem, na sua vida familiar e de grupo. Muitas lições comportamentais que nos dão merecem ser ponderadas.
Há que se remodelar, de forma estrutural, sistemática e persistente, a educação das crianças e dos adultos a fim de a humanidade não continuar a sua queda acelerada para o abismo fatalmente decisivo.
Para isso, dado o âmbito do problema e da falência dos Estados dentro das suas fronteiras para obviar a tal degradação globalizada, impõe-se que a ONU (Organização das Nações Unidas) mostre o que vale, se é que vale alguma coisa. Com efeito, não impediu a guerra Sérvia/Kosovo, a invasão do Iraque, a invasão do Afeganistão, etc. Seria bom que, agora fizesse algo a favor da revitalização da ética, do civismo, com recomendações à UNESCO e a outras agências onusinas, aos Estados, às associações desportivas e culturais, às empresas., aos sindicatos, à comunicação social, etc.
O conjunto de acontecimentos que afligem todo o mundo exige medidas rigorosas. É uma tarefa ciclópica, mas quanto mais demorar a aplicação da terapia adequada e eficaz, mais difícil será a recuperação e mais incerta será a qualidade de vida das gerações das actuais crianças.
É preciso começar já, com determinação.
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