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terça-feira, 11 de setembro de 2018

ACÇÕES INDISPENSÁVEIS E INADIÁVEIS

Acções indispensáveis e inadiáveis
(Publicada no Semanário O DIABO em 11 de Setembro de 12018)

Em vez da propaganda onírica que idiotiza o povo e lhe cria, quando despertar para as realidades, vontade de defender os interesses colectivos e agir de forma violenta contra quem o enganou, será conveniente informar lealmente e incitar à convergência em direcção ao desenvolvimento nacional de que todos beneficiem.

A propaganda e a oferta de ilusões irreais, fantasistas, não melhora a situação de idosos e reformados; não aumenta o rendimento médio das famílias, que se tem afastado negativamente da média europeia; não melhora o desenvolvimento económico; não evita que se caia numa crise semelhante às que estão a massacrar as populações venezuelanas ou sul-africanas. Porque será que a economia tem estagnado há vinte anos? Porque será que nos últimos 44 anos não se construiu nada que se pareça com o que aconteceu nos 44 anos anteriores ao 25 de Abril – escolas primárias em quase todas as aldeias, liceus, palácios da Justiça, hospitais, quartéis para as Forças Armadas e para as Forças e Segurança, etc. – e não se criou dívida pública, antes pelo contrário, foi deixada uma reserva volumosa?

Sem análises profundas e sérias dos factores que levaram à estagnação da economia e da sociedade nacional, e sem serem definidos objectivos de crescimento e elaborados os consequentes planos estratégicos para os atingir, de nada vale a propaganda nem as “verdades politicamente correctas”.

Antes pelo contrário, pois, quando o povo despertar da sonolência induzida pelas fantasias com que é sedado e se consciencializar das realidades, acabará por reagir de forma espontânea, descoordenada, o que pode ter resultados dramáticos principalmente contra os que considera culpados do seu mal-estar. Entretanto, os jovens, isto é, a geração melhor preparada, emigrará em massa, o que representará uma grave perda nacional, por tornar mais difícil a recuperação da economia que é indispensável para o desenvolvimento global do País, principalmente nos sectores mais significativos.

A análise cuidadosa e honesta, sem preconceitos, dos erros ocorridos na vida nacional nas décadas mais recentes, com a intenção de não voltarem a acontecer e de deles serem tiradas as melhores lições para os evitar, desenvolvendo estratégias eficientes de desenvolvimento e recuperação, é uma medida sensata para construir um futuro liberto do pântano actual.

Em democracia, as decisões devem se tomadas com o povo e em seu nome, que é mandante dos agentes do poder político que devem considerar-se seus servidores. O povo, sendo informado com verdade, de forma clara, com frontalidade e sem fantasias oníricas, dará a sua colaboração, se lhe forem criadas condições que o levem a compreender e a ter confiança nos seus mandatários.

Destas considerações ressalta a necessidade de definir tarefas indispensáveis e inadiáveis para preparar o futuro imediato e, depois, o prolongar persistentemente com a necessária adaptação aos condicionalismos que forem surgindo, sempre de forma sensata e inteligente.

Devem ser evitadas saídas infelizes como as do PM e do MAI relativamente aos incêndios de Monchique: «será a excepção que confirma a regra do sucesso», o fogo de Monchique não é como «a vela de um bolo de aniversário (que) todos apagamos com um sopro», «(...) Notável (...) Notável (...) Notável (...)» «notável» a actuação da Protecção Civil em Monchique)…

A propaganda deve evitar cedências a pretensos “intelectuais” que vestem a capa de fascistas leninistas estalinistas que se esforçam por seguir uma táctica já posta de lado pela Rússia, a China, Cuba e alguns estados do leste europeu, a qual está a causar sofrimentos dramáticos na Venezuela e na África do Sul.


quarta-feira, 29 de março de 2017

UMA DECISÃO DEVE SER SEMPRE PRECEDIDA POR ANÁLISE E COMPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES POSSÍVEIS


As paragens e os recuos a que Trump já foi obrigado, durante pouco tempo de funções realçam a conveniência de, antes e ser tomada uma decisão, dever ser analisado o tema, e todos os factores que o condicionam a fim de serem formuladas várias soluções possíveis compará-las e escolher a melhor. É assunto já aqui abordado diversas vezes.

A experiência mostra que é mais aconselhável prevenir um erro do que, depois de ele ocorrer, ter de o remediar.

Recentemente, após a fuga de três presos da prisão de alta segurança de Caxias, a Inspecção decidiu investigar, em perda de tempo, talvez apenas para arranjar uma punição para os guardas de serviço com base num eventual descuido de vigilância. Mas o que é provável é ter havido falta de medidas preventivas activas funcionais, de eficiência controlada, com sentido de responsabilidade, que impedissem fugas bem sucedidas. Hoje, com os meios eléctricos e electrónicos de vigilância e controlo, é estranho um tal fracasso. Talvez a Inspecção devesse, previamente, ter controlado, os procedimentos do pessoal e os equipamentos, com visitas aleatórias, para ter a garantia de que tudo estava a funcionar correctamente, sem agora ter necessidade de remediar erros ocorridos.

Caso que também coloca o problema da deficiente prevenção e da ausência de cuidado em obter garantia de que os encarregados de guardar as 57 pistolas da PSP desaparecidas eram merecedores de toda a confiança. Tantas armas não podem ter desaparecido num só dia e, desde a falta da primeira, a fuga devia ter sido estancada antes de atingir quantidade tão significativa. Pois, certamente, o desaparecimento não foi em conjunto, mas por pequenas quantidades de cada vez.

Errar é humano e as facilidades são atractivas para quem tem exagerada e desajustada fé em milagres. «Deixa estar assim e pode ser que não aconteça nada» é uma regra a abandonar por quem tem sentido de responsabilidade.

Também nos fogos florestais, apenas se pensa neles no aspecto combativo, depois de ateados, porque isso convém aos que beneficiam dessa atitude, bombeiros, fornecedores de equipamentos, helicópteros, produtos ignífugos, etc. Mas, está a findar o momento anual apropriado em que se deve pensar em medidas eficazes destinadas a reduzir os fogos ao mínimo, evitando os vultosos prejuízos para os proprietários que, anualmente, vêm os seus haveres consumidos pelas chamas. Mas infelizmente, com a falta de gente capaz de planear a prevenção, iremos assistir, com o coração angustiado, dentro de poucos meses, a mais umas semanas de catástrofe. Porém, essa languidez de costumes não é pecado apenas dos portugueses. Ao mais alto nível da vida mundial acontece o mesmo, em muitos aspectos. Por exemplo, perante o drama dos refugiados, fala-se em dar-lhes abrigo e outros apoios, mas não se conhece intenção de criar formas de evitar os conflitos internos e externos que lhes dão origem. Em vez de se procurar manter a paz e a harmonia social, actua-se militarmente, com armas mais poderosas arremessadas por canhões e aviões que agravam o problema, com enormes destruições de património (por vezes com grande interesse histórico e artístico), perdas de vidas inocentes e produção de feridos que, se escaparem à morte, podem ficar deficientes e incapazes. Porquê isto? Porque os fabricantes de armamento pretendem aumentar as suas fortunas com guerras que quase «impõem» aos grupos terroristas e aos Estados com apetência para alimentar a ambição e a vaidade dos seus dirigentes.

Os governantes esquecem, ou não querem ver, que a violência combatida pela violência conduz a uma espiral imparável e gera ódio e desejos de vingança, que se prolongam durante várias gerações, e os resultados disso lesam os direitos da Humanidade. Actualmente, são bem visíveis os incalculáveis inconvenientes da invasão do Iraque, em 20 de Março de 2003, por ela ter sido decidida ao contrário da metodologia da preparação das decisões aqui referida no texto publicado em 27 de Setembro de 2016.

Como o Mundo seria melhor, e as pessoas mais felizes, se os detentores de altos cargos tivessem apurado sentido de responsabilidade, competência, respeito pelos direitos humanos, sensatez e vontade de prevenir situações de acidente e de violência e dominassem as suas próprias tentações de vaidade e ambição!!!. Não deve esquecer-se a atitude da Malásia e a segui o Japão ao tentar convencer a Coreia do Norte a dialogar para atenuar a ira da Coreia do Norte. No mesmo tema também se evidenciou a China e a Rússia a tentar serenar os espíritos, no sentido proposto pela Malásia.

Notícia muito recente diz que embora, no nosso País, já estejam identificados há 10 anos infraestruturas com risco de atentado, apenas há três anos se iniciou a validação dos respectivos planos de segurança. Mas, embora já tenham sido aprovados cerca de 50 relativos a infraestruturas críticas, ainda há 30 por validar, do total de cerca de 150 «pontos sensíveis» identificados pelos técnicos de segurança. O processo está a andar demasiado devagar, pelos vistos, sem uma real sensibilidade para a necessidade de «prevenir». É bom ser como o velhinho pensador, mas sem se deixar pear pela indecisão.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

GOVERNAR É DECIDIR E DECIDIR É PENSAR


É preocupante que alguns governantes, políticos e comentadores submetam a sua argumentação, teimosamente, a citações de ideólogos que, sendo pensadores respeitáveis e a quem o mundo muito deve, ao fim e ao cabo, emitiam opiniões válidas sintonizados para a sua época. Trata-se de indicação do azimute a seguir para chegar a uma finalidade, mas que não dispensa de ajustes pontuais adequados aos obstáculos encontrados no itinerário.

É vulgar ouvir-se que «cada caso é seu caso» e uma solução pode resultar numa situação, mas raramente pode obter o mesmo êxito em caso parecido mas diferente em pormenores que parecem diminutos.

Por isso, há que analisar cuidadosamente os problemas e os seus diferentes factores, a fim de os equacionar com realismo e obter a melhor solução possível, como se diz em «pensar antes de decidir» . Só assim se obterá o melhor resultado possível com vista a melhorar a qualidade de vida dos cidadãos amanhã, num futuro mais ou menos distante.

Não há ideologias milagrosas, nem soluções imutáveis e permanentemente válidas. A confirmar estas palavras, merece ponderação a afirmação de um deputado, «Já não sou um liberal. O Estado tem de ter força», que mudou de opinião perante as realidades com se tem defrontado.

Um ministro não pode estudar com a necessária profundidade cada assunto que tem de decidir e, por isso, dispõe de assessores que devem se nomeados pela sua preparação e capacidade para serem colaboradores válidos e não apenas por compadrio como refere um artigo do Público do início do ano corrente que se intitula «Estudo mostra que boys ajudam a controlar administração pública».

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segunda-feira, 21 de julho de 2014

PENSAR É INCÓMODO

PENSAR É MUITO INCÓMODO. Quando se tem curiosidade em compreender o que se passa e os motivos porque acontece assim, e procuramos vencer o incómodo de pensar, conseguimos, frequentemente, obter respostas para as nossas dúvidas. Por exemplo, porque temos vindo a ser tão mal governados? Já se sabia que os políticos nascem como cogumelos de terrenos pouco higiénicos; as jotas são abastecidas de jovens de pouca qualidade, muitas vezes com dificuldades nos estudos a meio da adolescência e, de entre eles, os escolhidos para altos cargos são seleccionados, não por capacidade intelectual e cultural, mas por compadrio de forma que faz descer a qualidade a cada passo. Ninguém escolhe para seu colaborador um génio que o possa criticar e derrubar.

Por outro lado, eles decidem ir para a política, como tábua de salvação, tendo como objectivo, o enriquecimento rápido, com bom volume e por qualquer forma. Para isso, como dispõem de bom salário, luxuosas mordomias, carros, viagens, oportunidades de estar em frente de um microfone e dizer coisas banais, desligadas da realidade nacional e, por isso, inconsequentes, apoiados e aplaudidos por colaboradores subservientes e «yesmen», pensar é incómodo e não é prioritário. E têm que agradecer ao povo obscurecido que os elege, porque se libertam do sacrifício de puxar pelos neurónios porque «pensar não é uma prioridade», como diz Júlio Machado Vaz.
Realmente, pensar é muito incómodo.

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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

EMENDAS NO OE PARA AS UNIVERSIDADES


Os reitores das universidades notam «espírito de cooperação» em reunião com Passos Coelho. Este «mostrou abertura para, no início de 2014, repor os valores que os reitores entendem ter sido cortados em excesso.»

O facto de as decisões serem tomadas sem base em estudos correctos com a colaboração dos mais interessados, e sem serem analisados todos os factores do problema com vista a evitar resultados indesejados, conduz a posteriores remendos com os respectivos inconvenientes para os serviços e para a imagem de imponderação que recai sobre os decisores. A táctica de avanços e recuos, de erros e tentativas, de avanços e recuos, sem ESTRATÉGIA bem definida, não honra nem prestigia líderes e dirigentes.

É, pois, fundamental pensar antes de decidir, como se sugeriu no post de 4 de Dezembro de 2008. Depois de tomadas as decisões, poderão ser feitos pequenos ajustamentos pontuais, de acordo com o controlo da sua aplicação, mas devem reduzir-se ao mínimo indispensável, se os estudos que conduziram à decisão foram efectuados com competência e honestidade.

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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

MINISTRO DA DEFESA E O VELHO DO RESTELO


Na estrofe 95 do Canto Quarto de Os Lusíadas de Luís de Camões, constam as primeiras palavras de «um velho de aspecto venerando»:

«Ó glória de mandar. Ó vá cobiça
Desta vaidade a quem chamamos fama!
Ó fraudulento gosto que se atiça
Cüa aura popular que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peio vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas! (…)»

Palavras de sensatez que sugerem a meditação que deve preceder a aventura E medir as consequências de cada passo. Mas alheio a apelos de estudo, planeamento, organização e programação Ministro da Defesa critica «velhos do Restelo».

No seu entusiasmo caprichoso e obstinado, esquece que se deve pensar antes de decidir. O interesse nacional aconselha que nem devemos obedecer cegamente aos conselhos conservadores do Velho do Restelo, nem seguir inconscientemente as loucuras de jovens imponderados e de de «fraudulento gosto» ambiciosos de «glória de mandar», de «cobiça», de «vaidade» e de «fama»

Em vez de impulsos imponderado e caprichosos de «custe o que custar», há que procurar o que há de positivo nas opiniões de uns e de outros para definir a bissectriz e a estratégia mais adequada a seguir para um futuro melhor.

Portugal não dispõe de «musculatura» para se meter em aventuras de alto risco, ao sabor de jovens incompetentes, impreparados e arrogantes que pretendem avançar antes de procurar prever os riscos e inconvenientes dos passos que querem dar.

Ao mesmo tempo que deparei com a notícia atrás referida encontrei outras referidas ao negócio dos estaleiros de Viana do Castelo de que cito os títulos (basta fazer clic sobre eles para os abrir): Ministro pode comunicar despedimento de trabalhadores de estaleiros, Trabalhadores convidam ministro da Defesa a conhecer estaleiros, e Autarca de Viana do Castelo indignado com ministro da Defesa.

As opiniões dos portugueses não devem ser ignoradas, principalmente as dos trabalhadores dos estaleiros e da autarquia local, segundo aquilo de que tanto se fala quando se argumenta com a autoridade democrática.

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terça-feira, 9 de abril de 2013

GOVERNAR COMO CONDUZIR AUTOMÓVEL


Por considerar dever dar mais destaque ao texto de um comentário, transcrevo-o para aqui com pequenos retoques:

A serenidade, ao contrário da exaltação descontrolada constitui um valor a manter e a rendibilizar para a reflexão, a inovação e a produtividade no melhor sentido e para os melhores efeitos.

Mas da reflexão não deve resultar uma IDEIA FIXA, dogmática. Com efeito, não há verdades absolutas senão em mentes débeis de cruéis ditadores autoritários e dominadores pelos piores métodos. Tudo é relativo e tudo está sujeito a incontáveis factores, em permanente evolução, que exigem rever a acção em cada momento, adaptando-a a alterações ambientais, circunstanciais. Viver ou governar constitui uma actuação do género da condução automóvel em que o volante da direcção não pode ser desprezado um só momento, a fim de fazer face, com eficácia, às condições da estrada e a tudo o que nela se passa ou pode vir a passar-se.

A impreparação, a incapacidade e a vaidade de governantes cria-lhes a errada noção do poder e da infalibilidade e teimam obsessivamente num capricho que impõem ao povo «custe o que custar», não reconhecem os seus erros e falhas e «prometem continuar» em vez de procurar mudar para a rota mais apropriada para atingir os objectivos mais favoráveis aos 80 por cento da população, aquela que está por eles condenada a viver na pior miséria e a morrer de fome, de carência de cuidados de saúde, de deficiente educação, de insegurança ou por suicídio.

O povo, com o poder que lhe é concedido teoricamente pela DEMOCRACIA, devia gritar mas infelizmente está exangue, sem coragem nem força para manifestar a sua indignação, e deixa-se iludir por promessas, que não passam de palavras bonitas.

Mas a vacuidade cerebral está ligada à ostentação e ao palavreado oco, e aparecem jovens acriançados, sem uma sólida preparação, a tentarem convencer que são SENHORES ÚNICOS DA VERDADE e que prometem colocar de lado a PESTE GRISALHA!!!. Outros puxam por um dos poucos livros que folhearam e citam frases de sábio do século passado a querer mostrar competência e idoneidade e tentam impor ideias que foram aplicáveis noutros tempos mas que não são minimamente ajustadas à sociedade actual, com características muito diferentes e mais complexas. Não conseguem perceber que as realidades são outras, não conhecem o mundo real e as condições em que vive grande parte da população que, por isso, martirizam de forma desumana. Parecem marionetes submissas aos cordelinhos manipulados por alguns senhores do poder financeiro que fazem parte dos 20 por cento favorecidos pelo regime. E mesmo estes vivem iludidos, porque se destroem os 80 por cento que produzem e consomem, ficam sem alimento e sem quem os sirva e sem fonte do enriquecimento a que estão habituados.

Muitos dos que têm funções directivas e de gestão, com pessoas, de carne e osso sob a sua responsabilidade não sabem aplicar nas suas tarefas o exemplo do automobilista que nunca fixa o volante, para não se expor a um grave acidente nos segundos mais próximos. A propósito, O presidente do ACP atribui a quantidade de acidentes rodoviários à péssima preparação dos condutores. Isso também merece ser meditado de forma abrangente à formação geral dos portugueses.

E o pior mal da humanidade é que, pelo mundo, predominam nos governos e ekm funções de alta responsabilidade pessoas de tal estirpe, que não pensam nos interesses das pessoas mas apenas nos seus próprios e nos do seu clã e se orientam por vãs vaidades, como se vê na Coreia do Norte, na Síria e em vários países da Europa que, há muito tempo, deixou de ser o modelo e a mola real da civilização ocidental e exemplo para o Mundo.

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quinta-feira, 14 de março de 2013

Ajustar a despesa do Estado. Como?


Passos Coelho, ao fim de quase dois anos de Governo, chegou à conclusão brilhante de que"Não poderemos ter impostos mais baixos se não ajustarmos a despesa do Estado". Isso tem isso sido afirmado aqui por repetidas vezes, mas em muitos aspectos o Estado continua a engordar, noutros aspectos mantém as gorduras sem coragem para as reduzir e, infelizmente, noutros aspectos tem cortado insistentemente as energias das pessoas singulares e das empresas mirrando a economia, com o que cria encerramento de empresas e aumento do desemprego, com a consequente diminuição dos impostos recebidos.

As vítimas da austeridade excessiva e obsessiva não são tão ignorantes como pensam os governantes e, segundo uma sondagem da Universidade Católica, os portugueses não estão de acordo com as opções do governo para cortar na despesa do Estado. As despesas sociais devem merecer mais respeito, não apenas como direito adquirido, mas porque muitas delas estão relacionadas como o compromisso de retribuir aos contribuintes as suas prestações mensais durante muitos anos para garantir reformas e apoios sociais de vária ordem.

E é isso que conduz à constatação lógica de que “há uma grande convergência em torno de um aspecto: é preciso parar a austeridade”.

Lendo as três notícias aqui linkadas teremos tema para larga e demorada meditação sobre as malhas tecidas pelos maus governos que temos aturado e que não corresponderam minimamente às promessas feitas em campanhas eleitorais, o que acaba por fazer perder a confiança no regime em que vivemos e retira credibilidade ao sistema eleitoral.

Cortar despesas do Estado sim, mas com critério de seriedade, isto é, simplificando a máquina oficial - a começar pelo Governo e pelo Parlamento - sugadora do dinheiro dos impostos, eliminando ou fundindo as instituições não absolutamente necessárias, reduzindo a burocracia ao mínimo, diminuindo pessoal, equipamento e instalações ocupadas, reduzindo a quantidade de «observatórios» e outros tachos inúteis para os portugueses, parando com apoios a fundações e outras organizações de pouca ou nenhuma utilidade para a sociedade, reduzindo mordomias de ostentação, etc, etc.

Oxalá que as conferências de debate sobre as funções do Estado não sejam uma montanha que pare um rato e que delas saiam conclusões práticas, viáveis, para um País que precisa de vitaminas para se restabelecer da anemia para que foi empurrado por sucessivos Governos ineficazes. É pena que tais debates não tenham tido lugar há mais anos, pois é sabido que é fundamental «pensar antes de decidir» como foi aqui dito em 4/12/2008.

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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Governar é tomar medidas a favor da Nação

Governar é tomar decisões e medidas, para o que devem ser tidos em consideração todos os factores que levem às melhores soluções e, para isso, não pode esquecer-se as pessoas que vão sofrer as consequências ou delas beneficiar. As pessoas são a principal componente dos interesses nacionais.

A componente fundamental de um Estado é a Nação, isto é, o conjunto dos cidadãos, e nada deve ser feito em seu prejuízo, mas sim tudo deve ser feito para seu benefício. Não deve ser esquecido o velho lema «Tudo pela Nação, Nada contra a Nação».

Um governante da área das finanças não pode limitar-se a ser «operador de calculadora», a usar apenas os números gerais e estatísticos, dentro das paredes do gabinete, ignorando os portugueses, riscar planos teóricos em papel branco, como se o país não fosse uma geografia variada de pessoas e outros condicionamentos, como diz Santana Lopes ao exortar a troika a deixar de impor medidas de «régua e esquadro». Não podem ser desprezadas sugestões, porque de entre todas pode aparecer algo de muito positivo e útil como esta, de político experiente.


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sábado, 31 de março de 2012

Rigor ou cata-vento impune?

Há mais de três anos, está aqui um post que apresenta uma tecnologia para se beneficiar da conveniência de pensar antes de decidir e tem sido referido sempre que se torna oportuno ser relembrado tal conceito por parecer esquecido.

Agora depara-se nova oportunidade suscitada por duas notícias que não teriam existido se, da parte dos intervenientes nos casos referidos, tivesse havido capacidade, competência dedicação à função e respeito pelos cidadãos que os tivesse levado a maior rigor e eficácia na preparação das decisões tomadas.

Imagine-se que Regras para acesso ao Ensino Superior através do recorrente voltaram a mudar e que o Governo vai fazer correcção na proposta de rectificativo entregue no Parlamento. Parece que a estratégia dos serviços públicos ao mais alto nível tem como objectivo a imitação do cata-vento.

Aos olhos do cidadão vulgar fica a desconfiança acerca da capacidade e da competência dos «altos» funcionários «responsáveis» pelos serviços públicos, bem pagos e livres dos cortes dos subsídios de férias e de Natal, que passam a receber com outro nome.

No caso do Ensino, sendo a Educação um pilar da sociedade e que deve constituir um exemplo de organização, de rigor e de eficiência para a formação dos cidadãos de amanhã, é pena que imite o cata-vento, em sucessivas mudanças, mostrando que as decisões são tomadas antes de serem devidamente estudadas, analisadas, usando o diálogo mais alargado possível. Seria preferível adiar uma decisão do que depois de ser tomada e publicada ter de ser alterada, em consequências de reclamações e observações atendíveis que foram ignoradas na deficiente preparação.

Também na «rectificação» do «rectificativo» entregue na véspera, nada abona da dedicação e do rigor com que as coisas são tratadas, não tendo havido o cuidado de rever conscientemente os papeis elaborados, antes de saírem do gabinete.

Errar é humano mas não é dignificante e quem erra deve ser punido, pelo menos com averbamento na folha de avaliação contínua. Imunidade e impunidade estão certamente entre as causas mais graves da actual situação de crise que estamos a viver e que importa eliminar radicalmente.

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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Peso do passado. Lições para hoje e amanhã

Embora algumas alterações gerais possam parecer cíclicas e voltarem a repetir-se, o certo é que concretamente, o tempo não volta para trás e nada se repete como fotocópia.

Sintonizado com esta ideia, António José Seguro diz que “As soluções do passado trouxeram-nos até aqui”. Estamos a sofrer as consequências más ou menos boas de erros e vícios de períodos anteriores, de muitas décadas. É preciso seguir a metodologia de «pensar antes de decidir», analisando bem todas as circunstâncias actuais, fixar objectivos e procurar, serena e racionalmente, a melhor solução para os atingir.

Neste momento, é preciso romper com vícios e manhas do passado e definir uma estratégia de forma alargada a fim de garantir uma “acção nacional convergente”. A divisão de esforços, as guerrilhas e tricas inter-partidárias, neste momento, são um erro anti-nacional, que desperdiça energias quando todas são poucas para recuperar a vida dos portugueses, nos vários sectores da vida económica e social

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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Inoportuno e Insensato ?

O ministro da Economia admite que a energia nuclear «é uma possibilidade» para Portugal. Realmente, no campo das hipóteses que devem ser estudadas, pois nenhuma deve ser colocada liminarmente de lado, antes de devidamente estudada nas suas vantagens e inconvenientes, e depois todas comparadas entre si para ser escolhida a mais aconselhável no universo dos factores considerados na sua avaliação.

Mas de momento, parece inoportuno e pouco sensato admitir tal hipóteses, depois das recentes manifestações contra a central espanhola de Almaraz em que estiveram presentes ecologistas portugueses, depois das imagens que circulam sobre os efeitos biológicos das fugas radioactivas provocadas pelo Tsunami no Japão e dos não esquecidos dramas decorrentes em muitas famílias devidos ao acidente na central de Chernobil.

Também não se pode deixar de atender aos alertas da professora doutora Maria da Conceição Tavares aos jovens economistas e políticos para o cuidado de não se deixarem dominar pela obsessão da matemática mas, pelo contrário, colocarem os interesses das pessoas em primeiro lugar.


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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Pensar antes da decisão e recusar tabus

Transcrição de notícia seguida de NOTA:

Jerónimo de Sousa: Saída do Euro “não deve ser tema tabu”
Público. 30.05.2011 - 17:44 Por Nuno Sá Lourenço

O secretário-geral do PCP, defendeu em Santiago do Cacém um “amplo debate” sobre a moeda única europeia. “É um debate que deve ser feito, não deve ser tema tabu”. Questionado pelos jornalistas nas oficinas da câmara, o candidato comunista disse que o assunto deve ser “equacionado com transparência, frontalidade”: “Não podemos recear o debate.”

O líder comunista não quis expressar a sua posição sobre a permanência ou saída do euro, tendo antes insistindo na necessidade do debate. “Com base naquilo que for apurado se tirarão as conclusões”, rematou.

Jerónimo de Sousa afirmou hoje ao PÚBLICO, em entrevista, que “mais tarde ou mais cedo vamos ter de sair do euro”, questionando os juros aplicados pela União Europeia no resgate financeiro, traindo o princípio da coesão económica e social.

NOTA: Já há muito tempo foi referida uma metodologia para a decisão, Pensar antes de decidir, em que no ponto 3 consta: «Depois, esboçar todas as possíveis formas ou soluções de resolver o problema para atingir o resultado, a finalidade, o objectivo ou alvo; nestas modalidades não deve se preterida nenhuma, por menos adequada que pareça.» Não há lugar para tabus. Tudo deve ser analisado antes de vir a ser aprovado ou rejeitado, e só então então teremos a certeza de que foi escolhida a melhor solução, a modalidade mais justificada e defensável.

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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Portagens «pára-arranca-pára»


Depois dos protestos na Covilhã contra portagens, no último Domingo, saiu a notícia de que Governo suspende portagens nas SCUT.


Vale mais recuar e emendar erros do que teimar neles arrogantemente. Mas é pena que ainda não se tenha aprendido que decisões tomadas sem terem sido precedidas por estudos competentes, resultam no pára-arrança-pára, com diversos custos: em despesas, em tempo perdido, em ausência de actividades que deixaram de ser feitas por se ter desperdiçado energias e recursos, além do desprestígio dos governantes e da perda da confiança que neles deveria ser depositada. O exemplo das vultosas despesas de teimar durante demasiado tempo na instalação do Novo Aeroporto de Lisboa na OTA, do «famoso» jamé, não deve ser esquecido e devia ter ficado de lição, para a necessidade de sentido de responsabilidade nas decisões com o dinheiro público e de sensatez na escolha de medidas correctas.

E os portugueses devemos acordar e reclamar. É preciso travar as loucuras de governantes insensatos, com a máxima brevidade, antes que esgotem completamente as nossas capacidades de sobreviver. Vale a pena manifestar desagrado.

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sexta-feira, 25 de março de 2011

Reflectir antes de decidir


Seguindo alinha orientadora exposta em Pensar antes de decidir, D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga e presidente da Conferência Episcopal e conhecido pala sua profundidade de pensamento, apela à união contra decisões precipitadas.



Aconselha que há «necessidade de encontrar respostas reflectidas face ao momento de crise política e económica que o país atravessa»; considera que, «na actual situação do país, a urgência de soluções não deve levar a decisões precipitadas»; e por isso, “por vezes, é preferível demorar um pouco mais de tempo a pensar para que as respostas, quando surgirem, sejam as mais adequadas para o momento que estamos a viver”, O Arcebispo Primaz de Braga reitera que «o momento deve ser de união e não de divisão».


E aconselha ao diálogo para uma concertação na procura das melhores soluções geradas com o contributo de uma variedade de pensadores. E afirma cautelosamente com a sua a sua experiência e sabedoria das realidades do País: “Creio que o grande problema de Portugal também está aqui, pessoas que pensam ou que vão pensando, mas um pensamento fragmentado. Enquanto não conseguirmos congregar num pensamento alicerçado numa variedade e numa diversidade muito grande, com dificuldade encontraremos uma solução justa para todos os problemas tão graves”.

É neste ponto do estudo dos problemas para a tomadas das decisões mais importantes para a vida dos portugueses e o futuro de Portugal que a coligação alargada é útil, mesmo que informal e apenas para obter convergência de esforços e vontades a bem dos portugueses. 

Neste momento crítico, as pessoas e a sensibilidade para as questões sociais, devem estar sempre presentes na mente dos políticos. Se estas sugestões de Jorge Ortiga não forem seguidas pelos políticos, poderão vir a concretizar-se na gestação de uma vontade colectiva da sociedade civil e ocasionar algo parecido com aquilo que tem estado a acontecer em países geograficamente próximos.

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sábado, 18 de setembro de 2010

Pensar depois de decidir pouco abona

Há quase dois anos senti conveniência em publicar aqui uma metodologia de preparação das decisões aplicável a qualquer tipo de decisão, isto é, de escolha entre várias hipóteses de solução para os problemas a resolver. Resume-se em pensar antes de decidir.

Mas, infelizmente, há governantes que seguem o caminho inverso: DECIDEM e depois procuram «PENSAR» na medida em que o conseguem! Isto é o que nos levam a crer duas notícias das quais se transcreve a parte inicial:

Directores e autarcas vão ser ouvidos sobre agregações de escolas
Jornal de Notícias. 16-09-2010. Alexandra Inácio

As "comunidades locais" vão passar a ser ouvidas sobre o processo de fusão de agrupamentos. A garantia tem sido transmitida pela ministra da Educação aos directores escolares. Isabel Alçada assumiu que o processo não terá decorrido como o ministério "desejava". (…)

Ministério ainda não aprovou avaliação para directores
Jornal de Notícias. 16-09-2010. Alexandra Inácio

Os dirigentes escolares ainda não sabem como vão ser avaliados, uma vez que o Governo tarda a aprovar o diploma que define o processo. A avaliação docente é um dos temas abordados pela ministra nas reuniões com os directores, por ser uma das questões "que vai marcar o ano lectivo". (…)

O ensino pelo exemplo costuma ser considerado mais profícuo do que quando seja apenas teórico. Mas estes exemplos de recorrer ao diálogo para remediar erros é estranho, pois o diálogo e o esclarecimento mútuo em livre discussão, analisando todas as hipóteses para ser escolhida a melhor, dariam mais resultado e concederiam mais prestígio e eficiência aos decisores.

Quando a simplicidade é virtude, é lamentável que se veja a teimosa procura do caminho mais complicado, que exige mais esclarecimentos posteriores para clarificar o que nasceu torto e confuso, devido a decisões mal preparadas.

Imagem da Net

domingo, 14 de março de 2010

Nós vivemos AGORA

O Jornal de Notícias de hoje traz uma notícia sobre Hermes Fernandes que, tendo sido jogador e árbitro, agora conserta bolas. Soube despir-se das honrarias das glórias do passado e passar a ser um cidadão produtivo, capaz de se sustentar sem estender a mão a subsídios e outros apoios sociais. Diz com vaidade "As pessoas ficam um bocado admiradas quando eu lhes digo que passo o tempo a coser bolas".

«Reformado de uma empresa onde era segurança, Hermes, residente em Airão, Guimarães, conserta bolas de futebol. Numa pequena oficina montada em casa, o artesão recebe bolas de futebol oriundas de pequenos clubes do Norte do país. "Estão descosidas e podem ser recuperadas", explicou. Os clientes são, sobretudo, lojas de desporto onde os clientes entregam as bolas para consertar e que, depois, vão parar à oficina de Hermes Fernandes. "Primeiro descoso e retiro os gomos furados. Se for preciso ponho uma solução de cola. Se estiver só descosida, uso um sistema que inventei, com duas agulhas e coso. Ficam como novas", frisou.»

Esta notícia é quase simultânea com o conhecimento de um caso que passou por e-mail. Daqui podem tirar-se motivos de reflexão. Não devemos manter a ilusão de um passado que já lá vai sem deixar possibilidade de se repetir. Não devemos parar sem nada fazer AGORA para aproveitar as capacidades que ainda temos e, depois, sem criarmos perspectivas de futuro, esperar que ele nos cais no prato, por milagre… e que ele seja à medida do passado de riqueza que tivemos.

Tal passividade poderia criar uma situação dramática, emocionalmente irremediável, pois os psiquiatras, com a medicação química, não são suficientes para suprir a nossa ajuda que é imprescindível, fundamental.

O passado, por mais brilhante que tenha sido, não volta nem o esplendor e o brilhantismo de então nos ajuda a viver nas realidades de agora. A vida, por erros, por azares ou pela própria idade e as alterações na sociedade, obriga-nos a equacionar as nossas capacidades para com elas continuarmos a viver. O AGORA é o momento em que vivemos, em que pomos em prática as lições do passado, para prepararmos o amanhã. O AGORA, o PRESENTE, deve ser devidamente aproveitado e tudo o que fizermos será um investimento para a nossa felicidade possível.
Tanto nas grandes como nas pequenas decisões, é indispensável Pensar antes de decidir.

domingo, 30 de agosto de 2009

Acorda, povo adormecido

Publicado em 20 de Abril de 2007 em Do Miradouro

Em democracia formal, o povo, os eleitores, são chamados a dar o seu voto, o que representa uma opinião sobre os problemas fundamentais do País, olhando este nas circunstâncias internacionais. Qualquer Estado, como acontece também com as empresas, só pode ser bem governado se não fechar os olhos sobre o que se passa na sua periferia, no meio de fornecedores, clientes e concorrentes. A táctica da avestruz de enterrar a cabeça na areia para ignorar o perigo, não é a melhor maneira de um vulgar ser vivo poder sobreviver no meio das realidades actuais. Nestes pressupostos, o eleitor, para poder dar um voto consciente, não pode limitar a sua informação à propaganda da campanha eleitoral do partido da sua simpatia, mas deve, momento a momento, olhar para fora e analisar aquilo que se passa, tomar posição, mesmo que apenas mentalmente sobre cada facto, sobre a forma como são aplicados ou postergados os princípios e valores que devem estar presentes na vida colectiva. Já passámos a época do «orgulhosamente sós» do regime deposto há 33 anos.

Mas, para espanto meu, um correspondente de e-mails que se diz militante do partido no poder, reagiu mal a uma mensagem retransmitida, algo anedótica, sobre a Universidade Independente, mas com moral, dizendo que «Eu interesso-me por outras coisas mais importantes, por ex. a terra onde vivo, os desprotegidos da sorte, a minha família, etc.». Com uma população assim teimosamente fechada no seu gueto, recusando-se a observar o que se passa em áreas que podem afectar a sua vida, a da sua família, a dos desprotegidos da sorte, não pode haver democracia, mas apenas e somente ditadura, mesmo que os ditadores sejam substituídos de quatro em quatro anos. Na situação que Portugal está a viver, todos nós, cada um de nós, é um desprotegido da sorte, pois tem de pagar sem «bufar» aquilo que lhe é exigido unilateralmente pela pesada máquina estatal e autárquica e do dinheiro total resultante dessa exploração, quem mais beneficia é o clã que vegeta à volta do Poder. Estas reflexões não são fruto de má vontade ou de informação privilegiada, mas apenas da observação daquilo que chega ao conhecimento de qualquer cidadão mediamente atento e interessado no bem-estar geral da população e no futuro do País.

Casos com este atrás referido, vêm dar mais razão aos escritos que aparecem no Blog do Leão Pelado , pela mão do bloguista que usa o apelido de «mentiroso». Realmente, com a população adormecida, anestesiada, não pode ser esperado um futuro do País à altura da sua brilhante história. Impõe-se fazer um esforço para acordar as pessoas que teimam em manter-se na modorra apática, abúlica, conformada, indiferente.

A democracia portuguesa precisa de todos os cidadãos, não podendo nenhum se dispensado de colaborar activamente para o desenvolvimento do País, não apenas nos aspectos económicos e financeiros, mas principalmente no culto de valores e princípios válidos para uma melhor qualidade de vida das pessoas. Um País são pessoas que devem ser felizes, e é para elas que deve convergir a acção governativa.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Confiar nos políticos ou pensar com independência. 040630

(Enviada aos jornais em 30 de Junho de 2004)

Sonhei que, quando passeava na Serra de Sintra, onde se concentram fortes radiações cósmicas, me apareceu um extra-terrestre e me disse: «Os terráqueos não querem ser felizes, não querem desenvolver as suas qualidades intrínsecas, a sua personalidade, vivem obcecados por ambições materiais perecíveis e agarrados à ideia de que devem sofrer hoje para virem eventualmente a ser felizes amanhã e, entretanto, evitam pensar e actuar de acordo com as suas próprias convicções. Acomodam-se aos conselhos dos outros, a regras estabelecidas artificialmente, submetem-se às sugestões da publicidade, às promessas dos políticos... Porém, esquecem-se de que cada um é responsável pelas suas decisões, pelos seus actos e não deixa de o ser se actuar sob persuasão ou coacção de outrem; deve passar a agir conscientemente, em conformidade com as suas próprias ideias. E deve procurar ser feliz hoje, porque é hoje que vive; sem, no entanto, comprometer o «hoje» que virá no dia seguinte». E disse muito mais, tudo inserido na mesma directriz filosófica.

Ao acordar, fui bombardeado pelas notícias e comentários sobre a «fuga» do primeiro-ministro e recordei aquela expressão que levava a não acreditar inocentemente nas promessas dos políticos. Com efeito, antes das eleições, eles não se poupam a deslocar-se às aldeias mais recônditas e a fazer inúmeras promessas. Após o escrutínio, esquecem as promessas feitas e os problemas dos eleitores. E, apesar de prometerem lutar pelo bem público durante toda a legislatura, não hesitam em abandonar o eleitorado e baldarem-se para cadeiras mais confortáveis, se alguém lhes acena com uma cenoura apetitosa. E é curioso ver como nos querem convencer que o fazem em benefício do país!!! No entanto, nas discussões que se seguem, este benefício não merece a mínima referência, discutindo-se apenas os interesses de pessoas e de partidos. Como estamos em época do EURO 2004, poderemos dizer que para os políticos, o país representa o mesmo que o relvado para os futebolistas. Tudo se passa, pisando-o sem dó nem piedade.

E, perante estas desconsiderações, o que é que os eleitores devem pensar? Nas últimas eleições, mostraram que se decidem – em conformidade com as palavras do extraterrestre e com o exemplo do primeiro-ministro - por ignorar a publicidade e as promessas comicieiras, considerá-los todos iguais e agir pela sua cabeça, abstendo-se nas urnas. Mas fica-nos a dúvida de qual será o efeito, para a Democracia, desta falta de confiança naqueles que era suposto representarem o povo?