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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

TRUMP QUER LUTAR CONTRA O TEMPO

Trump quer lutar contra o tempo
(Publicado em O DIABO de 14 de Fevereiro de 2017)

Trump está a tentar cumprir aquilo que prometeu na campanha eleitoral. Mas nem parece que a sua actividade tenha sido a «construção civil». Ninguém que deseje construir um palacete, o pode ver pronto a habitar no dia seguinte a ter manifestado tal desejo, mesmo que o tenha escrito em papel e assinado com caneta de feltro bem visível perante a câmara e vídeo. Com efeito, desde o momento em que a intenção é formulada, há muitos passos a dar para ser atingido o objectivo, desde a escolha do local, a elaboração dos estudos e planos até à entrega da chave, há muitos e diversificados trabalhos a levar cabo. As fases intermédias, ou objectivos parciais, são entregues a técnicos especializados – arquitectos, engenheiros, estocadores, pintores etc – cujo trabalho deve ser acompanhado e sujeito a observações e opiniões do patrão. Este deve abster-se de querer inserir o mobiliário antes do momento adequado e, só nessa altura deve, fazer a escolha das ofertas de mercado que lhe agradam e recusar as outras. É preciso dar tempo ao tempo e não baralhar tudo a fim de evitar fazer trampa.

Ora ele, parece querer resolver cada uma das suas intenções, apenas com o efeito milagroso e um papel assinado com pompa e circunstância, no seu gabinete, perante o operador de vídeo, mostrando para a máquina a sua assinatura bem vistosa.

Para um gestor competente, com sentido da responsabilidade, isso pode ser apenas o sinal de partida para uma longa maratona. Sem serem criadas as necessárias e adequadas condições, sem ser preparado o pessoal que vai ter de agir de forma diferente daquela a que está habituado, e sem conquistar a aceitação e a adesão das pessoas que vão ser atingidas pelos efeitos da mudança, dificilmente podem ser esperados os melhores resultados.

As reacções já visíveis em determinados sectores, não apenas nacionais, mas também de muitas partes do globo prenunciam as dificuldades que advirão de decisões complexas e precipitadas sem a adequada ponderação e busca da melhor alternativa. A forma como um seu admirador agiu contra uma mesquita de Quebec, pode ser considerado o primeiro sinal, e muito preocupante, do ambiente de confusão criado.

Sobre a preparação da decisão, sugiro a leitura do texto publicado no jornal «O DIABO» em 27-09-2016. A metodologia nele apontada aplica-se a todo o tipo de decisões e é imprescindível naquelas que irão afectar a actividade de muita gente e de vários países. Desde a adopção de uma intenção até iniciar a acção para a sua concretização há um cuidadoso e meticuloso trabalho mental, burocrático e de contactos com pessoas, directa ou indirectamente, atingidos, a elaborar.

Também se relaciona com este tema o texto «promessas e decisões anunciadas precocemente» publicado em O DIABO de 18 de Outubro de 2016, em que se mostra a vantagem de as coisas não serem publicitadas, antes de estarem bem definidas e ponderadas, para não exigirem recuos desvantajosos para o prestígio e a imagem do decisor.

Não é por acaso que, num alto cargo, o responsável dispõe de uma equipa, que pode ser muito numerosa e diversificada, para colaborar na formulação de todo o trabalho antes de a decisão saltar para o público. Isso mostra bem que a decisão a esse nível não constitui uma obrigação pessoal, prepotente, autoritária, por capricho, sem atender aos pareceres de colaboradores. Não se pode aplicar uma norma do tipo «quero, posso e mando».

A João Soares
O7.02.2017

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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Mudar exige ponderação

Mudar exige ponderação A vida é feita de mudança, nenhum dia, nenhuma época, é igual ao passado, o tempo constitui um recurso irrecuperável, pelo que deve ser usado da forma mais proveitosa, em todos os aspectos. Devemos começar pela preparação da sua utilização. Devemos Pensar antes de decidir.

Vem isto a propósito do artigo de opinião no Diário de Notícias Mudar de vida de Manuel Maria Carrilho (cuja leitura se aconselha apesar da sua extensão). Nele, partindo da mudança da hora, reflecte na necessidade de mudar de hábitos, de mudar de vida, como diz, «mudar de hábitos mentais e de ideias».

Mas tais mudanças só podem ocorrer «pela pressão incontornável das circunstâncias, quando elas impõem verdadeiras roturas», como é o caso da crise actual.

E, se a mudança é imprescindível na condução de uma viatura, de um navio ou de um avião, em que é imperioso reparar com oportunidade cada pequeno desvio da rota, ou mudar de itinerário, se ocorrer um impedimento que impeça continuar no mesmo, também na vida privada, nas empresas ou nos Estados, é absolutamente necessário, a cada momento, procurar a melhor solução para o momento seguinte. E uma crise deve constituir um bom incentivo para proceder às mudanças mais racionais e eficazes aconselhadas pelos melhores estudos isentos e patriotas orientados pelos reais e consensuais interesses nacionais.

Carrilho reflecte na conveniência de ser estudado o melhor futuro para a Europa e coloca três pontos a ponderar, quanto a vantagens e inconvenientes para a preparação do futuro do Velho Continente de onde partiu a civilização preponderante no planeta durante cerca de uma dezena de séculos. Tais três pontos centram-se em federalismo, crescimento e proteccionismo.

Oxalá os actuais e futuros governantes dos Estados Europeus se mostrem competentes para delinear o futuro do Velho Continente. De forma exequível e realista para não desmerecer as glórias do passado.

Imagem de arquivo

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domingo, 30 de setembro de 2012

António Borges o arrogante «sábio»

Talvez o arrogante «sábio» António Borges consiga fazer as quatro operações aritméticas sem calculadora nem precisar de contar pelos dedos, talvez consiga saber logaritmos, derivadas, integrais, estatísticas e outros malabarismos com números, mas isso não justifica, não lhe dá o direito de querer impor a sua opinião com a arrogância de quem se julga ser dono absoluto da verdade e muito menos de ser incontido nas palavras ofensivas que usou para os empresários que têm sido pilares da economia nacional, inovando, produzindo e exportando, como é referido na notícia António Borges classifica de "ignorantes" empresários que criticaram a TSU.

Os visados não aceitaram tais modos menos correctos de uma pessoa que joga nos dois campos de adversários e se presta à promiscuidade entre público e privado, recebendo do Estado e da Jerónimo Martins, empresa que tem negócios com o Estado (ver aqui e também aqui) e reagiram como se pode ver nas notícias seguintes:

- O empresário Luís Onofre ficou “pasmado”com as declarações de Borges

- Fortunato Frederico, patrão da Fly London ofendido com as afirmações de António Borges

- Filipe de Botton, presidente da Logoplaste, disse que António Borges “demonstra total ignorância do que é o tecido empresarial português”

- Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), disse que António Borges não tem “perfil para o lugar público que ocupa”

- Murteira Nabo. empresário e ex-ministro, disse que Borges não foi feliz ao ter chamado “ignorantes” aos empresários

- Rui Moreira, presidente da ACP, acusa António Borges de se colocar “na posição de ministro que não é”

Imagem de arquivo

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terça-feira, 28 de junho de 2011

Governante não pode ser caprichoso, teimoso nem «absolutamente»

Foi noticiado nos jornais e anunciado pelo sábio Marcelo que Eduardo Bairrão sairia da TVI e iria para Secretário de Estado da Administração Interna. Pouco depois, surgiu a notícia de que o seu nome não constava na lista oficial dos novos Secretários Estado e, como possível explicação, que ele teria dito que era «absolutamente» contra a privatização da RTP.

Sendo assim, o Governo tomou uma decisão correcta e oportuna. Com efeito, um governante, ao contrário de um artista, não pode decidir por seu livre arbítrio, por capricho, teimosia ou crença pessoal, devendo pautar o seu poder decisório por regras de dedicação ao interesse público, seguindo as melhores metodologias para escolher a melhor solução de entre as várias possíveis, sem deixar que a sua opinião pessoal tenha um peso determinante.

Aquilo que deve contar mais num decisor de tão alto nível não é a sua opinião pessoal, mas a análise imparcial dos diversos factores que influenciam o problema a resolver. Não deve partir para tal estudo com uma convicção prévia que o impeça de analisar racionalmente toda a dimensão da questão em estudo. Por isso, a palavra «absolutamente» não tem cabimento, até porque nada na vida é absoluto e, com maior razão, nas complexas questões sócio-económico-políticas.

Se os dados do problema foram realmente estes, o Governo está de parabéns.

Imagem do Google

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domingo, 22 de agosto de 2010

Conciliar o inconciliável?

Transcrição de crónica seguida de NOTA:

Uma presidência falhada?
Ionline. 21 de Agosto de 2010. Pelo Politólogo Pedro Adão e Silva

Não foi certamente este o final de mandato com que Cavaco Silva sonhou.

Quando regressar de férias encontrará a justiça numa situação insustentável, para utilizar uma expressão que lhe é cara. E convém lembrar que o Presidente é o supremo magistrado da nação, a quem compete nomear, por exemplo, o procurador-geral da República.

O desemprego, por outro lado, mantém-se elevado e o abrandamento do ritmo de crescimento económico já reflecte os efeitos das medidas de austeridade. Ora este presidente candidatou-se com base nas suas credenciais de economista e prometeu uma concertação estratégica com o governo. Como se não bastasse, apesar de oriundo do centro-direita, Cavaco não parece ter neste momento qualquer influência nas direcções do PSD e do CDS, que já falam abertamente de eleições antecipadas e preferiam outro candidato.

Entretanto, há dúvidas sobre se a incerteza quanto à viabilização do próximo Orçamento de Estado desagrada mais a Cavaco ou aos mercados. O Presidente tem portanto dois meses para mostrar o que vale. E não pode dizer que não tem competências em matéria de justiça ou política económica e parlamentar. Mesmo que seja em parte verdade, ao reconhecê-lo estaria a diminuir o cargo em véspera de eleições.

Cavaco vai ter de assegurar alguma ordem no sector da justiça. Vai ter de garantir que o Orçamento passa com uma maioria PS e PSD, numa linha contraditória com a do seu principal adversário.

E vai ter de evitar que às dificuldades económicas se junte uma crise política. O caos na justiça, a instabilidade orçamental e uma crise política seriam as marcas de uma presidência falhada.

NOTA: Para que não seja uma presidência falhada, será preciso muita engenhosidade, autêntico malabarismo, para conciliar factores antagónicos, sendo necessário calcular as taxas de resiliência para assegurar o ponto óptimo em várias situações de difícil equilíbrio. Será conciliar aspectos quase inconciliáveis.

Imagem da Net.

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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Cautelas e ponderação

Nos momentos difíceis, não deve ser perdido tempo com lamentações nem com hesitações. Chorar o azar sofrido é perder tempo e ânimo para tomar decisões que conduzam á recuperação dos danos. O salto para a frente é muitas vezes a melhor solução, porém, há que evitar saltar para o precipício. Mudar é sempre saudável quando a acção é precedida de estudo e ponderação. Se o dinheiro é pouco não deve ser desbaratado ao acaso, por capricho de palpite sem fundamento. É preciso Pensar antes de decidir, para não haver arrependimentos devidos a perder-se a última oportunidade de avançar para o rumo certo.

Com este pensamento já aqui referido muitas vezes, a propósito de vários acontecimentos ou notícias, veio novamente à tona, a propósito do artigo do Correio da Manhã de F. Falcão-Machado, Embaixador de Portugal no México

Ainda Keynes
CM. 07 Agosto 2009. Por F. Falcão-Machado

Nada como uma crise económico-financeira planetária para ressuscitar o economista britânico John Maynard Keynes (1883-1946). E as discussões à volta deste pensador são importantes não só pelo desafio que implicam para as teorias económicas, mas também pelo muito que revelam sobre a mentalidade dos seus intervenientes. A par desses aspectos subsiste, porém, uma questão ainda sem resposta definitiva: o que foi que realmente pôs termo à grande crise de 1929-1933?

Voltando à crise actual, não há forma de fazer previsões certeiras sobre o crescimento da economia em momentos de tanta instabilidade. Uma das saídas passará pela utilização dos gastos públicos como instrumento de reactivação da economia. Isso não significa que se devam ignorar os méritos do mercado. Não se trata, de facto, de recuperar a chamada ‘teologia do mercado’, mas sim de saber interpretar os respectivos sinais.

Por isso, e numa visão simplificada, é de lembrar que o efeito multiplicador da injecção de recursos por parte do Estado obriga a certas cautelas, pois as economias abertas como a nossa dependem bastante de uma justa escolha dos objectivos de investimento e dos riscos da globalização. Essas medidas de recorte keynesiano produzem, aliás, uma sinergia nem sempre bem aceite, ao estimular a mobilidade social das nações.

F. Falcão-Machado, Embaixador de Portugal no México

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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Manuel Pinho, crente fanático

A fé move montanhas

JN. 090522. Por Manuel António Pina

É uma notícia animadora: "Manuel Pinho acredita que a Autoeuropa vai manter-se em Portugal". Podem faltar-lhe outras coisas, mas fé não falta ao ministro Manuel Pinho:

"Manuel Pinho acredita que Portugal pode sair bem desta crise " ('Diário Económico', 30/9/ /08);
"Manuel Pinho acredita na competitividade das empresas portuguesas" (TSF, 10/11/08);
"Manuel Pinho acredita que défice pode ser reduzido a 3%" ('Jornal de Negócios', 2/10/06);
"Manuel Pinho acredita no plano para salvar Quimonda" (RTP, 27/1/09);
"Manuel Pinho acredita que o país pode passar de importador a exportador de energia" ('Sol', 30/6/07);
"Manuel Pinho acredita que sector do turismo resistirá à crise" (TSF, 12/9/08);
"Manuel Pinho acredita no cluster do mobiliário" (Paços de Ferreira, 30/5/08);
"Manuel Pinho acredita que Douro será zona turística de 'altíssima qualidade'" (JN, 5/5/ 09);
"Manuel Pinho acredita numa nova maioria do PS" (TSF, 10/5/09); e por aí fora, que a crónica não dá para mais…

Pode ser, quem sabe?, que a fé mova montanhas, e que mais valha ter fé do que fazer algo. Tenhamos, pois, fé em Manuel Pinho. Pode ser…

NOTA: Oxalá a sua esperança ou fé fossem realidade. Mas é chocante que um governante não tenha melhores argumentos e análises para conduzir a Economia do País. Afinal a sua fé não assenta somente na papa da sua farinha predilecta, de que não digo o nome para não fazer publicidade em concorrência com Sua Excelência.
Fica, no entanto, a dúvida de ele seguir como norma os slogans:
- Tem fé e deita-te a dormir.
- Acredita e joga no euromilhões,
- Se acreditares enricarás.
E por falar em fé, recordo o preceito com sabor bíblico e mais promissor de êxito: «ganharás o pão com o suor do teu rosto».
Seria bom que Sua Excelência seguisse a sugestão de Pensar antes de agir e antes de falar.

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domingo, 29 de março de 2009

Analisar custo e eficácia

Diz o povo que o maior cego é o que não quer ver. E o País está cheio de grandes cegos que, começando pelos mais altos cargos, não querem ver, apesar de múltiplos alertas, vindos muitos deles de pessoas que merecem credibilidade, respeito e consideração.

Há dias o Presidente Cavaco Silva alertava para a necessidade do rigor nas despesas públicas, devendo as decisões ser precedidas de uma meticulosa análise dos custos e benefícios (1) (2). Porém estas sábias advertências não entram em todos os ouvidos. O Eng Lino diz que sempre tem seguido esse princípio, o que parece não estar coerente com o que se passou, por exemplo, em relação à localização do novo Aeroporto de Lisboa, primeiro na Ota (jamais no deserto da margem Sul) e agora em Alcochete. A arrogância e a teimosia feroz, não são consentâneas, com uma ponderada preparação das decisões (3).

Os custos devem englobar também a imagem de moralidade e seriedade das instituições que são afectadas pelas decisões e das relações com empresas privadas, em que os interesses do Estado e o bom nome das Instituições devem ser sempre preservados. E há Instituições que constituem uma bandeira, um exemplo para os cidadãos, como é o caso da Assembleia da República que fez obras anti-sísmicas na Sala do Senado sem concurso (4)

Com obras, aquisições de serviços, equipamentos e outros bens, sem concurso, abre-se a porta a suspeitas de corrupção e enriquecimento ilícito, ou ilegítimo (mais abrangente) ou imoral, pelo que, certamente com fundamento, saiu na Comunicação Social a notícia de que Louçã acusa PS de "não querer" combater a corrupção e o enriquecimento ilícito (5). Não é preciso ser um génio com o currículo do autor desta ideia, porque desde que oficialmente o problema foi levantado pelo então deputado João Cravinho, ninguém tem dúvidas da falta de vontade ou de capacidade para encarar o assunto com seriedade e eficiência Quem quiser dar-se ao trabalho de procurar neste espaço referências ao caso, encontrará muitos artigos.

Também o juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal, onde correm processos como o "Freeport", "Portucale" e "Furacão" concluiu pela necessidade de criminalizar tal tipo de enriquecimento (6), no termo do seminário "A economia da corrupção nas sociedades desenvolvidas", no Porto, mostrando estar de acordo com a posição expressa no dia anterior por Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal. E defendeu, com lógica incontestável, que no âmbito de tal crime, deve haver "inversão do ónus da prova", isto é, o titular de riqueza é que tem de justificar a proveniência lícita dos seus bens - e não o Ministério Público ter de provar a origem ilícita de tal riqueza, associando-a a actos criminosos concretos.

Mas, nem todos os ouvidos se fecham às sugestões sensatas. Há dias, o Presidente chamou a atenção para os "dramas" e as "angústias" (7), perante o fosso que separa os mais ricos dos mais pobres e as condições de penúria em que arrastam os dias, sem poderem satisfazer de forma aceitável, as mais rudimentares necessidades vitais. Em sintonia com esta preocupação social, a Administração do Millennium BCP (8) pretende acabar com o Conselho Superior do banco, cujo mandato terminou em 31 de Dezembro e que se trata de um órgão consultivo, que tem por objectivo acompanhar a vida social da instituição financeira e que tem 28 titulares que custam ao banco vários milhões de euros por ano. E que não conseguiu evitar que o Banco tivesse entrado em crise interna.

No meio de tanta degradação muito alastrada pelo País, é agradável ver exemplos como este do BCP, por suscitarem razões de esperança no ressurgir de Portugal, na senda da dignidade e do progresso moral e económico. É preciso e urgente que apareçam mais exemplos deste teor. O post Remunerações de gestores (9) aborda este assunto com algum cuidado.

Textos consultados:

(1) Cavaco critica confusão entre custos e benefícios
(2) Cavaco volta a pedir rigor nos investimentos públicos
(3) Pensar antes de decidir
(4) Sala do Senado com obras anti-sísmicas sem concurso
(5) Louçã acusa PS de "não querer" combater a corrupção e o enriquecimento ilícito
(6) Juiz propõe criminalização do "enriquecimento ilícito"
(7) Presidente chama a atenção para os "dramas" e as "angústias"
(8) BCP corta 28 lugares de luxo
(9) Remunerações de gestores

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