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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Jornalismo Caboclo


A versão de Faroeste Caboclo (Legião Urbana) para jornalistas.




Não tinha medo o tal João de Santo Cristo
Era o que todos diziam, jornalista ele nasceu
Deixou pra trás toda uma vida bem certinha
Só pra sentir a loucura que a profissão lhe deu.

Quando criança só pensava em ser repórter
Ainda mais quando o jornal de seu pai um dia leu
Era o terror das professoras caretonas
E na escola um jornalzinho de denúncias escreveu.

Ia pra igreja só para ouvir as histórias
Que as velhinhas confessavam para o padre Ribamar
Rolavam lá uns babados muito fortes
E os pecados das velhinhas queria publicar.

Ele queria viver para investigar
E trabalhar em rádio ou televisão
Juntou uma grana para poder estudar
De escolha própria, escolheu a profissão.

Sabia todas as fofoquinhas da cidade
Tanto que aos 13 anos de causos foi contador
Sabia até que o prefeito era viado
Casamento de fachada pra enganar o eleitor.

Durante o dia Santo Cristo trabalhava
Representação de vendas e frilas de revisor
Ia de noite estudar na faculdade
E pegou o seu diploma, jornalista, sim, senhor.

Seu município era bem pequenininho
Do tamanho de um cuzinho, não dá pra ficar
E o jornalista tinha muita coragem e armou uma viagem
Para longe se mandar.

Dizia ele “Estou indo pra Brasília
Lá no Congresso eu quero trabalhar
Em redação seguirei a minha trilha
Corrupção eu vou denunciar”.

E João fez muita pauta bosta
Era apenas mais um foca quando foi para o jornal
Ele ficava fissurado de vontade
De um dia se tornar repórter especial.

"Meu Deus, mas que carreira linda
E Prêmio Esso no futuro vou ganhar”
Cobrir buraco, ralava o dia inteiro
E ganhava uns trocados para a pinga.

Na sexta-feira ia para o pescoção
Gastar toda energia de um jovem sonhador
E conhecia muita gente interessante
E também puxava o saco de um famoso editor.

Era um goiano que vivia em Brasília
Da editoria de Política
Seu nome era Pablo e ele dizia
Que o pobre foca ele ia ajudar.

E o Santo Cristo quatro pautas apurava
Na Geral não tinha tempo pra comer nem pra cagar
Mas se tornou o rei do noticiário
Com o faro apurado, o seu nome fez brilhar.

Mas o João tinha ambição à beça
E decidiu que com o Pablo ele ia conversar
Contou a ele por Política seu encanto
Teve o sonho conquistado, na área foi trabalhar.

Logo, logo, os políticos da cidade souberam da novidade
“Tem repórter mala aí!”
E João de Santo Cristo meteu o bico
Em muitas histórias degradantes dali.

Fez inimigos, se achava um cabra forte
Não temia sua morte pra se arriscar
Mas de repente sob grande influência dos caciques da cidade
Começou a se ferrar.

Já no primeiro texto ele dançou
E pro inferno ele foi pela primeira vez
Um processo de calúnia ele tomou
“Mas ainda vou pegar vocês”.

Agora o João tava mordido
Decidido e imbuído por seu velho ideal
Não tinha nenhum medo de ameaça
De peixinho ou peixe grande do Congresso Nacional.

Foi quando conheceu uma menina
E com todos os seus desejos ele se fortaleceu
Maria Lúcia era uma repórter linda
E lutar com o Santo Cristo ela sempre prometeu.

Aos poderosos não iria se curvar
E justiceiro ele voltou a ser
“Maria Lúcia, me ajude a investigar
E uma matéria a quatro mãos quero escrever”.

O tempo passa e um dia vem na porta
Um assessor lá do Senado com dinheiro na mão
E ele faz uma proposta indecorosa
E diz que espera uma resposta, uma resposta do João.

“Pois rabo preso não tenho, seu boçal
Nem me vendo por dinheiro, isso eu não faço, não
E não me vejo fantoche de picareta
Que de repórter pensa em só molhar a mão”.

“Por que o senhor daqui logo não vaza?
Nunca mais tente ligar ou pisar na redação”
Mas antes de sair, com ódio no olhar, o assessor disse:
“Você perdeu o seu emprego, meu irmão”.

“Você perdeu o seu emprego, meu irmão
Você perdeu o seu emprego, meu irmão
Essas palavras vão chegar ao teu patrão
Que vai meter um pé sem dó no teu bundão”.

Não é que o Santo Cristo era esperto
Com boas fontes por perto não parou de farejar
Pisou na lama e no meio dessa sujeira
Descobriu maracutaias pra Malufs invejar.

Falou com Pablo para ser seu companheiro
Com apoio e sem receio pruns esquemas revelar
Pablo devia garantir a sua liberdade
Como o tal bom jornalismo sempre ensina.

Mas acontece que um tal de Jeremias
Presidente do Senado apareceu por lá
Ficou sabendo dos planos de Santo Cristo
E decidiu que com João ele ia acabar.

Mas uma fonte trouxe a informação
E Santo Cristo já podia se animar
E decidiu publicá-la só depois
Que o Jeremias pudesse se explicar.

Jeremias, um corrupto sem-vergonha
Usava sua influência pra dinheiro desviar
Ele comia jornalistas “inocentes”
Era amigo de empreiteira pra pensão poder pagar.

E Santo Cristo há muito não ia pra casa
Na redação, até tarde, a trabalhar
“Eu vou me embora, eu vou ver Maria Lúcia
Já faz um tempo que eu não sei o que é trepar”.

Chegando então em casa ele chorou
E pro inferno ele foi pela segunda vez
Com Maria Lúcia o Jeremias furunfou
E um filho nela ele fez.

Santo Cristo era só ódio por dentro
E então pro assessor do safado ele ligou
“Olha amanhã na edição de domingo
A denúncia é uma bomba, é nela que eu vou”.

“E você pode preparar as suas notas
Desmentindo a matéria, ô, seu porco traidor
Acabo com suas picaretagens
Pro Congresso brasileiro vou fazer o meu favor”.

Mas Santo Cristo não soube o que fazer
Quando o editor lhe informou a decisão
A tal denúncia era para esquecer
São ordens altas que chegaram do patrão.

Sábado à tarde, eram tipo duas horas
E João boquiaberto com o papinho a ouvir
Um editor bunda-mole, pau mandado
Que fodeu o Santo Cristo começou a sorrir.

Sentindo o sangue na garganta
João olhou pro editor que insistia em lhe sorrir
Arrancou o crachá de seu pescoço
“Vá à merda todo mundo, não trabalho mais aqui”.

E se lembrou de quando era uma criança
E de tudo que vivera até ali
E decidiu entrar de vez naquela dança
“Ficar calado eu não vou admitir”.

E João nunca fechou seus olhos
Para toda imundície que ele conheceu
Pois sua luta nunca fica pra depois
Com a independência que a web lhe deu.

“Jeremias, eu sou homem, coisa que você não é
E não me curvo aos escrotos, não
Olha pra cá senadorzinho sem-vergonha
Dá uma lida no meu blog e vem sentir o que é bom”.

E Santo Cristo com o post publicado
Denunciou o collorido impostor
Comissão de Ética se reuniu depois
E absolveu o Jeremias senador.

E o povo declarava que João de Santo Cristo
Era foda porque não ia morrer
E a alta burguesia da imprensa
Não acreditou que a web tinha lá o seu poder.

E João não conseguiu o que queria
Quando veio pra Brasília com o Congresso ter
Ele queria ser um repórter decente
E acabar com essa gente que só faz...

Feder.


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terça-feira, 9 de abril de 2013

Emílio Santiago para jornalistas


Sair bom (versão de Saigon)

Tantas palavras, menos palavras
Já é fechamento, o texto não saiu bom
Cortar pela metade é um dom.

Vem o editor, já reclamando
Pede agilidade, vai botando uma pressão
A vida é muito dura em redação.

Às vezes, você grita um peraí
Fecha sem revisar
Respira pra não explodir
E quase sempre eu penso em me matar
Mas é só ao bar chegar
Que esqueço o dia ruim.

Chope desceu
Olho pro copo e aperto o botão
Ser repórter é uma sitcom
Espero o texto amanhã... sair bom.

Chope desceu
Olho pro copo e aperto o botão
Ser repórter é uma sitcom
Espero o texto amanhã... sair bom.


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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Clássicos do axé para jornalistas


Eles voltaram para animar o carnaval da redação.

Carteirada na Festa
(versão de Festa, de Ivete Sangalo)

Hoje tem festa bacana
Comida pra se fartar
Carteirinha da Fenaj
Claro que eu vou usar.

Tem prosecco, sim, senhor
Croissant e canapé
Boca é livre, meu amor
Hoje é noite de filé
Vai lá, pra ver...

Repórter sem trabalhar
Só pra comer e beber
O assessor já mandou me chamar
Avisou! Avisou! Avisou! Avisou!

Carteirada na festa
Eu vou dar
Até o segurança
Mandou liberar.


Droga de matéria
(versão de Dança da Manivela, de Asa de Águia)

Eu vou perguntar pra foca, meu amor (meu amor)
Mas que droga de matéria ela entregou (mas que matéria)
Eu vou perguntar pra foca, meu amor (meu amor)
Mas que droga de matéria ela entregou.

Dizendo que aqui tá fraco, lá tá ruim
Muito fraco, muito ruim
Aqui tá fraco, lá tá ruim
Muito fraco, muito ruim.

Muda o leadzinho dela
Limpa os errinhos dela
Corta o pezinho dela
Reescreve mais um pouquinho.


Que vida louca
(versão de Levada louca, de Ivete Sangalo)

Rale, rale, rale
Trabalhe sem bico de choro
Cheque, cheque, cheque
Até o furo nascer.

Que vida louca
Que vida louca
Que vida louca
De levar.


Pauteira
(versão de Sorte Grande ou Poeira, de Ivete Sangalo)

Pauteira
Pauteira
Pauteira
Liga pra pauteira!


Cheque especial
(versão de Água Mineral, de Carlinhos Brown)

Pagou o aluguel? Não!
Tá sem grana? Tô!
Olha, olha, olha, olha o cheque especial
Cheque especial
Cheque especial
Cheque especial
Com juro espacial
Depois você se dá mal.


Pescoceition
(versão de Rebolation, de Parangolé)

Enche a cara de café que vai começar...
O pescoceition, tion, o pescoceition
O pescoceition, tion, o pescoceition.


Frila
(versão de Milla, de Netinho)

Ô, frila
Só mais uma noite
Dez laudas pra escrever
Texto pé no saco
Por um fee bem safado
Só no café requentado
No maior baixo-astral.

Já é madrugada
Não consigo acabar
Vejo estrelas caindo
Ouço o galo cantar
Eu e você... e o omeprazol
E o omeprazol.


Salário Ruim Demais
(versão de Ara Ketu Bom Demais, de Araketu)

Nem dá pra te dizer
O salário que eu vou ganhar
Não dá, não dá, não dá, não dá.

Nem dá pra te dizer
O salário que eu vou ganhar
Não dá, não dá, não dá, não dá.

Só sei
Que o rosto enrubesce
Coragem desaparece
Vergonha do cacete é o meu drama
Entendi por que o povo reclama
Pra lixeiro pagam mais
Só sei
Que meu salário é ruim demais.

Ê, ô, ê, ô
Ganho o pisô, ganho o pisô
Ê, ô, ê, ô
Ganho o pisô, ganho o pisô.


Sou jornaleiro
(versão de Sou praieiro, de Jammil e Uma Noites)

Sou guerreiro
Jornaleiro
Jabazeiro
Quero mais o quê?

Sou guerreiro
Jornaleiro
Jabazeiro
Quero mais o quê?


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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Clássicos jornalísticos do axé


Porra de matéria
(versão de Dança da Manivela, de Asa de Águia)

Eu vou perguntar pra foca, meu amor (meu amor)
Mas que porra de matéria ela entregou (mas que matéria)
Eu vou perguntar pra foca, meu amor (meu amor)
Mas que porra de matéria ela entregou.

Dizendo que aqui tá fraco, lá tá ruim
Muito fraco, muito ruim
Aqui tá fraco, lá tá ruim
Muito fraco, muito ruim.

Muda o leadzinho dela
Limpa os errinhos dela
Corta o pezinho dela
Reescreve mais um pouquinho.


Carteirada na Festa
(versão de Festa, de Ivete Sangalo)


Hoje tem festa bacana
Comida pra se fartar
Carteirinha da Fenaj
Claro que eu vou usar.

Tem prosecco, sim, senhor
Croissant e canapé
Boca é livre, meu amor
Hoje é noite de filé
Vai lá, pra ver...

Repórter sem trabalhar
Só pra comer e beber
O assessor já mandou me chamar
Avisou! Avisou! Avisou! Avisou!

Carteirada na festa
Eu vou dar
Até o segurança
Mandou liberar.


Que vida louca
(versão de Levada louca, de Ivete Sangalo)


Rale, rale, rale
Trabalhe sem bico de choro
Cheque, cheque, cheque
Até o dia nascer.

Que vida louca
Que vida louca
Que vida louca
De matar.


Pauteira
(versão de Sorte Grande ou Poeira, de Ivete Sangalo)


Pauteira
Pauteira
Pauteira
Liga pra pauteira!


Lá na rosca
(versão de Céu da Boca, de Ivete Sangalo)


Qual o jornalista que nunca levou na rosca?
Qual o jornalista que nunca levou na rosca?
Lá na rosca, lá na rosca!
Lá na rosca, lá na rosca!


Pescoceition
(versão de Rebolation, de Parangolé)


Enche a cara de café que vai começar...
O pescoceition, tion, o pescoceition
O pescoceition, tion, o pescoceition.


Domingão, carnaval e Natal
(versão de Paz, carnaval, futebol, de Babado Novo)


Domingão, carnaval e Natal
Plantão em feriado é sacal
Carnaval, no Natal, pior é quando ainda faz um sol.


Furinho na mão
(versão de Carrinho de mão, de Terra Samba)


Furinho na mão, padá
Padá, padá, bá!
Furinho na mão, padá
Só falta checá.


Frila
(versão de Milla, de Netinho)


Ô, frila
Só mais uma noite
Dez laudas pra escrever
Texto pé no saco
Por um fee bem safado
Só no café requentado
No maior baixo-astral.

Já é madrugada
Não consigo acabar
Vejo estrelas caindo
Ouço o galo cantar
Eu e você... e o omeprazol
E o omeprazol.


Cheque especial
(versão de Água Mineral, de Carlinhos Brown)


Pagou o aluguel? Não!
Tá sem grana? Tô!
Olha, olha, olha, olha o cheque especial
Cheque especial
Cheque especial
Cheque especial
Com juro espacial
Depois você se dá mal.


Salário Ruim Demais
(versão de Ara Ketu Bom Demais, de Araketu)


Nem dá pra te dizer
O salário que eu vou ganhar
Não dá, não dá, não dá, não dá.

Nem dá pra te dizer
O salário que eu vou ganhar
Não dá, não dá, não dá, não dá.

Só sei
Que o rosto enrubesce
Coragem desaparece
Vergonha do cacete é o meu drama
Entendi por que o povo reclama
Pra lixeiro pagam mais
Só sei
Que meu salário é ruim demais.

Ê, ô, ê, ô
Ganho o pisô, ganho o pisô
Ê, ô, ê, ô
Ganho o pisô, ganho o pisô.


Sou jornaleiro
(versão de Sou praieiro, de Jammil e Uma Noites)


Sou guerreiro
Jornaleiro
Jabazeiro
Quero mais o quê?

Sou guerreiro
Jornaleiro
Jabazeiro
Quero mais o quê?

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Já tive matérias...


Matérias (versão de Mulheres)
Martinho da Vila

Já tive matérias do tipo atrevida,
Do tipo de capa, do tipo não-lida.
Bem fria, bem quente, com final feliz.
Matéria-release, de tudo eu já fiz.

Matérias bem longas, matérias cortadas.
Matérias roubadas que rolam demais,
Mas nenhuma delas me faz tão feliz
Quando um furo ela traz.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Toca Raul (versão para jornalistas)


Repórter ambulante (versão de Metamorfose ambulante)

Prefiro ser
Esse repórter ambulante
Eu prefiro ter
Uma rotina emocionante.

Do que ter aquela velha pauta chata
Apurada via Google
Do que ter aquela velha pauta chata
Apurada via Google.


Publiquei há 10 minutos atrás*
(versão de Eu nasci há 10 mil anos atrás)
*com erro de português e tudo mais

Publiquei há 10 minutos atrás (publiquei há 10 minutos)
E não tem outro site no mundo que vai me furar mais.

Publiquei há 10 minutos atrás (publiquei há 10 minutos)
E não tem outro site no mundo que vai me furar mais.

Ouvi primeiro o fato ser anunciado
Corri pro note e escrevi bem-apressado
E quando o resto da imprensa descobriu, eu já tinha publicado
Já, sim.

Publiquei há 10 minutos atrás (publiquei há 10 minutos)
E não tem outro site no mundo que vai me furar mais.


Meio duro (versão de Óculos escuros)

Quem não tem emprego anda sempre meio duro
Quem não pega frila toma grana e paga juro
Quem não tem amigo tá na Catho e em apuro.


Medo da chuva (versão de Medo da chuva)

Não perdi o meu medo
O meu medo, o meu medo da chuva
Pois a chuva voltando
Pra Sampa faz tudo alagar.

Aprendi que a pauta, a pauta
A pauta maldita
É a velha matéria de enchente
Pra gente apurar.


Herói eu não serei (versão de Cowboy fora da lei)

Mamãe, não vou fazer Direito
Para as leis não tenho jeito
Será que o papai vai me matar?
Eu sonho trampar em jornais
Salvar o mundo eu sou capaz
Não quero no cabelo gel passar.

Fui muito besta de tirar onda de herói
Ser jornalista como dói
Papai, exagerei
O Super-homem só existe no gibi
Mas nesta vida vou seguir
E contar histórias pra vocês.


Reportagem Criativa (versão de Sociedade Alternativa)

Viva! Viva!
Viva a Reportagem Criativa!

Viva! Viva!
Viva a Reportagem Criativa!


Liberte-se (versão de Aluga-se)

A solução para ser livre
Eu vou dar
Vamo acabar
Com essa pressão mercantil
O meu jornal
Agora eu vou fundar
Patrão que vá pra puta que o pariu.

Ninguém manda mais em nada
Ninguém manda mais em nada
É tudo free
Tá na hora
Eu já sofri
Mas tô fora
Rabo preso eu vou soltar
Já cansei de me alugar.


Microempresa (versão de Maluco beleza)

Enquanto você
Se esforça pra ser
Um jornalista anormal
Com emprego formal.

Eu do meu lado
Aprendendo a ser frila
PJ total
Só na nota fiscal.

Compro a nota
Todo fim do mês
Mas agora é
A minha vez...

De criar-ar-ar
Criar com certeza
Uma microempresa
Eu vou criar-ar-ar
Criar com certeza
Uma microempresa.


Jornalista (versão de Gita)

Às vezes você se pergunta
Por que ainda está do meu lado
Não dou dinheiro, nem fama
E sempre te deixo estressado.

Você vive em mim toda hora
Nem no feriado me deixa
Reclama de mim pra caraca
Mas hoje eu vou lhe mostrar.

Eu sou o Jornalismo
Eu sou o seu respirar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou a história a contar.

Eu sou o aluguel atrasado
Mas sou sua vocação
Eu sou os seus olhos pro mundo
Eu sou...! Eu fui...! Eu vou!


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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Bonde da redação


O jornal todo
(versão de O baile todo – Bonde do Tigrão)

Só redatoras (hu-hu-hu-hu-hu)
As diplomadas (hu-hu-hu-hu-hu)
Reportezudas (hu-hu-hu-hu-hu)
As focas todas. (hu-hu-hu-hu-hu)

Todas na pressão
É o bonde da redação
Esquece a TPM
Tem trabalho de montão.


Uma pautinha não dói
(versão de Um tapinha não dói – Mc Naldinho)

Mais uma pauta não dói
Uma pautinha não dói
Uma pautinha não dói
A quarta do dia.

Mais uma pauta não dói
Uma pautinha não dói
Uma pautinha não dói
A quinta do dia.


Salário de dar dó
(versão de Egüinha Pocotó – Mc Serginho)

Vou pedindo um dinheirinho
Pra mãezinha e pra vovó
Meu salário de repórter
É pequeno de dar dó.

De dar dó, de dar dó, de dar dó
Meu salário é de dar dó
De dar dó, de dar dó, de dar dó
Meu salário é de dar dó.

Já pensei em vender coco
E até dar meu rabicó
Eu preciso inteirar
O meu salário de dar dó.

De dar dó, de dar dó, de dar dó
Meu salário é de dar dó
De dar dó, de dar dó, de dar dó
Meu salário é de dar dó.


Vaidosa
(versão de Glamurosa – Mc Marcinho)

Vaidosa
Rica e importante
Bem famosa
Com Esso na estante
Quer ser top, muito foda
Dona da redação
Mas é só a foca
Pobre e cheia de ilusão.


Vem, migalha ou Funk do Dissídio
(versão de Vai, Lacraia – Mc Serginho)

Vem, migalha
Vem, migalha
Vem, migalha
Vem, migalha.


Corte na redação
(versão de Cerol na mão – Bonde do Tigrão)

Quer ficar? Quer ficar?
O patrão não vai deixar
Quer ficar? Quer ficar?
O patrão não vai deixar
Passaralho é cruelzão
É, sim, é, sim
Vai cortar teu cabeção
Vai, sim, vai, sim
Vai mostrar quem é o patrão
Dar um pé no popozão
Então congela, congela
Congela o empregão
Limpa a gavetinha
Tem mais vaga, não
É o corte na redação.


Diploma é coisa do passado
(versão de Beijo na boca – Furacão 2000)

Nosso diploma é coisa do passado
A moda agora é
Registro liberado.


Estressadinha
(versão de Atoladinha – Tati Quebra-Barraco)

Piririn, piririn, piririn
Alguém ligou pra mim
Piririn, piririn, piririn
Alguém ligou pra mim
Quem é?
Sou eu, o assessor
E uma pauta vou te dar
Exclusiva e diferente
O release vou mandar
Vai me deixar em paz?
Não, não, vou perturbar
Vai me deixar em paz?
Não, não, vou perturbar
Tô ficando estressadinha
Tô ficando estressadinha
Tô ficando estressadinha
Calma, calma, pauteirinha.


Conquista
(versão de Conquista – Claudinho e Buchecha)

Sabe (thu-ru-ru-ru)
Estou louco pra escrever (oh, yes)
Sabe (thu-ru-ru-ru)
Jornalista eu quero ser (iê-iê-iê-iê)

Sabe (thu-ru-ru-ru)
Estou louco pra escrever (oh, yes)
Sabe (thu-ru-ru-ru)
Jornalista eu quero ser (iê-iê-iê-iê)

E a porra do tempo não passa
E eu quero ter
Um emprego, enfim
Nada se compara
Ao tal do fazer
Tô muito a fim
De gravar, apurar
E depois publicar
No jornal, meu amor
Facul tem que acabar!
Oh, yes, oh, yes!

Já faz mais de ano
Que eu tô estudando
Vidinha pau no cu
Quero adrenalina
Sentir alegria e dor
Na real tudo fica blue.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Eduardo e Mônica (versão para jornalistas)


Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Quando se escolhe essa profissão?
E quem irá dizer
Que não existe razão?

Eduardo abriu o livro, mas não quis nem estudar
As teorias que os mestres deram
Enquanto a Mônica tomava um esporro do editor
No fechamento, como eles disseram.

Eduardo e Mônica um dia se trombaram sem querer
A fumaça tava forte, foi difícil de se ver
Um carinha da facul do Eduardo que disse
“Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir”
Gente estranha, festa de jornalista
“Eu não tô legal, já fumei mais que devia”
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais
Sobre o mundinho que ele prometeu mudar
E o Eduardo, com larica, só pensava em ir pra casa
“A geladeira eu quero atacar”.

Eduardo e Mônica trocaram seus e-mails
Depois se escreveram e decidiram tuitar
O Eduardo sugeriu um call no Skype
Mas a Mônica queria ir pro Messenger teclar
Se encontraram ainda lá no tal de Orkut
A Mônica sem foto e o Eduardo sem cabelo
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar
Mas a menina escrevia com um zelo.

Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ele tinha ilusão, ela sabia economês
Ela falava de finanças, cedebês e inflação
E ele ainda maltratava o português
Ela gostava do Basile, do Furtado
Do Marx, do Stiglitz, do Yunus e Cournot
E o Eduardo era um puta Zé Ruela
E vivia dia e noite vendo site pornô.

Ela falava coisas sobre a função social
Também de lead e do pescoção
E o Eduardo ainda tava no esquema
Adorno, cerveja, truco e Enecom.

E mesmo com tudo diferente
Veio mesmo de repente
Uma vontade de se ver
Os dois sonhavam transar todo dia
Só que dela a rotina era bem de foder (er-er).

Eduardo e Mônica estudaram locução, assessoria
Web, fotografia, pro CV melhorar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre fontes, off e formas de apurar.

Ele aprendeu a escrever, pegou o gosto por ler
E decidiu estagiar (não!)
E ela até chorou na primeira vez
Que ouviu a voz dele ir pro ar
E os dois já trabalharam juntos
E cobriram pautas juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que a vida foi malucamente bela
Por ter juntado os dois.

Construíram os seus blogs uns seis meses atrás
Logo após que os passaralhos vieram
Batalharam frilas, mendigaram geral
Por muito pouco o fiofó não deram.

Eduardo e Mônica viraram assessores
Levantaram uma grana, já fizeram prestação...
Só que a vida dura não vai acabar
Porque na agência tem perrengue e a mesma ralação.

E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Quando se escolhe essa profissão?
E quem irá dizer
Que não existe razão?


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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ciranda do Jornalista
(de A Grande Redação Mística)


Inspirada na Ciranda da Bailarina (Chico Buarque e Edu Lobo)

Procurando bem
Todo mundo tem descanso
Almoço feliz em família
Tem preguiça, folga, tem rede de balanço
Só o jornalista que não tem
Nem dia festivo
Domingo esportivo
Nem ócio criativo
Ele não tem.

Futucando bem
Todo mundo tem poupança
Ou um plano de previdência
Todo mundo tem um fundo de segurança
Só o jornalista que não tem
Nem grana escondida
Herança prometida
De tia suicida
Ele não tem.

Não livra ninguém
Todo mundo tem futuro
Riscos de menor gravidade
Tem salubridade
Emprego sem apuro
Só o jornalista que não tem
Medo de viver, gente
Medo de morrer, gente
Medo do inferno
Ele não tem.

Confessando bem
Todo mundo tem transado
Logo que o dia termina
Todo mundo tem atenção pro namorado
Só o jornalista que não tem
Fone desligado
Note desplugado
Sono relaxado
Ele não tem.

Os outros também
Podem ter a triste sina
Da mesmice ou trampo sem graça
Reparando bem, todo mundo tem rotina
Só o jornalista que não tem
Empreguinho chato
Dia bem pacato
Total anonimato
Quem não tem?

Procurando bem
Todo mundo tem...
Só o jornalista que não tem...

Procurando bem
Todo mundo tem...
Só o jornalista que não tem...


Leia também: Chico Buarque canta seus clássicos jornalísticos

Veja aqui a versão original, com Chico coçando o dedão do pé.