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26.5.12

Amélia Pais, 26 de Maio de 2012





















Amélia Pais faleceu na madrugada de hoje. Era minha amiga pessoal e foi quem me incentivou a publicar o meu primeiro livro de poesia. Foi pioneira em Portugal na motivação dos alunos para a leitura e estudo de Luís de Camões e Fernando Pessoa. A sua versão em prosa de Os Lusíadas (1), publicada nos anos oitenta, permanece uma referência, tal como as suas obras de didáctica do Português.
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(1) Os Lusíadas em Prosa, Amélia Pais, Editora Areal.

29.3.12

Capitais, de Paulo Tavares - Apresentação




Video-colagens e poema dito pelo autor

                  3.

                  Em berlim, o inverno dura sete
                  ou oito meses, e dizes que a cidade,
                  ainda um pouco provinciana nos
                  seus tiques bipolares, vive e brilha
                  para os meses de verão. no centro,
                  os corvos propagam-se em redor
                  da catedral – e por esta altura,
                  na cidade materna, são os pombos
                  e alguns melros que se aglomeram
                  nas praças e nos jardins quase desertos,
                  como uma praga de pássaros um pouco
                  mais silenciosos. dizes que é impossível
                  um bater de asas no exílio, ou tirar
                  uma fotografia sorridente junto ao muro
                  de berlim. e no entanto, vendo-as
                  mais de perto, com a democrática
                  garantia de que nenhum monumento
                  se abate duas vezes sobre um corpo,
                  todas as caras sorriem para a objectiva.

                 Paulo Tavares, in Capitais, 2012.

6.10.11

Prémio Nobel

Agora, sim, é que há condições para se publicar neste país a poesia de Tomas Tranströmer em livro a solo. Até hoje não.

TORMENTA

De súbito o caminhante encontra aqui o velho
carvalho gigante, como um alce mudado em pedra
com a larga copa frente à força verde negra
do mar de Setembro.

Tormenta do norte. É o tempo em que as sorvas
amadurecem. Desperto ouve na obscuridade
as constelações estampadas
no mais alto do carvalho.

Tomas Tranströmer, tradução da casa a partir do castelhano.

22.4.11

Na blogosfera



O poeta Amadeu Baptista, amigo e ex-companheiro de exílio neste velho burgo, entrou na blogosfera com a raridade dos seus primeiros livros e um poema por cada um deles. Também surgiu com dois frutos de uma paixão mais oculta, a fotografia. Foi-me grato ver como mexe na câmara. Tem o mesmo à-vontade com que faz as palavras brotar do teclado. É caso para dizer que num e noutro caso não lhe sobram dedos.

6.3.11

Apresentação no Porto e em Gaia



CONVITE





Na próxima quarta-feira, dia 9 de Março, às 18H00, na Fnac de Santa Catarina, Porto, e às 21H30, na Fnac do Gaiashopping, V. N. de Gaia, vai decorrer, nas mesmas sessões, a apresentação de O Ano da Morte de José Saramago, de Amadeu Baptista, e de K3, de Nuno Dempster, editados ambos pela &etc. Os livros serão apresentados por Rosa Alice Branco e por Jorge Velhote, respectivamente.

6.2.11

A Dança das Feridas



Na sexta feira passada, trouxe das Caldas da Rainha o livro de poemas A Dança das Feridas, de Henrique M. B. Fialho. Folheando-o, disse-lhe então, com alegria, que os versos eram bastante firmes. Comecei a lê-lo hoje e acabei-o há pouco, e contenho-me para não começar a escrever sobre ele. De linguagem poética inteligível, que torna inúteis o martelo e o escopro dos hermeneutas, requer porém tempo, busca de referências e releituras.

Jurar, na última página, que "Desta edição tiraram-se cento e cinquenta exemplares únicos e irrepetíveis" é que não me parece boa ideia. Entre comensais, costumo dizer de um prato de que goste antes sobre do que falte. O mesmo para o vinho. O mesmo para os livros. Alguns que desejava ter ainda os procuro em vão.

A imagem da capa é de Maria João Lopes Fernandes, que tão bem sabe traduzir livros de poesia nas suas composições.
WILLIAM GODWIN ANTES DE SE TER
CASADO COM MARY JANE CLAIRMONT

As minhas vizinhas passam 8 horas por dia
sentadas no passeio. Regateiam passados,
olham os passarinhos, cumprimentam quem
por elas passa sem passado nem futuro.
Algumas abrem as pernas para que o vento
fertilize campos há muito ressequidos,
outras queixam-se dos maridos que trazem
ao colo sob a forma de filhos.
Juntam-se a elas garotas com brincos
do tamanho das orelhas, órgãos de premeio
que nada acrescentam a surdez do mundo.
Olho-as com urna certa parcimónia.
Por vezes invejo-lhes alguns minutos
daquelas 8 horas. Um terço das horas
perdidas entre colarinhos amarrotados,
sorrisos velhos como um retrato em sépia,
papel gasto, empoeirado, a ser representado
sem cenário nem direcção artística.
Não há direcção alguma neste olhar
parcimonioso, tão invejável quão invejoso,
de quem na vida mais não pode do que
contar as horas de quem vive sentado
nos passeios por onde passa quem não tem
passado e conta pelos dedos o destino que sobra.

A Dança das Feridas, p. 55.

19.5.10

Apresentação no Conservatório de Viseu


No próximo sábado, 22, pelas 17 horas, realiza-se no auditório do Conservatório Regional de Música de Viseu a apresentação pública de Divina Música, Antologia de Poemas sobre Música, editada pela Proviseu, Associação para a Promoção de Viseu e Região, com a participação da classe de canto e coros do conservatório e a presença de poetas antologiados e do seu antologiador, Amadeu Baptista.

A edição e apresentação desta antologia inserem-se nas comemorações do 25.º aniversário do Conservatório de Viseu.

9.5.10

Notícias

Nestes quinze dias de silêncio no blogue, algo pouco recomendável para a saúde dele, sucederam-me três coisas, entre tantas outras que são do meu de certo modo agitado dia-a-dia.

Uma foi ter iniciado um projecto que requer tempo e paciência, e é, em boa parte, responsável por este silêncio.

Outra, ter assistido, pela terceira ou quarta vez, à representação de Antígona, de Sófocles, agora pela companhia do Teatro Nacional São João, com encenação de Nuno Carinhas.

Houve algo nesta encenação que não me pôs a levitar, ao contrário da que anteriormente vira, de um grupo galego, cujo nome não recordo. Esse algo, concretizo agora, teve a ver com a rigidez da colocação e interligação dos actores, que o próprio cenário, por demasiado óbvio, impunha, mantendo-se assim mais perto do que teria sido a representação original, vulgarizando-se com o não uso de meios cénicos, de que a encenação contemporânea se vale, para fazer do Teatro a mais expressiva das artes, que todas chama a si para o conseguir, do cinema à poesia.


Ontem, o Coro de Câmara da Universidade de Lisboa veio a este velho burgo, e trouxe consigo a contralto Maria João Fernandes, também pintora, licenciada pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, dona do blogue Eco e autora da capa deste e de outros livros. Com o Coro, veio o seu fundador e antigo maestro, José Robert, que terminou o concerto em apoteose, com peças de Rossini do período em que deixou de compor óperas, uma das quais se pode escutar no vídeo acima, mas em outra interpretação. O coro Schola Cantorum do orfeão local, iniciara o concerto com cinco cantochões monótonos e com uma bela composição laica e medieval a fechar.

Entretanto, o piano que era para duas das peças de Rossini, ficou-se nas covas, não apareceu (um piano pesa), e foi substituído por um ligeirinho piano eléctrico de timbre esquisito. Não lembrava ao diabo. O que vale é que somos todos portugueses, pianistas incluídos, e é suma a nossa arte do desenrascanço.

8.4.10


De Amadeu Baptista, com ilustrações de Ana Biscaia, publicado pela Editora Calendário de Letras, acabou de sair Zoo Musical, o terceiro livro para crianças de Amadeu Baptista, desta vez em quadras.

27.2.10

Uma conferência há meio século e quatro anos


A propósito da sua recensão no Público acerca do livro O Formato Mulher, de Anna M. Klobucka, baseado na tese de doutoramento da autora, penso que Eduardo Pitta deveria ter referido Jorge de Sena e a sua conferência sobre Florbela Espanca nos Fenianos, Porto, em 1946 (1). Serviria para cotejar ideias com as da novel autora, tanto mais que Eduardo Pitta já citara a dita conferência neste post e portanto sabia dela, muito embora, na brevidade de um só período em que se lhe refere, dê não só uma ideia errada do que Sena proferiu então, mas também não aborde o essencial dessa conferência, que é precisamente o que O Formato Mulher sugere e a recensão confirma.

Entretanto, Eduardo Pitta obteve ontem o Prémio Especial Jornalista ou Imprensa de Edição, na sua qualidade de crítico literário, entre um conjunto de prémios atribuídos pela Revista Ler e pelos consultores Booktailors.

(1) - Ver Estudos de Literatura Portuguesa - II, Jorge de Sena, p. 29 a 45, e nota bibliográfica, p. 313 e 314, Edições 70, 1988.

4.2.10

Cento e Trinta Poemas sobre Música





















Com mais de uma semana de atraso sobre o dia em que tive um exemplar nas mãos e o levei para casa, noticio a saída de Divina Música, Antologia de Poesia sobre Música, organizada por Amadeu Baptista, com capa e paginação de Inês Ramos, comemorativa do 25.ºAniversário do Conservatório Regional de Música de Viseu, em edição deste mesmo conservatório, com patrocínio da Proviseu - Associação para a Promoção de Viseu e Região. Acolhe cento e trinta poemas de outros tantos poetas de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique e Cabo Verde. Os seus nomes constam deste, como de outros blogues. O trabalho de Amadeu Baptista e Inês Ramos resultou num belo e mesmo luxuoso volume de 188 páginas e num livro com poemas de grande qualidade. Parabéns a ambos.

15.6.09

Henrique Fialho

Já com atraso considerável, uma boa notícia para começar a semana. Encontrei de novo Henrique Fialho activo na blogoesfera. Retomou a velhinha Antologia do Esquecimento. Quem me conhece sabe que não digo isto por estar lá um texto que me diz respeito. Isso, o estar lá esse texto, é o menos desta nova. É por alegria. E apetece-me dizer ao Henrique ai daquele que não tem inimigos. Ele percebe, e os inimigos também. E percebem todos os que seguem o seu caminho, sem olhar para o lado.

22.2.09

A eternidade é neste mundo (antes que se acabe)


Vejo no Da Literatura que Maria Teresa Horta saiu pela esquerda baixa com um volume de 850 páginas. Pelo menos evitou as escadas de serviço do show off. E no que respeita a poesia, o vinho tem dessas coisas.

25.1.09

Duas

Disseram-me e fui ver: a primeira livraria onde o Dispersão pousou foi na Poesia Incompleta, o que me agrada, talvez por estar sempre perto de nós e por o projecto ser um acto de coragem, além do mais que o motivou. Veja aqui.

O José Quintas pôs três poemas do obituário no seu blogue. Agradeço e aproveito para dizer que a série ainda não fechou. Intervalou, ao contrário do que tencionei: levar tudo a eito. Não contava é que seria necessário espaçar um pouco a verve para não bocejarmos de tédio, eu e quem me lê.

14.1.09

Finalmente














D. Policarpo, ao fim de seis séculos, ergue-se contra Mafoma. D. João, O da Boa Memória, estremece no seu frio sono.

12.1.09

Os pés de HH


De repente o monge saiu à rua. Desde que Herberto Helder se isolou, nunca deixei de pensar que o fazia, objectivamente, por excesso de auto-estima, por atitude de pose levada ao extremo, tornando-se, de ricochete, uma forma eficaz de promoção própria. Agora, aos 78 anos, parece colher os frutos da clausura, não sei se por a vida ser curta. Chama-se a isto borrar a pintura ou raspar o palimpsesto patético em que se tornou. Ou ainda acabar mal, se bem tivesse começado. O Prémio Pessoa recusado em 1994 evidencia a contradição em que agora se meteu, com este barulho no mercado livreiro. Depois de A Faca não Corta o Fogo, o Ofício Cantante, um a seguir ao outro. Se houvesse anjos, todos eles teriam pés de barro ― há homens e os seus pés, o que vai dar ao mesmo.

Imagem recolhida aqui.

10.9.08

Convite

No próximo dia 18 de Setembro, quinta-feira, às 18:30, em colaboração com a Libritalia e nas instalações desta, sitas na Rua do Salitre, 166, junto ao Instituto Italiano, em Lisboa, a DiVersos - Poesia e Tradução, publicada por Edições Sempre-em-Pé, convida a assistir à apresentação da nova poesia de Turim e do Piemonte .

A introdução será feita por Gonçalo M. Tavares. Estarão presentes os poetas Tiziano Fratus e Francesca Tini Brunozzi, e alguns dos tradutores.

Na altura, o editor apresenta o novo número (n.º 14) da DiVersos, no qual estão incluídas quatro vozes da poesia turinense, Francesca Tini Brunozzi, Luca Ragagnin, Tiziano Fratus e Valentina Diana, além de outros poetas traduzidos de outras línguas e originais inéditos de poetas em português. Serão ditos poemas na língua original e em tradução.
 
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