Mostrando postagens com marcador contudos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador contudos. Mostrar todas as postagens

30/08/2008

Sinais do vento

Arte: Van Gogh


O interessante de tudo é que não houve contudos...
Aceitaram, enfim, a fatalidade na lei da gravidade e os sinais de alerta no trânsito. O interessante de tudo é que tinha de ser assim...
Havia de haver um ponto final às vírgulas embriagadas na comprida estrada.
- Então, por que a saudade?
Porque permanecem os sonhos e os naufrágios. Gotas de orvalho decorando cartas de amor.
O relógio em descompasso mapeando a geografia do corpo quando se perde a primeira hora no café da manhã.
Porque pulsa e toma força estranha: reclama, arranha e desembocam rios na aspereza e na esterilidade.
Porque se percebe, no abismo, um lugar habitável e não há como transpor extremidades no curso natural do vento.
Isso tudo é interessante e requer sofia.
Não para oferecer explicações às indeléveis expedições humanas na enciclopédia do tempo.
Mas para acalmar a ventania que assola as noites de tempestade...


08/06/2008

Contudo(s)



Agora que as coisas andam...
surpreende o medo.

Quando tudo era pranto e válido:
hálito, sândalo, pastoreio.


Agora nada de lunares
nem verdades esculpidas.

Lentes, arcos, moldares
furores e medidas.


Agora, nada de saudade
nem inquietações.

Sonhos mirabolantes
fabulários e demonstrações...


Agora...
nada de estrelas na tarde
nem surtos.

Nada de clara e dócil obscuridade
nem contudo(s)...



Arte: Marc Chagall


"O sonhador, em seu devaneio, não consegue sonhar diante de um espelho que não seja profundo."

(Gaston Bachelard)