segunda-feira, dezembro 17, 2007
Quelqu'un m'a dit ou não teria acreditado
Carla Bruni com Sarkozy!?
Drogou-a. Só pode ser.
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Carla Bruni com Sarkozy!?
Drogou-a. Só pode ser.
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Comemorações da abolição da escravatura, Jardim do Luxemburgo - Paris, 10 de Maio de 2007
Quando era novo e o dinheiro escasseava ainda mais que hoje, estive uma vez num desses hotéis de categoria indefinida em que o gerente se desfazia em desculpas por problemas de que só muito remotamente poderia ser culpado – falta de electricidade na região, cortes no fornecimento de água – mas que nunca aparecia ou respondia vagamente e de forma insatisfatória quando havia problemas que lhe diziam directamente respeito – má qualidade da comida, sujidade nos quartos.
Lembrei-me desta história no dia em que Chirac deixa a presidência francesa. E lembrei-me porque Chirac passou 12 anos de presidência a pedir desculpa pelo esclavagismo; pelo regime de Vichy; pela guerra na Argélia; pelo massacre em Madagáscar; pelas deportações de judeus; pela condenação de Dreyfus e, que eu saiba, Chirac nunca teve escravos, não foi membro do governo de Vichy, não comandou a guerra na Argélia, não matou ninguém em Madagáscar, não deportou nenhum judeu e não meteu Dreyfus na prisão.
Por outro lado, pelas trafulhices dos empregos fictícios para os seus amigos; pelas contas ocultas no estrangeiro; pelos 7 milhões de pobres em França; pelos 2 milhões de desempregados; pela Divida Publica gigantesca; pela estagnação da economia; pelo impasse político da UE; pelos problemas dos subúrbios; pela política africana de apoio a assassinos, nunca se lhe ouviu um pedido de desculpas ou algo que se parecesse com uma justificação.
Chirac foi um presidente extremamente eloquente a pedir desculpa pelo que não é responsável e pelo que não pode ser culpabilizado e um presidente extremamente circunspecto ou ausente quando estavam em causa os erros da sua governação.
Nunca vão para um hotel em que Chirac seja o gerente.
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Se eu fosse francês, estaria agora com o problema relativamente bicudo de como votar amanhã. De um lado teria Sarkozy, o homem de Direita. Do outro, Royal, a mulher de Esquerda. Dito assim, a escolha seria fácil: uma grande antipatia pelo liberalismo selvagem mais uma certa simpatia por valores tradicionalmente de Esquerda e o agrado de ver uma mulher ser eleita presidente, levar-me-iam a votar Royal. Mas será assim tão simples? Será Sarkozy o apóstolo do capitalismo selvagem, a quinta coluna dos neo-cons americanos e o demónio que lançará a França numa guerra civil? Será Royal o anjo dos desfavorecidos, a mãe dos explorados e a Jeanne d’Arc da anti-globalização?
Segui com alguma atenção a campanha francesa e não me parece assim tão simples. Para ser honesto, o que ouvi coloca-me mais próximo de Sarkozy do que de Royal. Estranho.
Um caso complicado, esta Sra. Royal. Sendo mulher, a discordância politica tende a ser empurrada para aquela zona nebulosa de confusão com o machismo e a critica a entrar num terreno pantanoso. Paciência. Lançou a candidatura nas páginas do Paris Match e da Voici, conquistou as bases do PS fartas de Hollandes, Jospins ou Fabius, passou boa parte do tempo a afirmar ser mulher (uma evidência para qualquer ser humano) e reivindica a herança de Miterrand. O discurso político é feito de uma espécie de colagem entre frases feitas e grandes princípios com que todos estamos de acordo. O programa baseia-se na presença massiva do Estado na sociedade e na injecção de dinheiros públicos para resolver os problemas. O acréscimo de Despesa Pública seria financiado por um crescimento económico de 5% cuja concretização é apenas uma questão de fé. Quer ressuscitar a Constituição Europeia. Gostaria de acreditar mas a herança de Miterrand preocupa-me. Fui dos que saí para a rua para festejar a sua eleição. A desilusão foi proporcional à alegria.
Sarkozy é outro problema. É o grande demónio da Esquerda. Já o vi ser apelidado de fascista (não é). Lançou a candidatura conquistando as bases do partido (UMP). A velha guarda da Direita, a começar por Chirac, apoia-o a contra gosto. Não há nada no programa ou nas declarações que ponham em causa os serviços públicos de que a França tanto se orgulha. Quer diminuir a despesa pública e acha que a Constituição Europeia está morta. As declarações mais polémicas sobre a emigração ou a segurança reflectem, bem ou mal, o que a maioria dos franceses pensa sobre o assunto. Está mais próximo de Blair do que de Berlusconi e é menos conservador do que, por exemplo, Cavaco Silva.
Se fosse francês, talvez tivesse o coração a puxar por Royal e a cabeça por Sarkozy.
Felizmente não sou francês e em Portugal a politica é bastante mais simples …
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