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2.12.10

Moça que guardava facas

Ela guarda uma faca na bolsa. Sim.
E diz que é para se proteger de qualquer assaltantezinho.
Pois o que todos acreditam é que ela carrega o instrumento para o caso de encontrar o amor de sua vida.
É.
Pois retalhá-lo é mais fácil que ficar o resto da vida com ele.

7.11.10

Sobre amar novamente

Ela não sabia para onde olhar nem a quem ligar.
O papel mostrava um nome - mas ela havia escrito outro, enquanto sua mente pensava em um terceiro.
Caminhava agora sob os próprios pés.
Descalça e sob o sol quente.
Fugir parecia o melhor.
Mas não conseguia mais andar sem alguém lhe segurando.

28.10.10

Cuspe

Ele a olhava de cima a baixo.
Perguntava o que poderia fazer por ela.
Cantadas jocosas e sujas.
Coisa de gente infame.
E ela aceitava.
Não porque estivesse precisando. Não mesmo.
Na realidade nem precisaria estar em um bar daquele.
Era mais pelo conforto de dominar sem ser dominada.
Mas fingir encantar-se apenas pela alegria de ver sofrer.

24.10.10

Acaso

Ela não sabe o que dizer para ele.
Sim, esse cara tá na minha cama. Sim, eu transei com ele. Aham, eu te traí.
E a fuga do (ex?) namorado, não sabia o que dizer pensar nem quem culpar.
E quanto a ela? E quanto ao outro que estava ali?
A eles só restava continuar. E depois ela se preocupava com o outro.
E o namorado? Esse chorou, a amaldiçoou, jurou a si que nunca mais veria ela. Parou em um bar, tomou uma vodca atrás da outra, jogou a aliança no bueiro, dormiu com mendigos.
Na manhã seguinte estava na porta dela. Agarrou-a com força, olhou-a nos olhos e jogou-a na cama.
E lá ficaram pelo resto da manhã. À tarde não havia mais resquício do dia anterior.

17.10.10

Ritual

Ela não tinha medo de ninguém a não ser si mesma.
Pintava as paredes da casa da cor que mais detestava.
Escolhia o cara errado para poder se frustrar ao fim de cada semana.
Encher a cara aos sábados era rotina para curtir o vazio de um domingo só,
e renascer em uma segunda-feira.
Sem medo de se desfazer.

12.10.10

O espelho

Ela falava em monossílabos e por vezes imitava um bebê.
Chiliques histéricos e tudo.
Enquanto isso, ele consentia, por vezes meio sem jeito em frente ao resto do mundo.
Fingindo não se importar, andava de cabeça erguida em meio aos outros.
Apenas para poder contar vantegem no barzinho.

2.10.10

Desconstrução

 (Antes de mais nada, adianto que essa é uma série de contos intitulada "Moça que guardava facas", criada por mim, que será postada neste blog ocasionalmente.)

Resolveu construir uma casa.
Planejou mobília decoração sala de festas.
Sõ não pensou na estrutura.