ROBERTO CORRÊA
NUNCA MAIS
Nunca mais o passado voltará,
Nem suas lembranças, vivas tornarão;
Apenas a saudade restará,
Em nosso jubiloso coração.
A claridade da manhã virá
Com suavidade e tênue cerração,
Mas onde a felicidade estará
Se não a posso ver em minha mão ?
Tudo é mistério, pura fantasia,
Rápidos momentos, bem distantes
Da nossa vida que restou vazia.
Inclusive nos lapsos fulgurantes,
Das justas e terrenas alegrias,
Raras e de brevíssimos instantes.
ESTELA M. CARVALHO RIBEIRO
A VENTURA DE OUTRORA
A poesia quando brota na alma do poeta,
É grito do coração, fragmentos de vida,
Louvores, ou cantos de mágoa secreta,
De angústia, de soluços, devaneios e lida.
Voz da noite que em silêncio se manifesta
Ora em preces, ora em alegria revivida
Em todas as horas, como em hora de festa
Na beleza e na harmonia refletida.
Outras vezes, com olhos de criança
O poeta canta a saudade, sublima a esperança
Feita de sol e luz como o raiar da aurora.
Quando, dentro da noite canta sozinho
Seus olhos brilhantes, veêm de mansinho
No conforto das lembranças A Ventura de Outrora.