A temperatura global está a subir, originando alterações climáticas. São previsíveis extinções de espécies que irão modificar o equilíbrio biológico que, depois de desencadeado, seguirá um movimento uniformemente acelerado, pondo em risco toda a vida na Terra. Já são bem visíveis os acidentes meteorológicos por todo o mundo, de proporções cada vez mais gravosas e o progressivo desaparecimento das abelhas.
São preocupantes as notícias referentes ao Pólo Norte, onde, devido à subida da temperatura, o gelo polar está a derreter com perigosa rapidez fazendo temer grandes subidas do nível da água dos mares com o inevitável abandono de localidades costeiras de todo o mundo, e inclusivamente, o desaparecimento de estados insulares de pequenas altitudes e que vivem do turismo e de aproveitamento de recursos marítimos.
Mas não ficam por aí os estragos das alterações climáticas.
Realmente a Natureza tem muita força e não é um penedo mudo e quedo. Tem vida e reage aos estímulos. Altera tudo o que os homens possam planear, por vezes em locais distantes do ponto em que foi agredida.
Vejamos, por exemplo este caso. O acesso ao mar foi sempre um factor muito positivo no aspecto geopolítico e geoestratégico. A Rússia tinha o acesso ao mar Árctico, o principal nas suas fronteiras, impossibilitado por as águas estarem geladas a maior parte do ano. Por isso, desde há séculos, tinha como objectivo principal para a sua projecção no mundo, o acesso às águas quentes no Índico através o Afeganistão e do Médio Oriente. Daí que os ingleses e depois os americanos sempre aí se lhes opusessem e as populações locais fossem tão sacrificadas, por estarem na arena da contenda.
Recentemente foram muito reduzidas essas dificuldades da navegação costeira na costa Norte da Sibéria. Mas as alterações não ficaram por aí e o Árctico está hoje quase em condições de ser facilmente atravessado por navios de grande calado e tonelagem.
O aquecimento das águas fez esse milagre que obriga a rever todos os estudos e planos estratégicos dos principais interessados, principalmente Russos e Americanos.
Por outro lado o Afeganistão e restantes países do Médio Oriente, perdem a importância que tinham e, como o petróleo vai deixando de ser tão imprescindível, eles terão de se reduzir à importância do turismo em camelo e da cultura do ópio.
O Oceano Índico perde muita da importância que conhecia na relação de forças das grandes potências e o futuro do Árctico será uma incógnita, nunca imaginada, com surpresas impensáveis.
Enfim, a poluição, o desprezo do ser humano pela Natureza, a ambição de poderosos políticos e industriais e o consumismo desmedido estão a ditar a sentença de morte do Planeta.
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