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14/06/2018
"A Gandarinha que resta" (Jornal Público)
Paulo Ferrero
"Quis o engenho, e a oportunidade também, que um punhado de sintrenses inconformados não desistisse do apuramento de responsabilidades, doa a quem doer.
A novela da(s) Gandarinha, parte II (a parte I, recorde-se, decorreu no antigo palácio dos viscondes da dita, ex-Convento de Nossa Piedade, em Cascais, que hoje é centro cultural recauchutado e sede de assembleia municipal, mas cujo processo de transformação urbanística deu brado, e que brado, há algumas décadas), que ainda decorre em pleno centro histórico de Sintra, Património da Humanidade, apesar de estar quase a passar os créditos finais, promete cenas verdadeiramente tórridas nos próximos e derradeiros episódios.
Quis o engenho, e a oportunidade também, que um punhado de sintrenses inconformados não desistisse do apuramento de responsabilidades, doa a quem doer, sobre todo o novelo por que passou este ex-libris da entrada na vila velha, pelo lado de São Pedro; um processo de alterações e ampliações que tem vindo a transformar uma casa que, sendo prevista, ao que se sabe, já em finais do século XIX para hotel (!), veio a ser doada em testamento pela Viscondessa da Gandarinha a um internato e escola profissional para raparigas – Associação Católica Internacional para Obras de Protecção às Raparigas, criada no âmbito do plano de actividades da Fundação Condessa da Penha Longa, que a própria fundara desde Cucujães, terra natal do 1-º Visconde da Gandarinha –, que ali funcionaria, diz-se, até 1974.
A partir daí foi um verdadeiro corrupio de dramas: abandono, degradação, vandalismo, especulação imobiliária, projecto para lá, projecto para cá, queixas, tribunal, pronunciamentos, revenda, demolições, esventramento do subsolo, eventuais ilegalidades grosseiras ao plano de Groer e ao PDM, etc., etc., num processo tão nebuloso quanto as brumas que costumam assolar a Sintra de todos os romantismos e que terá começado por alturas do segundo mandato da então presidente da CM Sintra e hoje presidente da Comissão de Cultura da Assembleia da República.
Essa recusa em cruzar os braços de cidadãos sintrenses valorosos é tão mais valorosa quanto é sabido que a tendência generalizada de vários outros é a de baixarem os braços com um “eles é que sabem”, quando as obras continuam e quando batem na parede os apelos a quem de direito.
Ninguém contestará a mais-valia para a Sintra que todos amamos de (independentemente da previsível qualidade estética duvidosa do resultado final da nova construção para lá da fachada antiga principal) ali poder haver um hotel de 5***** (não é isso que está em causa, até pela simples razão que já o Visconde da Gandarinha o teria imaginado há mais de 100 anos) e do real (muito mais que a justificativa administrativa camarária) “relevante interesse municipal” de tal desígnio; são os meios que eventualmente não terão justificado os fins que importa contestar para que não se repitam.
Assim, todos esperamos que seja desta que as autoridades decidam cabalmente sobre todo este processo, que passou por quatro (?) presidentes de câmara, apurando pelo menos a razão de ser de coisas tão incompreensíveis quanto suspeitas:
Como foi possível à CM Sintra aprovar este projecto sabendo que o complexo da Gandarinha está adstrito à “Zona das Quintas” prevista no Plano de Urbanização de Sintra e que, portanto, não é possível aprovar novas construções acima de dois pisos, incluindo o rés-do-chão, e anexos com mais do que um rés-do-chão?
Como foi possível que uma construção desta envergadura tenha sido aprovada pela CM Sintra (foram os serviços da CM ou foi um consultor externo?), sem estudos de impacte sequer hidrogeológicos, como se a dita em nada colidisse com os parâmetros de ocupação do solo e índice de construção, e com aquela paisagem envolvente até hoje deslumbrante?
Como foi possível que de uma estimativa inicial de 46 quartos se tenha passado para 100, ou que de 76 lugares de estacionamento se tenha passado para 140 em três pisos subterrâneos (curioso como a CM Sintra acena com “lugares públicos”, como se o estacionamento viesse a ser gerido pela empresa municipal de estacionamento)?
Como foi possível à CM Sintra aprovar semelhante coisa sem haver estudos de impacte sobre o tráfego automóvel numa zona já de si susceptível de engarrafamentos, onde até, por sinal, acaba de intervir reformulando o sentido de trânsito, o que poderá ser mais um factor para o caos no local, mas também um rombo na credibilidade de quem decidiu tal coisa?
Por outro lado, como foi possível a Ippar, Igespar e DGPC terem chumbado, primeiro, reconsiderado, depois, e aprovado, finalmente, semelhante projecto que altera radicalmente a volumetria da pré-existência histórica-arquitectónica-paisagística, ignorou estudos e acompanhamento arqueológico, com a agravante da obra escavar praticamente por baixo da Igreja de Santa Maria, Monumento Nacional, e, pasme-se, acaba por subverter algo que os serviços do Estado tinham exigido que acontecesse para o aprovarem, i.e., a “manutenção da morfologia existente no conjunto, não sendo de aceitar qualquer alteração profunda ao perfil do terreno, resultante da escavação, aterro ou construção”?
E como é tudo isto possível sem que tenha havido consulta pública aos sintrenses e a todos quantos visitam Sintra, como aliás está previsto no Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação do Concelho de Sintra para empreendimentos em lotes superiores a quatro hectares? Em pleno século XXI é inaceitável que não tenha havido discussão pública.
Não será tudo isto matéria suficiente para se declarar a nulidade da aprovação do projecto? E de corrigir o que ainda se pode corrigir?
Não se irá a tempo, certamente, de recobrir com terra e árvores o buraco que ali fizeram, qual ferida a céu aberto como se de uma pedreira em paisagem protegida se tratasse, mas ainda se está a tempo de corrigir algumas coisas, quiçá e desde logo porque se é comum assistir-se a projectos que sofrem alterações no mau sentido, muitas vezes em sentido inverso ao previamente aprovado, durante a obra, é aqui possível uma alteração no bom sentido, por uma vez, já que em matéria de Gandarinha, a novela de Cascais jaz em paz: uma alteração que corresponda a uma redução da volumetria das novas construções, a mais espaço público permeável à existência de árvores, a menos carros a entrar e a sair e a poluir, a menos impacte visual na silhueta do edificado e no sistema de vistas.
E a Comissão Unesco? Dela não reza esta crónica porque dela nem uma palavra se ouviu ou leu publicamente. Há alguém em casa ali pelas Necessidades, ou é só decoração?"
03/09/2014
28/01/2014
05/01/2014
01/11/2013
08/01/2011
António Costa quer centro de congressos e parque temático
In Público (8/1/2011)
Por Inês Boaventura
«A captação de turistas brasileiros e a promoção internacional de Sintra, Capital do Romantismo, são apostas para os próximos quatro anos
Câmara não vai "forçar" taxa sobre dormida
O presidente da câmara lançou "um convite à iniciativa privada" para que construa um parque temático e um centro de congressos em Lisboa, garantindo que a autarquia está disponível para ceder terrenos para ambos. António Costa defende que estes são "dois tipos de equipamentos de que a cidade necessita para aumentar o seu potencial de atracção turística", mas lembra que a concretização destes investimentos não é de competência municipal.
O autarca, e também presidente da Associação de Turismo de Lisboa (ATL), falava na apresentação do Plano Estratégico para o Turismo de Lisboa, que se realizou ontem no Centro Cultural de Belém. "Crescer em quantidade e valor", "qualificar a experiência do visitante" e "aumentar a notoriedade do destino" são os objectivos estratégicos fixados no documento, para o horizonte temporal entre 2011 e 2014.
Nesse sentido, uma das novidades anunciadas é a aposta no Brasil como um novo mercado estratégico, a par de Espanha, que até agora era o único país com essa classificação. "Somos o destino mundial com o maior número de ligações aéreas ao Brasil, mas cerca de 300 mil turistas escalam em Lisboa sem parar", afirmou António Costa, justificando assim o potencial daquele mercado.
Já o director-geral da ATL, Vítor Costa, lembrou que em 2010 o número de turistas brasileiros em Lisboa "teve um crescimento de cerca de 50 por cento" em relação ao ano anterior. Para que esse aumento seja sustentado, acrescentou, há que contornar o "défice de informação" e a "percepção" entre os brasileiros que viajam para a Europa de que a capital portuguesa é "uma cidade provinciana, não glamorosa".
Outra aposta para o quadriénio que agora arranca é a captação de novos segmentos, nomeadamente o dos turistas entre os 56 e os 65 anos, e mesmo o dos com mais idade. O Turismo de Lisboa também quer captar mais pessoas que viajem em família, objectivo no qual se enquadra a construção de um parque temático de que o autarca falou, sem no entanto ter adiantado qualquer localização possível para este equipamento. Até agora são os turistas com idades entre os 26 e os 55 anos, que viajam com o seus companheiros ou amigos, que mais contribuem para gerar dormidas na região de Lisboa.
Sintra, marca internacional
Nova neste plano estratégico é também a inclusão de uma quarta marca a promover internacionalmente: a Lisboa, Estoril (Um lugar. Mil Sensações) e Fátima (O Altar do Mundo) junta-se agora Sintra, Capital do Romantismo. Subjacente a esta decisão está a ideia de que a vila deve ser reconhecida como marca internacional, pelas características únicas que lhe estão associadas.
O documento elenca ainda dez programas específicos, pensados para "potenciar a notoriedade e a complementaridade da oferta turística da região, onde cada turista pode desfrutar de uma experiência à medida das suas expectativas". Vários desses programas, como sublinhou o presidente da Câmara de Lisboa, espelham um "esforço de focalização no conjunto da frente ribeirinha" da cidade. A esse propósito António Costa adiantou que a partir de Março já será possível fazer uma refeição no primeiro espaço concessionado nas arcadas do Terreiro do Paço.
...
No que toca a Sintra, à romântica Cintra, seria bom que acabassem de vez os atentados criminosos ao património, a começar pelo abate de plátanos com 2-3 gerações de humanos ... em Colares. E com a construção pato-bravesco em pleno centro histórico!!
Por Inês Boaventura
«A captação de turistas brasileiros e a promoção internacional de Sintra, Capital do Romantismo, são apostas para os próximos quatro anos
Câmara não vai "forçar" taxa sobre dormida
O presidente da câmara lançou "um convite à iniciativa privada" para que construa um parque temático e um centro de congressos em Lisboa, garantindo que a autarquia está disponível para ceder terrenos para ambos. António Costa defende que estes são "dois tipos de equipamentos de que a cidade necessita para aumentar o seu potencial de atracção turística", mas lembra que a concretização destes investimentos não é de competência municipal.
O autarca, e também presidente da Associação de Turismo de Lisboa (ATL), falava na apresentação do Plano Estratégico para o Turismo de Lisboa, que se realizou ontem no Centro Cultural de Belém. "Crescer em quantidade e valor", "qualificar a experiência do visitante" e "aumentar a notoriedade do destino" são os objectivos estratégicos fixados no documento, para o horizonte temporal entre 2011 e 2014.
Nesse sentido, uma das novidades anunciadas é a aposta no Brasil como um novo mercado estratégico, a par de Espanha, que até agora era o único país com essa classificação. "Somos o destino mundial com o maior número de ligações aéreas ao Brasil, mas cerca de 300 mil turistas escalam em Lisboa sem parar", afirmou António Costa, justificando assim o potencial daquele mercado.
Já o director-geral da ATL, Vítor Costa, lembrou que em 2010 o número de turistas brasileiros em Lisboa "teve um crescimento de cerca de 50 por cento" em relação ao ano anterior. Para que esse aumento seja sustentado, acrescentou, há que contornar o "défice de informação" e a "percepção" entre os brasileiros que viajam para a Europa de que a capital portuguesa é "uma cidade provinciana, não glamorosa".
Outra aposta para o quadriénio que agora arranca é a captação de novos segmentos, nomeadamente o dos turistas entre os 56 e os 65 anos, e mesmo o dos com mais idade. O Turismo de Lisboa também quer captar mais pessoas que viajem em família, objectivo no qual se enquadra a construção de um parque temático de que o autarca falou, sem no entanto ter adiantado qualquer localização possível para este equipamento. Até agora são os turistas com idades entre os 26 e os 55 anos, que viajam com o seus companheiros ou amigos, que mais contribuem para gerar dormidas na região de Lisboa.
Sintra, marca internacional
Nova neste plano estratégico é também a inclusão de uma quarta marca a promover internacionalmente: a Lisboa, Estoril (Um lugar. Mil Sensações) e Fátima (O Altar do Mundo) junta-se agora Sintra, Capital do Romantismo. Subjacente a esta decisão está a ideia de que a vila deve ser reconhecida como marca internacional, pelas características únicas que lhe estão associadas.
O documento elenca ainda dez programas específicos, pensados para "potenciar a notoriedade e a complementaridade da oferta turística da região, onde cada turista pode desfrutar de uma experiência à medida das suas expectativas". Vários desses programas, como sublinhou o presidente da Câmara de Lisboa, espelham um "esforço de focalização no conjunto da frente ribeirinha" da cidade. A esse propósito António Costa adiantou que a partir de Março já será possível fazer uma refeição no primeiro espaço concessionado nas arcadas do Terreiro do Paço.
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No que toca a Sintra, à romântica Cintra, seria bom que acabassem de vez os atentados criminosos ao património, a começar pelo abate de plátanos com 2-3 gerações de humanos ... em Colares. E com a construção pato-bravesco em pleno centro histórico!!
13/08/2008
Cidade é para descobrir a pé
"Metade dos turistas prefere caminhar a utilizar um transporte para conhecer a capital - Sintra e Parque das Nações à frente de bairros históricos" in Jornal de Notícias
"Inquéritos a turistas estrangeiros de visita à capital, do Observatório do Turismo de Lisboa, revelam que a maioria prefere deslocar-se a pé. Os passeios são, aliás, as actividades mais praticadas. Muitos nem entram nos museus.
"Inquéritos a turistas estrangeiros de visita à capital, do Observatório do Turismo de Lisboa, revelam que a maioria prefere deslocar-se a pé. Os passeios são, aliás, as actividades mais praticadas. Muitos nem entram nos museus.
Pode vir o mais emblemático eléctrico amarelo ou o autocarro de dois andares, descapotável, com o guia mais animado e informado da região que os turistas não se deixarão seduzir num estalar de dedos. Eles gostam mesmo é de andar a pé (51%), de entrar pelas ruas e ruelas dos bairros históricos, desvendando os segredos de cada recanto de Lisboa e andar livremente pela região.
A zona da Baixa e de Belém foram os locais de interesse mais visitados na cidade, tendo sido apontados por 74,2% e 70,3% dos inquiridos, respectivamente. Segue-se Alfama, Bairro Alto e Chiado, bairros "obrigatórios" de elevado peso histórico, onde a traça é frequentemente elogiada.
No inquérito à região, o Parque das Nações "intromete-se" no grupo de bairros históricos e alcança o terceiro lugar, à frente de Alfama e do Bairro Alto, com uma percentagem de 66,8%. Sintra, Cascais e Estoril assumem um peso importante nos locais de interesse da região mais visitados. Sintra, por exemplo, aparece à frente do Chiado.
Os passeios a pé, as visitas a atracções, monumentos e museus, assim como as saídas para jantar e as compras foram as actividades mais praticadas pelos turistas durante o tempo que passaram pela cidade e pela região.
Ainda segundo a primeira vaga de inquéritos de 2008 ao grau de satisfação dos turistas na cidade e na região, os estrangeiros levam para casa uma boa imagem de Lisboa e arredores. A capital é bela e bonita (40,4%), antiga e histórica (35%) e amigável (34,4%), percentagens semelhantes às conquistadas pela região.
Chamados a avaliar a visita, os turistas são generosos. Cidade e região quase alcançam os oito valores numa escala até 10. Uma nota justificada pelos monumentos, museus e atracções, clima e população local. Para 42,3% dos inquiridos, Lisboa revelou-se acima das expectativas criadas e para 24,6% foi mesmo uma "magnífica surpresa". As desilusões foram residuais, tanto na cidade (0,5%) como na região (0,4%).
Cerca de 70% dos turistas entrevistados já tinha visitado Lisboa e a região. Ainda assim, questionados sobre a possibilidade de um novo regresso, mais de metade (59,6%) admite que muito provavelmente voltará. Mais: 99,7% tenciona recomendar a cidade para visitar e 98,7% recomendará também a região.
Para 73,7%, Lisboa foi o único destino de viagem, onde a estadia média foi de 5,1 noites. Cerca de 87% escolheu ficar alojado num hotel ou unidade similar. A família e amigos foram os que mais influenciaram os turistas na escolha do destino Lisboa ((35,7%), seguido do factor preço. O avião foi o principal meio de transporte para alcançar a região (70%). "
retirado de: http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Lisboa&Concelho=Lisboa&Option=Interior&content_id=978959
Etiquetas:
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