Transcrição seguida de NOTA:
Em casa da ASAE há foras de prazo
Ferreira Fernandes
A ASAE fecha uma mercearia em vésperas de ser centenária. Como uma mercearia, centenária ou não, deve cumprir as leis e como não conheço a mercearia de Faro, calo-me. Aliás, porque estamos num país de baldas, a uma ASAE repressora eu dou o benefício da dúvida. Ver quem deve fazer, fazer, dá-me mais ganas de aplauso do que de crítica. O não fazer, ou fazer mal, da ASAE é que encanita: como quando ela tem fora de prazo os extintores da sua sede.
Aí, saco do meu arsenal de provérbios:
"É mais fácil ver o argueiro no olho do vizinho que a trave no próprio olho." E, de dedo em riste, dirijo-me ao patrão da ASAE:
"Não é sisudo o juiz que tem jeito no que diz e não acerta no que faz." Infelizmente, faço-o pouco convicto. Primeiro, porque António Nunes, que desdenha da colher de pau, não deve aceitar saberes populares. Segundo, porque o episódio dos extintores arrumou-me com as ilusões. Sai outro provérbio:
"Quando o mal é da nação, nem a poder de sabão."
NOTA: E podia acrescentar: «Em casa de ferreiro, espeto de pau.» Este está insinuado no título. Mas, como os agentes da ASAE estão a ter preparação paramilitar altamente sofisticada, ser-lhes-á difícil entrar na sede para a fiscalizar, porque os que a guardam, tendo igual preparação, podem oferecer uma resistência até à morte. E nada salva os fiscais, mesmo que vão embuçados, porque consta dos manuais que a defesa tem sempre vantagens, sendo preciso um efectivo triplo para a vencer. Será por isso um espectáculo digno de boa cobertura televisiva, mais completa do que a da fiscalização do mercado do «relógio». A ASAE foi uma boa solução para a bagunça que caracterizava a economia nacional no tocante a bens de consumo, mas parece ter tomado o freio nos dentes e já entupiu os tribunais com quantidade indigesta de processos. Irá acabar por ficar tudo arquivado! Outro adágio: «É pior a emenda do que o soneto»
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
ASAE com entusiasmo e com falhas
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1 comentário:
Um e-mail que circula apresenta esta ficção que procura mostrar a falta de senso, o ridículo das actuações exageradas da ASAE, que tem em vista a letra fria e dura da lei, esquecendo o espírito do legislador e os objectivos pretendidos em benefício dos consumidores. O descontentamento e as anedotas são o resultado da obediência cega à letra da lei, dentro do conceito de que os funcionários sã formatados num sistema rígido em que não é dada oportunidade de os cérebros funcionarem com independência e liberdade.
«A ASAE decidiu inspeccionar uma missa na Sé de Lisboa para inspeccionar as condições de higiene dos recipientes onde é guardado o vinho e as hóstias usadas na celebração. Depois de sugerir ao cardeal que se assegurasse que as hóstias têm um autocolante a informar a composição e se contêm transgénicos e que o vinho deveria ser guardado em garrafas devidamente seladas, os inspectores da ASAE acabaram por prender o cardeal já depois da missa, depois de terem reparado que D. José Policarpo não procedia à higienização do seu anel após cada beijo de um crente.
A ASAE decidiu encerrar a Sé até que a diocese de Lisboa apresente provas de que as hóstias e o vinho verificam as regras comunitárias de higiene e de embalagem, bem como de que da próxima vez que cardeal dê o anel beijar aos crentes procede à sua limpeza usando lenços de papel devidamente certificados, exigindo-se o recurso a lenços descartáveis semelhantes aos usados nos aviões ou nas marisqueiras desde que o sabor a limão seja conseguido com ingredientes naturais.
Sabe que a ASAE ainda inspeccionou a sacristia para se assegurar que D. José, um fumador incorrigível, não andou por ali a fumar um cigarro, já que não constando nas listas dos espaços fechados da lei anti-tabaco as igrejas não beneficiam dos favores dos casinos pois tanto quanto se sabe o inspector-geral da ASAE nunca lá foi apanhado a fumar uma cigarrilha.
A ASAE pondera também a hipótese de a comunhão ter que ser dada com luvas higiénicas para evitar possíveis pandemias.»
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