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sexta-feira, 21 de junho de 2013

MADURO PARECE AINDA VERDE !!!


Maduro parece estar muito verde. Lamenta que um dos grandes problemas em Portugal é que "tudo é contestado" e que não conseguimos colocar-nos de acordo quanto aos processos credíveis de apuramento dos factos que devem servir de base às nossas decisões públicas".

Fica-nos a dúvida quanto a onde tem vivido o ministro, se numa redoma opaca. O que é que conhece de Portugal e dos portugueses, daqueles que, como governante, tem a responsabilidade de defender e ajudar a preparar um futuro melhor com mais aceitável qualidade de vida, para preparar "um país mais justo, próspero e livre", como muito bem diz.

Mas como deve saber das suas leituras e da sua competência de universitário, cada povo tem a sua cultura, as suas tradições com qualidades e defeitos, e que não é fácil de mudar em curto prazo . Recordo que já o romano Caio Júlio César (1000-44 AC) disse que «há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar». Talvez, por isso e por não ter havido o necessário cuidado dos governantes na actuação escolar em benefício da «cultura política e cívica», hoje ainda se mantém algo desse aspecto do tempo dos Lusitanos. Quem governa deve conhecer o seu povo e atender à sua idiossincrasia. Mas, infelizmente, há governantes que desprezam os desabafos populares, não procuram conhecer o seu mal-estar e dizem arrogantemente que não têm medo dos portugueses.

Mas hoje, se atendermos a que nos consideramos em democracia, com liberdade de opinião e de expressão, e de obrigatória intervenção pelo menos na ida às urnas, é desejável que o povo observe a forma como os seus mandatados desempenham o papel de representantes eleitos. E dessa observação resulta, forçosamente, o aplauso pelo que se considera correcto e o lamento e a indignação pelo que não corresponda às promessas de antes ou depois das eleições, às previsões, às intenções «asseguradas», «garantidas» e os caprichos arrogantes levados para a frente «custe o que custar«, doa a quem doer.. Muita atoarda atirada como rebuçado para incentivar esperança e confiança, é contradita pouco depois, lançando o descrédito em tudo o que venha posteriormente.

A contestação, a crítica e as sugestões são instrumentos democráticos de participação do povo, em democracia, como contributo para que os governantes tomem as decisões mais correctas e adequadas às circunstâncias de momento e às grande linhas estratégicas para preparar o futuro desejado para Portugal. Do conjunto de opiniões sairá uma melhor preparação das medidas a decidir, segundo o método descrito em Pensar antes de decidir.

Aproveitando as suas palavras poderá afirmar-se que os governantes devem falar ao país com rigor, clareza e verdade, mais sobre políticas públicas e de estratégia de futuro e menos de táctica política ou de intrigas inter-partidárias e, dessa forma, atrair a colaboração e contribuição de todos para um debate público "mais informado e com maior substância". Em vez de impor soluções arrogantes, será preferível preparar medidas com apoio da conversação e do diálogo entre as pessoas mais conhecedoras dos temas.

Precisamos de "um país mais justo, próspero e livre". Com os portugueses que temos, com as deficiências de que sofrem, por carência de um sistema de ensino que não devia desprezar a formação de adultos capazes de gerir a sua vida privada, como pessoas, famílias, empresários e cidadãos eleitores.

É interessante o último parágrafo do artigo Dois anos depois, falhou a mudança de mentalidades: «Passos Coelho chegou ao Governo com um discurso moralista. Acusou os portugueses de viverem acima das suas possibilidades. Passados dois anos, foi aqui que falhou. O Estado que governa continua a gastar muito mais do que pode. Falhou no exemplo. E, enquanto líder, não conseguiu fomentar a mudança de mentalidades. Os portugueses continuam a olhar para o Estado da mesma maneira: exigindo direitos e com pouco espírito crítico. E a culpa é sempre dos outros.»

Imagem de arquivo

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Liberdade de expressão indesejada


Segundo a notícia Demissão de editora da Lusa por causa de declaração de Sócrates provoca queixa na ERC, «a demissão de Sofia Branco do cargo de editora da noite da agência Lusa, por se ter recusado a editar uma notícia sobre a reacção de José Sócrates a críticas do presidente do grupo Jerónimo Martins (facto referido aqui), em Fevereiro passado, fez com que o Conselho de Redacção da agência decidisse avançar com uma queixa na Entidade Reguladora da Comunicação».

Não é para estranhar, pois trata-se da já conhecida apetência do actual governo para controlar de perto a Comunicação Social, limitando a liberdade de expressão, como se viu largamente no caso da TVI com a Manuela Moura Guedes como se referiu no post Liberdade de expressão em perigo, em que ainda se pode ver URL do vídeo da intervenção de José Alberto Moniz no Jornal da Noite da TVI, mas que hoje mostra que o vídeo deixou de existir na origem – a TVI. No entanto o post merece ser visitado pelo interesse da troca de comentários com um ANÓNIMO que se intitulou de Leandro e de Bernardo e se mostrou de uma fidelidade canina ao seu ‘querido Líder’. Procurou cumprir a tarefa de que fora incumbido até ao momento em que deixou de ter lata para continuar com demagogias insustentáveis.

Enfim, são tiques próprios do ponto a que chegou o regime.

Imagem do Google

domingo, 24 de janeiro de 2010

Liberdade de expressão continua em perigo

Transcrição da crónica de Mário Crespo no Jornal de Notícias de hoje, seguido de NOTA:

Outra vez não

A compra da TVI e agora o caso de Marcelo Rebelo de Sousa mostram que afinal Manuela Ferreira tinha toda a razão. Quando a líder do PSD o denunciou, estávamos de facto a viver um processo de "asfixia democrática" com este socialismo que José Sócrates reinventa constantemente. Hoje o garrote apertou-se muito mais.

Ridicularizámos Ferreira Leite pelos avisos desconfortáveis e inconvenientes. No estado de torpor em que caímos provavelmente reagiríamos com idêntica abulia ao discurso da Cortina de Ferro de Winston Churchill quando o mundo foi alertado para a ameaça do totalitarismo soviético que ninguém queria ver. Hoje, quando se compram estações para silenciar noticiários e se afastam comentadores influentes e incómodos da TV do Estado, chegou a altura de constatar que isto já nem sequer é o princípio do fim da liberdade.

É mesmo o fim da liberdade que foi desfigurada e exige que se lute por ela. O regime já não sente necessidade de ter tacto nas suas práticas censórias. Não se preocupa sequer em assegurar uma margem de recuo nos absurdos que pratica com a sua gestão directa de conteúdos mediáticos. Actua com a brutalidade de qualquer Pavlovitch Beria, Joseff Goebbels ou António Ferro.

Se este regime não tem o SNI ou o Secretariado Nacional de Propaganda, criou a ERC e continua com a RTP, dominadas por pessoas capazes de ler os mais subtis desejos do poder e a aplicá-los do modo mais servil. Sejam eles deixar que as delongas processuais nas investigações dos comportamentos da TVI e da ONGOING se espraiem pelos oceanos sufocantes do torpor burocrático, seja a lavrar doutrina pioneira sobre a significância semiótica do "gestalt" de jornalistas de televisão que se atrevam a ser críticos do regime, seja a criar todas as condições para a prática de censura no comentário político, como é o caso Marcelo Rebelo de Sousa.

Desta vez, foi muito mais grave do que o que lhe aconteceu na TVI com Pais do Amaral. Na altura o Professor Marcelo saiu pelo seu pé quando achou intolerável um reparo sobre os conteúdos dos seus comentários. Agora, com o característico voluntarismo do regime de Sócrates, foi despedido pelo conteúdo desses comentários.

Nesta fase já não é exagerado falar-se da "deriva totalitária" que Manuela Ferreira Leite detectou. É um dever denunciá-la e lutar contra ela. O regime de Sócrates, incapaz de lidar com as realidades que criou, vai continuar a tentar manipulá-las com as suas "novilínguas" e esmagando todo o "duplipensar" como Orwell descreve no "1984". Está já entre nós a asfixia democrática e a deriva totalitária. Na DREN, na RTP, na ERC, na TVI e noutros sítios. Como disse Sir Winston no discurso da Cortina de Ferro: "We surely, ladies and gentlemen, I put it to you, surely, we must not let it happen again", o que quer apenas dizer: outra vez não.

NOTA: Esta crónica faz recordar o post Liberdade de expressão em perigo que referia o caso da TVI, em que era incluído o link http://www.videos.iol.pt/consola.php?projecto=27&mul_id=13130598&tipo_conteudo=1&tipo=2&referer=1 e que mereceu os comentários de um anónimo, muito devoto de José Sócrates, que usou as máscaras de Leandro e Bernardo.

domingo, 16 de agosto de 2009

Portugueses silenciados. 060822

Publicada no Blogue «A Voz do Povo» em 22 de Agosto de 2006)

Nos dias agonizantes do Estado Novo, Mário Soares editou o livro «Portugal Amordaçado», o que na altura traduzia a realidade atribuída à existência da Pide. Mas hoje, a nível da sociedade comum, o ambiente não parece mais aberto. Permito-me comparar o número de comentários existentes na VOZ DO POVO, com os muito mais numerosos existentes nos blogues LAMINA DE ÁGUA e TRILHAS E TERRAS, ambos brasileiros e que gosto de visitar. Diremos que são sociedades diferentes, mas a diferença não nos favorece. Toda a gente em conversa privada de pequeno grupo de amigos emite desabafos sobre miríades de coisas que considera não estar bem, mas perante um blogue, evita fazer um comentário. Não aproveita as oportunidades de confiar nos outros os seus desabafos. Troco e-mails com várias dezenas de e-amigos; por vezes ao reencaminhar anexos, faço comentários provocantes com vista a incitar ao debate do tema, a fim de o aprofundar olhando-o de diferentes perspectivas. O resultado é desencorajador. Quando aparecem reacções raramente são superiores à unidade! Parece que as pessoas não gostam de ler, e muito menos de raciocinar, odiando desafios. Desses correspondentes, os únicos que deixaram aqui um comentário aos meus escritos foram duas brasileiras.

Em conversa com o meu amigo Manel, um indivíduo de cultura muito acima da média, tendo viajado por todo o mundo e preparando as suas viagens para delas retirar o máximo proveito em saber, e fazendo depois lindos DVD como reportagem pessoal, procurei entusiasmá-lo a consultar o blogue e deixar um comentário. Mostrou receio – segundo disse, não por ele, mas pelo incómodo que isso poderia trazer à mulher. Esclareci-o de que a sua visita não deixaria rasto e, mesmo que deixasse um comentário, poderia deixar de se identificar. Perante a minha insistência, o Manel que até tem estado muito entusiasmado com a elaboração de trabalhos de Power Point de âmbito turístico, do seu gosto, o que lhe ocupa muito tempo, respondeu que não tem tempo para fazer uma visita a um blogue. E como se conclui que quando há duas desculpas, nenhuma delas é real; neste caso, a razão não é nem a mulher nem a falta de tempo, mas sim um atavismo inconfessado, e possivelmente nem intimamente reconhecido.

E o que é mais significativo é que, estando o País em crise de valores sociais e cabendo à população em geral e a cada um em particular a recuperação, é urgente que as pessoas se abram, usem o direito à liberdade de expressão da sua indignação e de sugestões para melhorar, utilizando todos os meios ao seu alcance. Dizia um amigo que essa recuperação terá de ser feita por via da Internet, porque a imprensa escrita, tem as limitações próprias do facto de serem empresas lucrativas sujeitas a retaliações do Estado, enquanto a Internet é gratuita, tanto na circulação de mensagens por e-mail como nos blogues.

Há que desenferrujar a língua aos portugueses e pôr o teclado a trabalhar. Cada um de nós deve fazer um esforço nesse sentido, para deixarmos de ser um povo silenciado. Estou certo ou estou errado?

sábado, 15 de agosto de 2009

«Ganda Mário». 060311

(Publicada no Jornal de Notícias em 11 de Março de 2006, p. 39)

Já não sou muito jovem e as duras experiências da vida não me deixam ficar espantado com qualquer facto trivial e, conseguindo, pelo contrário, ver as coisas com um sorriso, enquanto muita gente fica indignada. Foi, por isso, que gostei da recusa do «Ganda Mário» a apertar a mão ao Presidente Cavaco. Este facto veio clarificar a opinião que dele tem muita gente esclarecida. Aquele gesto assumido livre e espontaneamente, foi sem dúvida sincero e pode ser interpretado como uma confissão de arrependimento, talvez não intencional, mas vinda do fundo do subconsciente, pelas ofensas infantis e insensatas que fez durante a campanha eleitoral. Reconheceu no seu íntimo que, depois do «pé na argola» e de outras arrogâncias de quem se considerava (?) vencedor absoluto e indiscutível, não tinha agora coragem para olhar nos olhos o vencedor desse prelo em que ele não passou dum modesto terceiro lugar, apesar da máquina poderosa que o apoiava. Mas, se o cristianismo perdoa ao pecador contrito, também o «Ganda Mário» espera o perdão.

Mas não há dúvida que nos podia poupar esse espectáculo próprio de «puto reguila» que não se coaduna com a sua provecta idade, com a sua condição de ex-Presidente da República e com a sua recente aspiração a novo mandato em Belém. Podia alegar qualquer razão e não ir à cerimónia, mas esta sua infantilidade veio trazer à memória outros gestos igualmente desprestigiantes que o bom povo português tem procurado esquecer. Mas não é compreensível que tivesse perdido o pudor e cometido um acto tão «reguila» perante a TV que levou a imagem para todo o mundo. Parece, por isso, poder concluir-se que Portugal ganhou por ele não ter sido eleito. Realmente, o «Ganda Mário» pode ter a próstata em bom estado, como ele disse no Brasil, mas deixa dúvidas se o cérebro ainda tem alguns neurónios a funcionar razoavelmente.

Variação de um notável profissional 051219

(Publicada no Expresso em 19 de Dezembro de 2005, p. 8)

Há poucos anos, um notável «político profissional» disse, segundo os jornais, que em democracia o povo tem direito à indignação. Pareceu-me uma frase pouco correcta porque a indignação, sendo um sentimento como o amor ou o ódio, a alegria ou a tristeza, não carece de outorga, não deve ser contemplada como um direito. Talvez fosse mais ajustado dizer que em democracia o povo tem direito a expressar a indignação. Esta expressão pode ir das simples críticas e comentários, às manifestações de rua e às greves. Porém, as críticas válidas não devem limitar-se a evidenciar discordância mas devem conter uma sugestão ou uma pista de reflexão com vista a melhorar aquilo que não parece perfeito.

Sem dúvida que a indignação tem como objecto aqueles que ocupam cargos públicos com missão de zelar pelos legítimos interesses dos cidadãos, na saúde, na habitação, na segurança, no ensino, etc. Os titulares de cargos governativos e autárquicos e os que desempenham serviços públicos não podem considerar-se acima das críticas e imunes ao «julgamento» dos eleitores, dos contribuintes.

Perante isto, é com espanto que se vê o notável atrás referido vir agora apelar a que se não critiquem os políticos. Mas porquê esta viragem? Porque se defende tal imunidade? De facto, se os políticos em vez de se perderem em questiúnculas inter-partidárias, se preocupassem a fundo com a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, não seriam alvo de crítica. Por outro lado, os seus privilégios e imunidades já são chocantes. Por exemplo, a própria justiça usa para os políticos uma medida diferente da aplicada à generalidade dos cidadãos. Como exemplo, pode referir-se o caso de um político, em pleno dia de eleições autárquicas, à porta da assembleia de voto, ter apelado ao voto no candidato seu filho, por duas vezes, com intervalo de quatro anos, e apesar de se tratar de dois crimes puníveis com prisão, nada consta acerca de qualquer eventual condenação que tenha sido aplicada.

É imperioso que as pessoas assumam que, em democracia, o povo tem direito a criticar tudo aquilo que considere mal e passível de ser melhorado, inclusive os políticos, principalmente os que exercem cargos do Poder legislativo, executivo ou judicial, porque esses prestaram juramento quanto à forma de exercer as funções que lhes são confiadas. Como em democracia o povo é soberano, não se lhe pode retirar o direito de manifestar o seu descontentamento e cabe aos órgãos do Poder usar de seriedade e transparência e prestarem esclarecimentos de todos os seus actos, no mínimo, com a intenção pedagógica tendente a suscitar a participação consciente e o apoio implícito e de livre vontade de todos os cidadãos.