sexta-feira, novembro 27, 2015

"Somos a única associação no país com este crescimento nos últimos 10/15 anos"

Júlio Vieira foi reconduzido pelo quarto mandato na presidência da Associação de Futebol de Leiria (AFL). À Gazeta das Caldas recordou algumas das batalhas mais importantes que realizou em prol do futebol, distrital e nacional, e destaca o crescimento do associativismo ao longo do tempo em que é presidente. Os 16 anos não fazem, porém, esmorecer a vontade de melhorar e os projectos não faltam . O destaque é a nova Academia de Arbitragem, que em quatro meses angariou cerca de 100 novos árbitros.

Quais os mais importantes dos mandatos que já tem na AFL?
É difícil fazer um apanhado de quatro mandatos e 16 anos. Podia referir as dificuldades que tivemos logo no início com questões relacionadas com fiscalidade e fruto das lutas que travámos conseguimos minimizar os problemas que os clubes tiveram no nosso distrito, comparando com outros distritos que tiveram problemas muito mais graves. Estabelecemos com a Direcção Distrital de Finanças um trabalho conjunto que permitiu salvaguardar os clubes na medida do possível.
Tivemos outras lutas grandes, como a aprovação do novo regime jurídico, nessa altura já estávamos a liderar a comissão delegada das associações e liderámos essa luta a nível nacional. O regime não é perfeito, não é  que gostaríamos que fosse, mas é bem melhor do que o que estava para ser aprovado.
A nível desportivo, o que nos orgulha é que em 1999 tínhamos 320 equipas e hoje temos 740. Somos a única associação no país com este crescimento nos últimos 10/15 anos, muitas delas tiveram o percurso inverso.
Outra das coisas que marcaram foi a implementação de todos os escalões de futsal e o lançamento do Futebol de Rua. Somos a primeira associação em futebol de sete, a segunda em futsal e a única com futebol de rua.
São marcas que nos orgulham e que nos deixam satisfeitos.

Com todas estas equipas há falta de árbitros. Foi criada a Academia de Arbitragem, como tem corrido?
No meio deste crescimento que temos tido, não temos conseguido acompanhar na mesma proporção em relação aos árbitros. Passámos de 22 provas, para 67 provas. Já tentamos de quase tudo. Temos um projecto novo, pioneiro a nível nacional. Dentro da academia, existe um departamento de recrutamento e ao fim de três meses, pela primeira vez conseguimos realizar um curso com 55 candidatos. E a boa notícia é que já temos quase 50 candidatos à espera de um novo curso, É uma proeza em ter em três quatro meses mais de 100 candidatos disponíveis a tirar um curso de árbitro, o que é deferente de experimentar. Isto dá-nos esperança que, desta vez, vamos ser capazes de resolver o maior problema que a AFL tem, de não ter árbitros para todos os jogos.
Há uma sobrecarga dos árbitros, por um lado, e por outro o Conselho de Arbitragem não consegue fazer nenhuma gestão do mérito e do desempenho.

A AFL é uma pioneira na utilização de seguranças em vez do policiamento. Como tem corrido? E como é que as acções de formação para os seguranças vão ajudar?
Fomos a primeira no país, há seis, sete anos, que prescindimos do policiamento no futsal. Essa talvez seja uma das razões para o futsal ter crescido tanto, porque há um encargo associado e isso aliviou os clubes. Felizmente tem corrido bem, mas é evidente que estas medidas têm que ser acompanhadas, com ferramentas para que estas pessoas saibam as responsabilidades e o que têm que fazer no terreno. Essas acções são precisamente para isso.
Mas vamos fazer outras, que têm a ver com os pais e a envolvência que têm na formação dos atletas, que é outro problema recorrente, que se tem vindo a agravar. Não vamos educar porque são adultos, mas vamos alertá-los  para a importância que têm no acompanhamento dos filhos, sem se imiscuírem no trabalho dos dirigentes e treinadores.

A Gala do Futebol Distrital serve para distinguir os clubes e os atletas e dá um espírito de corpo entre clubes e AFL. Tem sido positivo?
Fomos provavelmente a primeira a realizar Galas do Futebol Distrital, hoje há uma série delas a seguir o modelo. Fizemo-lo por duas ou três razões simples. Valoriza e dignifica o futebol distrital. É muito importante para a união da família do futebol.
Na próxima época desportiva a Gala vai sair pela primeira vez de Leiria por razões excepcionais, que têm a ver com o centenário do Caldas SC, que é sócio fundador e obviamente não podíamos ser indiferentes a isso. Talvez seja uma das melhores formas de agradecermos ao Caldas o trabalho feito em prol do futebol.

Está no início de um novo mandato. O que é que lhe falta e o que é que pretende fazer?
A vida associativa renova-se em cada mandato, por isso os projectos são sempre inacabados. Renovámos os órgãos sociais, entrou gente nova, com ideias novas. Temos um plano de actividades para este ano e um plano de trabalho para os próximos quatro anos muito ambicioso. Vamos implementar o cartão branco e o cartão do fair play. Criar um centro de treinos para as selecções e para podermos trabalhar melhor as competências dos atletas de Leiria. Acabámos de renovar o parque de viaturas da AFL. Temos projectos para lançar na área da iniciação e da inserção no futebol. Vamos ter três cursos de treinadores, lançamos um projecto de desenvolvimento do futebol feminino em conjunto com o Desporto Escolar, que já está em andamento. Ideia e projectos não nos faltam, acho que vais ser um mandato profícuo e com reforço, espero eu, do futebol distrital.

Pode ver a entrevista na íntegra na edição em papel da Gazeta das Caldas de 27-11-2015
Foto: Rodolfo Deyllot

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