sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Livros Recebidos

A pilha aumenta a cada dia, o desespero também, mas nós somos insaciáveis. Cá está uma pequena amostra da lista de livros comprados, ganhados, emprestados e furtados que estamos levando na mochila:

- Areia nos Dentes, 144pgs, de Antônio Xerxenesky: presente bem vindo dos rapazes da Não Editora e devidamente autografado pelo autor. Já lido em menos de 3 horas e futuramente aqui resenhado, Areia nos Dentes impressiona pelo estilo narrativo e pelo belíssimo acabamento. Altamente recomendado, procurem nas Livrarias Culturas.



- Ficção de Polpa 2, 176pgs, vários autores: devidamente adquirido no lançamento (e também autografado por todos os contistas presentes), trata-se de uma coletânea de contos inspirada nas pulp-fictions norte-americanas. O volume cresceu em relação ao primeiro e promete boas histórias.



- O Legado de Bathory, 160pgs, de Alexandre Heredia: primeiro romance do autor, ganhado na palestra de Horror na Livraria Cultura (da série de palestras que antecedeu o Fantasticon). A história da obscura Condessa húngara serve como pano de fundo para uma trama que se passa no início do século XX.


CARA CAROLINA ,
é webdesigner e estudante
de Artes Plásticas pelo
Unicentro Belas Artes

terça-feira, 19 de agosto de 2008

1 chops e 2 pastel - Não Lançamento em SP

Recepção mais a paulistana, impossível.

Os sulistas da Não Editora marcaram presença em São Paulo (e posteriormente no Rio) para o lançamento de seus diversos livros. A data? A quinta-feira da garoa. O local? Mercearia São Pedro com sua profusão de chops, pastéis e detergentes. Os livros? A lista é longa e promissora: Areia nos Dentes, de Antônio Xerxenesky; A Virgem que não conhecia Picasso, de Rodrigo Rosp; Desencatado Carrossel, de Diego Grando; Azar do Personagem, de Reginaldo Pujol Filhos; Pó de Parede, de Carol Bensimon; e Ficção de Polpa vol.2, coletânea de contos inspirada nas pulps norte-americanas do início do século.

E as fotos? Logo abaixo!



Samir Machado de Machado (e Guilherme Smee) apreciando o Fabulário Especial Edition: "isso aqui é inglês?"


Guilherme Smee usa a tática que lhe rendeu consagração no evento do sábado seguinte (a saber: Vocanulário, no B_arco)


Escritores do Ficção de Polpa vol2 apresentando a coletânea (bem, alguns deles). Segurando os livros, da esquerda parea a direita: Rodrigo Rosp, Guilherme Smee, Samir Machado de Machado e Carlos Orsi. Lá no fundo, distraído, logo depois do Smee, Antônio Xerxenesky (que por distância geográfica não apareceu em mais nenhuma foto).


Do Fabulário, Tadeu Costa (apreciando o FdP vol1, ainda pela ed. Fósforo) e Diogo Nogueira


Com o rosto virado para cá, da esquerda para a direita: Paula Betereli do Fabulário, Samir Machado de Machado (org. do Ficção de Polpa), Carlos Orsi e Tadeu e Diogo (confraternizando). E muito importante: Luiz Pires tirando todas as fotos (e não apareceu em nenhuma).


Diego Grando exibe seu livro Desencantado Carrossel (ou quase isso)


Orsi e Tadeu


Um brinde com o escritor carioca Carlos Orsi, 'veterano' selecionado para o Ficção de Polpa 2


Tá vendo esses livros caídos aí em cima? Que feio, exageraram na dose! (esses não vão dirigir)


E quando nós do Fabulário estávamos quase saindo, chega todo ensopado pela chuva brava o bom velho Delfin (como sempre, na calada da noite)


LUIZ PIRES e CARA CAROLINA,
são webdesigners e estudantes
de Artes Plásticas no Unicentro
Belas Artes (é, os dois são)

sábado, 16 de agosto de 2008

Santo Polemista, Batman!

Batman tomando uma surra do Coringa

Não venho em defesa do Batman. Mesmo porque o Batman sabe se cuidar sozinho. Venho, na verdade, fazer a fama e a cama de um tipo de profissional bastante comum: o polemista gratuito.

Não sei quem cunhou o termo, que me parece ser do tipo de expressão que se faz sozinha, sem necessitar de autoria. Mas conheci a definição no blog Paralelos, postagem de André Luiz Mansur. Ao se referir ao escritor Fernando Vallejo, Mansur destrincha a verdadeira identidade do polemista, o homem que após "soltar suas bravatas" volta para si as atenções e ganha as bocas nas bancas de jornais e mesas de botecos, além de garantir os seus trocados no fim do mês.

Parece óbvio, tão óbvio quanto esquivar-se de defender o Batman, que o polemista gratuito adora que falem dele, sempre depois de sua declaração estrondosa. E eu estou aqui para fazer esse papel. Não, Vallejo, essa não é sua vez. Essa é a vez do Coutinho.

Não dá pra afirmar que João Pereira Coutinho - colunista da Folha de São Paulo, caderno Ilustrada, às terças – é, de fato,um polemista gratuito. Acredito que a honra da nomeação só deve ser dada após a comprovação da alta frequência de falas polemistas proferidas pelo tal. E não é o caso de Coutinho. Me deparei, na verdade, com uma coluna oportunista naquela terça-feira, que foi passada de mão em mão até chegar a minha (o que prova que a polêmica gratuita causa furores até nos mais descompromissados indivíduos, fazendo questão de compartilhar com outrem tão abissal colocação).

A coluna intitulada “Adultos em Pijamas” fala sobre o quão o novo filme do Batman (Batman- The Dark Knight) era, simplesmente, ridículo. Baforada no charuto, olhar ao teto, Coutinho profere em papel jornal, letras garrafais: “Se fantasia já é difícil de engolir como fantasia, imaginem apresenta-la como 'documental'”. Um bom polemista espera a hora certa de falar. Coutinho caprichou: a coluna data de 29/07/08, pouco mais de uma semana após o tão aguardado lançamento mundial do filme norte-americano. Na mesma semana em que milhares e milhares e milhares de humanos comentam de cá pra lá, atravessando fronteiras, cruzando países via satélite, publicando em meios impressos e virtuais mensagens determinadas:

a) O quão legal é o novo filme do Batman

b) O quão tecnicamente bem executado é o novo filme do Batman

c) O quão inteligentes são os diálogos e morais afirmadas no novo filme do Batman

Num momento de euforia fulminante (se me permitem o recurso retórico), Coutinho escreve com arrogância, condenando não só o filme, como toda a linhagem de super-heróis.

Não defendo. Ninguém tem vontade de responder seriamente a Allejo sobre Ingrid Betancourt ou sobre qualquer outra bobagem que ele venha a proferir de boca cheia. Não é válido. A polêmica gratuita parece partir de uma premissa quase coringueana. Sua única lógica é a do escândalo.

Descambar mestres como Vallejo e Diogo Mainardi é difícil, sabemos. Mas, vejamos: talvez sobre um canto ao sol para Coutinho.

CARA CAROLINA ,
é webdesigner e estudante
de Artes Plásticas pelo
Unicentro Belas Artes

terça-feira, 12 de agosto de 2008

IV FANTASPOA chega ao fim

Acabou neste domingo, dia 10, o IV FANTASPOA. Não foi dessa vez que nós estivemos por lá para assistir aos filmes, conversar com o pessoal da organização, com os produtores e aplaudir ao vivo e a cores o querido (embora nunca assitido por nenhum de nós!) Zé do Caixão.

Nós não estivemos lá, é verdade. E ainda estamos à caça de boas coberturas para saber como foi... Mas já de cara, descobrimos o relato dos amigos da Mostra Curta Fantástico, que estiveram lá por volta do dia 31 - e olha que se tratando Edu, Vivi e companhia limitada, você pode ter certeza: a palavra deles é das melhores. Estamos falando de especialistas!

Confira o relato no blog da mostra: 4º Fantaspoa e Zé do Caixão

E se prepare porque depois do RIOFAN no Rio de Janeiro e do FANTASPOA em Porto Alegre, será São Paulo que vai receber, em Novembro, a MOSTRA CURTA FANTÁSTICO.


LUIZ PIRES,
é webdesigner e estudante
de Artes Plásticas no
Unicentro Belas Artes

quarta-feira, 30 de julho de 2008

IV FANTASPOA – Sim, ele chegou!

Mais um festival de cinema fantástico se inicia e mais uma vez eu lamento por não estar lá. Desta vez, Porto Alegre é a sede de uma das maiores mostra de cinema fantástico do Brasil: IV FANTASPOA. Embora não estejamos presentes, o Fanzine Fabulário edição #01 estará à venda junto com o material da mostra.
Quem esteve na abertura (28 de julho) pôde conferir a Premiere de Mangue Negro, longa metragem de Rodrigo Aragão seguido de debate com o diretor e com os membros da equipe. O festival segue repleto de exibições e atividades até o dia 10 de julho. Confira os destaques logo abaixo:

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL
42 filmes independentes de 12 diferentes países são postos a prova da banca de jurados composta por Pablo Sapero, Rodrigo Aragão e Marcelo Carrard. Seguem meus palpites...

- Dead Noon (USA, 2007) é um filme de horror faroeste com tudo que tem direito: tiros pra todo lado, cowboys zumbis, demônios do 7º círculo e, o que não podia faltar, um fora da lei pactário do diabo! Se eu fosse do juri era primeiro lugar na certa!

- Nevermore (Alemanha/Dinamarca, 2006) só perderia o primeiro lugar porque o concorrente é faroeste! Primeiro longa metragem de Toke Constantin Hebbeln (guardem esse nome!) já participou de diversos Mostras e Festivais, inclusive da 30º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e ganhou diversos prêmios. A história é tocante e a fotografia magistral.

- Filmatrom (Argentina, 2007), película de nossos vizinhos territoriais, é baseado no livro 1984, de George Orwell. Um grupo de jovens se rebela contra o Estado autoritário e decide fazer, clandestinamente, um filme de ficção científica.

CURTAS-METRAGENS
Do intenso programa de curtas são destaque as sessões de Programa Convidado, em que filmes de outras mostras de cinema são única sessão. São eles: Estranhamente Curtos; do Clermont-Ferrand, o maior festival de curtas do mundo; Macabro (do México); e Rojo Sangre, da Argentina.

As mostras competitivas de Animação, Nacional e Live-Action também estão imperdíveis. Lote sua agenda de curtas!

BRASIL FANTÁSTICO
A programação se destaca por trazer a pré-estréia do aguardado filme de Mojica Marins: A Encarnação do Demônio, o filme nacional prometido do ano. Para quem gosta de horror independente, A Capital dos Mortos, de Tiago Belotti também estará sendo exibido durante o Festival.

MOSTRA DE DOCUMENTÁRIOS
Para os apreciadores da arte do "doc", esta mostra é um prato cheio e variado. Se destacam os filmes do alemão M. A. Littler cujos temas dialogam com o universo fantástico. A sessão de Vodoo Rythm será comentada por André Kleinert e pelos integrantes da banda Damn Laser Vampires, falando sobre o rock independente e sua relação com o cinema de horror independente.

FANTÁSTICO MUNDO ANIMADO
Nesta mostra competitiva, entre animações espanholas e americanas, será exibido um longa africano feito a partir de sucata e um longa húngaro de computação gráfica, além de um anime inédito no Brasil. Para “animadores e animados” não perderem por nada.

PALESTRAS
Ah... esta parte muito me agrada! Quem sabe não rola depois umas gravações no YouTube? Segue a agenda de palestras para o Fantaspoa:

2 de agosto às 11h - Horror argentino com Pablo Sapere, diretor do festival Buenos Aires Rojo Sangre.

3 de agosto às 11h - Debate sobre a criação e produção do longa-metragem Encarnação do Demônio, com o roteirista Dennison Ramalho.

9 de agosto às 11h - A história do cinema ciberpunk, com Rodolfo Rorato Londero, que estará no Fantaspoa lançando o livro organizado por ele e Edgar Cézar Nolasco: Volta ao mundo da ficção científica (Campo Grande, Editora UFMS, 2007).

10 de agosto às 11h - Os caminhos do cinema de horror independente no Brasil, com Felipe Guerra e Peter Baiestorf.

À venda no Fantaspoa!

O Fanzine Fabulário #01 estará à venda durante o evento junto dos materiais da mostra por apenas 1 REAL.

Você pode saber mais sobre o conteúdo desta edição clicando aqui.

Fanzine Fabulário #01
20 páginas
R$ 1,00

É... acho que é isso! Fim!
Ah! E agradecemos ao João Fleck, diretor da mostra, pelo apoio na venda do Fabulário Fanzine!

CARA CAROLINA ,
é webdesigner e estudante
de Artes Plásticas pelo
Unicentro Belas Artes

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Fantasticon 2008 - Parte 3 (Final)

Encerrando meus relatos do Fantasticon, as duas palestras mais loucas e intensas que fecharam aquele domingo, dia 6 de julho de 2008:


Mesa 5 - "Vida louca, vida intensa – uma viagem pela ficção científica de William S. Burroughs"

É quase uma infelicidade que Bráulio Tavares, nesses dois anos de Fantasticon, tenha vindo sempre a se apresentar como embaixador do Mainstream no Fandom e vice-versa. Se você não está familiarizado com os termos Mainstream e Fandom, não perca seu tempo procurando... não vale a pena. Ao invés disso, leia um pouco mais sobre Bráulio Tavares, esse multi-homem da cultura nacional que é escritor, roteirista, compositor e muito mais coisas.

O próprio Bráulio Tavares por vezes demonstrou não se preocupar com essa separação. Mas uma vez em Roma, ele deve ter pensado, fale como os Romanos.
Nessa visão de mediador, Bráulio trouxe para o Fantasticon um autor pouco comentado entre os leitores, admiradores e produtores de ficção-científica e geralmente enxergado junto a geração beat: William S. Burroughs. A palestra se concentrou em trazer ao conhecimento alguns fatos biográficos, curiosidades da construção de sua obra e em relacioná-lo a outros autores da FC mais conhecidos. Foram eles Philip José Farmer, Samuel Delany e Philip K.Dick.

Devo admitir, com penosidade, que pouco ficou para mim sobre a literatura de Burroughs (em grande parte por não estar muito acostumado com os autores comparados). Retive mais sobre a literatura de Philip K. Dick (em parte devido a um grande interesse por esse autor) e no contexto em que Delany estava inserido. Claro, numa coisa o título da palestra estava seguro arespeito de Burroughs: Vida louca, vida intensa – e todos saíram sem dúvidas quanto a isso.

A exposição de Tavares foi uma das mais ricas do Fantasticon, sem dúvida alguma (senão a mais rica). E não é à toa: Bráulio Tavares é “o cara”. Para conhecer mais sobre ele, eu indico a sua coluna no Cronópios e o blog onde ele publica antigos textos seus publicados no Jornal da Paraíba, o Mundo Fantasmo.


Mesa 6 - Um olhar sobre a Literatura Fantástica atual

Com a dupla Fábio Fernandes e Jacques Barcia e também a participação especial de Guilherme Kujawski (do itaulab), e Sérgio Kulpas (do webinsider). Foi uma mesa “estranha com gente esquisita”, no melhor sentido!

Fábio Fernandes não tentou conter a empolgação e falou pelos cotovelos, citando dezenas de nomes, livros, gêneros! A isso, coube a Jacques Barcia tentar organizar um pouco a bagunça dos “estilos” que estavam em questão. Guilherme Kujawski e Sérgio Kulpas engrandeceram a mesa com algumas impressões pessoais bastante ricas. Talvez você já tenha percebido nesses dois parágrafos: a mesa foi uma loucura!

Para nossa sorte, o Fernando Trevisan preparou um relato minucioso onde dissecou grande parte das referências, autores e títulos citados na mesa. Você pode ler esse relato aqui.

A animação da mesa foi contagiante. O Fábio, especialmente ele, pautou seu discurso num ideal de expansão e globalização da leitura e escrita de ficção científica e fantasia. Nesse sentido ele encabeça, ao lado de Barcia, dois projetos com esse intuito: a revista digital Kalíopes; e o site Terra Incógnita (que ainda está no forno).

Mas ficou um gosto estranho no final. Uma sensação de confiança excessiva nos meios digitais, na internet. Uma impressão até mesmo de subordinação às discussões e conquistas travadas e obtidas no exterior. Vamos torcer para que seja só uma impressão.

No final, o Fantasticon teve saldo positivo. Positivíssimo! Saímos com mais questões e “coceiras” do que entramos! Ano que vem tem mais! E tudo conspira para que seja melhor.

LUIZ PIRES,
é webdesigner e estudante
de Artes Plásticas no
Unicentro Belas Artes

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Fantasticon 2008 - Parte 2

Em dada altura do Fantasticon, tive que me retirar para dar uma força aos amigos da Confraria das Idéias, ong da qual participo e que estava com diversas atividades do 16° EIRPG. Com isso perdi a palestra sobre cinema, que queria muito ver, com a Vivi Amaral da Mostra Curta Fantástico.

Moya e Gonçalo
Mesa 3 - Os Monstros na Literatura Fantástica

(Ok, eu não estive realmente nessa mesa. A Carolina fez algumas gravações em vídeo para mim e eu assiti aqui em casa depois).
Basicamente, a mesa foi uma apresentação do livro “Enciclopédia dos Monstros” de Gonçalo Júnior. Pelo discurso e pelos causos relacionados ficou claro que houve grande esmero no trabalho – e decisões acertadas sobre o que tinha que ficar de fora. O livro é muito bem diagramado, muito bem diagramado mesmo!, com um estilo que cai, pelo bem ou pelo mal, numa cara meio “super-interessante”, meio infográfico (essa parte fica a cargo de Osmane Garcia Filho, ao qual Gonçalo não poupou os louros).

Tudo indica que é um ótimo livro para colecionadores e um livro referência para pesquisadores e produtores: seja de literatura, quadrinhos, ilustração, cinema ou qualquer outra mídia. Ricamente ilustrado e com uma profusão de referências.

A mesa também contou com um convidado ilustre, Álvaro de Moya, decano do quadrinho brasileiro e personalidade internacional. Nós que nem o conhecíamos ficamos boquiabertos...

Tavares, Linaress, Ginway e Calife
Mesa 4 - Visão Alienígena: Outros Olhares da Literatura Fantástica Brasileira

Na realidade, podemos colocar essa mesa no hall das mesas com nomes pretenciosos que não chegaram lá (me refiro aqui ao nome "visões alienígenas"). Ainda assim, foi uma conversa bastante interessante e um encontro muito agradável e proveitoso.

Foi a primeira mesa que vimos no domingo. Infelizmente não contou com a presença do jornalista e escritor (e asmigo nosso) Sérgio Pereira Couto, que poderia colaborar um pouco para essa dita “visão alienígena”. Ficaram na mesa Alexandre Linares, editor que teve relação especial com quadrinhos de ficção científica, mas que é admirador de longa data dos gêneros fantásticos; e Elizabeth Ginway, professora universitária norte-americana de literatura brasileira.

Ginway vem desenvolvendo, já há algum tempo, uma pesquisa sobre a ficção-científica no Brasil, o que a aproximou dos autores que escrevem atualmente no Brasil. Essa aproximação ajudou a deixar sua pesquisa pouquíssimo “alienígena” e muito territorializada, sim senhor. Linares agiu quase que como um mediador, apresentando o trabalho de Ginway, mas fez colocações muito diversas e pertinentes.

Na minha opinião, e vejam que é apenas minha opinião, Ginway foi o lado racional, acadêmico, teórico da mesa e Linares seu lado mais sensível, “antenado”, com colacações mais instigantes e menos “enciclopédicas”. A parte disso, a pesquisa de Ginway bota ordem em anos de ficção científica no Brasil – e ressalta características muito relevantes para a compreensão e apreciação do gênero.

Na platéia, que era muito sucinta (e isso me fez pensar se as melhores mesas seriam também as mais vazias), ajudaram a engrandecer a discussão Bráulio Tavares e Jorge Luiz Calife. Uma dica: se vocês ainda não os conhecem, guardem esses nomes porque eles são figuraças.

Vimos ainda mais duas mesas. E há muito o que falar sobre elas! Em breve, na última parte de meu relato!


LUIZ PIRES,
é webdesigner e estudante
de Artes Plásticas no
Unicentro Belas Artes