JUNHO
Neste mes de fogueiras crepitantes,
As saudades deste "ontem" são constantes,
Deixando o coração amargurado.
Todos sonhos de amor estão distantes,
No horizonte fugiente e anuviado.
No presente, só há gritos soluçantes,
Num triste caminhar, desesperado.
Ao redor eu só vejo desventuras.Infelizes são todas criaturas,
No infinito, a gritar súplica ingente.
Só há um raio de luz, como esperança.
É esta fé no retorno da bonança,
Com a ajuda de Deus Onipotente.
ODETTE T. SANTUCCI OCTAVIANO
O CASAL DE VELHINHOS DE MÃOS DADAS
Eu continuo a ver, sempre passando
Em frente à minha casa, descuidados,
Os velhinhos tão doces, mão se dando,
Que meus versos habitam, encantados !
Lembro-me de você, sempre falando
Que um dia nós também, tão aliados,
Lentos, caminharíamos sonhando,
Como um casal de velhos namorados !
Mas o destino quis nos separar...
Você partiu, tomando outras estradas,
Em outras amplidões foi habitar.
Hoje, nos sonhos meus das madrugadas,
Vejo sereno, sempre a caminhar,
O casal de velhinhos de mãos dadas !