Sequer sinto
CHEIA
Com dejetos,
Segue assoreado
E
feito
FOLCLÓRICO
Não aplique mais às nuvens
A imagem de um rebanho
Conduzido por amoroso pastor:
É algum flautista desmedido
Que as escolta para a queda
No abismo.
OCTETO
Ele queria saber se ela possuía pontos fracos ocultados pelas palavras. Mordia-lhe os tendões de Aquiles.
2
Suas panturrilhas o fascinavam, era como se ela estivesse continuamente na ponta dos pés sem sapatilhas.
3
Perguntava-se sobre sua alma feminina: seria tão doce quanto suas virilhas?
4
Seus grandes lábios, escondidos por um tênue véu de algodão, pulsavam úmidos com vitalidade animal, em incessante oratória.
5
Não era pouca coisa abrir-lhe a pequena concha do sexo, pronta para ser arrebatada pela espuma de uma onda vinda de longe. Afrodite e sua concha sedenta de espumas.
6
Uma grande mulher com pelos pubianos recendendo à embriagante maresia. Mas o púbis de Afrodite não é qualquer território livre, qualquer varanda aberta...
7
Sua nuca parecia uma ilha secreta onde Eros brincava com Psiquê. Eles deslizam por sua espinha, kundalini-onda marinha, fazendo suas nádegas tremer.
8
Ele se deixava arrebatar por aquela liturgia sensual de palavras rebeladas e sedutoras, toda uma poética inesperadamente construída para se repetir e se repetir a cada ato de se despir.
Bom ler-te em seu blog, Marco, este espaço sempre será muito instigante para mim. Adoro aqui!
ResponderExcluirAbraço.
poema feitiço
ResponderExcluirloba de lua azul
de arrepiar
parabéns
abs
Belo retorno...
ResponderExcluirBjo
Anestesia deu-me um choque. Cheia de imagens desérticas, folclórico é o passo livre.
ResponderExcluirOcteto só pode ser dos deuses!
Beijo, mago.
A [COM] TECER
ResponderExcluirdeixo as palavras acontecer
sem que se saiba bem
onde começam
uma conversa delas
com as coisas
um duo de nó cego no meio
Assim
TECER [ASSIM]
eu as coisas tu_as palavras
num dueto encantado
chegas cantando
parto de mim o ser
sou nosso fim
filho da madrugada manhã
Mim
Inspirador! Abraço
Olá, Marcantonio,
ResponderExcluirem ANESTESIA, será mesmo que um poema ceifa a dor? sei não, talvez, fico achando que é mais uma forma de expor a dor, e não acabar com ela, uma anestesia mesmo, mas depois do efeito, tá aí de novo. Outro dia começando a escrever, saiu assim: escrever não alivia, ainda assim me ponho às movimentações, os dias estranhos são os piores...
OCTETO
de tirar o fôlego
um beijo pra você
Gostei do Blog, muito bom gosto, claro, belo.
ResponderExcluirQuanto aos poemas, destaco aqui o "Octeto" - uma beleza.
Abraços
da Eliana
Esse Diário será para sempre muito especial pra mim. Que bom te ler aqui, Marquinho. FOLCLÓRICO mexeu lá dentro.
ResponderExcluirBeijos