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13 abril 2013

Economia paralela

Há anos que eu tenho anúncios de coisas usadas para venda na net, mas para lá estavam esquecidos e sem grandes ambições.  A "crise" trouxe algo de positivo: uma afluência de gente a comprar e vender usados como nunca antes eu tinha visto. Os portugueses em geral ainda se sentem embaraçados de entrar numa loja de  2ª mão (o que é que os outros vão pensar?), mas na net o negócio é feito de particular para particular e essa discrição parece desinibir uma enorme massa de gente. De repente, o meu negócio de coisas usadas tornou-se os meus 100 EUR/mês de pipocas (wink, wink, say no more).
Mesmo assim, o ritmo de escoamento das tralhas não me estava a satisfazer. Às vezes simplesmente ofereço coisas através do freecycle, só para libertar espaço em casa, mas frequentemente espero ter algum retorno e o freecycle é mesmo só para actos de altruísmo.
Descobri então o troca-se.pt. Parece-se com um habitual site de vendas de usados, com uma lista de itens, sistema de feedback, etc, mas onde não é permitido atribuir valor monetário às peças. É permitido fazerem-se propostas de trocas e negociar mais ou menos itens para se alcançar o valor subjectivo que cada utilizador atribui às suas coisas, mas tentativas de compra e venda são banidas. Já realizei perto de 100 trocas graças a este site, num valor aproximado de 1000 EUR. Mil euros que não ganhei, mas que também não gastei em objectos que de outra forma possivelmente teria comprado. Há pessoas desonestas que tentam impingir-nos bens partidos, avariados ou que nem sequer os enviam (quando a troca se realiza por correio). Já tive três más experiências desse género, mas em 100, representaram apenas 3% de más trocas.
O sistema de feedback dá-nos algumas garantias de honestidade das pessoas, mas é útil ter um bom instinto para se perceber quem é sério e quem não é com apenas duas ou três mensagens trocadas. Há pessoas a desistir das trocas, porque são enganadas todos os dias. Não é portanto para totós, mas quem tenha algum dedo de testa e se saiba precaver contra os aldrabões, pode ser incrivelmente útil.
A todos quantos tenham tralha sem uso em casa, aconselho vivamente a aderirem às vendas ou trocas na internet. Além do dinheiro que se poupa, recupera ou não se gasta, estamos a aliviar o ambiente de um enorme desperdício de bens que iriam para o lixo ou compraríamos novos e ainda temos o prazer de conhecer algumas  pessoas interessantes pelo caminho.

27 dezembro 2012

Natal reinventado


Há alguns anos que abandonei a "tradicional" "celebração" das "Festas"(tradução: febre consumista e bulímica que se vive entre Dezembro e Janeiro).
Comecei por trocar as prendas massificadas por prendas com alguma mensagem positiva (produtos biológicos, de comércio justo, reciclados, etc). Depois fui mesmo reduzindo as prendas a só meia dúzia de pessoas mais importantes. Passados alguns anos de desmame, sinto-me finalmente desintoxicada da obrigação de dar prendas e simplesmente deixei de o fazer e não sinto qualquer tipo de remorsos ou preocupação pelo que os outros possam pensar de mim. Mas foi um processo lento e doloroso. Ah ah ah!
Ocasionalmente sentia vontade de fazer algum tipo de decoração natalícia, mas isso agora tornou-se difícil desde que vendi em 2ª mão todos os enfeites que possuía, pelo que até isso são águas passadas. Ou talvez não ;)
Este ano tinha por aqui uma antena de tv pronta para ser entregue num ecocentro, quando tive uma visão de como ela poderia ser reciclada e tornada útil nesta "época festiva". E surgiu assim a árvore de Natal feita com uma antena de tv, cápsulas de café e cabos informáticos. Pretende ser decorativa e ao mesmo tempo uma crítica artística ao consumo, desperdício e alienação em que todos acabamos por nos ver envolvidos, não apenas no Natal, mas no quotidiano.
Não quero ser o Grinch, não vejo nada de errado na celebração religiosa do Natal para quem isso tem significado, nem vejo nada de errado na festa da família para quem vive o Natal de forma mais secular, mas causa-me alguma perturbação a forma como nós, indivíduos, nos sentimos pressionados a responder às expectativas da família, amigos, conhecidos e sociedade, quando chega esta altura do ano. Eu sei o que isso é, porque já senti essa pressão. Frequentemente
as pessoas confessam-me em surdina que, por elas, gostariam era de aproveitar as pequenas férias de Natal e fim-de-ano para relaxar, em vez de andarem num corre-corre a gastar dinheiro em presentes e a fazer cozinhados. E em surdina dizem-me também que no fundo acabam por o fazer, não porque isso lhes dê muito gozo, mas por causa do papão que são as expectativas dos outros e a ameaça de se tornarem a ovelha negra se não lhes corresponderem.
Por isso digo: tenham boas festas, mas por favor, não tenham medo e libertem-se!



31 maio 2012

Frescos, biológicos e locais

"Locavore" é o termo inglês que designa quem procura consumir alimentos produzidos na sua área de residência, como forma de apoiar a economia local, consumir produtos frescos e nutritivos e reduzir a pegada ecológica (especialmente em termos de CO2 que é poupado, com a redução significativa das distâncias de transporte dos alimentos).  Não existe um termo equivalente em português, seria algo como locávoro, que soa mesmo muito mal, mas já existe muito boa gente que tenta aplicar este princípio na hora das compras.
Uma das minhas mais recentes preocupações era precisamente passara consumir mais localmente, mas hoje em dia mesmo nos mercados só se encontram basicamente produtos importados. Aminha mãe costuma comprar a alguns poucos velhotes que ainda têm as suas hortinhas e garantem não usar químicos, mas são uma espécie em vias de extinção.
Eis quando - estando eu ainda a planear um dia pensar melhor no assunto - o homem dos sete ofícios que veio fazer algumas obras a casa da minha mãe mencionou ter iniciado uma pequena produção biológica de hortícolas, no seu terreno a escassos 2-3 kms da nossa casa. Adoptado!
Visitamos o blog dele para saber das novidades, mas ele também nos liga quando tem algo para vender. Mais ou menos a cada semana e meia vamos buscar a nossa encomenda. 


E é um prazer consumir estes produtos fresquinhos, nutritivos e locais. 
Em troca levamos-lhe os nossos resíduos orgânicos, para juntar à sua pilha de composto. Numa família de 4 pessoas que consomem imensos frutos e vegetais, chegam a ser cerca de 75 lts (3 sacos grandes) de resíduos. Estamos a negociar com ele um descontozinho com base nessa troca, mas sabemos que será apenas simbólico. O maior valor ganho com este negócio é a satisfação de apoiarmos um agricultor local e consumirmos Alimentos com "A" grande, não aquelas coisas que se parecem vagamente com comida, mas são basicamente celulose com água e nitratos.

24 abril 2012

Dispensadores de sacos feitos com calças velhas

Este pequeno projecto já o fiz há mais de um ano, mas lembrei-me de o partilhar agora.
Uma vez que costumo levar os meus próprios sacos às compras, não sei como isto sucede, mas tenho sempre imensos sacos de plástico em casa. Dava-me jeito um dispensador de sacos, mas não queria cair no erro de comprar um de plástico, contribuindo ainda mais para a presença deste material no planeta.

Quando umas calças de um pijama de algodão se rasgaram, tive a ideia de fazer dispensadores de sacos com as pernas do dito cujo. Ficaram um bocado grandes, mas na verdade dá imenso jeito que assim sejam.

Deveria postar um guia passo a passo, com fotos bonitas e tal, mas ainda não cheguei a esse nível de refinamento. Além disso, quando há um ano fiz este "projecto", não tinha ideia nenhuma de vir a postá-lo no blog. 

Na foto, um dos dispensadores em acção. Sim, é mesmo grande!


Sumariamente, foram estes os passos deste projecto: 
1 - separei (cortei) as pernas da cintura elástica das calças
2 - separei as pernas uma da outra
3 - ajustei o tamanho de cada perna à altura pretandida
4 - cortei ao meio o elástico da cintura e usei as duas partes para fazer novas "cinturas" nas entradas (topo) de cada dispensador 
5 - usei o cordão que apertava as calças na cintura, para fazer aberturas reguláveis nas saídas (fundo) de cada dispensador 
7 - os dois buracos por onde passava o cordão da cintura original, ficaram localizados convenientemente nas entradas de cada dispensador e serviram na perfeição como ponto de fixação ao porta-panos de parede 

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