quinta-feira, 14 de janeiro de 1999

JANEIRO - 1999 - Alcy Gigliotti e J.B.Muniz Ribeiro


ALCY  GIGLIOTTI

LIVRE  ARBÍTRIO

Não te enganes, companheiro,
caminhando pelo mundo:
vais achar amor profundo
e a tragédia do dinheiro !
      E tens de escolher !
      Na luta sem trégua
      do ter e do ser
      é tua opção...
Olha e define,
usa a razão !...
Que o tempo futuro
depende da música
que fores compondo
na vida-canção !...




J, B. MUNIZ  RIBEIRO

LÁGRIMAS  E  RISOS

Recordando o passado descobri,
Que foram poucas minhas alegrias,
Mas, de lamúrias foram longos dias,
Amargos e penosos que vivi.
      Daquela casa branca, junto a ti,
      Eu somente guardei fotografias
      Nas caixas de lembranças, tão vazias,
      De tantas esperanças que perdi.
Eu fui passando pela vida afora,
Às vezes rindo, como rio agora,
Mostrando-me feliz a quem me assiste,
      Foi misturando lágrimas e risos,
      Num desvairado mundo de improvisos,
      Que dor não me restou para ser triste !

terça-feira, 12 de janeiro de 1999

JANEIRO - 1999 - S.LANDINI

SIDNEI  LANDINI

O B R E I R O

Quase sem sono, em plena madrugada,
Ponho-me a versejar como em delírio,
E, vagabundo, espero o último círio
Se apagar aos caprichos da alvorada.
      E a Lua se desfaz em prata e em lírio,
      E enquanto vou propondo uma balada,
      Espero que uma rima enfim invada
      A estranha solidão do meu martírio...
Por fim o Sol acorda e sorrateiro,
Por trás de uma montanha ele me espia,
Anunciando afinal o vir do dia.
      E então, que coisa estranha, eu, o obreiro,
      Que queria escrever palavra bela,
      Só consigo lembrar do nome dela !

sexta-feira, 18 de dezembro de 1998

DEZEMBRO - 1998 - Laís e Landini


LAÍS  RODRIGUES  de  LIMA

TODO  DIA  DEVE  SER  NATAL

Quando chega o Natal fico magoado 
ao ver tanto contraste nesse dia;
ceia e fartura em casa do abastado
e na do pobre a mesa está vazia.
      Vinho, uisque, leitoa e frango assado,
      costuma-se ingerir com alegria;
      e esquecendo do Cristo o bom recado,
      transformam data santa numa orgia.
Não foi esse o recado à humanidade,
mas puro amor a Deus, fraternidade,
em síntese perfeita e divinal.
      Que deve estar no coração presente,
      hoje, amanhã, depois, eternamente,
      pois todo dia deve ser Natal !





 SIDNEI  LANDINI

ESCREVE,  POETA

Faz mais um verso, plange tua lira,
E canta o tempo, as flores, o passado,
E tudo o que ficou abandonado,
E que ao amor em tudo se refira.
      Faz mais um verso, um verso de safira,
      Que tenha o tom e o ritmo de um bailado;
      Verseja, poeta, um verso com cuidado,
      E evita nele pôr uma mentira !
Não deixes que teu estro se emudeça,
Faz de tudo por ele, que pareça
Aos outros que és feliz, mesmo não sendo !
      E se, acaso, teus olhos se umedeçam,
      Não deixes que teus sonhos bons pereçam:
      Faz mais um verso, mesmo que sofrendo...

domingo, 15 de novembro de 1998

NOVEMBRO - 1998 - THIAGO e FANNY

THIAGO  MENEZES

AMOR  PERDIDO
Como foi que mediste meu amor por ti ?
Como foi que teus olhos me enganaram ?
Foi por escutar palavras do silêncio infinito
ou por teu corpo... inesquecível ?
Há tanto tempo,
com os teus lábios em maldição,
um dilúvio de beijos
cobriu-me por inteiro.
Tu me amaste !
E eu apenas assisti como nuvem sem destino
o afastamento do teu corpo inolvidável !





FANNY  CRAVEIRO

IDADE  TERCEIRA
Terceira idade solene,
como passaram de repente,
esses anos jubilosos,
vejo-me agora contente !
      Terceira idade é brilhante,
      muito revela a contar,
      passaram horas sofridas,
      lutando para educar.
No crepúsculo da vida,
forças tem pra caminhar
numa mensagem florida
recado deixo aflorar.

terça-feira, 20 de outubro de 1998

OUTUBRO - 1998 - Cecília e Carmen Pimentel

CECÍLIA  de  A.  L.  MURAYAMA

TROVAS

Eu durmo versificando,
acordo fazendo verso.
Passo meus dias cantando
tudo quanto há no universo.
      **********
Não me perturbo, jamais,
se intolerante alguém fica.
É claro que sei bem mais
que aquele que me critica.
      **********
A manhã está gelada,
o vento varrendo a rua...
Caminho pela calçada,
lembrando que já fui tua.
      **********



CARMEN  PIMENTEL

ANDORINHA

Correndo pelas campinas
aos ventos mansos da ilusão
esquecendo que a qualquer momento,
podes encontrar um furacão...
Voa andorinha, vai para longe
nessa tua ansiedade vives à procura
de novos e aquecidos sonhos,
nessa tua fantasia, pobrezinha
esqueces até das primaveras
não tens tempo de fazer ninho.
Sei que voltarás alquebrada
e eu já não sei se estarei aqui
quando chegares só e cansada
das tuas loucas caminhadas.

quinta-feira, 10 de setembro de 1998

SETEMBRO - 1998 - FÁTIMA e S.PROENÇA

MARIA  de  FÁTIMA  PALMA

PRISIONEIRA

Ah ! Poeta, não queiras fazer-me
prisioneira de teus poemas
pois não possuis as algemas
que prendem meu coração.
Ele é pássaro livre
e voa sereno e triste
e não mais carrega o medo
de esbarrar na solidão.
Ah ! Poeta, só talvez me prenderias
se teu poema música fosse
e dela eu seria o refrão,
ou, se fosses o bailarino, eu seria o equilíbrio
e se fosses ainda o sol, eu seria a quentura
e se Deus pudesses ser, o mundo então eu seria
e se fosses feto aflito, a vida eu te adiantaria
e então se anjo fosses, pecado logo eu seria
e se fosses o afogado, seria eu a superfície.
E se depois de tudo isso, poeta ainda fores
só me prenderias com certeza
se de todos teus poemas
fosse eu a inspiração !





SÍLVIA  MARIA  S.  PROENÇA

SÓ  HOJE  QUERO...

Só hoje quero estar em teus braços
num forte abraço...
Só hoje quero ficar em paz
em teu regaço...
Só hoje quero olhar teus olhos
verdes tão doces...
Só hoje quero ser amada
como se teu único amor fosse...
Só hoje quero amar-te
neste clima muito envolvente...
Só hoje quero tocar-te
tão suavemente...

sábado, 22 de agosto de 1998

AGOSTO - 1998 - MARÃES e JOVANI

MARÃES  MARCELO  da  SILVA

INDIFERENÇA

Cruel atitude
Machuca o coração
Indiferença de amor
É a pior desilusão
      Valor de amizade
      Se acaba num dia
      Escurece a alma
      Se transforma em algia
A relva se torna crespa
A noite não é mais irmã
A solidão é o remédio
Que toma a pagã
      O orvalho se torna pranto
      Apenas tristeza persiste
      O amor agora é ódio
      A amizade não existe
O pássaro canta baixinho
Como sabendo da dor
Do poeta que um dia
Pensou encontrar o amor.




JOVANI  SANTOS

PEDRAS

Como o azul do céu
como as estrelas a brilhar
como o doce do mel
como as conchas do mar
estou por viver
só pra te amar...