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segunda-feira, dezembro 17, 2007

Quelqu'un m'a dit ou não teria acreditado

Carla Bruni com Sarkozy!?
Drogou-a. Só pode ser.

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:: enviado por U18 Team :: 12/17/2007 09:23:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

quarta-feira, julho 11, 2007

Rien ne va plus no PS francês

A guerra dos chefes do PS e a falta de perspectivas à esquerda faz com que cada vez mais eminentes socialistas cedam aos cantos das sereias sarkozianas e tentem apanhar todas as migalhas de poder que o astuto presidente achar por bem conceder-lhes. Depois de Kouchner, Védrine e Lang, foi a vez de Strauss-Kahn aceitar o seu presente envenenado. Realmente, com Strauss-Kahn em Washington, o PS perde a possibilidade de poder reformar-se num verdadeiro partido social-democrata. É mais um golpe de mestre de Sarkozy, apostado em afastar do partido todos aqueles que poderiam de algum modo contribuir utilmente para a sua refundação. Agora, quer ganhe Ségolène — demasiado incompetente — quer ganhem os “esquerdistas” — demasiado arcaicos — Sarko tem praticamente assegurada a sua reeleição em 2012.
Nesta bulimia de limpar todo o espaço político à sua volta, Sarkozy não perde tempo. Depressa ficarão só os submissos. Mas os efeitos colaterais poderão ser extremamente perigosos. Para além de semear o desalento entre militantes e eleitores socialistas, esta limpeza política da esquerda contribui para dar crédito à ideia que todos os políticos são iguais e que o que todos eles querem é tacho. Afinal não há diferenças entre Sarkozy e os socialistas. E este sentimento tão crítico para com a classe política só pode ser prejudicial para a democracia.

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:: enviado por JAM :: 7/11/2007 12:46:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

quinta-feira, junho 07, 2007

Ela é que é a presidente!

Chegada ontem à tarde a Heiligendamm, na companhia do seu presidente marido, Cecília Sarkozy não perdeu o jantar dos chefes de Estado mais poderosos do planeta. Mas, logo que lhe cheirou a actividadezinhas de primeira dama — bem... havia também o esposo Merkel — pôs-se a mexer para Paris e fez gazeta ao almoço dos cônjuges e à conferência-debate que se lhe seguiu sobre a demografia — ambos previstos na agenda oficial do G8. A desculpa apresentada para a falta: a primeira-dama de França teve que regressar de urgência a Paris para organizar o aniversário de uma das suas filhas que faz amanhã 20 anos. Afinal, um conselheiro diplomático não é assim tão má ideia.

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:: enviado por JAM :: 6/07/2007 10:22:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

The French Connexion

A libertação de 150 guerrilheiros e de Rodrigo Granda, o preso mais importante das FARC, soma-se à saga da “troca humanitária”, num novo episódio, tão inesperado como enigmático, a que poderá chamar-se “a conexão francesa”. É hoje que o presidente Uribe vai proferir a tão esperada alocução, em que provavelmente invocará a misteriosa “razão de Estado”.
Qual será o custo-benefício desta decisão de libertar unilateralmente dezenas de guerrilheiros? Quais poderão ser os resultados da libertação de Granda (cuja captura quase provocou o corte de relações com a Venezuela) para ser “gestor de paz”, sem que o próprio tenha assinado, consentido ou prometido fazer o que quer que seja, nem para isso tenha tido o aval das FARC? Já para não falar que tudo isso poderá não produzir nenhuma libertação de reféns, pois as FARC já fizeram saber que não pactuam com uma jogada provocatória, na medida em que, para saírem livres, os guerrilheiros — à excepção de Granda — deverão desmobilizar.
É evidente que Uribe quer mostrar à comunidade nacional e internacional que fez muitas concessões e que também sabe ser magnânimo e flexível. E isso, é claro, para um presidente habitualmente implacável, cruel e inflexível, far-lhe-á marcar pontos e lançará a bola para o campo das FARC, de quem se espera agora um gesto em resposta. A França, a Espanha e a Suiça — países que há muito tempo procuram uma solução — saudaram a decisão de Uribe. O próprio presidente Sarkozy não se inibiu de levar o assunto à cimeira do G8, que muito provavelmente elogiará o generoso acto unilateral do presidente colombiano.
O episódio Granda e a intervenção de Sarkozy introduzem uma nova variável ainda mal elucidada na equação: aparentemente, a “razão de Estado” terá sido o pedido feito pelo presidente francês. Este ganhou mais uma projecção demagógica, a juntar às muitas que lhe permitirão arrasar nas legislativas do próximo Domingo. Quanto a Uribe, faltam ainda indícios que permitam divisar qual será o verdadeiro interesse desta conexão especial com um governante caracterizadamente de direita.

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:: enviado por JAM :: 6/07/2007 10:40:00 da manhã :: 2 comentário(s) início ::

quarta-feira, maio 16, 2007

Nunca vão para um hotel em que Chirac seja o gerente


Comemorações da abolição da escravatura, Jardim do Luxemburgo - Paris, 10 de Maio de 2007

Quando era novo e o dinheiro escasseava ainda mais que hoje, estive uma vez num desses hotéis de categoria indefinida em que o gerente se desfazia em desculpas por problemas de que só muito remotamente poderia ser culpado – falta de electricidade na região, cortes no fornecimento de água – mas que nunca aparecia ou respondia vagamente e de forma insatisfatória quando havia problemas que lhe diziam directamente respeito – má qualidade da comida, sujidade nos quartos.
Lembrei-me desta história no dia em que Chirac deixa a presidência francesa. E lembrei-me porque Chirac passou 12 anos de presidência a pedir desculpa pelo esclavagismo; pelo regime de Vichy; pela guerra na Argélia; pelo massacre em Madagáscar; pelas deportações de judeus; pela condenação de Dreyfus e, que eu saiba, Chirac nunca teve escravos, não foi membro do governo de Vichy, não comandou a guerra na Argélia, não matou ninguém em Madagáscar, não deportou nenhum judeu e não meteu Dreyfus na prisão.
Por outro lado, pelas trafulhices dos empregos fictícios para os seus amigos; pelas contas ocultas no estrangeiro; pelos 7 milhões de pobres em França; pelos 2 milhões de desempregados; pela Divida Publica gigantesca; pela estagnação da economia; pelo impasse político da UE; pelos problemas dos subúrbios; pela política africana de apoio a assassinos, nunca se lhe ouviu um pedido de desculpas ou algo que se parecesse com uma justificação.
Chirac foi um presidente extremamente eloquente a pedir desculpa pelo que não é responsável e pelo que não pode ser culpabilizado e um presidente extremamente circunspecto ou ausente quando estavam em causa os erros da sua governação.
Nunca vão para um hotel em que Chirac seja o gerente.

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:: enviado por U18 Team :: 5/16/2007 03:04:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

quarta-feira, maio 09, 2007

Ai se os franceses tivessem um José Sócrates!... (2)

O grande Nicolas (agora já não é pequeno, é Presidente), depois de ter subjugado a esquerda caviar, decidiu de imediato fundar a direita nababa. É que o champanhe aprecia-se melhor fresquinho e em fato de banho, e os salgadinhos sobre um iate ao largo de Malta sabem muito melhor.
Como é evidente, alguns invejosos clamam indecência: como é possível, um presidente que acabou de dizer que é o presidente de todos os franceses, e sobretudo dos mais desfavorecidos, atrever-se deste modo a manifestar tão ostentadores sinais de riqueza?
É evidente que se esses franceses estivessem habituados a um primeiro ministro que passa as férias de Verão no Quénia e as férias de Inverno na Suiça, o cruzeiro do seu recém-eleito presidente passaria tão despercebido como um fim de semana na Costa da Caparica.

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:: enviado por JAM :: 5/09/2007 07:34:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

domingo, maio 06, 2007

Um presidente como qualquer outro

Nicolas Sarkozy acaba de ser eleito novo presidente dos franceses. Não se espera que a França se converta num braseiro, nem que o apocalipse se abata sobre ela. Os subúrbios vão continuar calmos e toda a gente vai retomar tranquilamente a sua actividade normal.
Amanhã, 7 de Maio, a grande maioria dos franceses... ficará desiludida. Não nos referimos aos apoiantes de Ségolène, cuja amargura é hoje bem compreensível. Falamos, ao invés, daqueles que deram os seus votos a Sarkozy. E porque razão deveriam eles estar desiludidos, uma vez que o seu campeão acaba de obter uma vitória assim inequívoca?
Simplesmente porque a maior parte deles acabou de eleger um presidente que não vai cumprir as suas promessas. Nicolas Sarkozy passou toda a campanha a agitar os braços como um semáforo para enviar mensagens aos eleitores da Frente Nacional. “Identidade nacional”, “predeterminação dos pedófilos”, “herança de Maio de 68 que é preciso liquidar” são sinais fáceis de reconhecer pelo menos politizado dos eleitores.
É certo que uma vez eleito e arrumadas as legislativas, Sarkozy vai aplicar-se para fazer votar algumas leis simbólicas que não agradarão a toda a gente. Mas como poderá ele conciliar a cabra e a couve? Como poderá ele aplicar uma política ao mesmo tempo nacionalista e ultraliberal? Os nacionalistas são contra a Europa, Sarkozy não é contra. Os nacionalistas são contra a imigração, Sarkozy fala de imigração escolhida. Os nacionalistas detestam os Estados Unidos, Sarkozy não. Os reaccionários desejam ainda mais polícias, mas Sarkozy não vai ter meios para pôr um polícia ao lado de cada francês. Se quiser governar a França com mão de ferro, corre o risco de ofender os moderados do seu próprio campo que não sofrem da desordem, venha ela donde vier. Nem da injustiça. Esses seus eleitores — em grande parte bayrouistas — não vão querer uma guerra civil. Por entre os pais de alunos que se mobilizaram contra a expulsão de crianças estrangeiras no ano passado, havia simpatizantes da UMP.
Agora que foi eleito, Sarkozy será apenas um pouco mais nacionalista e liberal do que seria se fosse um presidente de esquerda. É tudo. Visto que vai ser um pouco mais presidente — logo, pragmático — que quando era candidato, não vai querer que os subúrbios recomecem a arder, nem que o movimento social se torne demasiado duro. Já teve uma amostra do que isso poderia ser, não precisa de mais. Sobretudo que, para chegar ao poder, foi ele quem semeou a tempestade. Só quem não conhece a História de França poderia ter interesse em precipitar as coisas. Aí, os extremos são inflamáveis como gasolina e uma França sob tensão lançaria por terra todo o seu projecto. Bastaria voltar a pensar-se com nostalgia no Maio de 68 e o resultado seria bem pior.
Diferenciar as pessoas honestas da escumalha, Paris da província, os que se levantam cedo dos preguiçosos, etc., foi um jogo que acabou hoje às 20h01. Amanhã, Sarkozy vai encontrar-se perante uma oposição mais unida que nunca. Uma oposição que bem lhe pode agradecer pois foi ele quem a reconstruiu. Rapidamente vai ter que governar um povo que, numa metade, lhe é ferozmente hostil e que, na outra metade, estará desiludido pois não se reconhecerá nas acções do seu novo chefe, que se terá tornado um presidente como qualquer outro.

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:: enviado por JAM :: 5/06/2007 10:13:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Sarko ou Sego?

Ele é como Blair, mas com mais sangue na guelra. Ela... é como ela mesma, porque na política nenhuma mulher se parece com outra. Há quem lhe chame a mamã de ferro. Sarko e Sego são as personagens do dia. Um deles chegará ao Eliseu. Com eles a França diz hoje adeus aos seus mamutes da política, esses próceres que pareciam feitos para transportar o peso do Estado sobre os ombros.
Ambos são actores de primeira, de grande impacto mediático. Ele é aristocrata e judeu. Arrogante e eléctrico, resoluto e ambicioso, esperto e sedutor. Tem um ego como um piano. Ela é fria e ordenada, peculiar e obstinada, elegante e um pouco indolente. Com o seu sorriso límpido que mais parece um resquício de timidez trazida da infância. Diz-se que teve uma infância austera, vestindo sempre os trajes herdados das irmãs, o que fez dela a mulher sóbria que é hoje. Por alguma razão teimou em não seguir os conselhos dos seus assessores de imagem...
Sarkozy e Ségolène partilham alguns detalhes biográficos. Quando eram novos, ambos se opuseram ao respectivo progenitor. O pai de Ségolène era coronel de artilharia que quis construir uma família à imagem e semelhança da família castrense (teve oito filhos). Quando Ségolène tinha 19 anos perguntou ao pai porque negava o divórcio à mãe e não lhe pagava a pensão. Paul Sarkozy, pai do líder da UMP, saiu do Leste fugindo do exército vermelho e instalou-se em França, onde contraiu matrimónio com a filha de um judeu sefardita (Paul era asquenazi). Também ele se despediu à francesa — embora fosse húngaro — e, tal como Ségolène, o jovem Nicolas teve que enfrentar o pai nos tribunais por não pagar a pensão alimentar. Paul nunca apoiou o filho nas suas aspirações políticas. Bem pelo contrário, fartou-se de lhe dizer que nunca seria aceite por não ter pedigri francês. “Para isso, tens que ir para os Estados Unidos”, repetia constantemente. Pelos vistos, Paul Sarkozy equivocou-se.

Uma coisa é certa: bisbilhotices à parte, os franceses estão fartos da crise política que começou com as eleições presidenciais de 2002 e continuou com o referendo ao Tratado Constitucional e as mobilizações do ano passado contra o CPE. A desconfiança é aguda e a confusão generalizada.
O futuro dirá, no rescaldo do acto eleitoral de hoje, se se tratou de um drama eleitoral tradicional ou de uma tragédia política.

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:: enviado por JAM :: 5/06/2007 11:39:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

sábado, maio 05, 2007

Se eu fosse francês

Se eu fosse francês, estaria agora com o problema relativamente bicudo de como votar amanhã. De um lado teria Sarkozy, o homem de Direita. Do outro, Royal, a mulher de Esquerda. Dito assim, a escolha seria fácil: uma grande antipatia pelo liberalismo selvagem mais uma certa simpatia por valores tradicionalmente de Esquerda e o agrado de ver uma mulher ser eleita presidente, levar-me-iam a votar Royal. Mas será assim tão simples? Será Sarkozy o apóstolo do capitalismo selvagem, a quinta coluna dos neo-cons americanos e o demónio que lançará a França numa guerra civil? Será Royal o anjo dos desfavorecidos, a mãe dos explorados e a Jeanne d’Arc da anti-globalização?
Segui com alguma atenção a campanha francesa e não me parece assim tão simples. Para ser honesto, o que ouvi coloca-me mais próximo de Sarkozy do que de Royal. Estranho.

Um caso complicado, esta Sra. Royal. Sendo mulher, a discordância politica tende a ser empurrada para aquela zona nebulosa de confusão com o machismo e a critica a entrar num terreno pantanoso. Paciência. Lançou a candidatura nas páginas do Paris Match e da Voici, conquistou as bases do PS fartas de Hollandes, Jospins ou Fabius, passou boa parte do tempo a afirmar ser mulher (uma evidência para qualquer ser humano) e reivindica a herança de Miterrand. O discurso político é feito de uma espécie de colagem entre frases feitas e grandes princípios com que todos estamos de acordo. O programa baseia-se na presença massiva do Estado na sociedade e na injecção de dinheiros públicos para resolver os problemas. O acréscimo de Despesa Pública seria financiado por um crescimento económico de 5% cuja concretização é apenas uma questão de fé. Quer ressuscitar a Constituição Europeia. Gostaria de acreditar mas a herança de Miterrand preocupa-me. Fui dos que saí para a rua para festejar a sua eleição. A desilusão foi proporcional à alegria.
Sarkozy é outro problema. É o grande demónio da Esquerda. Já o vi ser apelidado de fascista (não é). Lançou a candidatura conquistando as bases do partido (UMP). A velha guarda da Direita, a começar por Chirac, apoia-o a contra gosto. Não há nada no programa ou nas declarações que ponham em causa os serviços públicos de que a França tanto se orgulha. Quer diminuir a despesa pública e acha que a Constituição Europeia está morta. As declarações mais polémicas sobre a emigração ou a segurança reflectem, bem ou mal, o que a maioria dos franceses pensa sobre o assunto. Está mais próximo de Blair do que de Berlusconi e é menos conservador do que, por exemplo, Cavaco Silva.
Se fosse francês, talvez tivesse o coração a puxar por Royal e a cabeça por Sarkozy.
Felizmente não sou francês e em Portugal a politica é bastante mais simples …

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:: enviado por U18 Team :: 5/05/2007 10:09:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

quinta-feira, maio 03, 2007

Era uma vez um debate presidencial

Nas sete eleições presidenciais celebradas em França desde que o presidente é eleito por sufrágio universal, só houve quatro debates televisivos. Nas primeiras (1965) a História perdeu aquele que teria sido sem dúvida um combate singular entre o velho general De Gaulle e o ainda jovem Miterrand. Nessa altura, a V República estava em fase de construção e a democracia mediática não fazia ainda parte do mercado político. Quase 40 anos depois (2002), já em plena era da comunicação, Chirac recusou-se a enfrentar Le Pen, frente às câmaras, por medo que, “face à eloquência do candidato da extrema direita, a sua desvantagem oral se transformasse em desvantagem política”. Na altura, foi mais ou menos essa a análise de Michelle Cotta, ex-directora de informação da TF1, que viveu a rude desforra de Mitterrand sobre Giscard, em 1981, e a disputa quase física de 1988 entre o presidente socialista e o seu, até então, primeiro ministro, Chirac.

Antes do debate de ontem, o último tinha acontecido em 1995, entre o noviço Jospin e o já garantido vencedor Chirac. Compreende-se pois que, após uma abstinência de doze anos, os franceses se tivessem precipitado ontem sobre os televisores para assistirem ao combate mais singular da V República: um homem e uma mulher, um bonapartista e uma girondina, um advogado brilhante e uma enarca de carisma atípico, a eloquência devastadora do presidente da UMP e a elocução lenta de Royal. Só as regras do jogo não mudaram desde os primeiros debates de há 30 anos: nada de planos sobre aquele que escuta; a escolha dos jornalistas moderadores; a posição das câmaras e dos microfones; o tamanho da mesa; a distância entre os candidatos...
Em França, como se sabe, quase tudo subsiste desde a tomada da Bastilha e a sagração de Napoleão. Desta vez porém, o factor mulher pulverizou todas as referências e apareceu como uma variável iconoclasta do choque pela presidência de uma república que é simbolizada por uma mulher (Marianne) mas que foi desde sempre dirigida por grandes homens. Mesmo quando eram de pequena estatura como foi Bonaparte, a que agora aspira ser o também pequeno Sarkozy.

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:: enviado por JAM :: 5/03/2007 11:59:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

sexta-feira, abril 27, 2007

Ai se os franceses tivessem um José Sócrates!...

François Miterrand costumava dizer que a França é estruturalmente de direita e que a esquerda é incapaz de ganhar uma eleição presidencial sem a ajuda do valor acrescentado do seu candidato. Hoje, seria preciso acrescentar: e do centro.
A vida política francesa parece de facto estar a evoluir para um cenário à italiana com três forças, em que a esquerda estaria destinada a aliar-se ao centro para poder vencer a direita.
Ao endurecer o seu programa conservador e ultra-liberal, Nicolas Sarkozy aproximou-se tanto da extrema-direita que libertou o espaço mais do que necessário para a criação de um verdadeiro partido do centro. De tal modo que o principal obstáculo no caminho de Sarkozy é hoje François Bayrou. Ao aceitar um debate televisivo com os socialistas, o candidato centrista conseguiu mergulhar no embaraço o seu adversário de direita, que vê pela primeira vez escapar-se-lhe o ritmo da campanha.
A segunda volta tornou-se de súbito um combate a três. O seu desfecho dependerá do esforço dos socialistas para, também eles, ocuparem o centro. O velho sonho do antigo primeiro-ministro Michel Rocard de deslocar o PS nessa direcção, como forma de libertar o partido das alianças com a esquerda mais radical, está à beira de se tornar realidade.
Muitos socialistas esperam pela vitória, por agora improvável, de Segolène Royal para centrar o partido. Uma aposta arriscada que, o futuro o dirá, talvez venha demasiado tarde. Sabê-lo-emos dentro de pouco mais de uma semana.

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:: enviado por JAM :: 4/27/2007 12:24:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::