quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Nós utilizados na Pesca com Amostras

Ainda que em japonês, as imagens valem por mil palavras, e os vídeos estão muito bons.
Espero que sejam úteis.

Diversas laçadas e o famoso "Bimini Twist".


Diversos tipos de união "Bimini Twist" (multifilamento) com nylon ou fluorocarbono (monofilamento)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Pesca de atum em mancha gera revolta nos pequenos portos

O subsecretário regional das Pescas, Marcelo Pamplona, convocou, com carácter de urgência, para as 14 horas de hoje, vários armadores de barcos de boca aberta do Sul de São Miguel que, por esta altura do ano, se dedicam à pesca do atum. O objectivo é conter o clima de revolta que se instalou nos pequenos portos de pesca de São Miguel e Santa Maria contra a pesca do atum em mancha que está a ser efectuada pelas traineiras. Afinal, os ‘very lights’ lançados contra a traineira ‘Flor do Pico’, junto à ilha de Santa Maria, são apenas a ponta do iceberg.


O mestre da traineira ‘Flor do Pico’, João Eusébio Sousa, disse ontem ao ‘Correio dos Açores’ que “esteve em perigo” quando, na noite de domingo para segunda-feira, desconhecidos lançaram 10 a 12 ‘very light’ para o fundo do mar com o objectivo de afugentar a mancha de atum que se encontra há vários dias em redor de um grupo de quatro embarcações.

Um dos ‘very-lights’ foi enviado em direcção de Mestre João Sousa quando este procurou identificar com os binóculos quem se encontrava a bordo da embarcação pneumática de onde eram lançados os foguetes de sinalização quando a ‘Flor do Pico’ estava sobre o cardume de atum a cerca de 30 milhas de Santa Maria.

Ainda se notava alguma revolta no tom com que Mestre João Sousa explicava o episódio. De tal forma que, perante a questão sobre se esteve em algum momento em perigo, a sua resposta foi intempestiva. “Sim. Já viu estar de binóculos na cara e lançarem-lhe um ‘very-light’ de uma distância de cerca de 50 metros. Eu tive que me desviar…”, afirmou.

Os ‘very lights’ começaram a ser lançados da lancha pneumática para o fundo do mar. O objectivo era dispersar o cardume de atum, sem o conseguiram. Alguns ‘very lighst’ foram de encontro ao costado da traineira e, segundo o testemunho do mestre, um foi em sua direcção.

Mestre João Sousa foi para o rádio e repetiu por várias vezes um pedido de socorro que ecoou na escuridão e não obteve resposta.

Todo este ‘ataque’ é descrito, em pormenor, na participação contra desconhecidos que mestre João Sousa fez ontem na Capitania do Porto de Ponta Delgada. Questionado sobre se acreditava que se iria identificar os responsáveis, o mestre disse estar na posse de informações que vão levar à identificação da embarcação pneumática e dos responsáveis pelo lançamento dos foguetes. “Se não encontrarem os responsáveis, amanhã outros poderão fazer o mesmo contra outras traineiras que estejam na faina da pesca. E isso nunca mais para”, referiu.

As razões do ‘ataque’

No diálogo com os jornalistas da RTP/A e do ‘Correio dos Açores’, mestre João Sousa deixou escapar uma potencial razão para o ‘ataque’ de que foi alvo ao largo de Santa Maria. Disse, então, que a causa relaciona-se com o facto de os pescadores dos barcos de boca aberta pensarem que o peixe não se está a aproximar da costa por as traineiras estarem a concentrar o atum em manchas de onde têm retirado, nos últimos dias, várias toneladas.

Em anos anteriores, por esta altura, os pescadores dos barcos de boca aberta já estavam a pescar atum em quantidades significativas depois de identificarem pequenos cardumes junto à costa. E o facto é que tal situação não está a acontecer apesar de as traineiras estarem a capturar grandes quantidades de tunídeos em zonas para além das 20 milhas.

Um mestre de uma embarcação de boca aberta de um porto do Sul de São Miguel, credível entre os seus pares, deu uma explicação ao ‘Correio dos Açores’. “A verdade é que”, referiu, “os pequenos cardumes de atum vão nas correntes quentes à superfície da água em direcção às costas das ilhas e quando, no seu percurso, encontram uma das sete a oito manchas que, actualmente existem nos Açores, encostam-se e ficam lá”. E, assim, não chegam às zonas tradicionais de pesca de atum das embarcações de boca aberta.

A revolta nos pequenos portos de pesca de Santa Maria e do Sul de São Miguel adensam-se pelo facto de a maioria das traineiras que pescam em mancha junto às ilhas da Região serem propriedade de madeirenses.

É esta revolta que, pelas 14 horas, o subsecretário regional das Pescas, Marcelo Pamplona, vai procurar conter numa reunião marcada com carácter de urgência com os mestres dos barcos de boca aberta que, habitualmente, pescam atum a partir dos pequenos portos de pesca.

Como se pesca em mancha

Foi a traineira ‘Flor do Pico’ que conseguiu transformar um cardume de atum patudo ao largo de Santa Maria numa mancha em redor do barco utilizando isco vivo. Objectivamente, após identificarem o cardume pelo mergulho contínuo das gaivotas, o barco navega na sua direcção e começa a lançar isco vivo, mantendo-se praticamente à tona de água.

Logo o mestre da ‘Flor do Pico’ chamou outras três traineiras, propriedade de madeirenses, para trabalharem em conjunto com o objectivo de manterem a mancha de atum. São elas as traineiras ‘Mal Amanhado’, ‘Rei dos Açores’ e ‘Mestre Afonso’. Cada uma delas tem uma missão a cumprir e o atum pescado é dividido pelas quatro.

Nos termos do acordo, enquanto uma traineira está a pescar sobre a mancha de atum; uma segunda está ao isco; outra a caminho do porto para descarga; e a quarta está preparada pa­­ra entrar na mancha de atum quando a que lá está tenha de rumar ao porto. O objectivo é fazer com que o atum nunca perca o contacto com o casco do barco que acaba por funcionar como um ‘achado’ (a exemplo de toros de madeira onde são encontradas, por vezes, grandes quantidades de atum). A perícia está não só em manter o atum à superfície da água como na manobra que é necessário fazer quando se substitui o barco que está sobre a mancha.

Mas há manchas de atum, neste momento, ao largo das ilhas açorianas que são mantidas apenas por duas traineiras. Enquanto uma vai descarregar e apanhar isco, a outra não deixa o atum. Obviamente, pescam menos quantidades.

Será esta nova forma de pesca em mancha que, segundo os pescadores dos pequenos portos, faz com que os cardumes não cheguem às suas zonas tradicionais de pesca mais perto da costa.

Violência na pesca pode agudizar-se

O presidente da Federação de Pescas dos Açores, Liberato Fernandes, advertiu ontem para a possibilidade de agravamento dos “conflitos violentos” entre pescadores devido à escassez de recursos e consequente quebra de rendimentos da frota em actividade no arquipélago.

Na sequência do recente ataque com ‘very lights’ (engenhos utilizados na sinalização de socorro) a um atuneiro ao largo de Santa Maria (ler reportagem na página 13 desta edição), Liberato Fernandes admitiu que este clima de conflito pode agudizar-se, caso não sejam encontrados “mecanismos” que permitam compatibilizar os interesses dos pescadores de embarcações de maior e menor dimensão.

O capitão do Porto de Ponta Delgada, Rodrigues Gonçalves, disse à Lusa que a autoridade marítima vai avaliar a queixa, admitindo que poderá ser encaminhada para o Ministério Público se se confirmarem suspeitas de “crime de violência”.

Para o presidente da Federação de Pescas dos Açores, este caso revela a especial fragilidade das embarcações de menor dimensão – da frota local e costeira – face às de maior porte, num cenário competitivo em que se regista uma quebra de recursos.

Segundo dados que revelou à Lusa, operam actualmente nos mares do arquipélago cerca de 700 embarcações de pesca, 16 das quais atuneiros de maiores dimensões.

(por: João Paz, Correio dos Açores)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O Bando dos Quatro

Fiquei adepto, depois de visitar a loja física em Junho...


http://gangoffour-coimbra.blogspot.com/

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Petição contra a pesca com arte de palangre nas ilhas das Flores e do Corvo

Um grupo de cidadãos das Flores e do Corvo entregou na Assembleia Legislativa Regional dos Açores uma petição a defender a proibição da pesca com arte de palangre (pesca de fundo) nestas ilhas do Grupo Ocidental.

O documento, subscrito por 610 pessoas, considera que esta arte de pesca “é extremamente delapidadora dos recursos” pesqueiros, defendendo a necessidade de os preservar para garantir a “sustentabilidade” das pescas.

José Alfredo Araújo, que é o primeiro subscritor da petição, frisou que a situação “é ainda mais grave” porque a pesca com arte de palangre é exercida, quase exclusivamente, por embarcações “de outras ilhas”.

“Nós aqui só pescamos com linha de mão”, frisou este pescador da ilha das Flores, frisando que os barcos oriundos de outras ilhas “estendem as linhas ao longo da costa e limpam tudo”.

O texto da petição salienta que a arte de palangre “tem levado a que na maioria das ilhas dos Açores, nomeadamente nos grupos Central e Oriental, se verifique hoje uma clara diminuição das capturas e, consequentemente, dos recursos dos pescadores”.

Os subscritores do documento receiam que “esse cenário devastador se estenda agora tendencialmente às ilhas do Grupo Ocidental, de menor dimensão", defendendo a necessidade de acautelar a situação para que não se atinja uma “situação irreversível ou de difícil reversibilidade”.

A petição alerta ainda que muitos dos aparelhos de pesca utilizados pelos palangreiros das outras ilhas, ficam “presos no fundo marinho”, prejudicando a pesca artesanal local, “com consequências devastadoras para a economia” do Grupo Ocidental.

in http://ailhadasflores.blogspot.com/
http://ailhadasflores.blogspot.com/2010/04/peticao-quer-proibir-pesca-com-arte-de.html

domingo, 25 de abril de 2010

quarta-feira, 24 de março de 2010

Caldo de Peixe... à moda do Pico

Ingredientes:
Para 20 pessoas
* 6 a 8 kg de peixe;
* 1 ramo de salsa ;
* 3 folhas de louro ;
* 1 kg de tomate ;
* 7 a 8 cebolas ;
* 10 bagas de pimenta-da-jamaica;
* 4 dl de vinho branco ;
* 3 colheres de massa de malagueta ;
* açaflor (açafrão) ;
* vinagre ;
* 1 kg de batatas ;
* 2,5 dl de azeite ;
* sal
Para o molho cru:
* 1 molho de salsa (muito grande) ;
* 8 a 10 cabeças de alho (com a pele roxa) ;
* 3 colheres de sopa de sal grosso (aprox.) ;
* açaflor ;
* vinagre
Confecção:
Seleccionar pelo menos quatro espécies de peixe (bicuda, sargo, muge, rocaz, garoupa, lírio, etc.).
Corta-se o peixe em postas grossas e leva-se a cozer em lume brando num tacho com água, a salsa, o louro, o tomate e as cebolas cortadas aos quartos, a pimenta-da-jamaica, o vinho branco, a massa de malagueta, açaflor, vinagre e sal a gosto, o azeite e as batatas cortadas às rodelas grossas.
À parte cozem-se batatas inteiras descascadas (uma ou duas por pessoa).
Num almofariz pisa-se a salsa com os dentes de alho (sem tirar a pele roxa), o sal grosso, açaflor e um pouco de vinagre. Estando tudo em papa, junta-se um pouco de água simples, batendo. Rectifica-se o paladar.
Para servir, põe-se o tacho na mesa e tira-se o peixe para uma travessa. Em cada prato coloca-se um bocadinho de peixe de cada espécie e uma (ou duas) batata inteira. Rega-se com o molho cru (verde). Ao mesmo tempo, serve-se o caldo em tigelas deitando em cada uma colher de molho cru. Come-se o peixe e a batata, ao mesmo tempo que se vai bebendo o caldo.
Variante: Há quem junte cominhos no caldo ou no molho, e ainda quem deite "um pingo de vinho de cheiro" no caldo.

Amigos à pesca...

domingo, 21 de março de 2010

sábado, 20 de março de 2010

Restrição à rapina...

Restringida a pesca no Banco do Condor

A medida poderá ter uma duração de dois anos e justifica-se pela necessidade de um maior conhecimento científicio daquela zona marinha e das suas espécies.

Decorreu na passada terça-feira, 16 de Março, na cidade da Horta, a apresentação da proposta de portaria que irá restringir temporariamente a pesca no Banco Condor.
Esta apresentação realizou-se durante a reunião do Conselho Regional das Pescas e, de acordo com os seus responsáveis, poderá ter uma duração de dois anos.
Esta medida vai permitir que o Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores estabeleça uma estação científica de observação permanente no Condor, relevante para o conhecimento daquela zona marinha, no âmbito do projecto multidisciplinar denominado "observatório para o estudo de longo prazo e monitorização de ecossistemas de montes submarinos nos Açores - Condor".
No mar dos Açores estima-se uma densidade média de cerca de 3.3 picos por cada 1000km2, e a existência de 63 grandes montes submarinos e 332 pequenos montes ou estruturas afins. Estes bancos e montes submarinos são áreas de ocorrência de importantes populações de espécies com elevado interesse comercial e um suporte a uma elevada diversidade biológica, pelo qual é reforçado o interesse em aumentar o conhecimento cientifico sobre estes ecossistemas, tanto do ponto de vista biológico e ecológico, como também do ponto de vista oceanográfico.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A LUZ

No dizer de JMelo,

Um dia vi este senhor mergulhado na lagoa da fajã do Santo Cristo, S. Jorge, durante mais de meia hora com o seu tripé a meia água e a sua Canon 5D a poucos palmos da água para tirar uma foto a um barco que lá repousava. Pensei para mim, isto só pode sair daqui uma excelente foto. E a verdade é que saiu. Essa e todas as outras que este magnífico fotógrafo produz. É uma das referências que tenho… tento aprender alguma coisa de fotografia, e muita vez tento aplicar as técnicas visíveis nos seus trabalhos. É daquelas pessoas que possui uma galeria que dá um enorme gosto em ver. Primeiro porque retrata as nossas ilhas da melhor forma e segundo porque as cores e os pormenores de cada fotografia cativa-nos ainda mais. Ora vejam o vídeo e digam se tenho ou não razão. É da sua autoria.
Parabéns Sr. Rui Vieira!



Obrigado, Rui Vieira... http://www.rui-vieira.com/

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Apertar a malha... será que é suficiente?...

Fixados novos tamanhos mínimos para a captura de goraz, congro e boca negra.


O Governo dos Açores acaba de fixar novos tamanhos e pesos mínimos para a captura de organismos marinhos das espécies goraz (Pagellus bogaraveo), congro (Conger conger) e boca negra (Helicolenus dactylopterus dactylopterus) nas águas da subárea dos Açores da Zona Económica Exclusiva (ZEE) nacional.

A decisão, que produz efeitos a partir de 1 de Janeiro do próximo ano, consta de uma portaria do subsecretário regional das Pescas, publicada terça-feira em Jornal Oficial, e é justificada com a “indispensabilidade de suster o declínio da biodiversidade nas águas em torno das ilhas dos Açores”.

Nos termos deste diploma, os tamanhos e pesos mínimos para captura daquelas espécies passam a ser de 250 milímetros ou 250 gramas para o boca negra, 1.300 milímetros ou 5.000 gramas para o congro e 300 milímetros ou 400 gramas para o goraz.

A nova legislação aplica-se às capturas de organismos marinhos das espécies goraz, congro e boca negra efectuadas por embarcações de pesca registadas nos portos dos Açores, assim como às capturas no âmbito da pesca sem auxílio de embarcação ou pesca apeada com fins comerciais, quando regulamentada.

Estas regras aplicam-se nas águas marítimas, a partir da linha de costa, quer à pesca comercial quer à pesca marítima exercida com fins meramente lúdicos.

Para efeitos do disposto nesta portaria, na Região Autónoma dos Açores correspondem à espécie Pagellus bogaraveo os peixes com os nomes comuns de goraz, peixão, carapau ou ruamba e à espécie Conger conger os peixes com os nomes comuns de congro ou safio.

Os organismos marinhos capturados nas águas da subárea dos Açores da ZEE nacional cujos tamanhos forem inferiores aos tamanhos mínimos agora fixados devem ser imediatamente devolvidos ao mar, não podendo ser mantidos a bordo, transbordados, desembarcados, transportados, armazenados, expostos, colocados à venda ou vendidos.

Todavia, podem ser autorizadas, por acto normativo genérico do membro do Governo Regional responsável pelas pescas, capturas temporárias de organismos marinhos da espécie goraz de tamanhos ou pesos inferiores, desde que os mesmos sejam utilizados, exclusivamente, como isco vivo para a pesca de espécies pelágicas e sejam mantidos vivos a bordo das embarcações de pesca.

O estabelecimento de tamanhos mínimos constitui uma medida técnica de protecção dos juvenis de organismos marinhos, no âmbito da conservação dos mananciais biológicos e de exploração equilibrada dos recursos haliêuticos, tendo em vista a manutenção da sustentabilidade da actividade da pesca.

Fonte: AzoresDigital

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Pescadores profissionais conseguem vitória «inédita» em tribunal

Ponta Delgada: tribunal condena Estado por «omissão ilícita e culposa do dever de fiscalização» das águas açorianas.

O Tribunal Administrativo de Ponta Delgada condenou o Ministério da Defesa por «omissão ilícita e culposa do dever de fiscalização» das águas açorianas entre 2002 e 2004, altura em que Paulo Portas era o titular desta pasta, noticia a Lusa.


De acordo com o sub-secretário regional das Pescas, Marcelo Pamplona, «fez-se justiça, porque foram prejudicados os interesses estratégicos regionais, que são também nacionais».

A decisão do tribunal vem dar razão à acção movida contra o Estado português por várias associações de pesca açorianas, na sequência da liberalização do acesso de embarcações estrangeiras à subzona dos Açores da Zona Económica Exclusiva nacional.

Devido a esta «omissão do dever de fiscalização» das águas territoriais entre as 100 e as 200 milhas, o Estado português foi condenado a pagar indemnizações aos pescadores «no montante dos prejuízos sofridos».

O presidente do executivo açoriano, Carlos César, considerou que a decisão judicial veio penalizar «a incúria e a irresponsabilidade do Estado português».

Carlos César acusou o Estado de ter sido, no período em causa, «mais benevolente com os pescadores espanhóis do que com os portugueses».

Na origem do problema está o denominado Regulamento das Águas Ocidentais, aprovado pela União Europeia em 2003, que liberalizou o acesso a águas açorianas até às 100 milhas.

A questão é que, apesar deste regulamento incluir um dispositivo que estabelecia que a medida só entrava em vigor a 1 de Agosto de 2004, o governo português admitiu que barcos espanhóis começassem a operar numa zona que, nessa altura, ainda estava interdita a embarcações estrangeiras.

«Apesar do governo regional e das associações de pesca terem pedido o aumento da fiscalização, o então ministro da Defesa, Paulo Portas, deu instruções à Marinha e à Força Aérea para não fiscalizarem os barcos espanhóis fora das 100 milhas», salientou Marcelo Pamplona.

Por seu lado, o presidente da Federação das Pescas dos Açores, Liberato Fernandes, considerou que esta decisão representa «uma vitória para o sector», frisando ser «inédito que uma iniciativa colectiva dos pescadores vença o Estado em tribunal».

Fonte: TSF/Sapo

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Preservar é preciso... Um exemplo a seguir...

Algumas comunidades de pescadores nos Açores estão a criar, por sua iniciativa, áreas de reserva natural, com o objectivo de evitar a pesca e permitir a reposição dos stocks de peixe.

A iniciativa é curiosa porque não nasce, como geralmente acontece, de uma imposição feita pelo Governo através de decreto legislativo regional. São os próprios pescadores que decidem declarar uma determinada área como reserva voluntária, estendendo assim a mais ilhas um conceito iniciado no final da década de noventa pela pequena comunidade piscatória do Corvo.

Para já, o Director Regional do Ambiente (Frederico Cardigos) não revela quais os novos locais em que essa situação se verifica.

Mas Frederico Cardigos acredita que o movimento vai chegar rapidamente a todas as ilhas, sobretudo quando os pescadores começarem a notar as vantagens daquela iniciativa.

“Quando perceberem que, pelo facto de declararem uma área como reserva interdita à pesca, acaba por haver efeitos extraordinariamente positivos e multiplicativos nas áreas à volta”, considera.

Mesmo que esses efeitos surjam a médio e longo prazo, Frederico Cardigos entende que o Governo Regional tem em algumas comunidades piscatórias um forte aliado na batalha de proteger zonas marinhas mais sensíveis, do ponto de vista da sua flora e fauna, das capturas predatórias.

Vantagens para a pesca e turismo
“A criação de reservas, voluntárias ou oficiais, tem vantagens para a economia a dois níveis: primeiro para o turismo subaquático; e a segunda, a longo prazo mas com consequências económicas muito mais vastas, para a própria disponibilidade do stock para a pesca”, sublinhou.

Frederico Cardigos admite mesmo que as novas áreas indicadas para protecção marinha possam vir a ser oficializadas pelo Governo Regional.

Mas, com ou sem o aval da tutela, uma coisa é certa, com a implementação de medidas restritivas nos mares açorianos: o peixe que aí existe reproduz-se e aumenta em quantidade e tamanho, reforçando os rendimentos dos pescadores e potenciando outras actividades geradoras de riqueza e emprego, como é o caso do turismo subaquático.

Exemplo a seguir
Foi precisamente isso que aconteceu há alguns anos, quando os pescadores do Corvo decidiram declarar a zona denominada Caneiro dos Meros de reserva voluntária.

“As consequências foram imediatas: a comunidade de peixe que aí existia multiplicou-se, tendo agora stocks bastante robustos”, conta o director regional.

Ou seja, aqueles peixes que em lota teriam um determinado valor, viram o seu valor multiplicado pela sua utilização para a escafandria.

“Isto não pode ser aplicado a todos os locais, nem a áreas extraordinariamente vastas. Mas é um exemplo a seguir”, frisa o director regional ao Açoriano Oriental.

Frederico Cardigos acentua ainda os efeitos positivos das áreas declaradas reservas voluntárias sobre áreas marinhas maiores, por causa do fenómeno conhecido por derrame.

Isto é, quando os cardumes atingem um grau de robustez e mobilidade tal que se expandem para zonas marinhas limítrofes.

Por exemplo, no caso da Reserva Natural dos Ilhéus das Formigas, a migração dos peixes acontece em direcção ao Mar da Prata, “disponibilizando à pesca stocks bastante mais elevados”, explica.
(Açoriano Oriental) Paulo Faustino

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Um pedacinho do Paraíso...


Wild Mongolia "The River Time Forgot" from Mikey Wier on Vimeo.
This is a teaser for a video coming soon from burl productions about a month long expedition to explore a remote river deep in the heartland of outer Mongolia. We covered 140 miles of water that had previously never been floated and fished. Along the way we met some really interesting locals, caught some amazing fish and discovered things about our selves and how we fit into this crazy world we now live in. www.burlproductions.com

quinta-feira, 27 de agosto de 2009