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terça-feira, 3 de março de 2009

"Corrico" em 2009

A primeira deste ano...


Eu e o meu companheiro do corrico, Simão Pedro, aventurámo-nos num fim de tarde gelada - a neve persiste no Pico. Lá deu uma pequena anchoveta (pomatomus saltatrix), muito combativa. Depois de fotografada, foi prontamente devolvida ao seu meio marinho, para que cresça e se torne um troféu daqueles que todos anseamos capturar. A jornada durou pouco tempo, pois estávamos a ficar "congelados" com tanto vento...

Cana Hiro Proteus Spin 2,70m, 20-60g; Carreto Shimano Spheros 6000FA; Linha Multifilamento Power Pro Moss Green 30lbs; Terminal Fluorocarbono Duel 50lbs; Clip Hiro; Amostra Rapala SX-Rap 12, côr S (de "s"hicharro, hehehe); Luvas Helly Hansen; Alicate de Contenção Boga Grip 130, 30lbs.



segunda-feira, 3 de março de 2008

Pescar, Libertar, Preservar - I

A filosofia do “pescar & libertar” (catch & release) foi introduzida e dinamizada nos Estados Unidos por Lee Wulff (pescador de "flyfishing") a partir dos anos de 1940.

Na base dessa filosofia está uma ética específica, muito particular, tendo como valor fundamental a solidariedade para com os outros pescadores (que também poderão ter o prazer de lutar com os peixes que foram soltos) e para com o próprio peixe.
Há ainda quem afirme que a liberdade do peixe é capaz de reflectir para nós mesmos, pescadores, a necessidade de viver em liberdade.

Para além dos valores de natureza ética, estudos económicos (infelizmente não portugueses) mostram que o peixe desportivo "vivo" vale muito mais do que "morto". Ou seja, a actividade da pesca de lazer e desportiva, encarada, por exemplo, na sua vertente turística é capaz de gerar mais receitas em divisas para um país, ou região, na medida em que movimenta estruturas mais complexas do que a de um simples "entreposto frigorífico", que geralmente retira sem repor e/ou sem tomar os devidos cuidados em relação às reservas dos stocks de peixes capturados.

O “pescar & libertar”, para ser levado à prática como forma de preservação das espécies selvagens, necessita de conhecimento e aprendizagem.

De facto, o respeito pela Natureza, a consciência da preservação ambiental e o “amor” pelos peixes (encarado como um parceiro imprescindível do desporto que é a pesca) misturam-se de forma dinâmica neste processo.

As "regras" descritas abaixo são de carácter genérico, mas podem fazer com que a maior parte das espécies de peixes tenham uma maior probabilidade de sobrevivência - um factor capaz de activar e estimular toda uma nova cadeia económica.

Zona de “Ferragem”
Seria ideal que todos os peixes fossem “ferrados” pelo lábio superior ou inferior, mas infelizmente isto nem sempre acontece.
Quando a pesca é realizada com iscos artificiais pequenos ou iscos vivos, a probabilidade de “ferrar” um peixe mais profundamente na garganta ou nas guelras é muito alta.
Nunca puxe a linha quando o anzol estiver na garganta do peixe.
Cortar a linha e devolver rapidamente o peixe à água aumentará a suas hipóteses de sobrevivência. Quanto mais tempo o peixe ficar fora da água e quanto mais praticar nele as suas "técnicas cirúrgicas", menor a probabilidade de sobrevivência do peixe.

Profundidade
Quando pescar em profundidades superiores a 9 – 10 metros, deve trazer o peixe devagar para o barco. Isto permite que o peixe faça a descompressão (ajustando-se à mudança da pressão da água). Faça pausas quando recolher o peixe e espere que as bolhas de água, resultantes da descompressão dos peixes, aflorem à superfície. Os peixes são adaptáveis como qualquer pessoa. Se içar o peixe demasiado rapidamente, ele morrerá, ou, pelo menos, ficará em muito mau estado.

Temperatura da Àgua
Lutar com um peixe por um longo período de tempo em águas mais quentes aumenta as suas probabilidades de morrer.
Quando a temperatura da água é alta o peixe cansa-se mais rapidamente devido ao aumento e acumular do ácido láctico no seu organismo.
Quando pescar em águas com temperatura elevada, recolha o peixe o mais rapidamente que puder, use uma linha mais grossa do que a usual ou - então, se preferir, e em último caso - não pesque nesse dia.

Carga de Rotura da Linha
Use sempre a linha mais grossa possível, ou com a maior carga de rotura possível, para cada espécie de peixe e tipo de pesca.
Lembre-se que, quanto mais tempo “lutar” com um peixe, tanto mais ácido láctico será produzido; dessa forma, mais exausto fica o peixe e maiores as probabilidades dele morrer, deteriorando-se mais rapidamente a sua carne. Isto é ainda mais verdadeiro para os grandes peixes de água salgada.


Procedimentos e Cuidados
(1) Use anzóis sem farpa/barbela ou "amasse" a farpa/barbela com um alicate. Se usar um camaroeiro, prefira os de rede de algodão. Ele é menos lesivo para as escamas, as guelras, os olhos e o muco do peixe.
(2) Molhe as suas mãos quando for pegar no peixe. Mãos secas ou luvas removem o muco protector. Utilize um alicate de contenção tipo "Boga Grip". Não arraste um peixe na areia, pelas rochas e nem o atire por cima da borda do barco.
(3) Tente não retirar o peixe da água. Seja rápido e delicado. Não aperte o peixe. Não segure o peixe perto das guelras. Alicates de bico longo podem acelerar a desferragem de um anzol “ferrado” com profundidade.
(4) Para reanimar o peixe, segure-o por baixo da barriga e mantenha-o em posição horizontal dentro da água (esta é a altura exacta para tirar as fotografias e as medidas). Se estiver a pescar num rio, ou mesmo no mar, segure o peixe no sentido contrário ao da corrente. Seja paciente e dê ao peixe todo o tempo que ele necessitar para se recuperar e nadar por si mesmo com autonomia.