quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Dia Seis


Hoje é dia de S. Nicolau. Se as nozes dentro das meias acontecerem de véspera, como o Menino Jesus português, esta manhã muitas crianças – não sei se também adultos – tinham nozes e outros frutos dentro das meias. Compreendi talvez, hoje, a utilidade daquelas meias de Natal um bocadinho grandes de mais. Verdade, é um bocado tarde para aprendizagem tão básica. Os portugueses não estão familiarizados com este santo e nem parece que venha a ter tanta saída como o S. Valentim que há uns vinte anos ninguém sabia quem era. Quer dizer, eu sabia. Ficou-me das fotonovelas que gostavam muito da data. Lembro uma senhora de chapelinho à Jaqueline Kennedy dizendo através dos balõezinhos das palavras para o motorista Max, uma lindeza de boné, que era dia de S. Valentim. Parece claro, mas não é. Pensei que S. Valentim fosse o nome de  um lugar, a madame queria por força ir a um parque, chamar-se ésse Valentim ou outro nome, era indiferente à minha gestão da fotonovela.
E posto que é Natal: ainda não descobri os lápis, estou a ponderar usar umas aguarelas que me apareceram a pedir água. Embora não seja o meu mundo, se os vagabundos dos lápis não derem à costa, olha, lá vai um borrão em aguarela. Desventrei umas caixas com artigos de Natal e, por amor a quem mo fez, pendurei um anjo em crochet que tem tudo de  fantasma; é esquisito lendo-se o u. Também apareceu, muito bem embrulhadinho, o Menino Jesus número dois, legado que muito prezo e tem três anos em minha casa. Fiquei a olhá-lo que tempos, meio escurinho, em barro tosco. E desejo com muita força que proteja até ao fim quem o trouxe consigo a vida toda.


4 comentários:

  1. Acabei de comentar no blogue da Teresa que o Dia de S. Nicolau é celebrado essencialmente pelas comunidades ucranianas e holandesas. Outras comunidades referir-se-ão a ele de passagem... : )

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  2. Bea...algo que não conhecia e por sinal bem interessante! Bj

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  3. E para quem não conhece, a igreja de S. Nicolau na baixa de Lisboa, é uma das mais bonitas. Que interioridade se adquire debaixo dos seus claustros!

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