Duas novidades
muito interessantes da Gradiva e que são certamente dois relevantes
acontecimentos editoriais em língua portuguesa.
Sinopse
Nenhum modelo político deve ser sacralizado, por nenhum ser perfeito e não
serem imutáveis as circunstâncias em que algum deles se tenha revelado como o
menos mau.
A edição deste livro é um contributo para as pessoas livres, que o queiram
continuar a ser, debaterem as disfunções crescentes que cada vez mais
visivelmente estão a impedir a democracia de realizar alguns dos seus mais
importantes ideais. É também um desafio para os que visam aperfeiçoar o seu
funcionamento de modo a realizar os seus objectivos essenciais: a liberdade, o
progresso social, a dignidade, o desenvolvimento humano.
A maioria das pessoas acredita que a democracia é a única forma justa de
governo. Crê que todos temos direito a uma quota igual de poder político. E
também que a solução de participação política "um homem um voto" é
boa para nós – dá-nos poder, ajuda-nos a conseguir o que queremos e tende a
tornar-nos mais inteligentes, virtuosos e atentos uns aos outros.
Mas Brennan, considera que estão erradas, argumentando que a democracia
deveria ser julgada pelos seus resultados,apresentando abundantes dados
empíricos de que não são bons o suficiente.
Tal como os acusados têm direito a um julgamento justo, os cidadãos têm
direito a um governo competente. Mas a democracia é com frequência o domínio do
ignorante e do irracional, ficando demasiadas vezes aquém do que se espera.
Além disso, uma enorme diversidade de pesquisa em ciências sociais mostra que a
participação política e a deliberação democrática parecem tender cada vez mais
frequentemente a tornar as pessoas piores – mais irracionais, tendenciosas e
más. Considerando esse quadro sombrio, Brennan argumenta que um diferente
sistema de governo – a epistocracia, ou governo dos sábios – pode ser melhor do
que a democracia, e que é tempo de reflectir seriamente sobre isso.
Longe de se tratar de uma diatribe panfletária, esta é uma relevante obra
de filosofia política em que se discute, de forma intelectualmente honesta,
cada um dos melhores argumentos a favor da democracia. O resultado é uma
crítica séria e uma defesa contemporânea do governo de quem mais sabe, com a
resposta aos problemas práticos que tal solução possa levantar.
Uma leitura essencial não apenas para os estudiosos de filosofia e de
ciência política, mas também para todos os que consideram que a democracia
merece ser discutida, independentemente do que se possa pensar dela, incluindo
os que visam aprofundá-la.»
Jason Brennan é uma maravilha: um filósofo brilhante que estuda
escrupulosamente os factos antes de moralizar. Em Contra a Democracia, o seu
método elegante leva à conclusão inesperada de que a participação democrática
impele os seres humanos a esquecer o senso comum e a decência comum. Votar não
nos enobrece; testa a virtude dos melhores, e apresenta o pior nos restantes.
Bryan Caplan, autor de The Myth of the Rational Voter
A grande tentação da filosofia política é sacralizar a política, e precisamos
urgentemente de um trabalho que nos ensine a não sucumbir. Neste livro valioso
e revigorante, Jason Brennan desafia devoções confortáveis e desacredita mitos
familiares sobre a vida política em geral e o regime democrático em particular.
Prevejo que a maioria dos leitores encontre muita coisa com que discordar – eu
certamente encontro –, mas também que a maioria considere os argumentos de
Brennan inquietantemente difíceis de resistir com certeza.
Jacob T. Levy, Universidade McGill
Contra a Democracia apresenta um conjunto útil de desafios tanto para a
sabedoria convencional como para as tendências dominantes na filosofia política
e na teoria política, particularmente na teoria democrática. Escrito de forma
cativante, incentiva uma leitura activa e divertida.
Alexander Guerrero, Universidade da
Pensilvânia
Autor(es)
Jason Brennan doutorou-se em filosofia
pela Universidade do Arizona, ensinou na Universidade de Brown e é actualmente
professor associado de Estratégia, Economia, Ética e Políticas Públicas na
Universidade de Georgetown. É autor de Compulsory Voting: For and
Against, com Lisa Hill, Libertarianism: What Everyone Needs to
Know, The Ethics of Voting e A Brief History of Liberty,
com David Schmidtz. A filosofia política e a ética aplicada são as suas duas
principais áreas de investigação.
Qual é o problema em desprezar a
verdade? A verdade é algo assim tão importante
e valioso porquê?
Estas são algumas das perguntas que Frankfurt procura esclarecer e às quais dá
resposta em Sobre a Verdade.
A resposta de Frankfurt, exposta numa linguagem despojada de jargão filosófico
e centrada na noção mais comum de verdade, é que a nossa vida seria impossível
sem ela, tanto na prática como intelectual e psicologicamente. Na prática,
porque a distinção entre verdadeiro e falso é pressuposta nas situações mais
banais da vida mesmo por aqueles que dizem recusá-la. Intelectual e
psicologicamente, por ser necessária para a compreensão de nós mesmos como
indivíduos diferentes dos outros, para a nossa relação com eles, e para a mais
elementar compreensão da realidade, seja ela qual for.
Autor(es)
Harry G. Frankfurt é Professor Emérito
de Filosofia na Princeton University. A sua importante obra filosófica
reparte-se principalmente pelas áreas da filosofia moral, da filosofia da mente
e da filosofia da acção. Os seus contributos para a discussão do problema do
livre-arbítrio fazem dele uma referência nesse domínio. Da sua obra,
destacam-se ainda os sucessos de vendas On Bullshit (Da Treta) e The
Reasons of Love.