Em Tutóia, a cidade do camarão em potencial e do macarrão real, descobrimos que a estrada que tomaríamos rumo a Luís Correia estava alagada e intransitável. Depois do desafiador Maranhão ficamos mais cautelosos e resolvemos não arriscar. Maranhão de bicicleta traduz-se numa constante reformulação de planos. Ali vale a frase que meu avô sempre dizia:
"Planejar é a arte de improvisar a cada instante".
Aquilo que foi planejado ontem, hoje é impossível. E o que amanhã parece simples, será bem mais complicado.
Vencemos o primeiro estado, não sem cicatrizes e sequelas, mas tudo vale a pena quando a duna não é pequena, como disse uma pessoa aí... Perdemos algum tempo, mas ganhamos mais do que poderíamos esperar.
Fomos para o porto da cidade e passamos cerca de 4 horas interrogando cada barco que ancorava sobre seu destino. Dos mais de 20 barcos entrevistados, apenas um seguia na mesma direção que nossas bicicletas, todavia a resposta não foi muito animadora:
"Estamos indo para o piauí, se quiserem podem ir com a gente, mas ficaremos 30 dias em alto mar antes disso".
Não tínhamos tanto tempo assim para pescar, e, finalmente, desistimos de seguir a barco, desmontamos nossas bicicletas e tomamos um ônibus.
Acaba hoje o Maranhão e começam os United States of Piauí, como diria Badi...