segunda-feira, 30 de julho de 2012

Apostas furadas

Há coisas em que eu devia fazer apostas com dinheiro.
Embora não tenha seguido com grande afinco o programa, o facto é que ia espreitando o Ídolos ao domingo, na SIC.
A semana passada, soube por uma colega que o "cenoura" tinha sido eliminado. Fiz logo o meu palpite: há-de ganhar o "bonitinho", mesmo que não cante nada de especial.

Delírios

Quanto à polémica sobre a alegada falta de fiscalização dos bens alimentares por parte da ASAE (e afins), pergunto: alguém no seu perfeito juízo acha que todos os bifes, postas de bacalhau, laranjas ou couves que lhe chegam ao prato são fiscalizados?

domingo, 29 de julho de 2012

Seguramente baralhado

António José Seguro, secretário-geral do PS, diz que Passos tem que explicar aos portugueses o que falhou na receita da austeridade.

Vamos lá explicar: 
"Antes de ouvir hoje António José Seguro a falar convém lembrar-se de que foi o PS que negociou um acordo de três anos e não de quatro, foi o PS que negociou os aumentos de IRS e os cortes das deduções fiscais, tal como foi o PS que governou o País até à bancarrota. Se hoje podemos discutir os benefícios ou as desvantagens do acordo com a troika, temos de lhe agradecer esse privilégio" (in Editorial, revista Sábado, nº 430).

A semana passada o Expresso fazia capa com esta frase de Seguro: "A troika e o Governo estão de um lado, o PS está do outro".
Obviamente que sim. Troika e governo estão a tentar resolver os problemas que o PS causou.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Dizem que é uma solução...


A solução dos sindicatos?
Uma greve que provoque uma morte mais rápida, pois claro.

Ainda há pouco lia na Sábado que, na Grécia, "os operários siderúrgicos da Hellenic Halyvourguia, reunidos em assembleia geral no 250º dia de greve, decidiram, por unanimidade, prosseguir a sua dura mas justa luta."
Guiorguios Siphonios, presidente do sindicato, diz: "nesta guerra os operários siderúrgicos abriram novos caminhos (...). Sabemos que a nossa luta terá de continuar. Há ainda um longo caminho a percorrer até que possamos derrotá-los Precisamos de nos livrar de Manesis (George Manesis é o proprietário do grupo siderúgico), para tomarmos nas nossas mãos as fábricas e a riqueza".

Sem comentários.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Aplaudo de pé

Isto é um Primeiro-Ministro!

"O primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje perante os deputados sociais-democratas que nenhum deles foi eleito para ganhar as próximas eleições e que está disposto a sacrificar os resultados eleitorais pelo interesse nacional.

«Se algum dia tiver de perder umas eleições em Portugal para salvar o país, como se diz, que se lixem as eleições, o que interessa é Portugal», declarou Pedro Passos Coelho, durante um jantar do grupo parlamentar do PSD para assinalar o fim desta sessão legislativa, na Assembleia da República.

Antes, Pedro Passos Coelho considerou que há quem sugira que «já chega de ser bom aluno» e de fazer «sacrifícios», porque se aproximam actos eleitorais e não convém perder votos.

«Mas a verdade é que nenhum dos senhores ou das senhoras foi eleito para esse mandato. Nenhum dos que aqui estão foi eleito para ganhar as próximas eleições, ou para ajudar a ganhar autárquicas, nem as regionais deste ano nos Açores, nem as europeias que aí vêm a seguir, não foi para isso que fomos eleitos. Foi para responder ao país», acrescentou o primeiro-ministro, recebendo palmas."

(Via SOL)

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Combate à evasão fiscal

Num país decente, com cidadãos e Estado de boa-fé, responsáveis e cumpridores, não seria necessária nenhuma medida deste género: um prémio sob a forma de dedução fiscal para quem pede factura nalguns serviços.
É apenas uma questão de cidadania.
Mas ainda há minutos, num noticiário qualquer, um rapaz proprietário de um café dizia que com esta medida teria de aumentar os preços. 
Touché! Agora é mais um dos que foge ao fisco. 
É também graças a este chico-espertismo que estamos na situação em que estamos. Não é devido à Angela Merkel.

Além deste desleixo - chamemos-lhe assim - dos cidadãos, temos a acção irresponsável do Estado, que o Má Despesas Pública regista.

Ah... e convém esclarecer: estamos a falar de evasão fiscal
Não disto (há pouco na SIC-N):



O Expresso, por sua vez, apresenta a notícia assim: "Nova medida do governo implica gastar 2280€ por mês".
O objectivo da medida é combater a evasão fiscal. Não é dar 250€ a cada família!

domingo, 15 de julho de 2012

Perdidamente

Amo-te Por Todas as Razões e Mais Uma

"Por todas as razões e mais uma. Esta é a resposta que costumo dar-te quando me perguntas por que razão te amo. Porque nunca existe apenas uma razão para amar alguém. Porque não pode haver nem há só uma razão para te amar. Amo-te porque me fascinas e porque me libertas e porque fazes sentir-me bem. E porque me surpreendes e porque me sufocas e porque enches a minha alma de mar e o meu espírito de sol e o meu corpo de fadiga. E porque me confundes e porque me enfureces e porque me iluminas e porque me deslumbras. Amo-te porque quero amar-te e porque tenho necessidade de te amar e porque amar-te é uma aventura. Amo-te porque sim mas também porque não e, quem sabe, porque talvez. E por todas as razões que sei e pelas que não sei e por aquelas que nunca virei a conhecer. E porque te conheço e porque me conheço. E porque te adivinho. Estas são todas as razões. Mas há mais uma: porque não pode existir outra como tu."

Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum'

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Sabem?

Pergunta a candidatos a emprego na Microsoft: ‎"Porque são redondas as tampas dos poços?" 

segunda-feira, 9 de julho de 2012


Quando os Skunk Anansie apareceram algures nos '90, irritavam-me. Não gostava da vocalista, da sua voz, da música. 
Com o tempo comecei a gostar. 
E há dias que esta música não me sai da cabeça.

Cantinho do poeta - 74

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.

David Mourão-Ferreira

Particularidades


A tal "partícula de Deus", como foi muito divulgado por aí o bosão de Higgs, parece que não era bem isso...
Para a comunicação social, sem dúvida que vende mais se for "partícula de Deus" em vez de "raio da partícula", ou "partícula maldita"...


Blogosferando - 76


No Corta-fitas, há esta licenciatura honoris causa:

"Chego tarde ao que Narana Coissoró apelidou com imensa propriedade de licenciatura honoris causa. Trata-se de mais um enxovalho para o país, para as universidades, para a pessoa em causa. Mas acima de tudo é um enorme insulto para os alunos desses cursos e respectivas famílias, para os docentes e para a própria faculdade.

Como explicar àqueles alunos a importância do curso, a necessidade de se empenharem, às famílias explicar o benefício do esforço financeiro, se afinal mais vale lançarem os rapazes à vida e repescarem-nos mais tarde para um diploma rápido? Como explicar a necessidade de docentes, de ouvir docentes, de estudar docentes, de pagar a docentes, se afinal tudo de resolve com um conjunto bem montado de equivalências? E como explicar a necessidade ou a importância de uma faculdade e de um curso que afinal se pode fazer sem ser feito, tudo por equivalências “profissionais”?

Que interesse para o mercado de trabalho pode ter semelhante curso? Que interesse poderá ter ser examinado por semelhante corpo docente? Que interesse poderão ter as famílias em semelhante investimento nos seus filhos? Que interesse poderão ter os alunos sérios em semelhante curso de Ciência Política e Relações Internacionais, agora definitivamente apelidado pelo anedotário nacional como “O Curso do Relvas”?

O canudo de Sócrates deitou abaixo uma universidade inteirinha. Até ver, este último canudo ainda só destruiu um curso. Ainda."




E uma adenda a partir do ABC do PPM:


"A lei que "prevê que as universidades e politécnicos possam reconhecer 'através da atribuição de créditos, a experiência profissional' de pessoas que já tendo estado inscritos no ensino superior e pretendam prosseguir estudos" e que parece que contribuiu para Miguel Relvas tirar num ano o curso de Ciência Política e Relações Internacionais na Lusófona, é de 2006. Ai é de 2006? Deixa-me cá fazer as contas... bem, em 2006 era ministro do Ensino Superior Mariano Gago (corrigido). Uma boa lei, não era?"    

terça-feira, 3 de julho de 2012

Mas o que é isto?!


Para além da mania da doutorice, que já Eça martelava, esta forma de tirar a licenciatura é a chico-espertice da cunha em altos brados.
Mas esta gente não se olha ao espelho?

Se eu fizer um requerimento a uma universidade qualquer, alegando a minha experiência profissional, posso ter um doutoramento?

segunda-feira, 2 de julho de 2012


A ver passar os navios


Se continuarem a fechar os olhos a quem pratica a fraude, não me espanta.

Exemplos: 
- no Metro, os seguranças nem piscarem os olhos quando alguém se cola ao passageiro da frente para atravessar as cancelas (ou saltarem sobre elas);
- na Carris, entrar um grupo de adolescentes sem passe/bilhete e nem serem questionados pelo motorista.

Claro que são estes cidadãos os que se queixam de os transportes públicos serem cada vez mais caros...

domingo, 1 de julho de 2012

Euro 2012: Espanha



Gosto do resultado!

Quando leio que "custa dar os parabéns à Espanha" (no facebook de uma figura pública), nem sei o que dizer.
Isto é futebol ou é xenofobia? É desporto ou é política? É civismo ou é preconceito? 
Qual o motivo para odiar assim a selecção espanhola? 
Qual o motivo para odiar (antes) a selecção alemã?
A padeira de Aljubarrota, os Filipes? Angela Merkel?

Gente pequenina, pá!

Uma aterragem na Madeira

sábado, 30 de junho de 2012

Domingo com mais um segundo

"O próximo domingo vai ter mais um segundo. A velocidade de rotação da Terra tem vindo a diminuir e, por isso, a hora tem de ser acertada. 
A decisão segue uma recomendação da International Earth Rotation Service (IERS), a entidade da União Astronómica Internacional que estuda a relação entre a rotação da Terra e a medição do tempo.
Em todo o mundo, o acerto ocorrerá em simultâneo. De acordo com a autoridade portuguesa que estabelece e fornece a hora legal do país, o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), essa mudança acontecerá nos Açores na noite deste próximo sábado, 30 de Junho, sendo o segundo a mais introduzido entre 23h59m59s e as 00h00m00s. Em Portugal Continental e na Madeira, onde é uma hora a mais do que nos Açores, o acerto ocorrerá por isso já a 1 de Julho, entre as 00h59m59s e as 01h00m00s. 
Este tipo de acerto, com a introdução de um “segundo intercalar”, como é chamado, é feito no final dos meses de Junho ou Dezembro e começou a ser realizado em 1972. Desde então, este acerto já foi feito 24 vezes, refere o OAL. 
O director do observatório, Rui Agostinho, explica que a rotação da Terra a muito longo prazo - daqui a 4600 milhões de anos, tantos quantos tem agora o nosso planeta - vai abrandar ao ponto de um dia ter então a duração de cerca de 53 dias actuais. Ou seja, em vez das actuais 24 horas, um dia terá qualquer coisa como 1272 horas."

Redundante?


“Eles estão a ser vítimas da vítima que nós estamos a ser vítimas”

Esta frase foi dita por um homenzinho a protestar contra as portagens da A125, no Algarve.
Se alguém conseguir perceber o que ele quis dizer...

Jornalismo idiota

No site do jornal I estão esta fotografia e este título com uma ligação idiota:


domingo, 24 de junho de 2012

Imagem sem palavras - 171


Euro-parvoíces

"Eusébio está determinado a acompanhar esta epopeia que se prevê histórica da selecção nacional neste euro 2012."

Acabei de ouvir esta parvoíce na TVI pela voz de uma jornalista a relatar o estado de saúde de Eusébio.
Quanto à saúde dele, já não bastava terem perguntado aos jogadores se aquele mal-estar prejudicava a equipa...
Haja paciência!

Às portas de Lisboa

Manhã de domingo. 
Terreiro do Paço. Ou Praça do Comércio. O mesmo local, dois nomes.


Ali vou parar, depois de ter vindo do Rossio, descendo a quadrícula pombalina.


Sento-me na esplanada do Aura, na ala poente da Praça, onde antes havia uma estação de correios. Do meu lado esquerdo, o imponente arco da Rua Augusta. À minha direita, mais longínquo, o Tejo. 




O sol inclina-se para este lado, mas os chapéus são protecção suficiente. 
Algumas mesas ocupadas, aqui e na esplanada ao lado. Sobretudo turistas a aproveitar o espaço. 
O burburinho da praça, as pessoas a passar, os eléctricos sobre os carris, os autocarros. Palavras imperceptíveis, gargalhadas ao longe, ruído de chávenas. 
Está-se bem aqui. Na praça aberta ao Tejo, porta de Lisboa, sinto-me numa capital europeia. Europa. A elite do mundo. Apesar de tudo. 
Hoje a praça está limpa, aberta, livre. 



A semana passada estava ainda com os restos de um evento comercial. Um espaço desagradável. 
Nesse dia fui ainda a um dos novos recintos na ala nascente. Não gostei. Muito tempo para ser atendido. Muito tempo para chegar o meu café. Um café mau. Um preço exorbitante. Nunca mais lá irei. 
Hoje, pelo contrário, neste lado da praça, apetece estar. Ao ambiente junta-se o som da música. Agradável o piano que se ouve lá atrás, vindo das arcadas. 



A Praça do Comércio está renovada, num estilo clean. Os candeeiros históricos do século XIX, perfeitamente enquadrados pelos edifícios, foram substituídos por outros modernos, em forma de tubos. Não decidi ainda se gosto ou não. Mas a renovação da praça, o encerramento das faixas laterais ao trânsito, a abertura de esplanadas nas arcadas, são positivas. 
Lisboa ganha com esta novidade, trazendo as pessoas para aqui. 
A vida, as pessoas, Lisboa chegaram à Praça do Comércio. E não apenas para os turistas.