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26/02/2008

Mudanças nos radares de Lisboa


Lisboa, 26 Fev (Lusa) - A retirada dos radares de controle de velocidade do tráfego à entrada do Túnel do Marquês, no Túnel da João XXI e nas avenidas Almirante Gago Coutinho, de Ceuta e Marechal Spínola será analisada pela comissão de acompanhamento.

As recomendações constam de um documento que Fernando Penim Redondo - promotor da petição que defende o aumento da velocidade máxima permitida pelos radares de 50 para 80 quilómetros/hora (km/h), que reuniu mais de 10 mil assinaturas - fez chegar segunda-feira à Câmara de Lisboa.

O responsável integra a comissão de acompanhamento criada para analisar os 21 radares instalados no ano passado em algumas vias da capital, cujos elementos deverão apresentar até quinta-feira os seus pareceres sobre eventuais alterações à distribuição actual dos equipamentos de controlo de velocidade.

No documento, a que a agência Lusa teve acesso, Penim Redondo propõe novas soluções e comenta as propostas da direcção municipal de Protecção Civil, Segurança e Tráfego.
O promotor da petição afirma concordar com a proposta da direcção municipal de retirada do equipamento na Avenida Marechal Spínola e na Avenida de Ceuta, por considerar que esta última via "tem um historial de acidentes relativamente insignificante".

Por outro lado, a sugestão de introdução de um radar na Avenida Gulbenkian - no sentido descendente - tem a concordância de Penim Redondo, que destaca a "óbvia perigosidade" da mesma.
Posição diferente tem o promotor quanto à proposta da direcção municipal de introdução de radares no Eixo Norte-Sul, já que o responsável considera que a instalação destes equipamentos não tem "utilidade", mas, "a existir, só com limites na ordem dos 90 km/h".
A retirada de radares é proposta na Avenida Marechal Spínola e à entrada do Túnel do Marquês na Avenida Fontes Pereira de Melo, por considerar que estes equipamentos são inúteis em "descidas pronunciadas", só servindo para "entupir o sistema de multas sem qualquer justificação".

Os radares no túnel da Avenida João XXI deveriam passar para a Avenida 24 de Julho, "onde o atravessamento é caótico" e ocorreram "43 atropelamentos" entre 2003 e 2206.
Solução semelhante é proposta para a Avenida Almirante Gago Coutinho pelo promotor da petição, que preferia ver os radares na Avenida Almirante Reis, onde nos mesmos anos aconteceram 27 atropelamentos.

Na Radial de Benfica, a recomendação passa pela retirada do equipamento que controla as faixas de saída da cidade (igualmente proposta pela direcção municipal), mantendo apenas o controlo nas faixas de entrada "para facilitar a transição entre a auto-estrada e a malha urbana".

Na sua proposta, Penim Redondo alerta que a Avenida Infante D. Henrique é uma via que "apresenta níveis de risco muito diferentes ao longo do seu trajecto", pelo que propõe tratamentos diferentes nos seus troços: a instalação de dois radares - também defendida pela direcção municipal - na zona entre a Praça do Comércio e Santa Apolónia; o aumento do limite para 80 km/h ou a sua deslocação para o troço anterior dos radares em funcionamento na zona entre Santa Apolónia e a Praça 25 de Abril - por aqui ser impossível o atravessamento de peões; e a imposição de um limite igual ou superior a 80 km/h até à Praça José Queiroz, por ter "perfil e intensidade de via rápida".

Nas avenidas Brasília e da Índia, Penim Redondo sugere o aumento para 80 km/h, por também aqui ser impossível o atravessamento, e concorda, nesta última, com a proposta de rotação do radar para controlar o tráfego que entra na cidade em vez do que sai.
Na Segunda Circular, o membro da comissão afirma concordar com a manutenção dos radares e propõe a instalações de dois novos.

No entanto, Penim Redondo discorda da proposta de instalação de um radar na Avenida Alfredo Bensaúde como medida dissuasora de demonstrações de "tunning", o que deveria antes ser feito através de um reforço policial.
Na sua proposta, o responsável critica uma sugestão do Automóvel Clube de Portugal (ACP) - outro elemento da comissão - de colocar "falsos radares" em algumas vias, "sob o pretexto de obter o mesmo efeito dissuasor com custos menores".

Para Penim Redondo, "qualquer acção que projecte uma imagem de falta de seriedade, tipo 'jogo do gato e do rato', terá um impacto negativo na opinião pública".
"Não implantar novos radares na cidade sem que os efeitos, positivos e negativos, dos 21 radares já adquiridos possam ser medidos e avaliados", afirma, recordando que "a Câmara de Lisboa, sem que tivesse feito estudos suficientes, adquiriu 21 radares e instalou-os em Julho de 2007".
"Agora não há outro remédio senão tentar usá-los da melhor forma possível", aponta.

Coordenada pelo vereador da Mobilidade, Marcos Perestrello (PS), a comissão integra o director municipal de Segurança e Tráfego, Fernando Moutinho, o comandante da Polícia Municipal, André Gomes, subcomissário Gancho da Divisão de Trânsito da PSP, o presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Paulo Marques Augusto, presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, Maranha das Neves em representação do Centro Rodoviário Português e Fernando Penim Redondo.

Os 21 radares da capital começaram a funcionar a 16 de Julho do ano passado e a comissão reuniu a 01 de Outubro depois de uma petição ter exigido a reformulação do sistema.
Os radares estão instalados nas Avenidas das Descobertas, da Índia, Cidade do Porto, Brasília, de Ceuta, Infante D. Henrique, Estados Unidos da América, Marechal Gomes da Costa e Gago Coutinho e nos Túneis do Campo Grande, do Marquês de Pombal e da Avenida João XXI - onde o limite de velocidade é de 50 quilómetros/hora - e ainda na Radial de Benfica, na Segunda Circular e no prolongamento da Estados Unidos da América, onde a velocidade máxima permitida é de 80 km/h.

A Polícia Municipal registou 261.728 infracções ao limite de velocidade entre Junho e Dezembro de 2007.

O radar que registou o maior número de infracções, até final de Dezembro, foi o que está instalado no túnel do Marquês no sentido Oeste-Este, com 60.860 transgressões ao limite de velocidade, que é de 50 quilómetros por hora naquele espaço.
JH/ACL.
Lusa/Fim
foto: Eixo Norte-Sul

19/02/2008

Câmara quer radares a controlar Eixo Norte-Sul

In Diário de Notícias (19/2/2008)
ANA MAFALDA INÁCIO

«A Câmara Municipal de Lisboa (CML) está a ponderar a retirada dos radares instalados à saída da Radial de Benfica, das avenidas de Ceuta e Marechal Spínola, para os colocar noutras artérias da cidade, onde considera que serão mais importantes. O objectivo é passar a controlar a velocidade no Eixo Norte-Sul e nas avenidas Alfredo Bensaúde e Gulbenkian, bem como reforçar com mais dois radares a Avenida Infante Dom Henrique, junto a Santa Apolónia, e a Segunda Circular, na área do aeroporto e do Centro Colombo. (...)»

06/12/2007

Eixo N-S / Requerimento de Pedro Quartin Graça ao MOPTC

A Sua Excelência
o Senhor Presidente da Assembleia da República

REQUERIMENTO Nº_____/_____

1. Desde há vários anos que moradores dos prédios contíguos das ruas paralelas ao Eixo Norte-Sul, em Lisboa, aguardam a colocação de barreiras acústicas no referido Eixo Norte-Sul a fim de poderem usufruir de uma vivência diária com alguma tranquilidade e qualidade de vida.

2. A referida obra, que tardava em ser terminada, foi-o finalmente há cerca de 3 meses, encontrando-se agora em pleno funcionamento.

3. Gostaria de relembrar nesta ocasião que, já há cerca de 3 anos, os referidos moradores se queixaram à Direcção Municipal de Ambiente Urbano da Câmara Municipal de Lisboa relativamente a esta situação.

4. Efectivamente, em Dezembro de 2004 a Divisão de Controlo Ambiental efectuou o levantamento acústico na zona e propôs a colocação de uma barreira acústica na zona mais próxima da Rua António Albino Machado

5. O referido estudo foi enviado para o Departamento de Obras e Infraestruturas e Saneamento da Câmara Municipal de Lisboa, referindo também o ofício que qualquer questão sobre o assunto deveria ser remetido a esse mesmo Departamento.

6. Dado o facto de, dia após dia, não se ter vislumbrado o início das obras para colocação das barreiras acústicas, alguns moradores entraram em contacto com o Departamento de Obras e Infraestruturas da Câmara Municipal de Lisboa para se informarem da evolução da situação.

7. Por sugestão desse mesmo Departamento, os mesmos moradores tentaram obter esclarecimentos junto da Vereação da Câmara Municipal de Lisboa através, nomeadamente, de e-mails enviados à então Vereadora Marina Ferreira.

8. O Gabinete da referida Sra. Vereadora informou que o assunto tinha sido encaminhado para o Gabinete do Sr. Vereador Pedro Feist, não tendo este último, porém, até ao final do seu mandato, respondido aos esclarecimentos solicitados.

9. Após vários telefonemas para a Câmara Municipal de Lisboa foram os moradores informados de que a colocação das barreiras acústicas já não era da responsabilidade da Câmara Municipal de Lisboa mas sim da Estradas de Portugal, E.P.E.

10. Em contacto feito pelos moradores com o Gabinete de Ambiente da Estradas de Portugal, E.P.E, os mesmos foram por este Gabinete esclarecidos sobre a responsabilidade exclusiva da Câmara Municipal de Lisboa no licenciamento de dezenas de edifícios "encostados" ao Eixo Norte-Sul.

11. Paralelamente, o ora requerente encetou diligências junto do Administração da Estradas de Portugal, E.P.E no sentido de ver esclarecidas algumas das dúvidas que se colocavam tendo sido recebido pela referida entidade ainda no ano de 2006.

12. Na ocasião foi informado que até ao final do ano de 2007 seriam realizadas obras no Eixo Norte – Sul tendentes à correcção de alguns pontos do traçado e da repavimentação do mesmo com um material quer permitiria a redução substancial do ruído provocado pela circulação automóvel.

13. Também os moradores da zona atingida fizeram chegar ao Sr. Inspector Geral do Ambiente e Ordenamento do Território queixa relativa à demora no início das prometidas obras que consistiam, de acordo com a reunião mantida entre o ora requerente e a então Administração das Estradas de Portugal, na aplicação de betão betuminoso modificado com borracha iria ser aplicado no Eixo Norte-Sul até finais do ano de 2007.

14. Acresce que também o lançamento de um prometido concurso para (mais) um estudo acústico deveria ter adjudicado até final de Agosto de 2007, sabendo-se porém que tal não sucedeu.

15. Temos assim que, até à presente data, não se verificam quaisquer movimentações na referida via, nem no que respeita a correcções do traçado, nem no que diz respeito à prometida repavimentação de todo o Eixo Norte – Sul ou o lançamento do aludido concurso.

16. A esta situação, cuja gravidade é por demais evidente em sede de ausência de qualidade de vida dos cidadãos prejudicados, soma-se agora o facto novo de, por força da conclusão da parte final do Eixo Norte – Sul, em concreto aquele que se situa por cima da Av. Padre Cruz, terem sido várias as consequências da mesma resultantes em sede de circulação viária e de ruído, uma vez mais com prejuízo para os moradores nas zonas circundantes do referido Eixo, no Lumiar e no Paço do Lumiar.

17. Efectivamente, e a título de exemplo, a entrada no Eixo Norte – Sul, na direcção Sul, junto ao Paço do Lumiar foi incompreensivelmente reduzida de duas para apenas uma faixa, tendo como consequência imediata a existência de gigantescos engarrafamentos diários no referido acesso ao Eixo, com claro prejuízo, desde logo, da qualidade de vida e de circulação fluida dos habitantes do Lumiar.

18. Paralelamente, e apesar da existência de barreiras sonoras ao logo de toda a “nova” parte do Eixo Norte – Sul, certo é que da entrada em funcionamento do mesmo resultou, de imediato, a existência de ruído permanente provindo da circulação automóvel em zonas mais distantes do referido troço, quer de noite, quer de dia, nomeadamente junto de toda a zona do Paço do Lumiar circundante do Eixo Norte – Sul.

Nestes termos,

Vem o Deputado abaixo-assinado ora requerer ao Senhor Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, ao abrigo das disposições aplicáveis da Constituição da República Portuguesa e do Regimento da Assembleia da República, que lhe seja prestada integral informação sobre:

1. Que medidas irão efectivamente ser tomadas pela Estradas de Portugal, SA, e com que prazos, no sentido de serem realizadas as prometidas obras no Eixo Norte – Sul, quer as tendentes à correcção de alguns pontos do traçado, quer as que dizem respeito à repavimentação do mesmo com um material que permita a redução substancial do ruído provocado pela circulação automóvel?

2. Vai as Estradas de Portugal SA adoptar medidas, que julgamos indispensáveis, no sentido de reduzir a velocidade de circulação no referido Eixo?

3. Vai as Estradas de Portugal SA adoptar medidas, que julgamos imprescindíveis, no sentido de permitir uma entrada de carros mais fluida no Eixo Norte-Sul, nomeadamente na zona de acesso junto ao Paço do Lumiar?

Assembleia da República, Lisboa, 5 de Dezembro de 2007

O DEPUTADO


Pedro Quartin Graça

21/11/2007

Último troço do Eixo Norte-Sul pode ter radares

O último troço do Eixo Norte/Sul, inaugurado a 10 de Outubro, pode vir a ter radares de controlo de velocidade, caso a entidade concessionária (Estradas de Portugal) acate as recomendações da Câmara de Lisboa.
Ontem, a Assembleia Municipal ca capital aprovou, por unanimidade, uma proposta do CDS-PP onde se pede à autarquia que interceda, junto das Estradas de Portugal, "no sentido de se colocar um sistema de controlo eficaz de velocidade, de forma a garantir a circulação nos limites de velocidade em toda a via" e, em particular, "entre o túnel na zona da Alta de Lisboa e a zona das Laranjeiras/Sete Rios, em ambos os sentidos".
A mesma moção pede à CML que esclareça que medida irá tomar para reduzir o tempo de espera dos moradores das zonas adjacentes ao troço, melhorando os esquemas de acesso, e que informe a AML se procedeu ou tenciona proceder à alteração dos tempos do sistema semafórico.

Situação "caótica"

Segundo fonte do CDS-PP ao Destak, a situação no novo troço (Lumiar/CRIL) por vezes é caótica, sendo que há carros que o fazem a 140 km/hora, para depois serem obrigados a travar abruptamente em zonas como Telheiras/Carnide.
Os deputados lembram que, num mês, o último troço do Eixo Norte/Sul foi atravessado por 640 mil viaturas, o que o torna uma das vias mais utilizadas no País, e frisa que, do seu início até à zona do Lumiar, tem-se verificado "desrespeito reiterado" da velocidade, bem como congestionamento grave, nos dias úteis e de manhã, em todas as vias de acesso ao Eixo N/S e acessos e saídas da Segunda Circular.
O tempo anteriormente gasto para sair da zona de Carnide, Telheiras e Lumiar "multiplicou".

in Destak por Patrícia Naves

29/10/2007

Algumas críticas acerca do último troço do Eixo N/S recentemente inaugurado

O que poderia ter sido um acontecimento e uma satisfação para os Lisboetas e para aqueles que nesta cidade trabalham, acabou por se tornar um pesadelo para as populações locais. Refiro-me ao recentemente inaugurado último troço do Eixo N/S entre o Lumiar e a IC 17.

Concretizando uma velha aspiração de retirar trânsito de passagem do interior da cidade, esta via sofreu uma alteração entre esse conceito inicial (PDM 1967) e o actual (PDM 1994) no sentido de lhe atribuir também funções de trânsito local. Esta modificação implicou assim um aumento do número de nós e das respectivas saídas.

Esta opção encontra-se hoje tanto mais justificada quando a zona a poente da via, que no primeiro Plano Director constituía o Parque Periférico, foi sendo entretanto preenchido com loteamentos, cujo peso do aumento populacional começa agora a manifestar-se.

Não foi sem algum espanto que vimos esta obra abrir ao público em condições deploráveis, mais próprias de um país do terceiro mundo do que de um Estado que se diz de direito e democrático. Das funções a que se propunha apenas o problema do trânsito de passagem ficou resolvido e mesmo este mal (vide os engarrafamentos no Nó do Grilo).

Vejamos então algumas razões de crítica:

1. Ausência de publicitação do projecto. O facto de as populações desconhecerem os pormenores do projecto (não existir nenhum cartaz no local com o desenho da obra) impediu uma discussão e um controle mais apertado da parte destas. Questionada a Câmara sobre a consulta ao projecto fui convidado a fazer um telefonema para o Chefe da Divisão de Trânsito da autarquia, como se de um assunto particular se tratasse.

2. Desresponsabilização ou demissionismo por parte das entidades responsáveis, designadamente da Câmara, relativamente ao estado da obra. Questionada a Câmara, fomos remetidos para a empresa adjudicatária da mesma (LUSOLISBOA - Auto-Estradas da Grande Lisboa, S.A.).

3. Falta de cumprimento dos objectivos da Câmara. Na 13.ª Reunião de Câmara de 1 de Março de 2006 foi aprovada por unanimidade a Proposta de Elaboração do Programa de Acção Territorial para a Coroa Norte de Lisboa (Calçada de Carriche, Ameixoeira e Galinheiras) – Proposta n.º 68/2006. Nesta proposta foram definidas acções concretas, consideradas prioritárias, a realizar até ao final do mandato. Uma das acções previstas era a construção da ligação do Bairro das Galinheiras à rotunda das Galinheiras do Eixo N/S e à Estrada Militar. Questionada a Câmara sobre a saída para a Charneca/Galinheiras foi-nos respondido que não havia espaço. Aparentemente esta saída não será feita.

4. Obra inacabada. Dos nós previstos dentro de Lisboa vejamos o que ficou: o do Lumiar ficou reduzido a metade (fala-se que já estará em estudo na Câmara mais um famigerado loteamento para o local o que, a ser verdade, poderia inviabilizar o resto do nó); o da Ameixoeira, o único completo e que aliás está a servir também o Lumiar para quem vem de Norte, a Charneca e as Galinheiras, desemboca para poente numa azinhaga com algumas centenas de anos; o da Charneca/Galinheiras, pura e simplesmente não existe.

5. Negligência de obra e da fiscalização em relação à sinalização vertical. As placas indicativas das saídas do nó da Charneca/Galinheiras, por exemplo, estão bem à vista, embora essas saídas não existam, iludindo assim as pessoas que acabam por circundar de forma ridícula a imensa rotunda sem encontrarem qualquer saída!

6. Discriminação das populações a poente do eixo. Os acessos a estas zonas (antigas estradas e azinhagas, algumas delas classificadas) estão sem qualquer arranjo, alternativa ou substituição desde há décadas. Com o crescimento de loteamentos no “Parque Periférico” sem qualquer plano de suporte (Ameixoeira, Charneca), têm vindo a agravar-se. As novas acessibilidades induzidas pelo Eixo trouxeram o caos final. O que, curiosamente, não acontece para a zona ocidental do eixo, a Alta do Lumiar, bem servida através do nó da Ameixoeira.

Dir-se-á que a situação é provisória e que vai ser resolvida. A experiência aconselha-nos a não alimentar grandes expectativas. Primeiro, porque nos locais problemáticos não se vê ninguém a trabalhar. Depois, porque duvido que a obra final corresponda ao que foi aprovado pela Câmara, nomeadamente as saídas completas dos três nós referidos. Finalmente porque duvido que haja alguém dentro ou fora da Câmara realmente preocupado com as questões referidas. Porque se assim não fosse, apesar do que foi relatado, estariam a ser realizadas algumas pequenas obras nestes acessos, mesmo precárias, que poderiam ter minimizado alguns dos problemas mencionados.

Concluindo: erros técnicos, negligência, desprezo pelas populações e demissionismo do Poder Central e da Câmara. Mais um mau serviço prestado à cidade e ao País.

Guilherme Alves Coelho

18/10/2007

Uma semana depois... o Cacém em Lisboa

Sei que não sou o único a pensar que a abertura "completa" do Eixo Norte-Sul deu cabo do trânsito nalguns bairros de Lisboa.
Tenho a sensação que o Eixo Norte-Sul teve o efeito perverso de descarregar milhares de automóveis nas ruas de alguns bairros de Lisboa, o que - em conjunto com um sistema de semáforos que prejudica quem quer passar de um bairro para outro em detrimento dos veículos que vem das vias radiais (v.g. semáforos nas ligações de Telheiras à Estrada da Luz) - faz com que, por exemplo se demore agora meia hora de carro entre a escola alemã e o Campo Grande, e quase esse tempo entre o Parque dos Príncipes e a Estrada da Luz...
Alguém consegue explicar porquê?

11/10/2007

Costa questiona Governo na abertura do Eixo Norte-Sul

In Público (11/10/2007)
Ana Henriques

«Depois de ouvir críticas, o primeiro-ministro aceitou negociar com os autarcas o modelo das autoridades metropolitanas de transportes

O último troço do Eixo Norte-Sul (ENS), que faz a ligação entre a Av. Padre Cruz e a Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL), entrou ontem em funcionamento. Na presença do primeiro-ministro, o presidente da Câmara de Lisboa e ex-ministro António Costa questionou vários aspectos da política do Governo em matéria de acessibilidades rodoviárias e política de transportes.
Apesar de só medir 4,3 quilómetros de extensão, o último troço do ENS deverá ter um impacto significativo no tráfego da Área Metropolitana de Lisboa. A presidente da Câmara de Odivelas, Susana Amador, diz que poderá retirar da Calçada de Carriche (Av. Padre Cruz) 20 mil viaturas por dia. Dados das Estradas de Portugal referem que cerca de 20 por cento do tráfego que entrava em Lisboa pela Segunda Circular na zona norte será desviado para o ENS e que o tempo médio de viagem entre Loures e Almada baixará de 43 para 37 minutos. Entre Camarate e o Marquês de Pombal a velocidade de circulação aumentará cerca de 50 por cento. Além de melhorar a circulação rodoviária entre a Margem Sul e a Auto-Estrada do Norte, evitando a entrada na Segunda Circular, o troço ontem inaugurado traz também vantagens na ligação à A8, ou seja, à zona do Oeste. Conta com quatro nós de ligação desnivelados: Ameixoeira, Alto do Lumiar, Camarate e CRIL.
Mas nem tudo são elogios. Citado pela Rádio Renascença, o especialista em transportes Fernando Nunes da Silva diz que o projecto, no seu todo, deveria envergonhar qualquer projectista de vias urbanas. Apesar de classificar a obra como "fundamental", lamenta a falta de cuidado na inserção urbana do ENS, reconhecendo, ainda assim, que neste último troço o impacto é menor. Já os moradores de uma parte da Ameixoeira alegaram que a construção da via os isolou do resto da freguesia.
Mesmo o presidente da Câmara de Lisboa considera que, apesar de essencial para a melhoria do trânsito, a conclusão do Eixo Norte-Sul pode gerar "efeitos perversos em matéria de circulação": o regresso dos congestionamentos à Segunda Circular, quando os automobilistas perceberem que ali se passou a circular melhor. "Para evitar isto é fundamental uma grande aposta na prioridade à alteração do modo de transporte individual para o transporte colectivo", observou António Costa. Uma preocupação que é também comum as autarcas de Loures, Odivelas e Amadora, que se reuniram ontem à tarde para discutir o problema, nomeadamente no que respeita à criação de um metro de superfície que sirva os três concelhos.
Foram vários os recados que António Costa deixou ao seu ex-colega do Governo responsável pela pasta das Obras Públicas, Mário Lino, e ao primeiro-ministro, José Sócrates. Desde logo que seria "um erro grave" concluir algumas ligações rodoviárias radiais prometidas pelo executivo - "designadamente a construção do novo IC16 [da Circular Regional Exterior de Lisboa à auto-estrada do Estoril, através do Lourel] e outras ligações pensadas na articulação entre a Margem Norte e a Margem Sul da área metropolitana" - antes de a CRIL ficar pronta. A adjudicação do troço final desta obra está prevista para o mês que vem. "Não podemos voltar a fazer vias de acesso radial à cidade de Lisboa sem que sejam bem pensadas as articulações e a inserção dessas vias no miolo da cidade. E esse é um trabalho que tem de ser feito relativamente às novas vias que estão pensadas", avisou. E revelou que a Junta Metropolitana de Lisboa, que é constituída pelos autarcas da Grande Lisboa, aprovou por unanimidade na sua última reunião um parecer manifestando-se contra os moldes em que a administração central quer criar as autoridades metropolitanas de transportes. "É fundamental que nesta matéria o Governo revele capacidade de diálogo", preveniu. "Não teremos uma verdadeira área metropolitana se não articularmos bem as competências das autarquias com as da administração central. Nem se nela não incluirmos o transporte suburbano, o transporte do metro e o transporte em ferrocarril ligeiro".
José Sócrates viu-se na obrigação de responder. Salientou que há infra-estruturas planeadas que "não têm discussão e contam com amplo consenso político" - será o caso do IC16 e do IC30, que quer que estejam prontos até 2010 -, mas mostrou-se disponível para negociar com os autarcas a questão das autoridades metropolitanas de transportes. Ao mesmo tempo, considerou "verdadeiramente chocante, para não dizer escandaloso", o atraso na construção do último troço do ENS, cuja primeira pedra foi lançada há duas décadas.
A abertura do último troço do Eixo Norte- Sul vai retirar da Segunda Circular um grande número de veículos»

10/10/2007

Já temos eixo Norte-Sul em Lisboa!

(Foto roubada no Viver na Alta de Lisboa)

E pronto, já temos mais uma auto-estrada em plena cidade. Os meios de comunicação, e o sr . ministro, são hoje unânimes quanto ao último troço de 4km do eixo Norte-Sul: temos uma importante obra para "facilitar" e "desanuviar" o trânsito, que vai retirar trânsito do centro da cidade, que vai até despoluir a cidade.
Como a memória é curta.
Alguém se lembra do que foi dito aquando da abertura do primeiro troço da auto-estrada de Cascais há quase 20 anos? Que era uma importante via para facilitar o trânsito em Lisboa.
Alguém se lembra do que foi dito da transformação da estrada de Sintra em IC19?
Do troço Oeste da Cril ?
Dos viadutos entre a Av. da Índia , a Infante Santo e a Avenida Brasília?
Dos túneis do Campo Pequeno?
Da CREL?
Dos primeiros troços do Eixo Norte-Sul?
Do túnel do Areeiro?
Da ponte Vasco da Gama?
Do troço norte da CRIL?
Dos túneis da Infante Dom Henrique e Marechal Gomes da Costa?
Da triplicação do IC19?
Da radial da Pontinha?
Da radial de Odivelas?
Da triplicação da A1?
Da IC2 , alternativa à A1 em Sacavém?
Dos viadutos de ligação da Avenida Brasília e a Marginal à CRIL?
Da A10 , alternativa à A1 em Vila Franca de Xira?
Do túnel do Marquês?
Todos iam aliviar o trânsito em Lisboa.
Claro que houve melhorias pontuais, se bem que muitas com tendência para se esbater no tempo, quando o trânsito se adapta às novas condições. Mas com tanta "via fundamental para aliviar o trânsito", o trânsito não deveria já estar aliviado de vez?

Estas precipitadas conclusões são sempre tomadas partindo do princípio errado, de que o padrão de trânsito se mantêm quando se abre uma nova via. Mas isso nunca acontece. O trânsito temporariamente mais fluido num local (e por consequência nos locais à volta) é um convite óbvio a um aumento do número global de automóveis

Entretanto foram gastos 25 milhões (algo como 62000 salários mínimos), foram esventrados mais alguns bairros da cidade, tornando cada vez mais a cidade em aglomerados de prédios rodeados por auto-estradas. Assim desumanizamos e matamos as nossas cidades e a nossa qualidade de vida.

Cá, a excesso de automóveis respondemos com mais facilidades de circulação. Nos países europeus que já padeceram deste mal há mais tempo, responde-se com mais dificuldades.

Recomendo o seguinte vídeo encontrado aqui (a parte final é que se dispensava)



(Texto adaptado dum post meu)