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sábado, maio 09, 2020

Nem mais!
carregar para ler!

domingo, fevereiro 23, 2020

Enquanto aguardo esta encomenda:
termino este sobre esse, um tema, a língua, a linguagem as formas de expressão e construção das línguas, a sua tipicação e as alterações do seu vocabulário (notável como todas as palavras atribuidas ao barranquenho são, na realidade pequenas adulterações do castelhano ou português antigo*) e da sua grafia:
ler Klemperer hoje é também lutar contra as mistificações, a nova língua de pau, dos novos nazis, mas também os discursos cassete que hoje dominam todos os partidos políticos, no tempo e no modo, e até nos vestuários (lembram-se do sobretudo do Freitas!? ou de tantos outros)
A língua confiscada é de facto a re-invenção que fazemos, todos os dias, das  nossas formas de expressão e as rupturas que somos capazes para resistir ao rolo compressor das ideias feitas, refeitas, por ideólogos e arrivistas.
* "Transformar a fonetização em ortografia contribui unicamente para transformar a fala em mais obscura (afastada) a ela mesma"

domingo, fevereiro 02, 2020

Infelizmente o inglês irá continuar, sem o Reino Unido por enquanto, que em breve se desunirá.
Um inglês cada vez mais pervertido e abastardado, que felizmente se aguenta sem acordos ortográficos, com diversas grafias, devido ao comércio internacional sobretudo.
Assim devia ser o português com o cada vez mais distante brasileiro e o africanês, que alguns mestres vão criando, embora um maldito acordo esteja a destruir o pouco que se poderia manter na linha das origens galaicas dele, português, e mesmo esse com variantes dialectais inúmeras.
as línguas são cada vez mais oralidades (e nós talvez não necessitemos mas já os brasileiros têm que ter legendas para perceberem a nossa língua, que não é a mesma, como eu protesto quando ouço alguns dialectos nacionais, mais cerrados, sem essa!)
A manutenção de uma escrita que nos mergulhe no tempo e dê sentido a esse é, seria fundamental, mas um populismo linguístico e acordês abastardou-a.
Europês? pois esse continuará a ser o inglês universal, que o mercado impõe.

quinta-feira, dezembro 19, 2019


Um livro de grande folgo, de um enorme linguista, documentado e estudioso.
Que li com o maior deleite, talvez por confirmar intuições e observações que de há muito tenho vindo a fazer e romper com alguns esquematismos, línguas de pau, e ilusões nesta área, desmascarando-as até com firmeza brutal nalguns casos, e não fazendo cerimónia em contradizer o discurso nacionalista a raiar por vezes o chauvinismo do nosso estimado Presidente  Rebelo de Sousa.
A nossa língua, originária do galego, e abastardada com castelhanismos e outras, muitas outras introduções, não é a nacionalidade, que é a diversidade, desta e do território com as mitologias que lhe foram dando corpo.
Um livro de imprescindível leitura, obrigatório, mesmo.

Um livro que me volta a questionar sobre a fala de Barrancos e que reforça as minhas opiniões sobre a ocupação do território de os dialectos de contacto destes. Nada a ver com o astúrio-leonês residual por terras de Miranda. 
Agora para pausa vou dedicar-me (fonte de tantas expressões na nossa língua "galega") nesta continuação, repetindo todavia outros enredos... de Edgar Pierre Jacobs:

quinta-feira, março 15, 2018


Quem te manda a ti sapateiro aprender a tocar rabecão...
Nada contra, mas...
Há que dizer que os investigadores, sobretudo em ciências humanas, desde logo inexactas, falíveis, pseudo objectivas, com objectos voláteis, métodos discutíveis, conclusões certas ou erradas, sendo, todavia, todas de grande utilidade para o conhecimento, que é sempre relativo, esses têm esse hábito.
Mas é um erro assumir autoridade, essa, para extrair conclusões “sócio-políticas”, quais Deus ex Machina, que estão fora do seu múnus.
Estive no interessante seminário sobre Fronteiras aqui referido, pena a sua organização ex-catedra não permitir um trabalho e discussão real, mas é assim...

Desde logo sobre a questão do conceito de fronteira, e tenho que manifestar o meu desagrado com uma das comunicações sobre essas.... As fronteiras e o Estado-Nação são do século XVIII ou XIX e surgem ligados aos mitos históricos de construção nacional e ao sistema de impostos do capitalismo e também à “unificação” linguística, essencial para esse.
As fronteiras são áreas de liberdade, terras de ninguém e de refúgio, de marginalidades ( à margem) . Aí se mantêm línguas antigas ( mirandês / leonês) ou falas de defesa, o barranquenho, o nizouco, a algarviada, e outras mencionadas, mas não enquadradas, em Espanha e por toda a raia.
 Cada zona, cada terra, mesmo, tem usos e falares que são defensivos e resultam de construção no espaço e no tempo (ou de reminiscências antigas). Engraçado e, isso foi referido en passant que haja 7 ou 8 versões e falas diferentes do catalão, que hoje o nazionalismo procura unificar...
O estudo das línguas é uma fonte de rendimento para os linguistas e filólogos, e muito bem, mas seria conveniente que não se fechassem em redomas e não se pusessem a tocar rabecão.
As propostas para o barranquenho não podem passar por um ensino escolar, e tenho sérias dúvidas em relação a uma criptografação, embora pense que é um trabalho válido.

Deveria ser introduzido, aliás acho que em todos os concelhos o deveria ser feito sobre a cultura local, uma cadeira sobre cultura de Barrancos na escola e essa ser sobre histórias, hábitos, civilidades, festas, gastronomias e claro sobre o processo de ocupação do território e como nesse a fala surge e se desenvolve, ao contrário da matriz, língua, a fala tem a ver com o tempo e o improviso, as relações e o espaço. Mas os linguistas metem a sua colher, em seara alheia.
O resultado é problemático.

segunda-feira, março 12, 2018

É já esta semana que se vai realizar este Encontro que se anuncia muito interessante:
As fronteiras são resquícios de outros tempos e limitam lógicas de poder. São permeáveis e, o caso de Africa é evidente, não correspondem a nenhuma lógica de ocupação do território pelos povos.
Que lhe dão conteudo através da língua e dos dialectos que os marcam.
De onde a invenção ou re invenção de línguas mortas ou de um tempo e uma ruralidade em extinção, que devem ser preservados mas como símbolos culturais e não em lógicas de afirmação do poder/ nação que é ilusório.
Dialectos como o barranquenho tem o seu tempo e na sua continuidade trazem mais cultura à cultura, mas só podem ser continuados na sua imersão e, ao contrário do mirandês que é o leonês antigo, são falas de invenção no tempo e no espaço e só podem ser continuadas nesse. Na escola, não obrigado!

segunda-feira, agosto 21, 2017

É um tema cheio de controvérsias e que alimenta muita gente, linguistas, etno~linguistas, socio-linguistas, pseudo linguistas e uma imensa quantidade, maior em quantidade que as línguas que estudam, muitas vezes inventam e tentam ou não preservar. É que há formas de as preservar que são a sua morte, por exemplo converter uma linguagem, um linguajar de contacto, que resulta de inúmeras fusões e isolamentos, que tem uma história ligada à oralidade em escrita e ensino livresco é aniquila-la completamente. 
Não que a recolha e até a invenção (mas com base em quê? na sonoridade, na vocalização? na aspiração? nos usos?) não seja positiva.
Sou desde há muito, e recordo conversas e polémicas com o Amadeu Ferreira sobre o mirandês, herdeiro do galaico-leonês e com uma estrutura organizada, um defensor das várias, muitas línguas e das suas expressões dialectais, ou fonéticas (o minderico por exemplo ou o nizouco ou o barranquenho).
Sendo de origens barranquenhas vejo com expectativa este trabalho, na continuidade, embora rompendo com a lógica desse, de Leite de Vasconcelos sobre o Barranquenho que será apresentado agora:
e aqui deixo um desafio, alguém, algum linguista, eventualmente, que compile e desenvolva o Alfacinha, que abunda (como o tripeiro e todas as outras especificidades do nosso país, felizmente algumas, muitas já documentadas e sei que também já temos trabalho "alfacinha") em expressões únicas.
O isolamento articula-se para criar palavras que ganham com o cosmopolitismo, é assim o barranquenho e continuará a ser, resistindo à institucionalização.