SÉRGIO G. CAPONI ENID M. BESTETI PIRES
MATERNAL O MIGRANTE
A mão que levemente a face acaricia, O sol brilhante, as chuvas, as estrelas,
e madeixas me deixa no grisalho... o céu, a terra e o mar lindo e gigante
é mais que mão, são telas da Natura. Para nê-las,
é agasalho, basta ser desta terra, itinerante
vestindo a alma que deste mudo já se esfria.
Se belezas, a gente quiser tê-las,
O olhar embaçado, que em pranto se anuvia, que haja paz, no propósito anelante.
o rosto amado, Se há escuridão nas almas, percebê-las,
pelo tempo ( como lamento ), recortado... é um labor infeliz e inoperante.
é mais que rosto, mais que olhar,
é um firmamento, Em busca de outros sóis, os excluídos
em que me perco docemente a cada dia... trilham caminhos acres, aguerridos
de fome, dor, fracasso, ingratidão;
E se de todo, não me é plena a alegria,
se me desconsolo em meio a tal contentamento, mas um sol lhes desponta, com ventura,
é por sentir que a vida foge num momento, se à frente, encontram a doce ternura
que se esmorece a mão bendita que me guia... da abençoada e caridosa mão.
quarta-feira, 18 de dezembro de 1996
terça-feira, 17 de dezembro de 1996
POETAS
MARIA Ap. NEI ARDITO SAMUEL LISMAN
O IPÊ DA MINHA RUA N A D A
O IPÊ DA MINHA RUA N A D A
Quem passa na minha rua, Nunca entendi um tempo sem futuro,
pode dizer que só vê como se hoje tudo terminasse truncado.
o esplendor todo da lua, As esperanças murcharam com o adeus de ontem,
por entre os galhos do ipê. e fenecidas, já não foram
nada, nada, nada.
E o luar assim refletido
entre as flores de amarelo, Nunca compreendi um amor sem retorno,
chove prata no florido como se no fulgor das ânsias
e o ipê fica mais belo. de repente trocasse sua grande linguagem,
sem dizer na queda,
Mas se passo lá na rua, nada, nada, nada...
não vejo o sol, nem a lua,
só vejo o que ninguém vê: E agora me governa um clarim sonoro,
no espaço infinito de meu deserto,
Teu nome ainda gravado seu som me diz, solene e galhardo:
entre o meu entrelaçado, Não espere mais,
no velho tronco do ipê. Nada, Nada, Nada.
segunda-feira, 16 de dezembro de 1996
POETAS
ARLY GOMES RIBEIRO J. B. MUNIZ RIBEIRO
BUSCANDO-TE E N F R E N T A
De muito caminhar, tenho sentido, Não reclames da vida a todo instante,
Nos passos, o pesado, o ponderável Não é só de tristezas que ela é feita.
Resumo de afazeres, bem provável, Tanto o bem quanto o mal temos bastante
Será que, em vão, a faina sido. Nos pratos da balança tão perfeita.
Será que sempre atrás do desejável, A dor é mais sentida, é mais constante,
Por longas, duras trilhas percorrido Marca o peito com flor que não enfeita.
Não tenha a via certa, e no olvido A alegria é veloz, muito inconstante,
Imersa tenha a meta favorável ? Qual bolha de sabão ela é desfeita.
Só mesmo a esperança, que é virtude, Tristeza existe para ser sentida !
Que é sempre solidária e sempre perto, Qual a graça e o valor de nossa vida,
De todos vai surgindo, e amiúde Sem haver os momentos dolorosos ?
Nos leva, fatalmente, e isto é certo Enfrenta com bravura os teus percalços,
A alguém que quebra nossa solitude, Separa com cuidado os bons dos falsos,
Qual dádiva: um oásis no deserto. E ganharás a luz dos venturosos.
BUSCANDO-TE E N F R E N T A
De muito caminhar, tenho sentido, Não reclames da vida a todo instante,
Nos passos, o pesado, o ponderável Não é só de tristezas que ela é feita.
Resumo de afazeres, bem provável, Tanto o bem quanto o mal temos bastante
Será que, em vão, a faina sido. Nos pratos da balança tão perfeita.
Será que sempre atrás do desejável, A dor é mais sentida, é mais constante,
Por longas, duras trilhas percorrido Marca o peito com flor que não enfeita.
Não tenha a via certa, e no olvido A alegria é veloz, muito inconstante,
Imersa tenha a meta favorável ? Qual bolha de sabão ela é desfeita.
Só mesmo a esperança, que é virtude, Tristeza existe para ser sentida !
Que é sempre solidária e sempre perto, Qual a graça e o valor de nossa vida,
De todos vai surgindo, e amiúde Sem haver os momentos dolorosos ?
Nos leva, fatalmente, e isto é certo Enfrenta com bravura os teus percalços,
A alguém que quebra nossa solitude, Separa com cuidado os bons dos falsos,
Qual dádiva: um oásis no deserto. E ganharás a luz dos venturosos.
domingo, 15 de dezembro de 1996
Poetas
MARIA de LOURDES de S.C. BADARÓ ARLINDO BORBA de OLIVEIRA
C H U V A DE CORAÇÃO A CORAÇÃO
Lá fora a chuva canta uma canção O coração solitário
Em ritmo suave de acalanto... que encontrei por acaso
Dentro de mim, o tédio, a solidão tem aquecido o meu
E a saudade pungente que dói tanto ! em compassos de Bach;
e eu choro e deploro
Angustiada eu escuto o coração porque o tenho ao meu lado,
Batendo o meu cansaço e desencanto, pela beleza de sua música
Querendo as mágoas afogar em vão, e porque não posso amá-lo !
Nas águas copiosas do meu pranto .......................................
Agora, como sempre,
E a chuva continua, persistente, o humano paradoxo !
A escorregar as gotas na vidraça,
Peneirando tristezas mansamente...
Que bom se ela levasse o meu tormento,
Na enxurrada veloz que agora passa,
Para o almejado mar do esquecimento !
C H U V A DE CORAÇÃO A CORAÇÃO
Lá fora a chuva canta uma canção O coração solitário
Em ritmo suave de acalanto... que encontrei por acaso
Dentro de mim, o tédio, a solidão tem aquecido o meu
E a saudade pungente que dói tanto ! em compassos de Bach;
e eu choro e deploro
Angustiada eu escuto o coração porque o tenho ao meu lado,
Batendo o meu cansaço e desencanto, pela beleza de sua música
Querendo as mágoas afogar em vão, e porque não posso amá-lo !
Nas águas copiosas do meu pranto .......................................
Agora, como sempre,
E a chuva continua, persistente, o humano paradoxo !
A escorregar as gotas na vidraça,
Peneirando tristezas mansamente...
Que bom se ela levasse o meu tormento,
Na enxurrada veloz que agora passa,
Para o almejado mar do esquecimento !
POETAS - S.LANDINI e LAÍS
SIDNEI LANDINI LAÍS RODRGUES DE LIMA
PALAVRAS SE ESTOU CONTIGO...
Restam poucas palavras, muito cedo Quando te espero, amada, hora marcada,
Nossa forma de amar terá findado ! Como os minutos passam devagar;
E, então, será um pálido arremedo E eu fico andando aflito na calçada,
Daquilo que tivemos no passado. Olhando em meu relógio sem cessar.
E nos veremos pouco, e no arvoredo Se estou contigo, o tempo, em disparada,
Onde nos abrigamos, lado a lado, Contrariamente, é igual onda do mar:
Haverá um sussurro, um susto e um medo, Passa depressa... É como um quase nada,
Estremecendo, em coro inacabado... Que eu nem percebo o tempo caminhar.
E o tempo correrá, celeremente, Ah, se eu pudesse, é claro, ficaria
Nos levando, afinal, ao fim e ao nada, O tempo todo em tua companhia,
Como flores que ao vento desfolharam. Pois tu me trazes paz, felicidade.
Compreendamos, portanto, estóicamente, Contigo a minha angústia fica ausente,
Minha jovem e doce namorada, Por isso te confesso tristemente:
Que os melhores momentos, já passaram... Nem bem te deixo, amor, sinto saudade !
PALAVRAS SE ESTOU CONTIGO...
Restam poucas palavras, muito cedo Quando te espero, amada, hora marcada,
Nossa forma de amar terá findado ! Como os minutos passam devagar;
E, então, será um pálido arremedo E eu fico andando aflito na calçada,
Daquilo que tivemos no passado. Olhando em meu relógio sem cessar.
E nos veremos pouco, e no arvoredo Se estou contigo, o tempo, em disparada,
Onde nos abrigamos, lado a lado, Contrariamente, é igual onda do mar:
Haverá um sussurro, um susto e um medo, Passa depressa... É como um quase nada,
Estremecendo, em coro inacabado... Que eu nem percebo o tempo caminhar.
E o tempo correrá, celeremente, Ah, se eu pudesse, é claro, ficaria
Nos levando, afinal, ao fim e ao nada, O tempo todo em tua companhia,
Como flores que ao vento desfolharam. Pois tu me trazes paz, felicidade.
Compreendamos, portanto, estóicamente, Contigo a minha angústia fica ausente,
Minha jovem e doce namorada, Por isso te confesso tristemente:
Que os melhores momentos, já passaram... Nem bem te deixo, amor, sinto saudade !
sábado, 14 de dezembro de 1996
POETAS
NORMA de L. GUIMARÃES RIBEIRO FRANCISCO F. de ARAÚJO
SALVE, NATUREZA ! A ARMA DO POETA
Não há nada de em vão na natureza, Com fome, não falo;
em tudo há uma finalidade, no canto, me calo;
mesmo o universo é prova de equilíbrio, se culta, me embalo;
que o Grande Deus legou à humanidade. se injusta, me entalo...
O " homo sapiens " insiste em destrui-la, Nas mãos do poeta,
ao derribar-lhe as árvores e flores, delícia de meta,
herdam seus filhos e a posteridade a mira da seta
um deserto de árduos dissabores. no amor se projeta...
Deixai gorjear os pássaros nas matas, A minha centelha,
a água pura correr no rio, sem fim, às vezes vermelha,
não se emudeça o canto das cascatas, no branco se espelha
nem se destruam flores no jardim; se enrola, se esguelha...
que a natureza é sábia e bem castiga, De prata ou de ferro,
aquilo que é contrário à Criação, condeno ou libero,
pois vai vingar-se do homem que a fustiga, percebendo que erro
nessa ânsia de vil destruição. eu mesma cancelo...
É necessário ao homem preservar, Embora pequena,
com carinhoso afeto e sutileza não saio de cena,
e aprender com os pássaros a amar às vezes amena;
as dádivas e os dons da natureza ! se rude, que PENA !
SALVE, NATUREZA ! A ARMA DO POETA
Não há nada de em vão na natureza, Com fome, não falo;
em tudo há uma finalidade, no canto, me calo;
mesmo o universo é prova de equilíbrio, se culta, me embalo;
que o Grande Deus legou à humanidade. se injusta, me entalo...
O " homo sapiens " insiste em destrui-la, Nas mãos do poeta,
ao derribar-lhe as árvores e flores, delícia de meta,
herdam seus filhos e a posteridade a mira da seta
um deserto de árduos dissabores. no amor se projeta...
Deixai gorjear os pássaros nas matas, A minha centelha,
a água pura correr no rio, sem fim, às vezes vermelha,
não se emudeça o canto das cascatas, no branco se espelha
nem se destruam flores no jardim; se enrola, se esguelha...
que a natureza é sábia e bem castiga, De prata ou de ferro,
aquilo que é contrário à Criação, condeno ou libero,
pois vai vingar-se do homem que a fustiga, percebendo que erro
nessa ânsia de vil destruição. eu mesma cancelo...
É necessário ao homem preservar, Embora pequena,
com carinhoso afeto e sutileza não saio de cena,
e aprender com os pássaros a amar às vezes amena;
as dádivas e os dons da natureza ! se rude, que PENA !
sexta-feira, 13 de dezembro de 1996
POETAS
ÁLVARO RIBEIRO (Rico) ANANIAS BATISTA FONTES
ETERNO ESQUECIMENTO A BATALHA DA VIDA
Nenhuma carta um dia te escrever ! quase a perder a força de vontade,
Cessadas foram nossas alegrias. sangrante o peito, embaciados olhos.
Pensei bastante antes de te perder... Mas, quando acabarão esses escolhos ?
Mas talvez fosse, enfim, o que querias. E quando descerá a suavidade ?
Eu não tinha recurso pra saber Da vida vasculhando mil refolhos,
Que era amor o que tudo pretendias. pra ver se encontra alguma amenidade.
Hoje tudo acabado e os longos anos Mil coisas lhe fustigam sem clemência
Se foram todos junto aos desenganos; e bruxuleia a vela da esperança,
Nem existe lugar para a saudade ! mas, uma voz com grande veemência
Foi a vida pra nós madrasta e fria ordena: - A tua inteligência aplica,
Restando apenas grande nostalgia: mantém em riste sempre, a tua lança,
" Esquecimento eterno e sem piedade !" e, aguarda o triunfar que vivifica !
ETERNO ESQUECIMENTO A BATALHA DA VIDA
Eu pensei que pudesse te esquecer... Lá vai um ser na grande tempestade
Não mais de ti lembrar-me em certos dias, da vida, entre tropeços, entre abrolhos,Nenhuma carta um dia te escrever ! quase a perder a força de vontade,
Cessadas foram nossas alegrias. sangrante o peito, embaciados olhos.
Pensei bastante antes de te perder... Mas, quando acabarão esses escolhos ?
Mas talvez fosse, enfim, o que querias. E quando descerá a suavidade ?
Eu não tinha recurso pra saber Da vida vasculhando mil refolhos,
Que era amor o que tudo pretendias. pra ver se encontra alguma amenidade.
Hoje tudo acabado e os longos anos Mil coisas lhe fustigam sem clemência
Se foram todos junto aos desenganos; e bruxuleia a vela da esperança,
Nem existe lugar para a saudade ! mas, uma voz com grande veemência
Foi a vida pra nós madrasta e fria ordena: - A tua inteligência aplica,
Restando apenas grande nostalgia: mantém em riste sempre, a tua lança,
" Esquecimento eterno e sem piedade !" e, aguarda o triunfar que vivifica !
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