As mudanças repentinas de
clima são consideradas grandes vilãs das alergias respiratórias. O Outono é uma
das estações prediletas dos ácaros, as crises de rinite e asma podem se tornar
ainda mais frequentes em casa se o alérgico não tomar alguns cuidados. A queda
brusca de temperatura e o consequente aumento da umidade nos ambientes internos
do imóvel são capazes de provocar espirros, corizas, coceiras na garganta e
insuficiência respiratória.
De todos os ambientes da casa,
o quarto, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia do Rio de
Janeiro (Asbai – RJ), é o que merece maior atenção dos que sofrem de problemas
respiratórios. Como o quarto é o ambiente em que as pessoas passam em média
oito horas ao dia, tempo de sono, é preciso ter um cuidado especial em cobrir a
cama e travesseiros com capas impermeáveis, que podem ser de TNT ou Poliuretano.
Além das capas impermeáveis,
que custam em torno de R$ 100 em camas para casal, a entidade indica como
alternativa temporária e mais econômica de controle de ácaros o uso de
plásticos para cobrir o colchão e papel contato nas paredes. Com a devida
proteção, o morador pode adornar o quarto com lençóis e fronhas do material que
quiser. A troca da roupa de cama, no entanto, deve ser realizada de dez em dez
dias e ser lavada com água quente.
Na hora de buscar formas de
dar frescor ao quarto, surge a dúvida entre usar o ventilador ou o
ar-condicionado. O primeiro, por acumular poeira nas palhetas, coloca os ácaros
em suspensão e os joga no ar, tornando o ar impuro para aspiração. O sistema de
refrigeração do ambiente, no entanto, pode ressecar as vias respiratórias.
Portanto, este só deve ser usado quando a alergia está sob controle e a
ventilação deve ser descartada. Os mais indicados para os alérgicos, segundo
profissionais, são os refrigeradores de ar split, devido a facilidade de limpar
suas palhetas.
Os desumidificadores também
podem ser boas opções para os alérgicos. O preço varia de acordo com a
tecnologia escolhida pelo morador e o tamanho do ambiente, podendo variar de R$
80 a R$ 3.000. Mas em ambientes de muita umidade, nem sempre o seu uso será
eficaz. As casas próximas às pedras, por exemplo, podem desencadear fortes
processos alérgicos no morador por acumularem muita umidade.
Para dar um ar mais saudável
para que o morador possa respirar melhor os ambientes da casa precisam estar
sempre arejados, com janelas abertas, principalmente no período da manhã. As portas,
se possível, devem também ficar abertas. É bom passar um pano úmido nos móveis
e no chão apenas com água sempre que puder e procurar mobiliar o quarto do
alérgico com móveis que não fiquem colados à parede, como a cama, por exemplo,
que acumula poeira. O melhor piso é o frio, de cerâmica ou de rejunte estreito.
Quem tem um imóvel de carpete e não tem como tirá-lo, o conselho é usar o
aspirador de pó, sempre tendo o cuidado para não deixar os resíduos escaparem
para os ambientes da casa.
Outra artimanha que pode
melhorar muita a vida dos afetados pelas crises alérgicas, principalmente as
crianças, é o uso de pisos emborrachados. Os produtos de limpeza específicos
para os alérgicos também são sempre bem vindos. Em lojas especializadas há
sabões, detergentes e desinfetantes que cumprem bem o papel de higienização dos
ambientes com sua ação fungicida e antibacteriana. No entanto, os cuidados para
se ter uma casa mais agradável aos que sofrem com espirros e corizas diárias
não substituem o tratamento com um alergista. Todas essas adaptações e
materiais indicados para diminuir o acúmulo de poeira, umidade e ácaros são
formas de ajudar a reduzir as crises do alérgico.