Maduro parece estar muito verde. Lamenta que um dos grandes problemas em Portugal é que "tudo é contestado" e que não conseguimos colocar-nos de acordo quanto aos processos credíveis de apuramento dos factos que devem servir de base às nossas decisões públicas".
Fica-nos a dúvida quanto a onde tem vivido o ministro, se numa redoma opaca. O que é que conhece de Portugal e dos portugueses, daqueles que, como governante, tem a responsabilidade de defender e ajudar a preparar um futuro melhor com mais aceitável qualidade de vida, para preparar "um país mais justo, próspero e livre", como muito bem diz.
Mas como deve saber das suas leituras e da sua competência de universitário, cada povo tem a sua cultura, as suas tradições com qualidades e defeitos, e que não é fácil de mudar em curto prazo . Recordo que já o romano Caio Júlio César (1000-44 AC) disse que «há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar». Talvez, por isso e por não ter havido o necessário cuidado dos governantes na actuação escolar em benefício da «cultura política e cívica», hoje ainda se mantém algo desse aspecto do tempo dos Lusitanos. Quem governa deve conhecer o seu povo e atender à sua idiossincrasia. Mas, infelizmente, há governantes que desprezam os desabafos populares, não procuram conhecer o seu mal-estar e dizem arrogantemente que não têm medo dos portugueses.
Mas hoje, se atendermos a que nos consideramos em democracia, com liberdade de opinião e de expressão, e de obrigatória intervenção pelo menos na ida às urnas, é desejável que o povo observe a forma como os seus mandatados desempenham o papel de representantes eleitos. E dessa observação resulta, forçosamente, o aplauso pelo que se considera correcto e o lamento e a indignação pelo que não corresponda às promessas de antes ou depois das eleições, às previsões, às intenções «asseguradas», «garantidas» e os caprichos arrogantes levados para a frente «custe o que custar«, doa a quem doer.. Muita atoarda atirada como rebuçado para incentivar esperança e confiança, é contradita pouco depois, lançando o descrédito em tudo o que venha posteriormente.
A contestação, a crítica e as sugestões são instrumentos democráticos de participação do povo, em democracia, como contributo para que os governantes tomem as decisões mais correctas e adequadas às circunstâncias de momento e às grande linhas estratégicas para preparar o futuro desejado para Portugal. Do conjunto de opiniões sairá uma melhor preparação das medidas a decidir, segundo o método descrito em Pensar antes de decidir.
Aproveitando as suas palavras poderá afirmar-se que os governantes devem falar ao país com rigor, clareza e verdade, mais sobre políticas públicas e de estratégia de futuro e menos de táctica política ou de intrigas inter-partidárias e, dessa forma, atrair a colaboração e contribuição de todos para um debate público "mais informado e com maior substância". Em vez de impor soluções arrogantes, será preferível preparar medidas com apoio da conversação e do diálogo entre as pessoas mais conhecedoras dos temas.
Precisamos de "um país mais justo, próspero e livre". Com os portugueses que temos, com as deficiências de que sofrem, por carência de um sistema de ensino que não devia desprezar a formação de adultos capazes de gerir a sua vida privada, como pessoas, famílias, empresários e cidadãos eleitores.
É interessante o último parágrafo do artigo Dois anos depois, falhou a mudança de mentalidades: «Passos Coelho chegou ao Governo com um discurso moralista. Acusou os portugueses de viverem acima das suas possibilidades. Passados dois anos, foi aqui que falhou. O Estado que governa continua a gastar muito mais do que pode. Falhou no exemplo. E, enquanto líder, não conseguiu fomentar a mudança de mentalidades. Os portugueses continuam a olhar para o Estado da mesma maneira: exigindo direitos e com pouco espírito crítico. E a culpa é sempre dos outros.»
Imagem de arquivo
Fica-nos a dúvida quanto a onde tem vivido o ministro, se numa redoma opaca. O que é que conhece de Portugal e dos portugueses, daqueles que, como governante, tem a responsabilidade de defender e ajudar a preparar um futuro melhor com mais aceitável qualidade de vida, para preparar "um país mais justo, próspero e livre", como muito bem diz.
Mas como deve saber das suas leituras e da sua competência de universitário, cada povo tem a sua cultura, as suas tradições com qualidades e defeitos, e que não é fácil de mudar em curto prazo . Recordo que já o romano Caio Júlio César (1000-44 AC) disse que «há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar». Talvez, por isso e por não ter havido o necessário cuidado dos governantes na actuação escolar em benefício da «cultura política e cívica», hoje ainda se mantém algo desse aspecto do tempo dos Lusitanos. Quem governa deve conhecer o seu povo e atender à sua idiossincrasia. Mas, infelizmente, há governantes que desprezam os desabafos populares, não procuram conhecer o seu mal-estar e dizem arrogantemente que não têm medo dos portugueses.
Mas hoje, se atendermos a que nos consideramos em democracia, com liberdade de opinião e de expressão, e de obrigatória intervenção pelo menos na ida às urnas, é desejável que o povo observe a forma como os seus mandatados desempenham o papel de representantes eleitos. E dessa observação resulta, forçosamente, o aplauso pelo que se considera correcto e o lamento e a indignação pelo que não corresponda às promessas de antes ou depois das eleições, às previsões, às intenções «asseguradas», «garantidas» e os caprichos arrogantes levados para a frente «custe o que custar«, doa a quem doer.. Muita atoarda atirada como rebuçado para incentivar esperança e confiança, é contradita pouco depois, lançando o descrédito em tudo o que venha posteriormente.
A contestação, a crítica e as sugestões são instrumentos democráticos de participação do povo, em democracia, como contributo para que os governantes tomem as decisões mais correctas e adequadas às circunstâncias de momento e às grande linhas estratégicas para preparar o futuro desejado para Portugal. Do conjunto de opiniões sairá uma melhor preparação das medidas a decidir, segundo o método descrito em Pensar antes de decidir.
Aproveitando as suas palavras poderá afirmar-se que os governantes devem falar ao país com rigor, clareza e verdade, mais sobre políticas públicas e de estratégia de futuro e menos de táctica política ou de intrigas inter-partidárias e, dessa forma, atrair a colaboração e contribuição de todos para um debate público "mais informado e com maior substância". Em vez de impor soluções arrogantes, será preferível preparar medidas com apoio da conversação e do diálogo entre as pessoas mais conhecedoras dos temas.
Precisamos de "um país mais justo, próspero e livre". Com os portugueses que temos, com as deficiências de que sofrem, por carência de um sistema de ensino que não devia desprezar a formação de adultos capazes de gerir a sua vida privada, como pessoas, famílias, empresários e cidadãos eleitores.
É interessante o último parágrafo do artigo Dois anos depois, falhou a mudança de mentalidades: «Passos Coelho chegou ao Governo com um discurso moralista. Acusou os portugueses de viverem acima das suas possibilidades. Passados dois anos, foi aqui que falhou. O Estado que governa continua a gastar muito mais do que pode. Falhou no exemplo. E, enquanto líder, não conseguiu fomentar a mudança de mentalidades. Os portugueses continuam a olhar para o Estado da mesma maneira: exigindo direitos e com pouco espírito crítico. E a culpa é sempre dos outros.»
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