domingo, 10 de maio de 1998

MAIO - 1998 - MARLY e OLIS

MARLY  STRACIERI

ORAÇÃO  DO  PAI

Meu Pai ! Meu protetor !
Me indique o caminho certo,
para seguir com amor,
e sua presença por perto.
      Meu Pai ! Anjo Salvador !
      Que este caminho escolhido,
      tenha sua bênção e louvor
      e seja rodeado de bom fluido.
Meu Pai ! Fiel amigo !
Quando no caminho houver perigo,
de mãos dadas esteja comigo,
para me sentir em abrigo.



OLIS  T.  FELIPPE

ALEGRIA  MORTAL

Eu ria embora quisesse,
as amarguras chorar...
e sorria a quem pudesse,
em troca, amor poder dar.
      Ao Oráculo fui ter...
      pois eu precisava amar,
      nesta consulta saber,
      como ia amar sem chorar.
Porém, o que este me disse,
deixou-me calado e triste...
pois mau agouro predisse.
      Dali ao sair, sorria...
      embora mesmo quisesse,
      morrer com minha alegria.

sábado, 2 de maio de 1998

MAIO - 1998 - J.GALLINARI

JURANDIR  GALLINARI

POETA  TE  ESPERANDO

Tu és linda pomba branca,
voando nos ares...
e, eu aqui distante
como uma inocente criança,
de braços abertos, te esperando...
que venha pousar...
Eu com a música,
sentindo amor e saudade,
com a música tenho minhas crendices,
a poesia anônima de um povo,
eu sinto com a música um poeta
que busca dentro de mim
a sensibilidade de uma pomba branca.

quarta-feira, 15 de abril de 1998

ABRIL - 1998

SILAS  CAMARGO  ROSEIRA

MAIORIDADE

Hoje você alcançou maioridade
E bem por isso, há muito regozijo:
Mas, veja lá, não vá perder o siso,
Por pensar que já é autoridade !
      Muita vez quem alcança tal idade,
      Pensa logo que tem muito juizo,
      E não querendo mais nem um aviso,
      Vai desprezando tudo o que é verdade...
Um conselho de amigo queira ouvir:
Conserve sempre a fina educação
Que seus mestres quiseram lhe incutir;
      Obedeça a seus pais de coração;
      O paternal conselho é bom ouvir;
      Fazendo assim, terá compensação !




APARECIDA  BUCCI

REFLETIDO  DO  HORIZONTE

Tarde, e ante-noite,
Cada vez mais, escurece,
E a saudade é um açoite.
Nesta alma que padece.
      Luz de brilho difuso
      Rostos que jamais vi,
      Destino, eu te acuso !
      Por me trazeres aqui.
Vi, sangue nas águas,
Do rio, olhando da ponte.
Era um letreiro vermelho,
Refletido do horizonte.
      Rio de águas barrentas
      Que não podes espelhar
      Minhas lágrimas de tormentos
      Como o letreiro, a brilhar.

quarta-feira, 11 de março de 1998

MARÇO de 1998 - Honório - Sara - Luno

HONÓRIO  CHIMINAZZO

I L U S Ã O

Nesta ilusão, que para mim não finda,
Tudo é ausência neste meu recinto
Mas há esperança de te ver ainda
Para tirar-me a dor que ainda sinto,
      A tua imagem me é tão querida...
      Relembra sonhos de um amor frustrado
      Que poderá reencontrar a vida
      Em mim, que sempre fui teu amado.
Se não se esquece nunca o amor primeiro,
Nem o segundo ficará esquecido !
Quantos tiveram também o terceiro.
      No rubro coração sempre aquecido ?...
      Pois quem amou e foi também amado
      Eternamente há de ser recordado !





SARA  VALADARES  R.  dos  SANTOS

COMPOSIÇÃO

Deem-me papel e lápis
que lhes darei um verso.
Deem-me um sorriso,
que lhes darei uma canção.
Deem-me a calma,
que lhes devolverei a paz.
Deem-me uma semana,
que farei dela, dias eternos.
Deixem-me sozinha,
que farei companhia para o meu silêncio.
Deem-me a palavra,
que preencho o vazio dos muros.
Façam-me confições,
que serei seu segredo.
Toquem-me de mansinho,
que me desnudarei por inteiro.
E, se tudo isso, não for suficiente,
deem-me uma flor,
que farei dela um buquê de amor para a vida.




LUNO  VOLPATO

P R E C E
O sol, além descamba sonolento,
Perdendo-se nas orlas do horizonte.
E as trevas vêm surgindo atrás dos montes
Galgando o manto azul do firmamento.
      Os meus surpresos olhos no alto fito
      E aos poucos, mansamente, qual falua
      Vestida de ouro, vem surgindo a lua
      E avança pelas raias do infinito.
Agora tudo é escuro... a noite é intensa...
Um sentimento místico me invade
Tentando reavivar perdida crença.
      E no silêncio desta hora tão calma
      Levanta-se ante mim a Eternidade
      E a voz de Deus penetra na minh'alma...

sábado, 14 de fevereiro de 1998

FEVEREIRO de 1998

JOSÉ  BENEDITO  RODRIGUES

SÓ  BELEZA

Beleza... o que é beleza
Senão o que vem de teu sorriso
No encanto de teu olhar
Meu céu, meu paraíso.
      Minha vida, minha luz
      Meu ontem, meu hoje, meu amanhã
      Tudo, tudo que me seduz
      Queacalenta nossa alma pura e sã.
Beleza... beleza é a vida
Que se curte, bem devagarinho
Em toda jornada, em todo caminho.
      É o beco sem saída,
      Como um ninho de passarinho
      Com muito amor, em cada cantinho.



GENI  FUZATO  DAGNONI

N A T U R E Z A

A natureza acorda, em quietude.
longe do centro urbano, tão vibrante.
Há um ouro purpurino em plenitude,
nos matizes da luz do sol levante.
      Meu Deus quanta beleza na altitude:
      - A revoada sonora e exuberante.
      Há cascatas que com similitude,
      cantam nas pedras a canção pujante.
A doce brisa, os ramos, vem beijar
que felizes já, ficam a bailar.
com muita graça e terna sutileza.
      Enfim, também me sinto em sintonia,
      com os momentos belos de magia,
      da deslumbrante e terna natureza.

sábado, 10 de janeiro de 1998

JANEIRO de 1998

AGENOR  SANTOS  GONÇALVES

DIAS  MELHORES  VIRÃO !

Se a escuridão da noite prenuncia
não haver Poesia...
Da negritude da noite, de repente,
pode brotar um dia...
E se este dia, mesmo com céu
azul anil, e claridade fulgurante,
seja um daqueles dias cheios de
adversidades...
Não esmoreça, mentalize:
Dias melhores virão !
Pois, enquanto você ainda recebe a
graça da percepção e do discernimento,
lembre-se daqueles que se deixaram
a deriva, no Mar da Vida, cultuando
apenas as amarguras das desilusões.





YEDA  LEITE  DIAS

PROFUNDEZAS

Com minh'alma inundada de emoções
concisa volta aos ecos do passado
sem projetos ou novas decisões
apenas torno ao tempo desejado.
      Retorno despojada de paixões,
      que deveras teria então sonhado,
      entre as minhas modestas ambições
      tão efêmeras como o meu reinado.
Tenho porém, uma lembrança infinda,
que sempre vem, porque carrego ainda
aquela infância em pálido matiz.
      Oh ! Pudesse eu prever tal incoerência,
      quando no clima puro da inocência
      eu somente pensava em ser feliz.

segunda-feira, 15 de dezembro de 1997

DEZEMBRO de 1997

REGINA  MAURA  P. PINHEIRO

         TROVAS

Quanta alegria e ventura,
Eu senti ao te encontrar;
O teu olhar de ternura,
Encheu de luz meu olhar.
     ************
Quando um dia eu quis amar,
Procurei no mundo inteiro,
Alguém que fosse me dar
Um coração verdadeiro.




ANITA  FIGUEIREDO

         TROVAS

Plantei coqueiro na areia,
veio o vento e derrubou.
No sonho que me planteia,
a ilusão desmoronou !
     ************
No teu olhar que irradia,
que me fulmina matando
é um sol do nosso dia,
com a saudade alegrando.




MAURO  SAMPAIO

A   V I D A

A vida é apenas o instante.
No passado já passamos
E o futuro não vivemos.
A morte sim, por não ser nada,
Vive junto com a Eternidade
Que não se acaba nem passa.
Apenas não existe... mas acreditamos !