Conversando com o porteiro do prédio:
Ele: Já conheceu a cidade?
Eu: Havia vindo em dois carnavais em Recife e tive a chance de conhecer alguns pontos turísticos.
Já tem 15 dias que estou morando aqui e procurei apartamentos em Imbiribeira, Boa Viagem, Parnamirim, Várzea e Cidade Universitária, e fiz tudo caminhando, então deu para conhecer um pouco. A Av. Caxangá, por exemplo, já caminhei toda várias vezes. Enfim, não posso dizer que conheço bem ainda a cidade, é uma cidade muito grande, né?
Ele: É... O problema daqui é a violência... Primeiro lugar no Brasil!
Eu (nota mental): Já vi esse filme antes...
Eu (nota mental 2): Dizer que uma pessoa que assalta é violenta é uma ideia elitista e que não leva em consideração nossa desigualdade social. Quem assalta é vítima da violência, parece que a força do capital inverteu nossos valores...
______________________________________________________________
(10 dias antes...)
Após conhecer um apartamento em Boa Viagem entro no elevador e bato um papo com um vizinho em potencial:
Ele: É morador novo?
Eu: Vim conhecer o apartamento.
Ele: Gostou?
Eu: Sim, a vista é sensacional! Vista pro mar!
Ele: Ah... Tu tem que ver o meu! É de frente pra praia, tu olha da janela e vê aquele marzãããããão!
Olhando para um lado tu vê até "não sei onde" e olhando para o outro lado tu vê até "também não entendi o que ele disse".
Se aprendi algo do povo recifense, provavelmente ele disse que para esquerda os olhos dele alcançam João Pessoa e olhando para direita, com uma pequena dificuldade, é capaz de ver Maceió...
10/12/2012
05/12/2012
O primeiro retrato de um povo
O primeiro retrato de um povo é apenas uma foto entre muitas que
poderiam ser tiradas; mas, o fotógrafo
espera fazer um registro que simbolize aquele povo, sem estereotipá-lo.
Naturalmente, um povo é um álbum e, não obstante, para algumas figuras ecléticas
que se encontram por aí poder-se-ainda-ia dizer que são fotos que nunca foram
batidas.
A minha primeira imagem do povo recifense é de um povo MEGALOMANÍACO,
sem exageros.
Recife é a versão nordestina de Itu. Se um representante do Guinness
Book conversar com um recifense, desejará fazer uma versão do livro só para a
cidade. Aparentemente, a capital do nordeste é detentora de vários recordes com
os quais ainda não estou familiarizado, como a maior avenida em linha reta do
mundo. Fosse recifense, diria que a cidade é recordista mundial em recordes.
Tudo aqui é maior; a menor avenida do mundo, onde estou hospedado, é
tratada como a avenida mais compacta do mundo, de forma que até as pequenas
coisas tornam-se as maiores, basta mudar a perspectiva.
De todas as estórias que ouvi aqui, pelo menos uma me pareceu bem razoável.
Durante um agradável passeio dominical de fusca pelo recife antigo, Adenildo me
apresentou os dois principais rios da cidade: Beberibe e Capibaribe.
Em qualquer canto de Recife sabe-se, e não há nenhum exagero nesse fato
estilizado, que os dois rios são tão grandes, e o volume de água que deles
emana é tão impressionante, que eles se juntam para formar o oceano atlântico!
Paro por aqui, pois, se quisesse contar todas as façanhas da cidade,
provavelmente escreveria a maior crônica do mundo.
20/11/2012
Amor Incondicional
Amor incondicional
A me colocar
Nos confins de minha consciência,
Entre o sentir e o pensar.
Sangue do meu sangue,
Porque
pensamos tão diferente?
És
a ferida que amo.
És o reduto da desigualdade que o Brasil proclama.
És a injustiça fardada em beca.
És,
a um só tempo, meu repúdio e minha meca.
16/11/2012
Em 2014 vou torcer para a Argentina!
"Sociologia do Futebol - Richard Giulianotti (2010)"
"O autor de sátiras romano, Juvenal, foi quem primeiro desenvolveu a tese de que oligarquias políticas podiam ser sustentadas fornecendo pão e circo (panem et circenses) para as massas (...) Umberto Eco pergunta a respeito de sua Itália nativa: 'A luta armada é possível no domingo da Copa do Mundo? É possível ter uma revolução em um domingo de futebol?' (...) Em Portugal, durante a revolta para depor o regime de Salazar, em 1974, o número de pessoas presentes nos jogos de futebol foi reduzido à metade - indicando que envolvimento com esportes e agitação política eram duas práticas mutuamente excludentes" (GIULIANOTTI, 2010, p.32).
Para além de invocar, de maneira leviana, a lógica panis et circenses, gostaria de pontuar que a reedição do "maracanazo" me faria sorrir de orelha a orelha.
Há vários críticos ao pensamento de Juvenal, argumenta Giulianotti, e o futebol em alguns momentos foi uma empresa com externalidades positivas sobre o campo político. Durante o apartheid sul africano, o futebol teve suma importância para a organização dos africanos, que tinham grandes dificuldades de se reunir para debater os rumos de seu país. Outro argumento é de que "o jogo jamais consegue eliminar o conflito causado pelas grandes desigualdades de riqueza. Em algumas ocasiões, os clubes de futebol foram organizações de vanguarda para promover a democratização do Brasil" (ibid, p.32).
Portanto, não obstante seja simplificação grosseira afirmar que o futebol é o ópio do povo, creio ser possível argumentar que há uma associação inerente entre os resultados da seleção nacional e o sentimento que os indivíduos de um país têm de suas instituições.
O futebol não é pão e circo, mas, muito menos, um instrumento de conscientização política.
Quando respondemos às questões de forma binária geralmente nos equivocamos, Aristóteles iluminou nossa realidade mostrando que devemos refletir todas as questões buscando o caminho do meio.
Mas, se tivesse (E TENHO) que me posicionar sobre qual desses extremos caracteriza o esporte em suas relações sociais, fico com a primeira alternativa, e, como corolário:
En 2014 soy hincha de argentina!
10/11/2012
(43 -49) I bring my tale to a close
This week I’ll post miscellaneous comments about Robinson Crusoe’s final chapters:
1)
Economies of scale:
“I had now been
on the island twenty-seven years. My man Friday had been with me about two
years, and these had been the happiest of my life. I had everything to make me
comfortable and happy”.
If Robinson and
Friday had worked together, we should except economies of scale, for their average
cost to product should diminish as two workers can handle harvesting much more
efficiently and so forth. However, since Friday became Robinson’s servant
rather than his friend, and wouldn’t let his master do any of the hard work, at
the end we cannot argue that there were scale efficiency gains.
2)
Keynes and Functions of Money:
“And so, on the 19th of
December, 1687, we set sail for England. I had been on the island twenty-eight
years, two months, and nineteen days. I took on board with me the money that
had been by me so long and had been so useless”
When Robinson kept this money I found it
extremely curious. That made me think about the intrinsic value of money that
Keynes has pointed, and how people valuate money independently of the goods it may
buy. However, once Robinson left the island all that gold (money) that he kept
made sense, for Keynes has pointed other functions of money, including its role
as store of value over time.
3)
Brazil, Sugarcane and Tobacco
“By chance I learned that my plantation in
Brazil was doing well. The man whom I had left in charge of it had made much
money from the tobacco he had raised. He was an honest man, and when he heard
that I was still alive he wrote me a long, kind letter (…) he also sent me a
large amount of money”
Prior to being cast away on the Island,
Robinson lived in Brazil for a short while. Actually, the reason he was cast away
was exactly an attempt to buy slaves for his production in Brazil. He bought
some land and noticed that it was very fertile and it would be easy to grow
sugarcane and tobacco. Twenty-eight years later his predictions were met.
If only economists were as good in
predictions as our friend Robinson…
4)
Idleness doesn’t suit Protestantism
nor Robinson:
“I was now a rich man. I might have
settled down to a life of ease and idleness; but such was not my wish. Soon I
was wandering from one place to another, seeing much more of the world. I had
many surprising adventures, I assure you; but I need not tell you about them.
You would think any account of them very dry reading compared with the story I
have already related. And so, looking back with regretful memories to the years
which I spent on my dear desert island, I bid you a kind good-bye.”
09/11/2012
05/11/2012
03/11/2012
(38 - 42) Friday and Asymmetric Information.
Notes on Robinson Crusoe, chapters 38 through 42
Microeconomics
isn’t an unrealistic / useless science. It’s true Varian’s Intermediate Microeconomics textbook addresses market failures vaguely,
but I believe we must walk before we can run, and, therefore, it didn’t
bother me to think the economic world surrounded by hypothesis for a while
prior to aiming at the complexity of human being. I’m not saying my gun is
loaded and ready to shoot, but, little by little, as I keep trying to merge
different analytical tools or scientific viewpoints (if you will) and widen the
analytical framework in which I view the world, I dare take a look at the human
being as irreducible.
Anyway, Varian’s
last chapter discusses one sort of market failure: Asymmetric Information. That’s
the only chapter that loosen the Perfect Information hypothesis, for Asymmetric
Information means that buyer and seller aren’t equally informed about the
product in transaction; one would except that seller knows much more
information than buyer about the good’s quality.
Asymmetric
Information leads to Adverse Selection and Moral Hazard, but, as these concepts
aren’t met by Robinson Crusoe through chapters 38 and 42, I shan’t
talk about them.
A different
implication of Asymmetric Information, however, comes into Robinson’s mind this
week: the role of incentives.
“We turn now to
a slightly different topic, the study of incentive systems. As it turns out,
our investigation of this topic will naturally involve asymmetric information (…)
The central question in the design of incentive systems is ‘How can I get
someone to do something for me?’ ” (Varian, 2006, p.641).
That’s exactly
what Robinson was asking himself the day before he met Friday, I.E., Thursday (Friday
was named after the day he was saved by Robinson).
Precisely, after
having a queer dream in which Robinson saved a savage from being eaten and he
became his servant, Robinson started wondering whether that could actually happen.
What
kind of incentive would be necessary so that his servant would put maximum
effort into work, or, in other words, what would cause a servant to by loyal and help him sail back home?
“If I could only
get hold of a savage and teach him to love me, things might turn out just that
way. He must be one of their prisoners and I must save him from being eaten;
for then it will be easy to win his friendship”
One and half
year later Robinson’s dream came true. Everything happened like he dreamt and
Friday became his loyal servant.
The asymmetry of
information regards knowledge about the ocean’s local conditions. Even though Robinson was a good sailor, he didn’t know the tide patterns at that
particular region, actually he didn’t even know where he was. Therefore, Robinson
figured that a savage would be necessary so
he could get back home. However, also did he know, he needed a savage that was
willing to help him, or else the savage could take him back to his tribe. He
needed a servant / friend.
Saving a savage
from death, thought Robinson, was the only incentive that could make a savage
work for him with his maximum effort.
He figured it right, for Friday would do
everything to please Crusoe from that day on…
02/11/2012
3 gotas narcísicas
Três feridas narcísicas à racionalidade econômica:
Copérnico; e a Terra não é mais centro do Universo.
Darwin; e o Homem não é mais centro da criação.
Freud; e a consciência não é mais centro da razão.
31/10/2012
Último Capítulo
Passamos o Domingo descansando em Chaval, agradabilíssima cidade...
Fizemos as coisas de sempre, quando o dia era de descanso, lavamos as roupas, fomos à lan house mandar notícias aos nossos progenitores e assistimos ao clássico sansão na Band! Felipão ficou deveras feliz ao saber que veria seu time do coração duelar contra o time dos craques Paulo Henrique Ganso e Neymar...
No dia seguinte nos preparamos para o nosso último dia de pedal! Felipe ainda seguiria por muitos quilômetros sozinho, ou melhor, acompanhado pelas aventuras da estrada e pelas pessoas incríveis que se conhece quando se abre o coração. Eu, infelizmente, via minha jornada se aproximando de seu fim, afinal havia restrições financeiras, acadêmicas e físicas que me impediam seguir no pedal dos sonhos.
Jantamos 1 Kg de camarão por 10 reais se não me engano, só me lembro que achamos muito justo o preço! Em seguida passeamos pela cidade por um bocado, antes de nos entregarmos a uma belíssima noite de sono.
Na manhã seguinte pedalamos de Camocim a Chaval, foram 57 km em 4 horas e meia. Pensamos que o pedal seria mais rápido e simples, mas com o vento contra e o sol de rachar mantivemos apenas 12 km/h de média esse dia. Ademais, as coisas do Felipe caíam da Silver Hammer constantemente. Meu pé também doeu muito esse dia em função da ferida que já vinha aumentando há alguns dias. O domingo que passamos em Chaval não cicatrizou a ferida, com efeito talvez tenha até piorado. Uma senhora me deu um remédio na praça na noite anterior, dizendo que era sei lá o que, mas que tava no vidro de não sei o que lá, e que eu podia confiar que ela era enfermeira. Enfermeira eu acredito que ela era, mas se o remédio melhorou ou piorou meu pé nunca saberei, só sei que durante esse último dia de pedal eu tinha uma bela cratera em meu pé, cultivada ao longo de toda a viagem, e que agora se enchia desse remédio não-identificado para formar uma piscina, com a qual eu bastante me diverti...
Chegando em camocim vimos a deslumbrante vista de tatajuba, foi a paisagem mais linda de toda a viagem, embora os lençóis também tenham sido incríveis! Daqui já é possível sentir o cheiro de jeriquaquara. A paisagem mudou demais de Chaval para Camocim, impressionante como as coisas mudam depressa mesmo no lombo da magrela, num dia de sol, com vento contra, buraco no pé, sem dinheiro, lenço e documento.
Passamos a noite em Camocim e no dia seguinte pegamos uma balsa e depois uma toyota para Jeriquaquara, onde ficamos alguns dias curtindo a viagem louca que tínhamos acabado de fazer.
(Jeriquaquara - Pedra Furada)
De Jeriquaquara tomamos um ônibus para Fortaleza, onde também ficamos mais alguns dias para conhecer a cidade.
De Fortaleza Felipe seguiu viagem, adoraria relatar se soubesse o que aconteceu...
Todavia, para a mim, a viagem acabou ali.
Vão-se as viagens, ficam-se as fotos e o diário...
Fizemos as coisas de sempre, quando o dia era de descanso, lavamos as roupas, fomos à lan house mandar notícias aos nossos progenitores e assistimos ao clássico sansão na Band! Felipão ficou deveras feliz ao saber que veria seu time do coração duelar contra o time dos craques Paulo Henrique Ganso e Neymar...
No dia seguinte nos preparamos para o nosso último dia de pedal! Felipe ainda seguiria por muitos quilômetros sozinho, ou melhor, acompanhado pelas aventuras da estrada e pelas pessoas incríveis que se conhece quando se abre o coração. Eu, infelizmente, via minha jornada se aproximando de seu fim, afinal havia restrições financeiras, acadêmicas e físicas que me impediam seguir no pedal dos sonhos.
Jantamos 1 Kg de camarão por 10 reais se não me engano, só me lembro que achamos muito justo o preço! Em seguida passeamos pela cidade por um bocado, antes de nos entregarmos a uma belíssima noite de sono.
Na manhã seguinte pedalamos de Camocim a Chaval, foram 57 km em 4 horas e meia. Pensamos que o pedal seria mais rápido e simples, mas com o vento contra e o sol de rachar mantivemos apenas 12 km/h de média esse dia. Ademais, as coisas do Felipe caíam da Silver Hammer constantemente. Meu pé também doeu muito esse dia em função da ferida que já vinha aumentando há alguns dias. O domingo que passamos em Chaval não cicatrizou a ferida, com efeito talvez tenha até piorado. Uma senhora me deu um remédio na praça na noite anterior, dizendo que era sei lá o que, mas que tava no vidro de não sei o que lá, e que eu podia confiar que ela era enfermeira. Enfermeira eu acredito que ela era, mas se o remédio melhorou ou piorou meu pé nunca saberei, só sei que durante esse último dia de pedal eu tinha uma bela cratera em meu pé, cultivada ao longo de toda a viagem, e que agora se enchia desse remédio não-identificado para formar uma piscina, com a qual eu bastante me diverti...
Chegando em camocim vimos a deslumbrante vista de tatajuba, foi a paisagem mais linda de toda a viagem, embora os lençóis também tenham sido incríveis! Daqui já é possível sentir o cheiro de jeriquaquara. A paisagem mudou demais de Chaval para Camocim, impressionante como as coisas mudam depressa mesmo no lombo da magrela, num dia de sol, com vento contra, buraco no pé, sem dinheiro, lenço e documento.
Passamos a noite em Camocim e no dia seguinte pegamos uma balsa e depois uma toyota para Jeriquaquara, onde ficamos alguns dias curtindo a viagem louca que tínhamos acabado de fazer.
(Jeriquaquara - Pedra Furada)
De Jeriquaquara tomamos um ônibus para Fortaleza, onde também ficamos mais alguns dias para conhecer a cidade.
De Fortaleza Felipe seguiu viagem, adoraria relatar se soubesse o que aconteceu...
Todavia, para a mim, a viagem acabou ali.
29/10/2012
Cansei de ser canguru
Nascimento (2006) investiga as
razões, vantagens e desvantagens que acompanham o fenômeno prolongamento da
juventude. Grande parte de sua tese de dissertação é uma excelente revisão da
bibliografia nacional e internacional sobre a transição para a vida adulta. No
que tange ao prolongamento da juventude, Nascimento divide a bibliografia em
duas partes, a primeira trata da “geração canguru”, como ficaram conhecidos esses
jovens que têm permanecido cada vez mais tempo na “bolsa” dos pais. A segunda
parte analisa a “geração bumerangue”, como ficaram conhecidos os jovens que saem
e retornam para a casa dos pais. Além da extensa revisão da bibliografia, a
dissertação de Nascimento também conta com uma análise numérica da situação dos
jovens brasileiros para as regiões nordeste e sudeste do Brasil nas décadas
entre 1970 e 2000. O autor mostra que o percentual de jovens morando na casa
dos pais aumentou década a década no período analisado, para todas as idades
(NASCIMENTO, 2006, pág. 148).
Todavia essa tendência se inverteu durante o governo lula, devido ao bom crescimento econômico. Estou escrevendo um artigo sobre isso, quando publicar coloco o link para quem tiver curiosidade.
Todavia essa tendência se inverteu durante o governo lula, devido ao bom crescimento econômico. Estou escrevendo um artigo sobre isso, quando publicar coloco o link para quem tiver curiosidade.
23/10/2012
(33-37) The savages AKA The satiation point eaters.
Notes on Robinson Crusoe, Chapters 33 through 37.
“I had now been twenty-three years on this
island. If it had not been for fear of savages, I would have been the happiest
man in the world. During all those years I had been very busy. I did not work
all the time, as you know, but I amused myself in various ways (…) Thus I lived
very pleasantly in my island home. I would have been content to live there
always if I could have felt safe from savages"
“I had been on
the island eighteen years before I saw the first footprint. I had been there
twenty-three years before I saw any other signs of savages. It was likely that
many more years would pass before any harm should come to me”
This week’s
reading of Robinson Crusoe rendered fragments to reinforce the concept I talked
about last time, satiation point.
Last week I said
that Robinson had reached the satiation point within the confines of the Island².
That is to say Robinson wasn’t quite satiated, after all he would very much
enjoy leaving the Island, if he dared. But, as we’ve seen, he stopped daring to
undertake such an adventure after his first attempt to do so. Nevertheless,
once he gave up the idea of leaving the Economic Island, he managed to harvest
and produce everything he needed, thus reaching satiation point.
However, when
savages arrived at the Island in order to have their feast, not only they ate
human beings, for they were cannibals; but, economically thinking, they
actually ate Robinson Crusoe’s satiation point:
2 Or the confines of the model, in economic analysis. That is, as I’ve
pointed last week, when we let one of the goods be a composite good, the
satiation point becomes unreachable. But, for a limited set of goods, satiation
point is reasonable. That’s why Robinson’s story is so insightful to economists;
it actually portrays a limited set of options and isolation of social
influence, which is pretty much the starting point of microeconomics.
19/10/2012
Sinestesia
Ao te ver passar por mim será melhor fingir que sei o que está escrito em seu olhar?
Evito o erro, melhor calar.
Na balança, seduzir contra exagerar.
Não me cansa ouvir o seu olhar.
Ao te ver sorrir ruim será possível não te acompanhar?
Imaginar que fui eu quem te deixou assim não adianta,
melhor pensar em não mais errar.
Você me fala mais que pode dizer.
Eu te peço mais que posso cobrar,
mas quando fala ABC,
o alfabeto posso imaginar...
Evito o erro, melhor calar.
Na balança, seduzir contra exagerar.
Não me cansa ouvir o seu olhar.
Ao te ver sorrir ruim será possível não te acompanhar?
Imaginar que fui eu quem te deixou assim não adianta,
melhor pensar em não mais errar.
Você me fala mais que pode dizer.
Eu te peço mais que posso cobrar,
mas quando fala ABC,
o alfabeto posso imaginar...
16/10/2012
(27 - 32) MicrOikonomia.
Notes on Robinson Crusoe, chapters 27 through 32.
Aristotle, Chrematistics, Oikonomia and Microeconomics, it's all on the island!
Aristotle, Chrematistics, Oikonomia and Microeconomics, it's all on the island!
Economics is
usually called the science of scarcity, which is a very proper definition
concerning mainstream economics. Scarcity, put broadly, implies that people
face trade-off when making choices. If we live in a world of scarcity, as we
certainly do, people live below their “dream-bundle”. One may point that such a
“dream-bundle” is unreachable, by definition. Philosophically, it could be
argued that human beings are insatiable, and that provided to an agent his “dream-bundle”,
automatically his “dream-bundle” would change into something else, even more
expensive, probably out of his budget constraint. Aristotle’s distinction between
“Oikonomia” and “Chrematistics” explores such idea. It’s ironic how the name
Economics comes from “Oikonomia” but, actually, we live in a world of “Chrematistics”.
A world ruled by the monotonicity of
preferences, meaning more is better.
In
microeconomics we usually deal with two representative goods. In order to
tackle the restrictiveness of these models, we define one of these goods as a composite good that stands for everything else, that is, the money left
after you bought the actual good. If one of the goods is composite, than it’s
hard to think that an individual will reach his satiation point, as Aristotle
has shown. Satiation point, by the way, is the proper Microeconomic concept for
what I have being calling “dream-bundle”, or, a bundle that has everything you
want.
On the other
hand, when we think of a finite number of real goods (by real I mean a non-composite
good), the satiation point may be reached, according to Microeconomics
analytical framework.
To place this
discussion into Robinson Crusoe’s story, there are two different ways to answer
whether or not Robinson Crusoe has reached the satiation point in the passage
below:
“Before coming to the island I had never
milked a cow, much less a goat. I had never seen butter made, or even cheese.
But I learned how to do everything of the kind. And now I had more butter and
cheese than I could eat. After dinner it was my custom to go out for a stroll.
How proud I was of my little kingdom! If you had seen me then, you would not
have laughed. You would have been frightened. For a stranger-looking fellow you
never saw. Be pleased to take a picture of me”.
For finite
number of goods, or, in our story, considering the whole range of possibilities
the island has offered Robinson, it can be said that Robinson has reached his satiation
point, as depicted on the figure:
We have argued,
however, that, in order to be more realistic, the model defines one of the
goods as composite. In that sense, all other goods / states in the world should
be included in the composite good. Thus, “leaving the island” is a desired good
/ state that Robinson has no idea how to pursue.
My point is that
Robinson has reached the satiation point within the limits of the island / model.
If we restrict the set of options it’s possible to conceptualize a satiation
point. For instance, every day we reach our satiation point regarding hunger
after lunching, or else we wouldn’t have stopped eating. But, as we loosen our
model restrictiveness, expanding our bundle options, it becomes clear that such
point is not reachable, prevailing, thus, monotone preferences.
08/10/2012
(20 - 26) The day Robinson learned Adam Smith's diamond-water paradox.
Notes on Robinson Crusoe, Chapters 20 through 26.
1
year has passed. Robinson had sown grains of barley and rice.
After
doing so, he decided to take a big trip and explore the island, which took
about a month. At the other side of the island, he looked to the horizon and saw
land, but he couldn’t tell whether that was another island or the mainland of
America.
Either
way it was risky to go there, he thought, for there might be savages.
So
he returned to his castle and harvested his grains, which quite pleased him.
At
this point, seeing how much he had accomplished at the island with his bare
hands (figure of speech), for the first time in the book Robinson felt actually
happy about everything that happened:
“My
life was much happier than it had been while I was sailing the seas. I took
delight in many things that I had never cared for before”.
He
enjoyed himself for a little while, but, a few chapters / months later, he started
wondering whether he could live there for all his life:
“I
was always trying to think of some way to escape from the island. True, I was
living there with much comfort. I was happier than I had ever been while
sailing the seas. But I longed to see other men. I longed for home and friends”.
Then
he built such a huge and heavy canoe (big enough for twenty men), that he
couldn’t manage to push it into water! After working very hard in such a
non-sense project, he went back to his cave feeling foolish, sad and thoughtful…
This
was the day when Robinson learned Adam Smith’s diamond-water paradox, or its
solution, as the passage below shall demonstrate:
“Why
should I be discontented and unhappy? I was the master of all that I saw. I
might call myself the king of the island. I had all comforts of life. I had
food in plenty. I might raise shiploads of grain, but there was no market for
it. I had thousands of trees for timber and fuel, but no one wished to buy. I
counted the money which I had brought from the ship. There were above a hundred
pieces of gold and silver; but of what use were they? I would have given all
for a handful of peas or beans to plant. I would have given all for a bottle of
ink”.
06/10/2012
03/10/2012
(16-19) The importance of being idle
Notes on Robinson Crusoe, Chapters 16 through 19.
The importance of being idle is an idea that Robinson would never support.
Even when the rain got tougher, and he could not get out of his cave, he would work inside of it in order to widen his house (or kitchen as he named it).
After 10 months on the island, Robinson has built a castle and a summer house. He has learned to dry grapes and make raisins, which fed him during winter.
Probably his attitude toward labor prevented him from getting mad. Had he followed the Greeks and their idle worship, instead of working hard every day of his life on the island, he wouldn’t have raisins when the first winter arrived. Or, even worse, he would go completely crazy after a few days. The calm days would be dull and the rainy days would be quite scary without his fortress to shelter him.
The Greeks had slaves to work physically while they worked their minds.
The importance of being idle is an idea that Robinson would never support.
Even when the rain got tougher, and he could not get out of his cave, he would work inside of it in order to widen his house (or kitchen as he named it).
After 10 months on the island, Robinson has built a castle and a summer house. He has learned to dry grapes and make raisins, which fed him during winter.
Probably his attitude toward labor prevented him from getting mad. Had he followed the Greeks and their idle worship, instead of working hard every day of his life on the island, he wouldn’t have raisins when the first winter arrived. Or, even worse, he would go completely crazy after a few days. The calm days would be dull and the rainy days would be quite scary without his fortress to shelter him.
The Greeks had slaves to work physically while they worked their minds.
In that context,
idleness might have had a positive outcome in terms of how much beautiful
knowledge the Greeks have given us.
It would be nice, however, if we could ask a Greek slave whether he agrees with this statement...
It would be nice, however, if we could ask a Greek slave whether he agrees with this statement...
28/09/2012
(12 - 15) The Economics Island
Notes on Robinson Crusoe, Chapters 12 through 15:
The Economics Island: Microeconomics, Keynes
and Marx.
Usually
economists use Robinson’s example to illustrate Microeconomics concepts, and
that’s pretty useful, after all Microeconomics tries to understand the human
being mindset without considering social / institutional feedback effects over
the individual.
That’s
probably a very poor definition, but I hope it helps you understand why Robinson
is such a lovely character to us economists (so glad I can finally say that!).
The
Economics Island, though, makes one wonder about other economists, and how well
would their theories fit into this story. Particularly, I wonder, would Marx’s “Commodity
Fetishism” or Keynes’ “Liquidity Preference” be related to the book? Maybe I’m
way out of line here, but I believe both authors explain quite well this
passage:
“
The last thing I found was a secret drawer in the cabin. In that drawer there
was some money (…) I smiled to myself when I say this money. ‘O useless stuff!’
I cried. ‘What are you good for now? You are not worth picking up. This little
old knife is worth much more. I have no manner of use for you. Lie there, where
you are, and go to the bottom’. I was about to leave the cabin when I looked
around again. The bright pieces were so pretty that I could not bear to leave
them.”
Isn’t this passion for money, even in a
situation where it can’t be used, somewhat surprising?
It
makes me think about the intrinsic value of money, or how people valuate money independently
of the goods that it can buy. Keynes explains why people leave bequest to their
children using the intrinsic value of money argument, for instance, and, the
very same concept suits pretty well the passage above.
Perhaps
Marx’s “Commodity Fetishism” shall be evoked. I would definitely do that if I
could.
I suppose this concept is also related to the passage above, but, I’m not sure
that I can prove my point, so, let’s just keep that as a hypothesis for now…
18/09/2012
(7 - 11) Protestantism, Labour and Salvation
Notes on Robinson Crusoe, Chapters 7 through 11.
Robinson
sat down and cried like a baby, after all he was a human being,
not
a robot. But he soon held his tears and started thinking about the wild
animals
that could be near him. If Robinson had kept crying and complaining
about
his situation, he could have died that first night, but, instead of
lamenting,
he was smart enough to climb a tree and spend a sound night.
In the next morning the main subject
of the book finally appears:
Labour and Salvation.
Robinson soon finds out that only hard
work will keep him alive on this
Island.
The relation Labour / Salvation, portrayed by Protestantism, is key to
Robinson’s
survival on the island. On his second
day, Robinson has to work a
lot
in order to build a raft and bring food and some other things from the ship to
the
shore. He manages to bring everything ashore and, all his sweat will
definitely
pay off sooner or later.
We already knew that Robinson is a brave
man. Now we have found
out
that he is a very clever and patient man as well. Will these skills be enough
to
keep him alive?
He has guns, powder, food, clothes,
tools, courage and brains, what else
does
he need to survive in such a wild environment?
Perhaps
some luck?
11/09/2012
(1 - 6) Robinson Crusoe in the Economics Island
Notes on Robinson Crusoe, Chapters
1 through 6.
Amazing story, I can't wait to read the next chapters.
Everything happens very fast...
From a boy in old York who wanted to be a sailor to a
grown man cast away in a strange island!
Does he regret not listening to his parents?
It's hard to answer to this question. He is probably
scared now, seeing all his mates are dead. But, still, I don't think he
regrets; after all he wanted to be a sailor and a sailor he has become!
We will have to continue reading
the book so we can answer to that question, but we have already seen that
Robinson is a very brave man, so I think he will figure out how to survive at
this island.
19/08/2012
Eleanor Whiskey
All addicted people, where do they all come from?
All addicted people, where do they all belong?
Met up with Peter and then he told me that he was ready for a beer, what else to do?
Met with Guilherme and he has as many vices as a man may have, what does he care?
All addicted people, where do we all come from?
All addicted people, where do we all belong?
Picked up my candle and wondered weather it was time to burn, have i got choice?
Lit up my bamboo and said: goodbye my best friend, are you leaving me now?
Hope i`'ll see you somehow!
All addicted people, why can't we live a life,
All addicted people, with just fresh air and pie?
All addicted people, where do they all belong?
Met up with Peter and then he told me that he was ready for a beer, what else to do?
Met with Guilherme and he has as many vices as a man may have, what does he care?
All addicted people, where do we all come from?
All addicted people, where do we all belong?
Picked up my candle and wondered weather it was time to burn, have i got choice?
Lit up my bamboo and said: goodbye my best friend, are you leaving me now?
Hope i`'ll see you somehow!
All addicted people, why can't we live a life,
All addicted people, with just fresh air and pie?
11/08/2012
In between your thighs
In between
your thighs lies the mystery of the universe.
The mystery
of creation, reincarnation some might say.
One should
honor thy profound sacred,
And sure-footed
you should walk around.
But does
the easy way ever work?
Can the
human being live without pain?
Or are we
slaves of our own uncertainties?
Can we live
with none to blame?
Gender-Battle
I shall name
all the
problems that remain
from the
cradle up to now,
I just cannot
figure how
we will
ever speak the same
language or
at least pretend
that we do
not even care
for all differences
we share.
I took a
breath and made a pause
when I felt
that verse went loose.
If I kept
on going I
might have
gone where all fears lie.
06/08/2012
Uma gota sobre trabalho e lazer
A economia parte do pressuposto que o trabalho (L) gera desutilidade enquanto o lazer (C) gera utilidade, nesta parte não há controvérsia, mas, naquela, há espaço para discussão.
Matematicamente, U = f (L,C) , uma função negativa para L e positiva para C.
Matematicamente, U = f (L,C) , uma função negativa para L e positiva para C.
Se essa hipótese for aceita, a análise segue sem problema algum, isto é, a curva de utilidade passa a ser positivamente inclinada, refletindo o fato de que uma hora extra de trabalho tenha que ser compensada por uma certa quantia para que o indivíduo esteja indiferente, ou permaneça na mesma curva de indiferença.
Mas, essa é uma hipótese muito longe de ser verdadeira. Diria sem medo de errar que a utilidade é uma função positiva tanto para trabalho quanto para lazer, ou, em outras palavras, que o trabalho gera uma utilidade positiva. É claro que uma hora de praia é mais interessante que uma hora de escritório, mas, ainda assim, a derivada primeira da curva de indiferença na decisão trabalho-lazer é negativa!
Mas, essa é uma hipótese muito longe de ser verdadeira. Diria sem medo de errar que a utilidade é uma função positiva tanto para trabalho quanto para lazer, ou, em outras palavras, que o trabalho gera uma utilidade positiva. É claro que uma hora de praia é mais interessante que uma hora de escritório, mas, ainda assim, a derivada primeira da curva de indiferença na decisão trabalho-lazer é negativa!
Um dia desenvolvo essa ideia nos padrões acadêmicos, mas uma gota é uma gota...
01/08/2012
A decisão Trabalho-Lazer
Se você conversar com a Micro,
certamente te dirá
que trabalho gera desprazer.
Mas pergunte ao provérbio chinês,
mais sábio, mais antigo,
e diferente irá dizer.
Dirá que o dia em que encontrar
o que realmente te dá prazer,
não precisará mais trabalhar,
pois trabalho será lazer.
Existo, logo penso.
Nada mais natural.
Estranho seria não buscar respostas,
aceitar as hipóteses postas e não questionar.
Afinal, os modelos imitam o mundo
ou o mundo imita os modelos?
A explicação etimológica
trabalho = tripalium,
é transformada em uma lógica:
equilíbrio, igualdade, maximização.
Não há espaço para anacronismo,
pois o homem é atemporal.
Segue sempre a racionalidade,
maximizando, mas, só não pergunte o quê.
Quem sabe um dia re-invento a Micro
e grito para o mundo inteiro:
"Trabalho não gera desutilidade!"
Quem sabe, ao menos, escrevo um artigo,
um capítulo, um livro...
Transformo este poema,
com um filhote de pensamento,
em uma nova teoria?
Da nova Micro, uma nova Macro.
Da nova Macro, uma nova Micro.
Deixando os efeitos de retroalimentação à vontade,
para mostrar que nossa ciência não opera em um sistema fechado.
certamente te dirá
que trabalho gera desprazer.
Mas pergunte ao provérbio chinês,
mais sábio, mais antigo,
e diferente irá dizer.
Dirá que o dia em que encontrar
o que realmente te dá prazer,
não precisará mais trabalhar,
pois trabalho será lazer.
Existo, logo penso.
Nada mais natural.
Estranho seria não buscar respostas,
aceitar as hipóteses postas e não questionar.
Afinal, os modelos imitam o mundo
ou o mundo imita os modelos?
A explicação etimológica
trabalho = tripalium,
é transformada em uma lógica:
equilíbrio, igualdade, maximização.
Não há espaço para anacronismo,
pois o homem é atemporal.
Segue sempre a racionalidade,
maximizando, mas, só não pergunte o quê.
Quem sabe um dia re-invento a Micro
e grito para o mundo inteiro:
"Trabalho não gera desutilidade!"
Quem sabe, ao menos, escrevo um artigo,
um capítulo, um livro...
Transformo este poema,
com um filhote de pensamento,
em uma nova teoria?
Da nova Micro, uma nova Macro.
Da nova Macro, uma nova Micro.
Deixando os efeitos de retroalimentação à vontade,
para mostrar que nossa ciência não opera em um sistema fechado.
23/07/2012
O ponto de Polônio
Quero salvar o mundo,
mas fico contente
se puder salvar a mim.
Sonho alto, sonho baixo.
Quero a terra e quero o céu.
Quero ser o que puder.
Quero ser, só.
Vivendo no ponto de Polônio,
de Varian apud Shakespeare,
nunca peço nem empresto.
A cada conto ganho um conto gasto.
Vivendo em equilíbrio,
consumo igual à dotação,
fazendo poesia com a Micro,
buscando, da poesia, a cotação.
Sou Polônio e não me importa
qual o preço relativo, *
pois minha estabilidade
é o meu maior ativo.
mas fico contente
se puder salvar a mim.
Sonho alto, sonho baixo.
Quero a terra e quero o céu.
Quero ser o que puder.
Quero ser, só.
Vivendo no ponto de Polônio,
de Varian apud Shakespeare,
nunca peço nem empresto.
A cada conto ganho um conto gasto.
Vivendo em equilíbrio,
consumo igual à dotação,
fazendo poesia com a Micro,
buscando, da poesia, a cotação.
Sou Polônio e não me importa
qual o preço relativo, *
pois minha estabilidade
é o meu maior ativo.
* Preço relativo: leia-se preço relativo de T1 em relação à T2, ou seja, a taxa de juros.
A ressalva que alguns podem fazer é que teoricamente Polônio poderia deixar de igualar consumo e dotação dependendo de mudanças da taxa de juros. Apenas teoricamente, pois, se Polônio é definido, por Shakespeare e por Varian, como o homem que sempre iguala dotação e consumo em cada período do tempo, então para ele não importa a taxa de juros, como diz a última estrofe da poesia.
Enfim, a curva de utilidade mais alta para Polônio sempre é aquela que tangencia sua dotação, por definição.
Enfim, a curva de utilidade mais alta para Polônio sempre é aquela que tangencia sua dotação, por definição.
15/07/2012
Marcelo
Marcelo, meu amigo camarada,
eu hoje, mais que nunca,
eu hoje, mais que nunca,
te abraço, viro irmão.
Sei que estivemos juntos
em tantas gargalhadas.
Mas hoje, nossos prantos
celebram nossa comunhão.
A bossa nova, nossa trilha,
nunca foi tão melancólica.
Mas um dia, certamente,
voltará a alegrar.
É hora de deixar a ferida cicatrizar,
posto que a marca nunca irá sair.
Mas tudo na vida se aprende a lidar.
Mesmo no choro é possível sorrir.
Então, amigo-pai-irmão e mestre,
vamos sair de mãos dadas.
Enfrentar a impossível vida,
fazer, com maestria, a jornada.
07/07/2012
O rei Artur
No dia em que tentaram
pegar o rei Artur,
primeiro enfrentaram
a sua linha de peões.
Eu um peão calado,
pegar o rei Artur,
primeiro enfrentaram
a sua linha de peões.
Eu um peão calado,
que só sabe compor.
Se for sacrificado,
sei é para te proteger.
A vida imita o jogo,
uns ficam e outros vão.
A vida é um jogo
Que nós não podemos vencer.
Movemos nossas peças,
tentando dominar
o centro do tabuleiro,
a estratégia é não parar.
Sempre que eu estiver
na batalha com você,
será o rei e eu peão,
sempre a te proteger.
Então me chame amigo-rei
para a partida que quiser.
A sua ordem é meu abrigo
e o seu comando minha lei.
30/06/2012
Brothers and Sisters
It doesn`t matter how much money you've got,
for all the gold in the world
won't cure your blindness...
You are so vain about how rich you are, aren't you?
You probably think this poem is about you. You're so vain!
But, in your vein, flows not royal blood,
for there is no such thing.
What really puzzles me is:
How can you be part of the problem
and think that you are part of answer?
Can`t you realize that:
WE ARE LIVING IN A SOCIETY!
Quoting Costanza,
philosopher of real life,
I`m just trying to give you
some piece of advice.
We're brothers and sisters,
we should share this world.
But that kind of justice
you may never know.
12/06/2012
Natal
Surge, enfim, em mim,
razão para buscar,
algures,
a justa medida de tudo.
Quero que me acompanhe,
pois sei que não há,
nenhures,
alguém como você.
Nosso natal pode ser
João Pessoa ou Porto Alegre.
Rezo apenas para os deuses:
Que ele comece breve!
Na alegria ou na tristeza,
haja tpm ou não,
quero sempre estar contigo.
Peço hoje sua mão.
razão para buscar,
algures,
a justa medida de tudo.
Quero que me acompanhe,
pois sei que não há,
nenhures,
alguém como você.
Nosso natal pode ser
João Pessoa ou Porto Alegre.
Rezo apenas para os deuses:
Que ele comece breve!
Na alegria ou na tristeza,
haja tpm ou não,
quero sempre estar contigo.
Peço hoje sua mão.
31/05/2012
A música que nunca foi concluída, ou uma das...
6:30 da manhã
Pode o sono começar?
Fecho os olhos só depois
Que o sol empinar.
Noite em claro,
Madrugada,
Desvendando essa charada:
O que faço dessa vida?
Sem sonhar não sou nada!
Pode o sono começar?
Fecho os olhos só depois
Que o sol empinar.
Noite em claro,
Madrugada,
Desvendando essa charada:
O que faço dessa vida?
Sem sonhar não sou nada!
26/05/2012
O esquisito
Oh cachorro engarrafado!
Torna-me o poeta que não sou.
Permita-me transcender a futilidade mundana.
Quero ser uma pessoa como o Fernando,
romper com um machado os grilhões que em mim morais.
Mas na fortuna vivida fui escorregando.
E defini, bem ou mal, o que chamo de paz.
Azar no amor, sorte na poesia.
Otimista, não obstante, fiz desta meu guia.
Declarei a tristeza minha maior heresia.
E num trago, impiedoso, o esquisito então sumia.
Torna-me o poeta que não sou.
Permita-me transcender a futilidade mundana.
Quero ser uma pessoa como o Fernando,
romper com um machado os grilhões que em mim morais.
Mas na fortuna vivida fui escorregando.
E defini, bem ou mal, o que chamo de paz.
Azar no amor, sorte na poesia.
Otimista, não obstante, fiz desta meu guia.
Declarei a tristeza minha maior heresia.
E num trago, impiedoso, o esquisito então sumia.
21/05/2012
Four Você
Casa Ours, Leio Book, Badi Song, Fumo Weed, Vejo Film, Crio Poem, Duas Soul...
Titi Love Dedé...
Doce Life.
Titi Love Dedé...
Doce Life.
05/01/2012
Correndo na chuva
Nasci para sentir,
às vezes sinto ter nascido.
Corre tanto sangue em mim.
Nunca cessa esse pensar.
Seu passado, todo,
é presente em minha mente.
Reverbera pelo tempo.
Me faz quase sufocar.
Tão difícil explicar.
Descontrole? Pode ser.
Mas, quem pode dizer
que não tem nada anormal?
Saio correndo na chuva
A pensar se enloqueci.
E se pode o coração
dominar nossa razão.
Feliz e triste, ao mesmo tempo,
dicotomia do viver...
Não sei se me quer como sou.
Só sei que não vivo sem você.
às vezes sinto ter nascido.
Corre tanto sangue em mim.
Nunca cessa esse pensar.
Seu passado, todo,
é presente em minha mente.
Reverbera pelo tempo.
Me faz quase sufocar.
Tão difícil explicar.
Descontrole? Pode ser.
Mas, quem pode dizer
que não tem nada anormal?
Saio correndo na chuva
A pensar se enloqueci.
E se pode o coração
dominar nossa razão.
Feliz e triste, ao mesmo tempo,
dicotomia do viver...
Não sei se me quer como sou.
Só sei que não vivo sem você.
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