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domingo, 17 de junho de 2012

A prioridade é resolver os problemas

O realismo e o sentido de Estado e das responsabilidades assentes numa forte vontade de acertar para bem dos portugueses devia ser a regra norteadora dos governantes e demais políticos eleitos. Isto é mais premente num momento de dificuldades e grandes dúvidas quanto ao futuro de Portugal e da Europa.

Há políticos cientes da necessidade desta prioridade, como se vê no artigo São tempos para respondermos aos problemas, não para jogos partidários nas palavras de António José Seguro que se transcrevem:

“Estes são tempos para nós respondermos aos problemas dos portugueses, não são tempos para jogos partidários. Particularmente num fim-de-semana tão complexo e com tantas incógnitas”.
“Isto são tempos em que os portugueses exigem aos políticos responsabilidade e resposta para os problemas concretos”


Mas, senhores políticos, não bastam palavras pias, pois daquilo que precisamos são medidas práticas baseadas em estudos sérios que conduzam a reformas que eliminem as causas de crises ou o agravamento destas quando são de origem externa, que façam aumentar a confiança dos investidores para que a economia cresça e dê emprego, que estruturem o ensino para ter utilidade prática, com a curiosidade que estimule a aprendizagem permanente e com o raciocínio que facilite equacionar as situações advenientes e encontrar as melhores soluções.
A vida prática não pode ser regida por dogmas nem por boas regras de há 10 anos, porque a evolução é rápida e é preciso actualizar procedimentos e esquemas de raciocínio para poder agir com eficácia em qualquer situação.

Imagem de arquivo

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domingo, 19 de julho de 2009

Lula é um espanto…

Por vezes encontram-se funções muito complexas e de grande responsabilidade em que o diploma académico não tem importância decisiva, sendo mais marcante a sensatez, a serenidade reflexiva e a capacidade de sobreviver (tipo rolha de cortiça, lembram-se?). É o caso do Presidente Lula da Silva. Também por cá, temos industriais de sucesso como Rui Nabeiro, Soares da Costa, irmãos Amorim e, certamente, outros.

Os teoremas da alta matemática e as fórmulas químicas mais complexas, bem como as conclusões a que chegaram grandes pensadores da gestão ou da Economia não são necessários na prática diária de grandes decisões. Pessoas sem estudos de alto escalão, a quem a sensatez ajuda a serem comedidos e evitarem as tiradas intelectualóides «pour épater le bourgeois», a contratarem especialistas bem preparados e sem vaidades e a saberem dialogar com eles, não terão motivos parta conflitos insuperáveis. A sua superioridade de inteligência, de sageza e de bom senso será reconhecida pelos diplomados que os apoiam.

Lula da Silva, reconhecido por todo o mundo como líder político de grande mérito, é exemplo daquilo que consta desta apresentação do artigo do Diário de Notícias que a seguir se transcreve

O que é que Lula tem?
DN. 090719. por Vanessa Rodrigues

Em seis anos de Presidência do Brasil, Lula da Silva continua com uma imagem intocável, um apoio popular maioritário, imunidade contra sucessivos escândalos e acaba até de arrecadar o Prémio UNESCO de embaixador da paz. Nunca o Brasil teve um presidente assim.

Quando, em Abril deste ano, o Presidente norte-americano, Barack Obama disse, num círculo restrito de líderes mundiais, que Lula da Silva "é o político mais popular da Terra", seguido de um gracejar descontraído: "Esse é o homem! Adoro-o!", o Presidente do Brasil, apesar de tímido como uma criança bem-comportada, sabia que o elogio, dito assim no pódio da elite de estadistas internacionais, significava que tinha entrado para o clube restrito dos políticos mais influentes do mundo.

Não é por acaso: Lula foi o primeiro chefe de Estado a encontrar-se com Obama, então ainda Presidente recém-eleito dos Estados Unidos. Há poucos dias, vimo-lo a entregar uma camisola da selecção brasileira de futebol ao homólogo norte-americano e Obama pediu-lhe que o ajudasse a mediar o conflito com o Irão. Agora a UNESCO acaba de lhe entregar o prestigiado prémio de embaixador da paz mundial, o Félix Houphouët-Boigny (caixa).

O que mais surpreende os cientistas políticos é que, no sexto ano de mandato como Presidência da República, a imagem de Lula já deveria ter sofrido "desgaste". Pelo contrário. "Lula, quando faz certo, acerta, quando não faz nada, também acerta, e quando faz algo errado, sai intocável", analisa o cientista político Paulo Baía, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

"Para a maioria da população, ele é uma pessoa generosa que apoia até os políticos em más alturas, como no caso da crise no Senado", diz. Nas sondagens de Baía, ficou "evidente que as pessoas se identificam com ele", como se espelhasse os desejos e as frustrações de todos, por isso não o recriminam. Sem diploma universitário, ex-metalúrgico e ex-sindicalista, Lula dá erros de português, faz metáforas com o futebol e passou fome. "Coisas que só pobre entende", disse Lula na campanha de 2006, quando discursava no interior de São Paulo.

"A maior transformação que o Presidente Lula trouxe para o Brasil, e que o faz ter ainda uma aceitação incrível na sociedade brasileira, é essa capacidade de ser um conciliador nacional", conta Baía ao DN. "Ele afastou-se um pouco da esquerda do PT [Partidos dos Trabalhadores], para ser centro." E o Brasil nunca teve um estadista do centro. "Lula concilia interesses antagónicos e promove os pactos políticos negociados. Com ele a democracia acontece." E com um presidente mais livre do partido, nota o cientista político Murilo Aragão, "a política brasileira aproxima-se a passos largos de um processo de americanização", à semelhança do norte-americano Franklin Delano Roosevelt, que venceu quatro eleições seguidas, mantendo--se na Casa Branca entre 1933 e 1945, proeza nunca mais repetida em Washington. Além de "conciliador nacional", Lula é o mediador da América Latina. Portanto, também o pode ser num contexto internacional e Barack Obama sabe-o.

Essa imagem de um Lula carismático chegou a seduzir o realizador João Moreira Salles no documentário Entreatos, sobre a corrida às eleições de 2006. Ele disse que teve de se afastar para conseguir alguma isenção. Lula também cativou a brasileira Ana Schneider, consultora ambiental. Arrependeu-se do voto. "Com tanta corrupção nestes últimos anos, é uma vergonha." Aliás, foi essa "cegueira" de Lula que a revista britânica The Economist criticou esta semana: a "capacidade de fechar os olhos ao escândalo quando lhe convém". Ao mesmo tempo que protege os políticos, ele pede aos órgãos que "investiguem", mas isso, conta Baía, reforça a imagem de conciliador intocável, com 80% de aceitação.

Quando pressionado com escândalos, Lula diz simplesmente: "Eu não sabia", que é aliás uma característica do "lulismo", isto é, o modo de governação do estadista brasileiro.
E, afinal o que é que Lula tem? Baía arrisca: "Um pragmatismo como ninguém."

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domingo, 14 de setembro de 2008

Reagir pela positiva

Quando escrevi o original destas linhas estava privado de computador, dessa máquina que muito tem facilitado a vida moderna, embora, ao contrário do que muitos possam pensar não substitui a nossa capacidade mental. Utilizei papel usado em sintonia com a teoria dos quatro erres dos ecologistas – reduzir, reparar, reutilizar e reciclar – aplicável a lixos e desperdícios. E exercitei a memória recordando alguns dos textos que tenho publicado nos blogues. A nossa memória é mais fácil do que a do PC, não necessitando de formalidades para abrir ficheiros e manusear o rato. Mas nem sempre é rigorosa, fácil em pronta.

Mas nada me leva a discordar da ideia de que o Magalhães não cria génios, mas as crianças geniais serão muito beneficiadas pela sua utilização adequada. Se agora, sem ele, o êxito escolar» estimado através da redução de «retenções» vulgo chumbos, aumentou muito, daqui por um ano, na propaganda governamental, Portugal vai transformar-se num alfobre de génios! As grandes potências mundiais que se cuidem!

Acerca da importância do computador, recordo uma história interessante.

No Silicon Valley, a Microsoft, nas suas vastas instalações, com inúmeras casas de banho, começou a ter problemas com as canalizações e decidiu contratar um funcionário que seria encarregado da manutenção de todas as instalações e do accionamento das necessárias reparações. Como na América é costume não preencher lugares com base em amizades e cunhas, foi aberto concurso. Como o trabalho não era muito aliciante não houve muitos interessados a e a admissão assentou principalmente na entrevista com o gestor de recursos humanos.

John Foster era um dos concorrentes. Tinha trabalhado numa pequena firma que encerrou e estava a passar dias preocupantes para sustentar a mulher e os dois filhos pequenos. Estava muito interessado no emprego e as suas capacidades e vontade de cumprir foram bem notadas pelo entrevistador que, depois de lhe explicar tudo o que se pretendia e ouvir o John, disse-lhe:

Tens condições para ser admitido, em princípio serás nosso colaborador e começarás a trabalhar na próxima segunda-feira, para isso deixa-me o teu endereço de e-mail a fim de te comunicar a decisão do departamento e o início da entrada ao nosso serviço.

O John, com sinceridade e um pouco de timidez, respondeu:
-Mas eu não tenho e-mail.
-Não tens e-mail? Então não pode ser nada, porque os nossos procedimentos regulamentares passam por te enviar uma mensagem por e-mail a confirmar a decisão do departamento. Paciência, iremos escolher outro concorrente.

O John, que já estava a ver a sua vida melhorada com um emprego garantido numa empresa sólida, ficou abatido, saiu cabisbaixo a pensar no que iria fazer para resolver o problema da subsistência da família.

Ia pelo passeio a cismar, quase chocando com os outros transeuntes, quando passou em frente de uma frutaria. O estômago, a dar horas, fê-lo olhar para a fruta exposta. Uma caixa de bananas custava 10 dólares. Mexeu nos bolsos è procura de moedas e encontrou essa importância que era quase tudo o que levava. Decidiu comprar a caixa, que enganaria a fome da família durante um ou dois dias.

Mas, mais à frente, para descansar os braços, parou e pousou a caixa na beira do passeio. Casualmente, uma velhinha que passava perguntou a quanto estava a vender as bananas. Embora não tivesse pensado em tal negócio disse um pequeno valor em cêntimos e a velhinha comprou-lhe duas bananas. Depois apareceram mais compradores. No fim tinha no bolso 20 dólares. Voltou a trás e comprou outra caixa.

Teve a noção de que algo estava a iniciar-se. Passados poucos meses, tinha uma frutaria, depois, mais outra, criando uma rede de lojas e adquirindo uma camioneta para ir buscar abastecimento e distribui-lo pelas lojas. E a conta que entretanto abriu no banco ia crescendo sem ele ter bem a noção de quanto isso representava.

Um dia, o gerente do banco telefonou-lhe a pedir para aparecer por lá na agência porque precisava de lhe falar. O John não fazia a mínima ideia do motivo de tal pedido e aproveitou um intervalo nos seus movimentos para comparecer. Foi muito bem recebido pelo gerente que lhe disse ter pedido este encontro porque ele tinha um saldo exageradamente elevado na conta à ordem e era conveniente aplicar esse dinheiro de forma mais rentável. Apercebeu-se das fracas habilitações literárias do John e propôs-se ajudá-lo, ia estudar com mais pormenor a situação e procurar uma boa solução e depois comunicar-lhe-ia por e-mail.

- Qual é o seu endereço de e-mail?
- Não tenho e-mail.
- Oh John, se o Sr. sem ter e-mail consegue possuir uma cadeia de lojas com muito êxito e amontoou uma fortuna muito considerável, o que você seria se tivesse e-mail!
- Se tivesse e-mail seria apenas desentupidor de retretes da Microsoft.

EM CONCLUSÃO: Não será o Magalhães que criará génios que criem um futuro brilhante para Portugal. As crianças que o utilizarem poderão não passar de desentupidores de retretes. A não ser que, comprem e vendam uma caixa fruta!

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domingo, 6 de abril de 2008

Despedimentos colectivos

Embora procure não me prender com casos concretos e singulares e manter-me na área dos conceitos, ou melhor, distanciando-me na estratosfera para ver o mundo sem me deixar influenciar por politiquices, fui estimulado a fazer um comentário sobre o tema que agora serve de base para este post.

Os despedimentos nas empresas Delphi e Yazaqui Saltano, ambos noticiados em 5 de Abril, vierem relembrar outros casos semelhantes ocorridos com empresas multinacionais que se instalaram, em Portugal a troco de benefícios fiscais de que as empresas nacionais não podem usufruir. E, apesar desses benefícios, não hesitaram em encerrar, deixando centenas de desempregados com família.

Estes casos podem ser analisados segundo vários aspectos de que escolhemos os seguintes:

1. Na óptica das empresas nada há a dizer, porque são administradas para fazer face à economia livre em que impera a livre concorrência e o efeito da oferta e da procura. A sua finalidade é o lucro através da venda dos seus produtos e, por isso, reorganizam a produção, alteram a lista de produtos e a estratégia de gestão conforme as suas conveniências, para reduzir custos e ampliar os benefícios. É pena que não tenham mais consideração pela mão de obra e pela sociedade relacionada com a empresa, mas isso também se compreende nestes tempos em que se desprezam valores não traduzíveis em dinheiro.

2. Na óptica dos trabalhadores despedidos, é uma tragédia, principalmente quando a preparação técnica é de tal modo estreita que não lhes torna fácil a adaptação a outro tipo de trabalho, e tornando difícil a obtenção de outro emprego. Fica assim em causa a deficiente programação do ensino que não dá aos estudantes ferramentas válidas para enfrentar a vida prática, na luta com a concorrência, global. Há pouco tempo um gestor espanhol que instalou uma empresa de exploração de granito em Trás-os-Montes, ao ser interrogado sobre a quantidade de emprego que ia criar na região, respondeu que ia empregar cerca de duas centenas, mas que vinham todos de Espanha, porque embora tivesse mais custos, acabava por ser compensador devido à sua maior produtividade.

3. Do ponto de vista sindical, deve haver a preocupação de obter o máximo de indemnizações aos trabalhadores despedidos, e, principalmente, retirar conclusões que levem a incrementar uma formação profissional mais ampla que permita aos operários uma rápida e eficaz adaptação a novo emprego, a novas especialidades. Nos tempos actuais, parece errado, perante as circunstâncias vigentes, um trabalhador prever ficar toda a vida numa mesma empresa, sendo mais vantajoso ir saltando de uma para outra à procura de melhores remunerações e de novas experiências, aumentando a variedade das suas capacidades.

4. Do ponto de vista do Governo, há que rever o sistema de incentivos a empresas estrangeiras que acabam por nada perder com estas aventuras, pois a redução de impostos acaba por só lhes trazer benefícios sem obrigações. Essas empresas não vêm com compromissos de ficarem para sempre, mas apenas durante o tempo em que nisso tenham vantagens. Logo que as circunstâncias se modifiquem, não fazem a mínima cerimónia em se «deslocalizarem» para países onde os custos de produção sejam menores e obtenham outras vantagens no fabrico e na distribuição dos seus produtos.

5. Acerca dois efeitos da globalização, será conveniente convencer todas as pessoas de que têm necessidade de compreender quanto a globalização lhes pode ser prejudicial ou útil conforme ignorarem ou souberem como se defender e como aproveitar as oportunidades. Os tempos que correm exigem muita atenção às evoluções do mercado de trabalho e à frequente tomada de decisões, sem exageradas afeições aos patrões actuais. É conveniente ser eficaz e competente para contribuir para o êxito da empresa a que pertence, mas essas qualidades devem ser apreciadas e remuneradas justamente, o que pode ser mais compensador numa outra empresa concorrente, ou mesmo num ramo diferente.

6. Como pano de fundo de tudo isto, um ponto a considerar é a necessidade urgente de o ENSINO se tornar mais prático de forma a formar técnicos competentes para, em empresas especializadas, merecerem bons ordenados e se tornarem imprescindíveis. Seria um óptimo sinal que as empresas multinacionais, ao deslocalizarem-se, levassem alguns técnicos portugueses por terem óptima qualidade.

Há, sem dúvida, outros aspectos interessantes para a melhor compreensão do tema, para o que convido os visitantes a deixarem comentários que contribuam meditação mais profunda, que o assunto merece.

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