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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A filosofia morreu

No livro, O grande Desígnio, o físico Stephen Hawking escreve o seguinte:

"Como as pessoas só vivem uma vez neste mundo gigantesco, que umas vezes é benevolente e outras vezes cruel, a olharem para o céu interminável que se estende por cima delas, interrogam-se muito. Como podemos compreender o mundo em que vivemos? Como é o universo? Qual a natureza da realidade? De onde vem tudo isto? O universo precisa de um criador? A maioria de nós não gasta em geral muito tempo com estas perguntas mas quase todos pensamos nelas de vez em quando. Tradicionalmente, estas perguntas seriam para a filosofia mas a filosofia morreu. Ela não conseguiu acompanhar os novos desenvolvimentos das ciências da natureza, em especial na física. Agora são os cientistas da natureza que, com as suas descobertas, estimulam a procura de conhecimento."

Stephen Hawking e Leonard Mlodinow, O grande desígnio, Gradiva, 2011


Hawking defende que a filosofia morreu pois as grandes questões são respondidas pelas ciências da natureza, nomeadamente a física. Mas parece existir um grande problema na afirmação de Hawking. Como é que a física pode mostrar cientificamente que a filosofia morreu? Como é que Hawking consegue responder a essa grande questão sobre a morte da filosofia sem, ao mesmo tempo, filosofar? Que pensar disto?


Factos, coisas e verdade


"Um facto é algo que constitui uma verdade em relação a tudo. É verdade, no que se refere à maçã, que se encontra na tigela. Os factos são, pelo menos para o mundo, tão importantes como as coisas ou como os objetos. E isto pode ser visto por meio de uma experiência de pensamento muito simples. Suponhamos que só há coisas e que não há factos. Nesse caso nada seria verdadeiro em relação a essas coisas. Mas só isto já seria um facto. Consequentemente seria verdade relativamente a essas coisas que nada seria verdade sobre elas. E esta objeção é bastante óbvia e até pior do que um infortúnio. Se há em qualquer cenário em que se possa pensar pelo menos um facto, em muitos cenários que podemos imaginar não há coisas. É o que também mostra outra simples experiência de pensamento. Imaginemos que nada disto existe: nem espaço-tempo nem suricatas nem meias em planetas nem Sol, nada. Nesta situação desesperada e extremamente desolada dar-se-ia o caso de não existir mesmo nada e o pensamento de que neste caso nada existe parece ser verdadeiro. Mas, em consequência, há pelo menos um facto neste nada desolado que é, nomeadamente, , o facto de haver esse nada desolado. Mas este facto já não seria, só por si, um facto. Pelo contrário, seria o facto decisivo, a verdade sobre essa terra de desolação absoluta. Assim, nessa desolação nada existe, o que é verdade no que se refere à própria desolação. Consequentemente será impossível existir um nada absoluto. Por isso terá de haver pelo menos um facto para que nada mais possa existir."



Markus Gabriel, Porque não existe o mundo, Temas & Debates, 2014, Trad. Pedro Rosad, p.42,43

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A metafísica


Neste pequeno vídeo Desidério Murcho discorre sobre algumas questões mais centrais da metafísica. Desidério Murcho não necessita de apresentações, mas é para mim um verdadeiro mestre a quem sempre agradeço tudo aquilo que me tem dado, o conhecimento. A partilha de conhecimento é o melhor que um ser humano pode dar ao outro, a melhor forma de ampliar as suas possibilidades de liberdade. Essa é a gratidão que tenho ao Desidério.


domingo, 4 de abril de 2010

Leitura até altas horas aproveitando uma interrupção de actividades lectivas

Já circulou pelo blog na edição inglesa, mas é bom saber que posso reler em português com a sempre cuidada e inteligente tradução de Vitor Guerreiro.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Uma introdução à metafísica

Este livrinho é pura e simplesmente a melhor introdução à metafísica que li, acessível, divertida e rigorosa. Agora temo-lo em língua portuguesa. Brevemente à venda.
Informação da editora:
Título: Enigmas da Existência
Autor(es):Conee, Earl
        Sider, Theodore
Pág.: 272
Número: 6
ISBN: 978-972-53-0450
Ano: 2010
Preço de Capa: €14
Preço Online: €12.6

«Uma introdução à metafísica acessível, competente e apaixonante, escrita por dois filósofos de primeira linha.» 
The Times
 

O que é o tempo? Serei realmente livre ao agir? O que faz de mim a mesma pessoa que era em criança? Porque há algo em vez de nada? Será que sou realmente livre, ou tudo está determinado desde antes do meu nascimento? Se alguma vez deu consigo a fazer algumas destas perguntas, este livro é para si. Tratando ainda da existência de Deus e da constituição última da realidade, eis um guia para quem gosta de raciocinar cuidadosamente sobre estes e outros temas — incluindo o problema de saber o que é afinal a própria metafísica.Enigmas da Existência torna a metafísica genuinamente acessível e até divertida. O seu estilo vívido e informal dá fulgor aos enigmas e mostra como pode ser estimulante pensar sobre eles. Não se exige qualquer formação filosófica prévia para desfrutar deste livro: qualquer pessoa que queira pensar sobre as questões mais profundas da vida considerará esta obra, um livro provocador e aprazível.