29.3.11

Cowboys e aliens

O post não é nem sobre a HQ homônima do título (criada por Scott Mitchell Rosenberg), nem sobre o filme que a adapta (dirigido por Jon Favreau). Esta é apenas uma chamada para uma série de artigos do crítico de ficção especulativa Edgar Indalecio Smaniotto - já citado neste blog por suas resenhas da coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário - a respeito de um dos temas que vola e meia surgem por aqui: o Weird West. Em "Extraterrestres e cowboys", Smaniotto se focou no aspecto dos encontros imediatos para analisar três séries de quadrinhos italianos produzidos pela maior editora daquele país, a Bonelli Comics. Tex, Zagor e Mágico Vento - este último já comentado por aqui - foram os fumetti escolhidos pelo crítico para serem abordados em uma série de textos originalmente publicados de setembro a novembro de 2008 no Jornal Graphiq. O link a seguir é para o blog Universo Fantástico que compilou a trilogia em um único post. Sendo assim, vou deixar os leitores aqui apenas com alguns parágrafos de cada uma dessas análises, recomendando a leitura integral aos interessados na mistura de faroeste com ficção científica.



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Parte I: Tex
Em geral podemos identificar um gênero literário pelos ícones que pertencem a este determinado gênero. Se estamos diante de seres com poderes fantásticos é quase certeza que se trata de uma história de super-herói, se falamos de robôs e alienígenas é provável que estamos a ler uma história de ficção científica, mas se nos deparamos com nativos americanos (índios) e cowboys estamos a ler faroeste.


Sou leitor de gibis desde criança, e meu primeiro gibi foi um gibi de faroeste, e também sempre fui leitor de ficção científica, sendo que tenho algumas centenas de livros de FC em minha biblioteca. Como fã destes dois gêneros sempre me chamou à atenção histórias em que estes se misturavam.

Atualmente existe todo um gênero de ficção, conhecido como Steampunk, em que elementos típicos do século XIX, como a tecnologia a vapor, acaba por ter um desenvolvimento para além daquele que realmente teve no século XIX.

Ao mesmo tempo a narrativa incorpora outras tecnologias e elementos  que se tornaram parte de nosso imaginário apenas no século XX. Podemos citar, para ficar apenas nos quadrinhos e no cinema, como obras típicas deste movimento: A Liga Extraordinária de Alan Moore, As loucas aventuras de James West (filme e série), a série O Mundo Perdido, a HQ Rocketeer, o filme Capitão Sky e o Mundo de Amanhã, o desenho animado Steamboy e a HQ Docteur Mystére.

Nos quadrinhos Bonelli (quase um sinónimo para quadrinhos italianos), do qual o mais famoso é TEX, mas também já foram editados no Brasil outros gêneros destes quadrinhos, além de dois outros faroestes que fazem sucesso entre o publico brasileiro: Zagor e Mágico Vento, elementos de steampunk sempre estiveram presente, assim por vezes podemos ver extraterrestres, robôs, naves espaciais e outras coisas impossíveis no século XIX `real’ em meio a histórias de faroeste. (...)

 

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Parte II: Zagor
Zagor é uma mistura de Tarzan ou Fantasma com Tex. Para criar um Zagor basta bater em um liquidificador um cowboy, um aventureiro pulp e um super-herói, e ter o talento de Guido Nolitta (roterista criador do personagem). O nome Zagor é uma abreviação de Za-gor-te-nay, ou seja, “O espírito da machadinha”. Zagor possui extraordinários reflexos e dotes atléticos e é extremamente hábil no uso de sua machadinha. Os seus feitos, além da impressão causada por suas vestes (azul e vermelha, com um símbolo enorme no peito) e por seu grito de guerra (AAHHYAAKK!) o fazem ser considerado pelos índios como uma espécie de semi-deus enviado por Manitú.(...)



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Parte III: Mágico Vento
Mágico Vento é uma das melhores HQs seriadas que já aportou em terras brasileiras. Cada história é mais surpreendente que a outra, sem falar que os roteiros são bastante diversificados, com histórias de faroeste, terror (em geral envolvendo mitologia indígena), misticismo, espionagem, guerra e intrigas políticas. 

Entre tal variedades de temas, certamente não podia faltar uma história de ficção científica. História esta publicado no n.° 41 “Os Replicantes”. Mas antes de comentar esta história em especifico vamos falar um pouco do personagem Mágico Vento.

Mágico Vento é na verdade o nome indígena de Ned Ellis, único soldado sobrevivente de um massacre, ocasião esta em que teve cravado em sua cabeça um estilhaço de metal, este lhe proporcionou o dom de ter visões, mas lhe causou a perda de sua memória. (...)

25.3.11

Palpitando sobre cinema 2

Mais uma vez, fui convidado pelo jornalista Felipe Alves para comentar um filme para o blog do qual ele é um dos titulares, o Sala de Cinema, do grupo RBS. Se minha primeira participação foi para comentar um terror psicológico, esta sessão de palpitaria foi dedicada a um musical: o primeiro filme a usar recursos tridimensionais em uma produção live action, na verdade. U2-3D, originalmente lançado em 2008, reestreia esta semana nas salas de cinema brasileiras como um esquenta para a turnê que os missionários irlandeses vão trazer ao nosso país este ano. Quem quiser conferir os comentários, meus, de Felipe e do colega Renê Müller, o vídeo está disponível aqui.

24.3.11

Olhares sobre a história - Atualizado

Ontem, aniversário de Florianópolis, a Sociedade Histórica Desterrense realizou seu primeiro evento de 2011, a saída fotográfica que leva o nome deste post. Apesar dos contratempos envolvendo as nada constantes condições climáticas da cidade - na noite anterior, caiu uma tempestade; a manhã veio com cara de dia chuvoso; a tarde se encerrou com muito sol - o encontro foi muito bacana. Abaixo segue uma das quase 500 fotografias tiradas apenas por Maurice Kisner durante a saída, logo mais, quando as fotos dele e a dos outros profissionais das lentes estiverem disponíveis, deixarei um link por aqui.


Upgrade: Como prometido, saíram as primeiras levas de daguerreótipos de Maurice Kisner que podem ser vistas neste endereço.

22.3.11

A ciência como inspiração

O título acima é o mesmo da matéria principal da maior e mais tradicional revista de divulgação científica nacional, que reservou sua capa e oito páginas para tratar de ficção científica. Fred Furtado é o autor do material publicado na edição 279 da Ciência Hoje, um verdadeiro dossiê sobre como surgiu e evoluiu o gênero literário que toma a ciência & tecnologia como inspiração. A revista oferece aos leitores um retrospecto bem amplo da história da FC, desde o pioneirismo de Mary Shelley (1797-1851), passando pelas vertentes muitas vezes complementares de Jules Verne (1828-1905) e H.G. Wells (1866-1946), chegando a autores contemporâneos. Entre os especialistas entrevistados por Furtado, estão escritores e pesquisadores frequentemente citados por este blog, como Fábio Fernandes, Gerson Lodi-Ribeiro e Roberto de Sousa Causo, três autores ligados ao subgênero steampunk. Aliás, este último trouxe a conversa para este rumo, ao responder um interessante questionamento do jornalista: "Em uma sociedade onde a ciência e seus frutos tecnológicos são tão abrangentes e familiares ainda há espaço para um gênero de literatura que se baseia na extrapolação das suas conquistas?"

Vou citar o parágrafo em que se dá resposta à pergunta, que pode ser lido tanto na edição impressa como no arquivo em pdf disponível no site da publicação:

Aparentemente, sim – sempre haverá questões a abordar e desdobramentos a discutir. De acordo com Causo, a ficção científica sempre irá explorar as consequências do desenvolvimento científico-tecnológico em nossas vidas. “Se não no futuro próximo, por causa de uma suposta presença excessiva da ciência e tecnologia no cotidiano, então no futuro distante”, afirma, acrescentando que esse talvez seja o apelo  da new space opera, subgênero que recupera uma ficção científica de aventura espacial, ou do steampunk, que extrapola para o passado, imaginando tecnologias de um século 19 ou começo do século 20 que nunca existiram.

Primeiro evento do ano em Florianópolis 5

Amanhã, aniversário da capital catarinese, é o dia do evento "Olhares sobre a História", promovido pela Sociedade Histórica Desterrense. Uma nova nota para divulgar o encontro foi publicada na edição desta terça no maior jornal do estado. Como na anterior, o jornalista que a escreveu foi meu colega Renê Müller (com quem, aliás, gravei semana passada um novo vídeo palpitando sobre cinema que deve ir ao ar na próxima sexta). Fiquem a seguir com a reprodução da nota "Moda vitoriana":



Para quem ficou curioso com a mobilização da Sociedade Histórica Desterrense – que promove amanhã Olhares sobre a História, saída fotográfica com o objetivo de registrar e resgatar a memória patrimonial de Florianópolis – é só curtir o barato da foto, clicada no primeiro 1º Encontro Vitoriano, promovido na Capital.Quem quer participar precisa, obrigatoriamente, utilizar modelos de época, que se estende da Renascença à Primeira Guerra Mundial. A proposta é “ reviver o passado”, evocando modos e costumes antigos.

21.3.11

The Difference Engine português

É sempre uma diversão acompanhar as palavras-chave que trazem leitores a nossos blogs. No momento em que redijo esta nota, confiro que "e-contos steampunk", "steampunk brasil", "como fazer uma dobradura de espartilho", "kastensmit + nebula", "nerd geek quadrinhos hq anime" são algumas das expressões digitadas no Oráculo e afins pelas pessoas que acabam topando com esta página. Mas uma combinação de palavras havia me deixado impressionado pela constância com que remetia dezenas de pessoas para cá: aquelas que aparecem no título deste post. Para esclarecer a dúvida desses leitores em potencial do livro de William Gibson e Bruce Sterling, resolvi comentar pelo twitter o fato com a editora que vai lançar a versão da obra em nossa língua. A resposta segue abaixo:

editora_aleph @romeumartins Romeu, o lançamento do The difference engine está previsto para a primeira semana de julho!

Primeiro evento do ano em Florianópolis 4

Nota a respeito do evento organizado pela Sociedade Histórica Desterrense no site Perdi Essa Aula. Uma divulgação feita pelo professor da Universidade Estácio de Sá e grande fomentador cultural Diego Moreau, um dos organizadores do maior evento ligado aos quadrinhos já realizados em Santa Catarina, a HQCon:





Graças aos amigos @romeumartins, @gabrielrocha e @carolnoc fiquei sabendo de um sensacional evento criado pela Sociedade Histórica Desterrense (SHD).  Nesta quarta-feira, 23 de março, acontecerá uma Saída Fotográfica – Olhares sobre a História. Tudo para comemorar  o aniversário de Floripa. Detalhe: quem quiser participar precisa estar em traje de época, de 1530 a 1930. Todas as informações sobre o trajeto, como se cadastrar, dicas do que vestir e muito mais você encontra aqui no blog da SHD. A concentração será às 9h, no Largo da Alfândega. Como é feriado, você não tem desculpa para não ir. Fale com seus avós ou bisavós e pegue a roupa emprestada, carregue a câmera e venha dar uma de Marty McFly.

20.3.11

Solidariedade com o Japão - Atualizado

Não preciso comentar aqui sobre a tragédia que se abateu sobre um país do qual muitos, além de mim, guardam laços de amizade e afinidade pessoal. O que eu poderia dizer sobre a crise que atingiu o Japão que já não foi dito melhor e com mais detalhes por uma infinidade de outros endereço? Por isso mesmo, reservo este espaço apenas para divulgas as atividades organizadas pela Associação Nipo Catarinense em solideriedade àquele povo, conforme me foi repassado pelo colega da Sociedade Histórica Desterrense, Júlio Kammers. Na certeza de que se há um povo capaz de enfrentar e superar tal desafio é o mesmo que aprendemos a admirar por diversos aspectos culturais, deixo os leitores deste blog com a programação daquele grupo em prol do Japão:



Prezados associados

A Associação Nipo Catarinense, junto com diversas entidades da sociedade civil de Florianópolis e
apoio de orgãos governamentais, estaráo realizando alguns eventos de solidariedade às vítimas do terremoto no Japão.

Os primeiros eventos serão:


1.- 27/03/2011 – domingo 20h30 - Culto Ecumênico na Catedral Metropolitana de Florianópolis em memória às vítimas do terremoto no Japão, com a participação de diversas ordens e orientações religiosas.



2.- 16/04/2011 – sábado das 11 às 16 horas – Evento de Solidariedade às vítimas do terremoto no Japão. – Almoço no Lagoa Iate Clube, LIC, para arrecadação de recursos a serem enviados às vitimas.



3.- 30/04/2011- Atenção, dia 30 de março - 21 horas - Recital de canto e piano com a soprano Masami Ganev e o pianista Alberto Andrès Heller.

17.3.11

Weird Western from Brazil 3

Saiu a amostra da capa da coletânea Weird West da editora Argonautas:

Primeiro evento do ano em Florianópolis 3

Divulgado o trajeto completo do evento fotográfico promovido pela Sociedade Histórica Desterrense no próximo dia 23. Diretamente deste blog:



9:00 - Concentração no Largo da Alfândega


9:45 - Início do Evento. Fotografias na Alfândega.


10:15 - Visita guiada à igreja de N. Sra. do Rosário. Pausa para fotografias.


11:00 - Catedral Metropolitana


11:30- Parada para almoço no restaurante "Churrasco da Ilha" [1]


13:30- Teatro Álvaro de Carvalho


14:30 - Museu Histórico de Santa Catarina (Museu Cruz e Sousa). Visita guiada e fotografias


17:00 - Círculo Ítalo-Brasileiro. Visita guiada e fotografias.


17:45 - Dispersão na Praça XV de Novembro
____________
[1] O restaurante se localiza na Av. Hercílio Luz e conta com serviço de buffet e de rodízio de carnes assadas a R$ 24,90/kg.


14.3.11

Primeiro evento do ano em Florianópolis 2

Meu chapa Gabriel Rocha é quem deu a dica: o maior jornal de Santa Catarina divulgou o evento Olhares sobre a História, já anunciado algumas vezes por aqui. Abaixo, reproduzo a nota que levou o título Olhar Steampunk:

A Sociedade Histórica Desterrense apresenta Olhares sobre a História, uma saída fotográfica com o objetivo de registrar e resgatar a memória patrimonial de Florianópolis. Programada para 23 de março de 2011, como um presente de aniversário para a cidade, o evento reunirá aficionados pela história. O diferencial é que estarão, obrigatoriamente, trajados com modelos de época, que se estende da Renascença à Primeira Guerra Mundial. Os participantes caminharão pelo Centro Histórico sob as lentes de uma equipe de fotógrafos selecionados pelo grupo.

A proposta é “reviver o passado”, evocando modos e costumes antigos. A atividade é ligada à cultura steampunk, vertente da ficção científica cujas histórias estão ambientadas em uma realidade alternativa, uma espécie de “Era Vitoriana futurista”, em que viagens espaciais, armas de raio laser e computadores modernos são corriqueiros em pleno século 19.

13.3.11

Corset de origami 2

Essa foi uma notícia inesperada: aquele post que fiz abrindo a tag origamis com um corset serviu de inspiração para decorar a festa de aniversário de uma leitora do blog. Isabel OPM, de Santos, teve a gentileza de me enviar o link que mostra as dobraduras japonesas enfeitando a comemoração do dia 18 de fevereiro. Vejam abaixo, diretamente do blog dessa fã do estilo gótico:

Essa é a decoração de Origami que eu fiz, e a minha madrasta Anete, decorou com os babadinhos e lacinhos!! ^^

Muito obrigada à equipe do blog pelo tutorial!

Eu quem agradeço, Isabel, e aproveito para, mesmo atrasado, te mandar os parabéns!

11.3.11

Dica de viagem: Mundo a Vapor

Olhem só a dica que recebi do meu caríssimo Edgard Refinetti: um parque temático voltado à tecnologia movida a vapor, no Rio Grande do Sul, visitado por ele recentemente. O Mundo a Vapor fica localizado no município de Canela, a 130 quilômetros da capital Porto Alegre, e parece ser o paraíso para qualquer um que goste da cultura steampunk. O local foi idealizado para celebrar a chegada da estrada de ferro naquela cidade, em 1924, o que a transformou em uma disputada estância de veraneio gaúcha. Os responsáveis pelo empreendimento, que já atraiu mais de dois milhões de visitantes, são os membros da família Urbani, pioneiros na região e sempre envolvidos com a tecnologia mecânica que fez a história da localidade.



Entre as atrações do parque, diversas réplicas em miniatura de tais mecanismos movidos a vapor. Mas também há a impressionante representação da foto acima, que reproduz um acidente real, ocorrido em 1895, quando uma locomotiva desgovernada atravessou a toda velocidade a estação parisiense de Montparnasse. Não tenham dúvida que se eu pudesse, neste momento, passaria o próximo final de semana visitando essa preciosidade. Na falta de condições (de tempo, de dinheiro e de saúde, que este mês estou meio fora de combate), vale a visita ao ótimo site do Mundo a Vapor.

10.3.11

Weird Westerns from Brazil 2

Por falar na coletânea Cursed City - Onde as almas não têm valor, fiquei sabendo agora pela manhã pelo twitter do organizador da obra, M. D. Amado, que ficaram prontos os cartazes anunciando todos os participantes da coletânea. Não resisto à tentação (ou ao mico?) de postar aqui minha cara de bandoleiro cucaracha. O dos demais colegas de páginas, só lá no hot site da editora.

Weird Westerns from Brazil

O título acima é o mesmo dado pelo escritor e quadrinista britânico Paul Green ao post em que ele anuncia a seus leitores a coletânea Cursed City - Onde as almas não têm valor, da editora Estronho. Falei de Green e de sua Enciclopédia temática de Weird West ontem, ao fazer uma nota sobre a resenha do livro escrita por Marcelo Augusto Galvão. O enciclopedista ficou sabendo da resenha e se interessou pela atual movimentação brasileira em torno do gênero. O primeiro resultado foi este post publicado no blog que complementa aquela sua obra de referência. Nele, além de mostrar a bela capa da coletânea brasileira ainda a ser lançada, ele traduz para o inglês a descrição do projeto que vai trazer meu conto "Domingo, Estranho Domingo".



Vale notar outra coincidência no mesmo blog de Mister Green. Em um post anterior, ele também se pergunta se a animação Rango, resenhada por aqui ontem, não seria um representante do gênero. Recorrendo as informações de Robert W. Butler, do McClatchy Newspaper, ele chega a conclusão de que é, sim, como afirmei por aqui. Cita dois exemplos de esquisitices naquele filme, uma sobrenatural e outra ligada à FC (e que tinha me escapado). Vale a pena ler, apesar dos spoilers para quem ainda não viu essa excelente produção.

Damas e Cavalheiros: a Steampunk Bible 5

Jeff VanderMeer aos poucos vai matando a comunidade steamer internacional de ansiedade. O livro de referência que ele e SJ Chambers organizaram só chega ao mercado no feriado de Primeiro de Maio, mas, como vem fazendo aos poucos ao longo dos meses, ontem ele liberou a imagem de mais algumas páginas da - atenção para o nome completo - The Steampunk Bible: An Illustrated Guide to the World of Imaginary Airships, Corsets and Goggles, Mad Scientists, and Strange Literature. Desta vez o editora americano recebeu uma versão antecipada da obra em sua cada, da qual tirou algumas fotos e postou em seu blog. Reproduzo a capa, em seguida, mas para ver o aperitivo completo, só no Ecstatic Days.



Acho que nem preciso lembrar, mas como eu gosto de fazer isso, lá vai: nas páginas do livro há um excerto da minha noveleta "Cidade Phantástica", traduzida para o inglês por Fábio Fernandes, conforme pode ser visto nesta outra prévia antecipada por VanderMeer.

9.3.11

Banzé no Weird West

Sujeito desastrado vai parar em cidadezinha do oeste, conta algumas mentiras fazendo-se passar por um cara durão, vira xerife e, após algumas confusões, acaba mesmo salvando o dia. Alguma novidade nesta trama? Não, nenhuma; ela já foi vista muitas vezes. O título desta resenha por exemplo faz referência a uma delas, no famoso filme de Mel Brooks chamado Blazing Saddles no original. O que torna a animação Rango um produto bem acima da média mesmo utilizando essas mesmas ideias são os vários toques weird que ela esbanja, tanto no visual quanto em seu roteiro. A começar pelo fato de que o tal sujeito desastrado da vez é um camaleão com pendores artísticos para o teatro, dublado  - na versão original (raríssima em nossos cinemas) - por Johnny Depp. Ele e todos os demais personagens são mostrados em caracterizações realísticas que não poupam detalhes sujos nos pelos, penas, escamas e verrugas de ratos, toupeiras, corvos, águias, sapos e cobras entre outros exemplares de uma fauna que em nada lembra bichinhos fofos. A trama também não foi feita apenas para crianças de modo algum, com referências bastante inusitadas do universo cultural (aparece até mesmo, de relance, em uma estrada, o falecido jornalista gonzo Hunther S. Thompson, que foi interpretado por Depp em uma película nada recomendada para os menores).



O diretor Gore Verbinski é o grande responsável pelo resultado final, já que assina ainda colaboração no roteiro e na produção desta animação da Paramount em parceria com a Nickelodeon. Ele já vem de uma longa relação com seu protagonista, uma vez que é também o encarregado da franquia Piratas do Caribe. Tal como naquela trilogia, que misturou comédia e terror com os velhos corsários, Rango igualmente funciona bem por incorporar novos elementos em uma história já conhecida. Mais do que saber que o camaleão vai salvar o dia na cidade de Poeira - um anacrônico lugarejo no deserto de Mojave, quase tão seco quanto o planeta Arrakis de Duna - o que importa mesmo é acompanhar sua jornada e descobrir como ele vai fazer isso. No caminho, ao coro do quarteto de corujas mariachis, muitas perseguições aéreas com morcegos, dignas de Star Wars e de Apocalipse Now; alguns duelos nas ruas poeirentas e várias cavalgadas nas planícies. Além de uma participação mais do que inesperada e bem-vinda à certa altura dos acontecimentos. Imperdível para quem gosta de animação, de westerns e de esquisitices.

Enciclopédia do Weird West

Marcelo Augusto Galvão resenhou uma obra que é do interesse desta página em seu blog, o Galvanizado: uma autêntica enciclopédia sobre o faroeste fantástico. Abaixo, segue o primeiro parágrafo do texto do advogado e e escritor:



Para muitos, o faroeste é um gênero literário e cinematográfico que está com o pé na cova já faz algum tempo – afinal, a sua Era de Ouro acabou por volta dos anos 70 e, tirando um filme ou outro que é premiado (caso de Os Imperdoáveis), o western não tem tanta relevância nestes dias. Mas existe um subgênero que mostra a possibilidade do faroeste não se prender a um cenário específico (Estados Unidos) ou época (século XIX), como mostra Paul Green na sua Encyclopedia of Weird Westerns: Supernatural and Science Fiction Elements in Novels, Pulps, Comics, Films, Television and Games (McFarland & Co).

E, mais um  um trecho, no qual ele cita a série sobre Weird West que escrevi por aqui, mês passado, além de anunciar algumas novidades nacionais no gênero:

Vale lembrar que algum material weird west estrangeiro já foi publicado no Brasil, como mostrou o escritor e jornalista Romeu Martins em uma série de posts no blog Cidade Phantástica, incluindo os excelentes Mágico Vento e Santo dos Assassinos. Em breve, o gênero terá representantes verdadeiramente brasileiros com o lançamento das antologias Cursed City (Estronho) e Sagas – Estranho Oeste (Argonautas), e do romance O Peregrino – Em Busca das Crianças Perdidas, de Tibor Moricz (Draco), entre outras novidades.

Para ler o texto completo, basta visitar o blog do Galvão.

Primeiro evento do ano em Florianópolis

Já que 2011 começa extra-oficialmente hoje, após este Carnaval atípico de março, vou relembrar aqui o primeiro evento marcado para este ano e que deverá atrair a atenção dos simpatizantes da cultura steamer. Trata-se da saída fotográfica "Olhares Sobre a Cidade", organizada pela Sociedade Histórica Desterrense. A data é no dia em que se comemora o aniversário da cidade que já levou o nome de Desterro. Abaixo, mais uma vez, o flyer do evento e as regras do encontro, conforme postadas no blog da Sociedade:



Com o objetivo de tornar nosso evento mais organizado e garantir momentos agradáveis para todos, a Diretoria estabeleceu um pequeno conjunto de regras que, esperamos, sejam observadas pelos participantes.

1. Respeito ao Dresscode - em caso de dúvidas sobre o seu traje, envie um e-mail para sociedadehistoricadesterrense@gmail.com

2. Serão permitidos apenas 15 fotógrafos. Os interessados em fotografar o evento deverão se cadastrar previamente no tópico correspondente. Não há necessidade de levar sua máquina digital; todas as fotos serão disponibilizadas gratuitamente na internet.

3. Todos os participantes devem estar munidos de RG, pois alguns pontos a serem visitados exigem a apresentação desse documento.

4. Menores de idade devem trazer autorização dos pais para participar do evento.

5. É proibido o transporte e consumo de bebidas alcóolicas durante o evento. Havendo suspeita de desrespeito a esse item, garrafas e cantis serão examinados e, uma vez confirmada a suspeita, o infrator será convidado a se retirar do evento.

6. Cada parada terá em média 15 minutos para fotografias. Mais do que isso tornaria o evento cansativo.

7. É preciso evitar a dispersão. Pedimos que os participantes procurem estar sempre próximos uns dos outros, evitando também atrasos.

8.3.11

Feliz dia delas

À rainha Vitória, a mulher mais poderosa de todos os tempos e que deu nome à era favorita dos steampunkers.



À Ada Lovelace, primeira programadora da história.



À Mary Shelley, mãe de um gênero literário que sempre é lembrado por ter dois pais.



À Cherie Priest, autora de Boneshaker, escritora steamer mais premiada da atualidade.



A todas as participantes da coletânea Steampink.




Um feliz Dia das Mulheres.

7.3.11

Novidades sobre um cenário steampunk nacional

No início do ano, publiquei a seguinte nota por aqui:

Encontrei a informação no blog do escritor Heitor Serpa: ele e seu colega Douglas Vermento estariam preparando um RPG de inspiração steamer. Segue abaixo o trecho em que é dada a notícia, no meio deste post:


Agora uma notícia de algo que ainda está para acontecer. Lembram do Douglas Vermento, que eu indiquei lá em cima? Pois é, resolvi me juntar a ele e ao Enrico - um de meus primeiros leitores, e que agora mostra bastante talento pra coisa - para pensar num cenário de punk a vapor contendo elementos de fantasia. Difícil? Bastante, se você considerar a existência do RPG "Reinos de Ferro", por exemplo, além dos lançamentos envolvendo o gênero pipocando de todos os lados. Ainda assim, está sendo um exercício muito bom. Estabelecemos uma idéia central, sem dar muitos nomes aos bois, e cada um está se dedicando a um conto para firmar a base. Eu já comecei o meu... Daqui a pouco deverão surgir mais novidades.

Torço mesmo por mais novidades desse projeto. 

Agora, recebo um email de Heitor Serpa me avisando que há novidades relacionadas a esse projeto em um blog criado especialmente para ele. O nome segue abaixo, no logo idealizado para a página:



No post inicial, o trio que elabora o cenário explica o que é Steamage:


Um trocadilho com as palavras mage (mago) e age (era). Reunimos o conceito de Steampunk – a ficção científica do século XIX escrita no século XXI, segundo Bruno Accioly e o Conselho Steampunk – com a fantasia que tanto amamos, criando a centelha de um universo em constante desenvolvimento que mescla as duas coisas.

Nossa, super original não é?

Ironias a parte, nós NÃO alimentamos a ilusão de sermos inovadores do meio, mesmo porque isso é impossível nos dias atuais. Mas não significa que estamos trabalhando com o plágio; o que existem são conceitos (ou tropos), estando a originalidade na maneira que cada autor os desenvolve. Em Steamage, por exemplo, a Era do Vapor se inicia com a chegada de uma cidade voadora sobre as minas de Kresta, cujos habitantes são seres pequeninos e de pele dura como a rocha.

E também sobre se o material será aproveitado no formato de um RPG:


De início, nossa intenção era a de apenas fazer um exercício de idéias no momento em que todos os outros falhavam, gerando como fruto um lugar para nossas histórias. Mal comparando, seria como as stables dos programas de luta livre, feitas para cada lutador se desenvolver individualmente com o destaque do grupo. Começamos a sonhar alto com esta possibilidade após a divulgação que o projeto recebeu no blog Cidade Phantástica e no Twitter, afinal todos aqui são fãs do jogo de interpretação de personagens.

Respondendo melhor a pergunta: daremos foco no cenário por enquanto, desenvolvendo-o com nossos contos. Quanto às raças, classes, talentos e outras coisas típicas do RPG de mesa, ficam para um futuro distante. Ou não... 

Continuo torcendo pelo projeto.

1.3.11

Estronho sobre rodas

A editora Estronho, que vai investir muito em steampunk este ano, tem uma novidade para invadir as ruas. M. D. Amado preparou seu carro para servir como propaganda ambulante e motorizada da casa editorial e ainda posto de vendas e de promoções para livros como Deus Ex Machina, Steampink, Cursed City entre outras obras com o selo próprio ou de empresas parceiras, como a Tarja, Draco e Underworld. Veja a seguir o Estronhomóvel:



Olá Estronhos,
Apresento a vocês o Estronhomóvel. E para que diabos serve o Estronhomóvel? Bom, além do óbvio propósito de servir como outdoor ambulante, o Estronhomóvel vai distribuir brindes e vender livros com até 50% de desconto. Viu o carro na rua? Grite "EU SOU ESTRONHOOOOOO!!!" e corra o risco de ganhar botons e marcadores de página. Além disso iremos marcar eventos em Belo Horizonte e também em outras cidades. Encontros para bater papo sobre literatura fantástica e para que você possa comprar livros em promoção. E não são apenas os livros da Editora Estronho que estarão à venda. Também estarão disponíveis em promoção, livros da Tarja Editorial, Editora Underworld e Editora Draco. Nos próximos dias criaremos o Blog do Estronhomóvel e vocês poderão saber por onde ele vai passar e quando. Além de contar curiosidades sobre os "efeitos estronhomóvel".


Veja as fotos para que você possa reconhecer o Estronhomóvel nas ruas!