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quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Comportamento

Às vezes, quando obstáculo me supera,
neste tão determinado caminho que ando;
e sem saber para onde vou, nem mesmo quando,
vivo cada estação, menos a primavera.

E no entanto, indiferente, continuo andando,
supondo que cada curva a frente é sincera;
e que posso voltar atrás, se assim quisera,
porquanto, minha vida está sob meu mando.

Sinto que desse modo foi na juventude,
porém, muito diferente é nesta velhice,
embora, seja vida eivada de virtude.

Bom é que, velho eu cometo menos tolice,
porque na mocidade, já fiz o que pude,
pois os anos nos acalmam, alguém me disse.

domingo, 20 de maio de 2018

Soneto sem noção

Mas o Planeta guarda seu segredo,
talvez nos sombrios abismos do mar;
para o homem resta respeito e medo,
no interior da mente a vicejar.

Na verdade pode ser um tesouro,
que vale muito, talvez mais que a vida;
e do qual todo o futuro vindouro,
resgatará a dignidade perdida.

Mas o mundo outro segredo contém,
que interfere na existência nossa,
adultos, vemos moços com desdém.

Enquanto deles nós fazemos troça,
esquecendo que fomos jovens também,
e que sequer tínhamos a voz grossa.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Choque

O pobre ente de andar burocrático
De falar sinuoso e arabesco
De cérebro nem um pouco fresco
Desejando ser leve, bem simpático.

Vê essa tal modernidade, apático
Sequer entende de amor farsesco
Que nessa tal web parece grotesco
Praquele que nunca foi informático.

A juventude parece singular
E com pitadas de algo bem vulgar
É como se nas coxas fora feita.

Portanto prefere a luz do luar
Onde, quieto, se põe a pensar
Que sua avenida é assaz estreita.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Não se é jovem para sempre

Dono do mundo, quando se é moço
A existência? vivaz e enlouquecida
Enorme avenida larga é a vida
Força nos músculos que é colosso.

Na juventude não existe fosso
Mente aberta na cabeça erguida
Bom humor frente a óbices da lida
Nada é prá sempre, tudo é esboço.

Contudo, quando chega certa idade
O viço se transforma em saudade
Pois os problemas bem maiores são.

Então, o que era doce se acabou
Das delícias da infância nada restou
À frente? ponto de interrogação.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Encanecendo

Envelheço, vejo à frente a sepultura
Atrás, bastante lá atrás, a mocidade,
E que era certamente a melhor idade
Sequer apercebida naquela lonjura!

Então. agora vida assemelha agrura
Repleta deste sentimento de saudade
Embora aos céus pedindo paz brade
Falta-me porém tolerância e doçura.

Creiam-me, é toruosa esta travessia
Diferente de tudo que na infância vivia
Sou agora tal uma casa abandonada.

Lentidão onde não passam as horas
Silêncio prostração e cinzas auroras,
E afora isto, eu já nem sei mais nada!


Fui brindado com este excelente soneto da Ania:

Caminho só de ida...

Andar vacilante, sigo pela vida
o tempo é curto, e a estrada, só de ida
passos trôpegos...fantasma claudicante
num caminho que termina logo adiante...

Nem a relva, nem as brancas margaridas
percebo nessa andança definida
pelo destino, tirano torturante
que empurra, sem piedade, atropelante...

E o sol vai se pondo, sumindo na tarde
cansada, sozinha, sigo a jornada
suportando a triste sina, calada..

Passos quietos, em frente, sem alarde
De tudo, restou essa saudade danada
e a solidão a me acenar no fim da estrada...
(ania)

sábado, 8 de novembro de 2014

Ah! Esse tal tempo!


O tempo passa por nós e nos ignora
Mesmo jovens e cheios de esperança
Se olharmos prá dentro e não pra fora
No fundo encontramos uma criança

Se o tempo chega, depois vai embora
Dará sentido a nossa existência assim
Somos hoje mais do que fomos outrora
Mesmo numa vida meramente chinfrim

Cada dia é como apreciar nova aurora
Olhando futuro esquecendo o passado
Pois quem vive o dia-a-dia não chora.

E num passeio matinal mais renovado
É como não querer jamais ir embora
Permanecer neste planeta bem colado.