O Brasil ao rubro. Temer vai cair?
Parece que sim. É questão de tempo. A bolsa já começou a dar esse sinal.
Mostrar mensagens com a etiqueta Economia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Economia. Mostrar todas as mensagens
quinta-feira, 18 de maio de 2017
Radar
sábado, 6 de agosto de 2016
Cogitações (5)
Aproveitando o desafio para exercitar o raciocínio e o espírito crítico, informam-se os leitores que o ritmo das publicações aqui pelo Espectador Interessado abrandará nos próximos dias.
Para acompanhar a canícula rebelde que se avizinha, forçada a andar escondida pela influência dos ventos do quadrante norte, faz-se uma pausa de alguns dias.
Focando-nos agora no que é importante, partilho duas pequenas proposições de dois autores que acompanho. Desvalorizando o aparente carácter normativo, elas encerram, julgo, a tentativa de alcançar uma visão metafísica acerca desta coisa tão humana e volátil como é a economia e os mercados. Porque a acção humana também o é, diria Mises.
Boa semana e boas reflexões.
Para acompanhar a canícula rebelde que se avizinha, forçada a andar escondida pela influência dos ventos do quadrante norte, faz-se uma pausa de alguns dias.
Focando-nos agora no que é importante, partilho duas pequenas proposições de dois autores que acompanho. Desvalorizando o aparente carácter normativo, elas encerram, julgo, a tentativa de alcançar uma visão metafísica acerca desta coisa tão humana e volátil como é a economia e os mercados. Porque a acção humana também o é, diria Mises.
Boa semana e boas reflexões.
"Se se mata a variabilidade, mata-se a selecção. Se se mata a selecção, matam-se os mercados."
Pasquale Cirillo
"A estratégia é ditada, não pelos dados estatísticos, mas pela espada da necessidade."
Alex Gurevich
terça-feira, 10 de maio de 2016
MasterClass - Nassim Taleb
"Anti-frágil é vencer o teste do tempo"
Partilhamos com os nossos leitores uma muito recente palestra de Nassim Taleb na Colômbia. Esta masterclass, promovida pelo Banco de Comércio Exterior, concentra-se na exploração das relações dilemáticas entre os conceitos centrais da obra recente de Taleb - frágil e anti-frágil.
Os exemplos explorados são muito interessantes e desafiam noções instaladas quanto à estabilidade e progresso. Seja das empresas e das economias, seja das tecnologias ou das peças de teatro.
Muito importa considerar na perspectiva que parece resultar da reflexão de Taleb quanto à desvalorização do conhecimento face ao saber-fazer, da episteme face à techne. A ponderar, portanto.
Interessante conclusão do estudo acerca da volatilidade e da adaptação à volatilidade dos sistemas: dois grupos de países; um dos grupos com países com um só governo nas últimas quatro décadas; outro grupo de países com dezenas de governos nas últimas décadas; Conclusão: neste segundo grupo concentram-se os países (e economias) mais resilientes e produtivas. A volatilidade foi negociada com relativa facilidade e êxito.
Um dos exemplos do primeiro grupo é a Síria. Um exemplo do segundo grupo é a Itália.
O argumento faz pensar. O que seria, então, um mercado sem governo centralizado?
Concluo, a partir do próprio Taleb, que seria um excelente exemplar de um objecto anti-frágil.
Promissor.
Boas reflexões.
Partilhamos com os nossos leitores uma muito recente palestra de Nassim Taleb na Colômbia. Esta masterclass, promovida pelo Banco de Comércio Exterior, concentra-se na exploração das relações dilemáticas entre os conceitos centrais da obra recente de Taleb - frágil e anti-frágil.
Os exemplos explorados são muito interessantes e desafiam noções instaladas quanto à estabilidade e progresso. Seja das empresas e das economias, seja das tecnologias ou das peças de teatro.
Muito importa considerar na perspectiva que parece resultar da reflexão de Taleb quanto à desvalorização do conhecimento face ao saber-fazer, da episteme face à techne. A ponderar, portanto.
Interessante conclusão do estudo acerca da volatilidade e da adaptação à volatilidade dos sistemas: dois grupos de países; um dos grupos com países com um só governo nas últimas quatro décadas; outro grupo de países com dezenas de governos nas últimas décadas; Conclusão: neste segundo grupo concentram-se os países (e economias) mais resilientes e produtivas. A volatilidade foi negociada com relativa facilidade e êxito.
Um dos exemplos do primeiro grupo é a Síria. Um exemplo do segundo grupo é a Itália.
O argumento faz pensar. O que seria, então, um mercado sem governo centralizado?
Concluo, a partir do próprio Taleb, que seria um excelente exemplar de um objecto anti-frágil.
Promissor.
Boas reflexões.
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
Radar
Iniciou-se o programa, há muito prometido, de Tom Woods e Robert Murphy de análise crítica ao pensamento económico de Krugman. O sítio chama-se Contra Krugman. O programa terá emissões semanais e acompanhará as expressões públicas de Paul Krugman, tanto escritas como televisivas.
Embora os autores procurem acompanhar criticamente a coluna de Krugman no NYTimes, o que pretendem desmontar são as falácias que o pensamento único em economia - de que Krugman é grande exemplo - dirige aos problemas políticos e económicos.
Não é destinado a especialistas. Pelo contrário, com humor todos podemos reconhecer os vícios do pensamento de Krugman e, por extensão, do pensamento dos mestres do Politicamente Correcto.
Imperdível.
terça-feira, 12 de maio de 2015
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
Citação do dia (179)
"Um homem que optar entre beber um copo de leite e um copo de uma solução de cianeto de potássio não estará a optar entre duas bebidas; a escolha será entre a vida e a morte. Uma sociedade que optar entre capitalismo e socialismo não estará a optar entre dois sistemas sociais; estará a escolher entre a cooperação social e a desintegração da sociedade. O socialismo não é uma alternativa ao capitalismo; é uma alternativa a todo o sistema sob o qual os homens possam viver como seres humanos. Constitui tarefa da economia enfatizar este ponto tal como é a tarefa da biologia e da química ensinar que o cianeto de potássio não é um alimento, mas sim um veneno mortal."
Ludwig von Mises (1949)
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Em defesa de um padrão monetário livre
O dinheiro num mercado livre
Inicia-se hoje a publicação de um conjunto que artigos que Ken Griffith tem vindo a publicar no jornal do Gold Standard Institute. Os diferentes artigos que iremos publicar são dedicados à análise das potencialidades, das dificuldades e soluções para a construção de um novo padrão monetário. A novidade central nesta reflexão, ancorada na experiência e no passado recentes, é a ideia de que esse padrão pode ser implementado pela iniciativa livre dos cidadãos, sem necessidade da sua imposição por parte do estado. Importa sublinhar, especialmente nesta primeira parte, que esta reflexão assenta num conhecimento das necessidades monetárias do mercado, bem como na análise de tentativas recentes para a implementação de um padrão monetário livre.
A tradução e a edição dos artigos é da minha responsabilidade e foi autorizada pelo próprio autor.
Inicia-se hoje a publicação de um conjunto que artigos que Ken Griffith tem vindo a publicar no jornal do Gold Standard Institute. Os diferentes artigos que iremos publicar são dedicados à análise das potencialidades, das dificuldades e soluções para a construção de um novo padrão monetário. A novidade central nesta reflexão, ancorada na experiência e no passado recentes, é a ideia de que esse padrão pode ser implementado pela iniciativa livre dos cidadãos, sem necessidade da sua imposição por parte do estado. Importa sublinhar, especialmente nesta primeira parte, que esta reflexão assenta num conhecimento das necessidades monetárias do mercado, bem como na análise de tentativas recentes para a implementação de um padrão monetário livre.
A tradução e a edição dos artigos é da minha responsabilidade e foi autorizada pelo próprio autor.
"Em defesa do padrão-ouro livre” – Ken Griffith, "The Gold Standard Institute Journal #42", Junho de 2014
Nasci em 1971, três meses depois de Richard Nixon ter emitido uma lei que obrigava ao abandono da ligação entre o dólar e o ouro. Durante toda a minha vida, ouvi defensores do ouro e economistas austríacos lamentarem-se do desaparecimento do padrão-ouro, bem como o clamor de um regresso a ele. O propósito deste artigo é indagar se um novo padrão-ouro pode ser constituído através da iniciativa e acção privadas. A esta meta darei o nome de “padrão-ouro livre”.
Após anos de estudo e reflexão acerca destas matérias, cheguei à conclusão de que o padrão-ouro imposto por um estado e gerido por um banco central não resolveria o problema que enfrentamos relativamente à moeda que usamos. Políticos e dinheiro honesto são como azeite e água – não se misturam. Os políticos e os governadores dos bancos centrais são exímios na desvalorização da moeda, caso os deixemos controlá-la. Não há nenhuma nação que, tendo monopolizado a produção de moeda, esteja a salvo dessa tentação.
Julgo que o único modo de o mundo voltar a ter um verdadeiro padrão-ouro será se ele for alcançado através do livre mercado, sem intervenção estatal.
A primeira tentativa – a era do ouro digital
O leitor talvez não saiba, mas existiu um breve período (1996 até 2008) em que existiu um sistema monetário fundado no ouro. Liderado pela empresa e-gold.com, a “economia do ouro” através da internet cresceu ao ponto de representar 80 toneladas de ouro/ano de transacções entre utilizadores. No seu ponto alto, existiam sete entidades digitais emissoras e uma rede internacional de agentes e dois milhões de titulares de contas. O ouro digital era a forma mais rápida e barata de mover dinheiro à volta do mundo. O ouro mudava de mãos – como meio de pagamento – numa razão de 78 transacções por utilizador/ano.
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
Economistas que nos envergonham embaraçam
A lei da procura é a mais fundamental das leis de todo o corpo da teoria económica: se tudo o resto se mantiver constante (a necessária condição ceteris paribus), um aumento que se verifique no preço de um bem ou serviço terá como consequência uma diminuição da sua quantidade procurada pelas pessoas. Recordo-me, ainda de joelhos esfolados, ouvir o meu avô materno, pequeno agricultor de sequeiro e desconhecedor do alfabeto, referir-se-lhe frequentemente, saber de experiência feito. Mas há quem teime, entre os que ominosamente se reclamam de economistas, que há um caso específico em que esta lei não se observa e, por conseguinte, a invalida, tese que o governo, pela voz do ministro Mota Soares, subscreve (apesar da troika). Walter Williams, no artigo que hoje seleccionei (minha tradução), volta a explicar por que razão essa alegada excepção é um rematado disparate gerador de desemprego entre os menos qualificados. Uma pergunta: já repararam no recente "mobiliário" com que muitas lojas da McDonald's foram recentemente dotadas? (Via LRC)
Por Walter Williams
20 de Outubro de 2014
Economistas que nos embaraçam
(Embarrassing Economists)
Com o objectivo de transmitir uma certa perspectiva, vou pedir ao leitor que faça algumas conjecturas quanto ao comportamento humano antes de explicar o meu embaraço perante alguns dos meus colegas economistas.Suponha o leitor que os preços das jóias de senhoras aumentaram 100%. O que preveria que iria acontecer às vendas? E se o aumento de preços fosse de 25% ou 50%? A minha suposição é que uma pessoa comum iria prever que as vendas cairiam.
Walter E. Williams Emitiria a mesma previsão acerca das vendas de automóveis se os seus preços aumentassem 100% ou 25% ou 50%? Suponha o leitor que é o presidente executivo da General Motors e o seu director de vendas lhe diz que a empresa poderia aumentar as vendas de automóveis através do anúncio de um aumento de preços de 100% ou 50%. Eu imagino que despediria o director de vendas invocando quer insanidade como incompetência.Tentemos mais um exemplo. Qual seria a sua previsão, caro leitor, quanto às vendas de habitações se os seus preços subissem 50%? Supondo que iria prever uma queda nas vendas. Nesta altura, dirá: "Ok, Williams, já me está fazer perder a paciência com essas questões óbvias. Onde é que pretende chegar?"
domingo, 21 de setembro de 2014
Citação do dia (172)
"Os governantes não gostam de admitir que o seu poder está limitado por outras leis que não as da física e da biologia. Eles nunca atribuem os seus fracassos e frustrações à violação das leis económicas."
Ludwig von Mises
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Um forte argumento contra a "reindustrialização"
Entre nós, os apelos à "reindustrialização" tiveram em Álvaro Santos Pereira um dos mais estrénuos defensores (foi a sua principal bandeira enquanto ministro). Pelo que por aí se escreve, parece que o (ainda?) líder do PS também é agora um seu grande defensor. Aliás, em bom rigor, será difícil encontrar alguém que, pelo menos publicamente, discorde desse "desígnio" (Telmo Azevedo Fernandes é uma rara excepção). Por mim, confesso, não ser um adepto do credo muito embora por aqui com frequência se combata o que na prática o estado faz para dificultar, quando não impedir, a actividade empresarial. Particularmente a industrial. Bastará recordar, por exemplo, a assassina política energética adoptada, que não mostra sinais de abrandar, pelo bem sucedido combate contra os preços competitivos da energia. Ou os labirínticos e orwellianos processos que os diferentes "licenciamentos" exigem apesar do nevoeiro da propaganda das iterações "simplex" e dos sucessivos programas de "estímulo e incentivo". Tudo isto encimado por uma regulação opressiva e asfixiante. Um combate activo contra o capital produtivo, pois.
No artigo que se segue (tradução e links da minha responsabilidade), Gary North explica, pacientemente, por que o discurso da "reindustrialização", entendida como a tentativa de aumentar a fatia do sector industrial em % do PIB, não apenas não faz sentido como é contrária ao aumento do bem-estar! Há dias, dei conta de uma notícia que destacava que o volume, em toneladas, de conservas exportadas por empresas portuguesas em 2013, tinha igualado um recorde que datava de 1923. Mas o que devia ser destacado é que esse recorde tinha sido igualado com apenas 5,65% do número de fábricas que havia então (400 contra as actuais 23)!
Afinal, não começou na Escócia, mas a conjugação das leis de Moore e de Meltcalf conjugadas uma quiçá surpreendente lei dos rendimentos acelerados e da impressão 3-D vai atingir em cheio o estado-nação porque irá impôr uma descentralização massiva. E esse movimento, na tese de North, é insusceptível de ser impedido. Apesar dos luditas de turno.
Um excelente fim-de-semana!
12 de Setembro de 2014
Por Gary North
Mercados Livres: Bens Mais Baratos, Maior Riqueza, Melhores Empregos
A questão surgiu num dos fóruns sobre o futuro da produção nos Estados Unidos.
Para iniciar a formulação da resposta, atentemos num gráfico da evolução da manufactura em todo o mundo. A sua trajectória não é apenas característica dos Estados Unidos; é também a da Europa Ocidental, do Japão e do mundo como um todo. Como é visível, o contributo da indústria, em termos percentuais, no total da produção económica, diminuiu marcadamente durante os últimos 40 anos. Se o gráfico abrangesse os 40 anos anteriores, observaríamos a persistência de uma inclinação semelhante. Este é um fenómeno mundial e irreversível que tem acompanhado a expansão do crescimento económico mundial ao terceiro mundo e em especial à Ásia.
Há pessoas que se queixam da redução do peso relativo da indústria no produto interno bruto dos Estados Unidos. Isto acontece devido à total falta de familiaridade dessas pessoas com o fenómeno à escala mundial. Elas não compreendem que o crescimento económico acompanha a redução, em termos relativos, do peso da manufactura numa economia nacional.
O CORAÇÃO DE RIQUEZA MODERNA
O coração da riqueza não está na indústria mas sim no conhecimento aplicado para reduzir a importância da manufactura na economia como um todo, e em aumentar a riqueza das massas através dos serviços. Estes serviços podem ser digitais. Como podem ser pessoais. Mas não se baseiam na actividade industrial.
terça-feira, 16 de setembro de 2014
Da (in)consistência intelectual de um economista
que se tornou num activista político.
A simplicidade do diagrama só sublinha a riqueza do seu conteúdo. Um exemplo ilustrativo de que visitar o Coyote com frequência é altamente recomendável.
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Delícias para as noites de Verão
Ou o antídoto para a silly season
No vídeo são exploradas as ideias (são mitos, tão somente) que têm moldado o discurso público acerca do mercado. Em sentido mais alargado, pode considerar-se a extensão desses mitos à presente situação do sistema bancário nacional (mas também europeu e mundial). E compreender que as suas consequências (os problemas, entenda-se) estão já montados no seio da própria visão comum (colectivista) acerca do mercado.
Como podem os mal-entendidos manter-se por tanto tempo? Poderem moldar a opinião mais educada (e todas as outras) sem serem submetidos ao exame do simples bom senso?
Convido os leitores, no visionamento do vídeo, a terem presente o conceito de "cavalos furtivos".
Votos de uma tranquila e proveitosa noite de Verão.
No vídeo são exploradas as ideias (são mitos, tão somente) que têm moldado o discurso público acerca do mercado. Em sentido mais alargado, pode considerar-se a extensão desses mitos à presente situação do sistema bancário nacional (mas também europeu e mundial). E compreender que as suas consequências (os problemas, entenda-se) estão já montados no seio da própria visão comum (colectivista) acerca do mercado.
Como podem os mal-entendidos manter-se por tanto tempo? Poderem moldar a opinião mais educada (e todas as outras) sem serem submetidos ao exame do simples bom senso?
Convido os leitores, no visionamento do vídeo, a terem presente o conceito de "cavalos furtivos".
Votos de uma tranquila e proveitosa noite de Verão.
quarta-feira, 30 de julho de 2014
Citação do dia (169)
"Sem brincadeiras...
O mundo depois de 1970 foi tornado possível por vários desenvolvimentos. O mais importante dos quais foi o declínio das taxas de juro. Isto permitiu a expansão da dívida de um modo muito relevante. O mercado do crédito (total) dos EUA passou dos 170% do PIB no início dos anos 80 para mais de 350% em 2007. Em termos nominais, o total de dívida dos EUA passou de 5 triliões de dólares para mais de 50 triliões em 2007. Isto teve os seguintes efeitos:
- O crédito mascarou os efeitos do abrandamento da economia real. Os salários, na sua maior parte, estagnaram. Mas os consumidores continuaram a gastar mais dinheiro. Os gastos, que excederam a capacidade real da economia, mudaram o foco desta da produção para o consumo e para a finança. A indústria financeira, em particular, registou enormes lucros... e usou essa riqueza para controlar as políticas governamentais.
- Os governos também aumentaram os gastos. As receitas fiscais cresceram com o consumo alimentado a crédito e com as engenharias financeiras que proliferaram. As receitas fiscais em 1990 eram apenas de 1 trilião de dólares. Agora são de 2,5 triliões. Em cima disto, os governos aproveitaram a vantagem das taxas de juro baixas para se endividarem mais ainda.
Isto torceu e distorceu a economia ainda mais; sejam os fundos provenientes do crédito ou dos impostos, os governos transferem essa riqueza das partes produtivas da economia para aquelas que não o são... ou até para as que são, manifestamente, anti-produtivas.”
“Torcendo e distorcendo” – Bill Bonner
segunda-feira, 30 de junho de 2014
Dilemas futuros
Ou como o futuro há-de fazer-se entre crescimento e prosperidade.
O vídeo que a seguir se apresenta explora alguns dos dilemas que o futuro pode reservar-nos. Este vídeo é uma síntese recente de um conjunto mais vasto de vídeos, a que o autor Chris Martenson chamou "The Crash Course". Ao longo dos seus vinte e seis capítulos, o curso analisa, a partir de múltiplos contributos, alguns dos desafios que o futuro da nossa vida comum exige que consideremos. Na síntese aqui sugerida, o autor e a equipa da Peak Prosperity focam-se nos constrangimentos, desafios e possibilidades que, enquanto seres humanos, necessariamente vamos enfrentar em três domínios centrais: economia, energia e ambiente (os três E´s em inglês). A partir de uma posição que podemos chamar de optimismo racional.
quinta-feira, 12 de junho de 2014
Os políticos e burocratas preferem as vítimas invisíveis
No que constitui um outro excelente artigo, o Prof. Walter Williams evoca a filosofia libertária iniciada com John Locke ("Quem é o dono de si mesmo?") e o célebre ensaio de Frédéric Bastiat ("O que se vê e o que não de vê") para evidenciar as consequências reais das acções/omissões e do tipo de incentivos que a interferência do estado inevitavelmente introduz nos diferentes mercados. Neste artigo, Williams debruça-se sobre o tema da introdução de novos fármacos.
Adenda: a tradução é da minha responsabilidade bem como a introdução de links e realces no texto.
Adenda: a tradução é da minha responsabilidade bem como a introdução de links e realces no texto.
10 de Junho de 2014
Por Walter E. Williams
Quem é o seu dono?
Darcy Olsen, presidente do Instituto Goldwater com sede no Arizona, e Richard Garr, presidente da Neuralstem, uma empresa de biotecnologia, escreveram "O Direito a Tentar drogas experimentais" no USA Today (2014/05/28). Eles observaram que "este ano, mais de 5.000 americanos irão perder a batalha contra a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), comummente conhecida como doença de Lou Gehrig". Até há pouco tempo, não havia medicamentos no mercado que melhorassem significativamente as vidas dos pacientes com ELA. Mas há agora um em ensaios clínicos - que se mantém bem promissor - que a Food and Drug Administration [equivalente, na área do medicamento, ao Infarmed português – N.T.] não aprovou. O tempo médio que demora a obter a aprovação de uma droga pela FDA é de 10 anos. Esse é um tempo que os doentes terminais não têm.
Walter E. Williams
Os legisladores no Colorado, Louisiana e Missouri aprovaram recentemente legislação conhecida por "Direito a Tentar", e os eleitores do Arizona irão pronunciar-se sobre esta matéria em Novembro próximo. A iniciativa "Direito a Tentar" foi concebida pelo Instituto Goldwater. Ela proporcionaria aos doentes terminais o acesso a drogas experimentais que tivessem observado os ensaios básicos de segurança. Sob a supervisão de um médico, seria dada a oportunidade às pessoas de testar drogas experimentais promissoras antes de elas obterem a aprovação final da FDA.
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Porque é que a maioria dos intelectuais odeia o capitalismo?
Neste artigo de opinião do Prof. João Caraça - um cientista de nomeada no domínio da Física - o autor, apesar de cometer alguns erros de palmatória (por exemplo, quando toma o PIB num ano como medida da riqueza nesse ano) acerta no alvo quando escreve, socorrendo-se de Marx: "Se a religião era o ópio do povo no século XIX, bem podemos considerar o crédito barato como a droga mais dura do nosso tempo." Porém, parece evidente que não é nos bancos centrais que o Prof. João Caraça está a pensar quando propõe enviar os perpetradores do crédito barato para a cadeia!
E aqui surge o pretexto para recorrer ao sempre eloquente Thomas Sowell:
E aqui surge o pretexto para recorrer ao sempre eloquente Thomas Sowell:
«A maior parte dos intelectuais fora da área da Economia mostra pouquíssimo interesse em aprender os fundamentos básicos da teoria económica. Todavia, não hesitam em produzir afirmações radicais sobre a economia em geral, as empresas em particular, e as muitas questões que giram à volta do que é designado por "distribuição do rendimento".»
Thomas Sowell in "Intellectuals and Society"
E de voltar a insistir, secundando O Insurgente, através da veemência magistral de Jesús Huerta de Soto (que invoca Bertrand de Jouvenel), para procurar responder à pergunta que serve de título ao post: ignorância, soberba, ressentimento e inveja (e lá voltamos a Sowell). 7 minutos que valem a pena. Para quem preferir ler um texto, em português europeu, construído a partir deste vídeo, pode ir até aqui.
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Citação do dia (162)
"Como convencer um público suficientemente amplo de que a protecção do emprego é uma das principais causas da sua destruição e do desemprego entre os jovens, que uma grande desigualdade na distribuição do rendimento favorece a acumulação de capital e faz mais a longo prazo pelos interesses dos pobres do que uma distribuição igualitária alguma vez o poderá fazer, que a especulação conduz à estabilização e a regulação é com demasiada frequência desestabilizadora, que a imposição da solidariedade como um sistema tem um elevado custo ao gerar uma cada vez maior necessidade de mais solidariedade, que a finalidade de uma economia é a de satisfazer os desejos dos consumidores ao passo que a tarefa de produção de padrões éticos exigentes pertence a outros domínios na sociedade? A falsa doutrina tem um trajecto fácil, enquanto a sua refutação é trabalhosa e o seu sucesso, a ser possível, só poderá acontecer quando as desagradáveis realidades da evolução dos acontecimentos esgotarem o santuário da doutrina falsa."
Anthony de Jasay, aqui
quarta-feira, 30 de abril de 2014
Os Recursos Naturais do Mundo Não Estão a Esgotar-se (Matt Ridley)
No seu estilo inconfundível, o autor do "Optimista Racional" reitera as razões, num artigo no Wall Street Journal de sábado passado, pelas quais acredita não haver oposição entre crescimento económico e defesa e preservação do ambiente. A serenidade que a leitura dos seus escritos induz é, como sempre, admirável. É pois num registo positivo - Maio é já amanhã - que me propus traduzir o seu artigo (minha inteira responsabilidade). Apenas lamento que Matt Ridley não tenha invocado o grande "economista dos recursos" que foi Julian Simon, num artigo onde subscreve os pontos de vista deste último que, quase sozinho, travou este debate intelectual contra os catastrofistas, à cabeça dos quais continua a estar Paul Ehrlich (esse sim citado no artigo).
25 de Abril de 2014
Por Matt Ridley
Os Recursos Naturais do Mundo Não Estão a Esgotar-seQuantas vezes já ouvimos dizer que os humanos estão a "delapidar" os recursos do mundo, a "esgotar as reservas de petróleo, a "atingir os limites" da capacidade da atmosfera para absorver a poluição ou a “aproximar-se da capacidade de carga” das terras aráveis para sustentar uma maior população? O pressuposto por trás de todas essas declarações é que há uma quantidade fixa de coisas - metais, petróleo, ar puro, terra - e que corremos o risco de as esgotar através do nosso consumo.
"Estamos a utilizar 50% mais recursos do que a Terra pode produzir de forma sustentável. Se não mudarmos de rumo, esse número crescerá rapidamente - em 2030, até mesmo dois planetas não serão suficientes", alerta Jim Leape, director-geral do World Wide Fund for Nature International (o antigo World Wildlife Fund).
Matt Ridley
Mas eis aqui uma característica peculiar da história humana: estouramos sucessivamente com estes limites. Afinal de contas, como disse uma vez um ministro do petróleo saudita, a Idade da Pedra não acabou por falta de pedra. Os ecologistas chamam isso de "construção de nicho", que as pessoas (e mesmo alguns outros animais) conseguem criar novas oportunidades para si próprias encontrando formas de tornar os seus habitats mais produtivos. A agricultura é o exemplo clássico de construção de nicho: deixámos de confiar na recompensa da natureza substituindo-a por uma recompensa artificial e muito maior.
Os economistas designam o mesmo fenómeno por inovação. O que os frustra relativamente aos ecologistas é a tendência destes últimos para pensar em termos de limites estáticos. Os ecologistas parecem não conseguir dar-se conta que quando o óleo de baleia se começa a esgotar, descobre-se o petróleo, ou que quando os rendimentos agrícolas estagnam, surgem os fertilizantes, ou que quando a fibra de vidro é inventada, diminui a procura de cobre.
terça-feira, 22 de abril de 2014
Dormindo com o inimigo (ou a corrupção da ciência)
4000 anos de evidência empírica continuam a não ser suficientes para impedir o recurso dos governos aos controlos administrativos dos preços e salários. E todavia, mesmo sob a ameaça de aplicação de sanções severas – incluindo tantas vezes a pena de morte –, a persistência dos efeitos da fixação administrativa de preços é algo de notável – indução da escassez (com a fixação de “preços máximos” abaixo dos que o mercado, deixado a si próprio, determinaria) ou de “subprocura” (resultantes do estabelecimento de “preços mínimos” acima dos de mercado). Não há nada de estranho ou de sobrenatural nisto – trata-se apenas do mero funcionamento das leis da procura e da oferta.
Claro que, em períodos de agitação política, e para tentar enganar acalmar o povoléu, é usual que o poder aponte o dedo aos “especuladores”, “açambarcadores” ou a uma “5ª coluna” ao serviço do “inimigo externo” atribuindo-lhes a culpa seja da escassez, seja dos aumentos de preços generalizados (que aliás estiveram normalmente na origem do tabelamento de preços). Enfim, o dia-a-dia por que passam venezuelanos e argentinos nos dias que correm. (Entre nós, agora que nos aproximamos da comemoração dos 40 anos sobre o 25 de Abril de 1974, ainda haverá muitos que se recordarão desse linguajar tão comum na década subsequente.)
Mas se as leis da oferta e da procura são até facilmente intuídas pela generalidade das pessoas, há um caso muito particular em que seria possível e desejável suspender ou "comandar" o seu funcionamento. Refiro-me, claro, à existência de um salário mínimo nacional que, para além de considerações morais atinentes à “dignidade”, até teria consequências positivas sobre a economia (pela via do aumento do consumo proporcionado àqueles abrangidos pela sua criação ou pelo seu aumento). É muito triste que hoje haja muitos economistas (?) (Gary North fala em metade) que sustentem, com base empírica inteiramente desassociada da teoria económica (os famigerados “estudos”), tomar os desejos por realidades. É sobre este estado de degradação científica que o artigo de Frank Hollenbeck se debruça e que me levou a partilhar uma sua tradução (de minha responsabilidade) com os leitores do EI.
17 de Abril de 2014
Por Frank Hollenbeck
O triste estado da profissão de economistaNão é um exagero afirmar-se que a reputação actual dos economistas está, provavelmente, logo abaixo da de um vendedor de carros usados. Os recentes falhanços das políticas económicas de estímulo ao crescimento e ao emprego mancharam ainda mais esta imagem. Isto, porém, contrasta de modo nítido com o que sucedia no passado, quando os economistas eram vistos como o obstáculo intelectual a populares mas erróneas concepções, más ideias, ou, e o mais importante, a políticas governamentais vendidas ao público baseadas em falsas premissas. Slogans populares como "proteger os empregos americanos" apostam no nacionalismo, mas, na realidade, apenas servem interesses especiais. O economista de antigamente nunca teria hesitado em expor as falácias que um tal argumento encerra.
Hoje, no entanto, a maioria dos economistas vendeu-se ao inimigo. Eles trabalham para organismos governamentais como o FMI, a OCDE, o Banco Mundial, os bancos centrais ou instituições académicas onde a sua investigação é fortemente subsidiada por agências governamentais. Para terem êxito, têm que "andar na linha" - não se morde a mão a quem lhe dá de comer.
Frank Hollenbeck
Hoje, esses economistas e jornalistas arregimentados informam-nos dos perigos da deflação e dos riscos da "baixaflação", e de como as impressoras nos irão proteger dessa catástrofe. E contudo não há qualquer justificação teórica ou empírica para este medo. Pelo contrário, uma oferta monetária estável permitiria que os preços desempenhassem melhor a função crítica de afectar os recursos [às actividades – N.T.] onde são mais necessários. O crescimento resultante de uma moeda estável estaria normalmente associado à rápida queda dos preços como sucedeu na maior parte do século XIX.
quarta-feira, 16 de abril de 2014
A fraude da discriminação de género no trabalho
Um dos filões, aparentemente inesgotável, que vem alimentando o intervencionismo estatal é o de uma espécie de meta-guerra perpétua à discriminação onde têm cabido as “causas fracturantes” (muito caras à esquerda caviar e às franjas chiques dos partidos do poder) e, muito em especial, a vastíssima discriminação pelo sexo de género. O recurso ao vocábulário bélico não é em vão. Usando por aferidor o Google, até aqui têm sido pouco mais que esporádicas entre nós as referências à “guerra contra as mulheres”; mas talvez não esteja enganado em antever uma próxima vaga de fundo no Rectângulo. É que do outro lado do Atlântico uma busca por “war on women” devolveu-me 29,8 milhões de resultados. E este resultado não é alheio – é mesmo um dos temas que está a dar nos dias de hoje na América - o apadrinhamento que tem recebido do inquilino da Casa Branca.
O Prof. Mark Perry – que aborda regularmente este tema - há um par de semanas que se vem dedicando a desmontar com denodo uma suposta discriminação salarial de género contra a qual Obama se insurge e pretende combater (o seu post de ontem é particularmente revelador). Tal como Perry, também Thomas Sowell acusa Obama de fraude estatística nesta "guerra". Daí o título do seu artigo de ontem – Statistical Frauds. A mim, confesso, interessa-me bem mais a componente lógica da sua argumentação resumida no convite com que termina o seu artigo e que me motivou a publicar uma sua tradução de minha exclusiva responsabilidade.
15 de Abril de 2014
Por Thomas Sowell
Fraudes estatísticasA "guerra contra as mulheres" é um slogan político que, na realidade, é uma guerra contra o senso comum.
É a uma fraude estatística que Barack Obama e outros políticos recorrem quando afirmam que as mulheres ganham apenas 77% do que os homens auferem - e que isso se deve à discriminação.
Tratar-se-ia certamente de discriminação se as mulheres fizessem o mesmo trabalho que os homens, durante o mesmo número de horas, com a mesma formação e experiência, e se fossem também iguais nas restantes coisas. Porém, ao longo das últimas décadas, estudos sucessivos têm repetidamente mostrado que não são iguais nessas coisas.
Thomas Sowell
A repetição constante da estatística dos "77%" não altera essa realidade. Apenas tira partido da ignorância de muitas pessoas - algo em que Barack Obama tem sido muito bom em muitos outros temas.
E se se comparassem as mulheres e os homens que são iguais em todas as características relevantes?
Em primeiro lugar, isso raramente é possível porque as estatísticas necessárias nem sempre estão disponíveis para todo o leque de actividades profissionais e para a gama completa de diferenças entre os padrões das mulheres e dos homens no mercado de trabalho.
Subscrever:
Mensagens (Atom)