In Observador/LUSA (24.5.2016)
«Obras avançam “imediatamente” na Segunda Circular
O vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa anunciou que as obras na Segunda Circular, divididas em dois troços, vão "começar imediatamente", estimando que a segunda empreitada, de maior dimensão, se inicie em agosto.
“A Segunda Circular tem duas empreitadas diferentes. Tem uma empreitada, cujo contrato é assinado hoje e que, portanto, é para começar imediatamente, que é o troço entre a Avenida de Berlim e a entrada norte na cidade de Lisboa, na [autoestrada] A1”, disse Manuel Salgado em declarações à agência Lusa.
A intervenção neste troço, de cerca de três quilómetros, está orçada em 750 mil euros e tem um prazo máximo de 90 dias. De maior dimensão é a obra que vai ser feita no troço entre o nó da Buraca e o Aeroporto (cerca de 10 quilómetros), com um prazo de oito meses e na qual serão investidos 12 milhões de euros. Manuel Salgado afirmou à Lusa que o concurso público decorre até ao final de maio, altura depois da qual serão avaliadas as propostas para se escolher o vencedor e solicitar visto ao Tribunal de Contas. “Julgo que aí vão ser cerca de dois meses, sendo otimista e, portanto, penso que a segunda empreitada iniciar-se-á em agosto”, assinalou.
De acordo com o autarca, esta seria uma boa altura para começar, já que existem “menos incómodos” por ser período de férias. Ainda assim, salientou que “a empreitada da Segunda Circular está excecionalmente bem programada nas suas intervenções todas, no modo de executar, por forma a reduzir ao mínimo o impacto que terá sobre os utilizadores”. Isso inclui “fazer os trabalhos à noite” e ter uma sequência dos trabalhos faseada, assinalou. “A ideia é começar [a obra] do lado da Buraca até à ligação à Radial de Benfica, que é um dos eixos por onde entram mais pessoas na cidade de Lisboa, simultaneamente começar na Avenida de Berlim até [à rotunda] do Relógio, que é outro dos eixos pelo qual, desde a Avenida Almirante Gago Coutinho, entra muita gente na cidade, e depois ir aproximando para a zona central”, especificou. Manuel Salgado adiantou que a autarquia pretende fazer esta segunda intervenção quando acabar a do primeiro troço. [...]»
9 comentários:
O Túneis do Marquês de Pombal resolveram os diversos problemas do tráfego à mobilidade em Lisboa e nas artérias mais ou menos afastadas?
NÃO.
Minimizar os impactos negativos não é resolver os problemas.
Os problemas não se resolvem a montante.
Não foi assim que o Marquês de Pombal e Duarte Pacheco resolveram.
Ou criaram novos problemas?
As soluções começam em pensar como em todo o território nacional a Mobilidade e o Transporte passam a ser a primeira prioridade quando se pensa a Cidade.
Mas isso não se faz em Portugal.
Os lóbis não deixam.
Ficamos contentinhos como estes remendos, mas passados 5,10, 20 anos os problemas surgem ou agravam-se.
IC 19, largo do Rato e centenas de intervenções, que acabaram por não serem as grandes soluções.
Fazer estas intervenções e não se levar em conta os milhares de veículos que têm origem na Área Metropolitana e os milhares que tem origem fora da A.M. é somente dar um alento à indústria da construção civil e reforçar a dominação da indústria automóvel.
Não estamos em condições de fazer estes investimentos e adiar os problemas.
Não aprendemos nada com as P.P.P. queremos é futebol e festivais.
Iremos continuar a pagar a factura e a vê-la aumentar.
Ninguém consegue pôr as autarquias nos eixos.
Não liguem ao que diz Medina Carreira ou Paulo Morais.
Não é o Brexit, mas a Grecexit que nos espera.
"O Túneis do Marquês de Pombal resolveram os diversos problemas do tráfego à mobilidade em Lisboa e nas artérias mais ou menos afastadas?
NÃO."
E porque alguém o disse, em maiúsculas, é porque deve ser verdade? Se hoje não existisse o túnel do marquês, a fila para entrar em Lisboa a qualquer hora (talvez tirando a madrugada) passava o Viaduto Duarte Pacheco. Sim, demorou tempo a fazer, sim, foi o caos na altura, sim, foi implementado por um autarca que desprezo como pessoa e político mas a pura verdade é que mudou e muito a circulação naquela zona da cidade.
Concordo a 100% com o anónimo das 9.15 só quem não circula nesta zona pode dizer que o túnel do Marquês nao tinha resolvido uma grande parte do tráfego diário. O que veio estragar tudo foi a 2° rotunda que fez com que a saida para a rotunda do Marquês deixasse de ter qualquer efeito prático porque agora só serve para sair para a liberdade mas como toda a gente tenta fugir do Marquês entope toda a zona envolvente como a Castilho ou o largo Rato já para não falar do desaparecimento de várias faixas de "bus".
O colega sabe que o número de veículos que entraram em Lisboa diminuiu com essa solução ?
Mergulhem a Cidade em túneis, viadutos e parques de estacionamento.
Afastem os lisboetas, mesmo construindo essas Altas todas e chamem aos milhões os turistas do Japão da Noruega do Butão.
Diga quantos automóveis entram a menos em Lisboa ?
O tunel do marquês foi a maior anormalidade que se fez na cidade nas ultimas décadas. Trouxe milhares e milhares de viaturas para o centro da cidade, quando uma cidade nem sequer deve ser para atravessar pelo centro.
Ou seja, como "uma cidade nem deve ser para atravessar pelo centro" dificulte-se e lixe-se a vida a quem ainda vive e trabalha nessa área. Expulsem pessoas como eu, que insistem em viver nessa zona, expulsem quem ainda dá vida e povoa as ruas e prefere não ser chutado para um subúrbio de onde só se sai... de carro.
Tremo só de pensar nessas obras, que me parecem um verdadeiro suicídio.
Pessoalmente creio que seria de muito maior utilidade alargar a rede de metro, sobretudo a toda a Lisboa Ocidental (Estrela, Lapa, Campo de Ourique, Alcântara). Mas o metro não depende da CML e por vezes parece ter estranhas prioridades
Enquanto isso, os passeios das ruas em Lisboa estão uma desgraça. Passeios tortos, esburacados, desnivelados e, alguns, com pedras com mais de 100 anos, gastas pelo tempo e pelos constantes atropelos que se fazem nas vias pedestres públicas.
Mas para plantar uns arbustos na 2.ª circular já há dinheiro ... dos outros.
Alargavam a rede de Metro a todos esses locais (que fazem de facto muita falta e já deviam existir há décadas) e vinha alguém criticar o timing das obras, as derrapagens, a agenda política ou qualquer outro vício corriqueiro do comentário comum.
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