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22.6.10

Celso Amorim em Bucareste

O Chanceler Celso Amorim realizou hoje visita histórica a Bucareste, a convite de Teodor Baconschi, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Romênia. No contexto dos mais de 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países, trata-se da primeira visita de um chanceler brasileiro, além de ser a primeira de um ministro das relações exteriores latino-americano desde a adesão da Romênia à União Européia.

Amorim e Baconschi analisaram o atual estádio das relações bilaterais, no sentido de criar as premissas para uma cooperação pragmática e substancial, sobretudo no campo econômico. A agenda do encontro ainda incluiu assuntos de interesse regional e global, como por exemplo a reforma do Conselho de Segurança da ONU, a questão nuclear iraniana e a reunião do G-20 em Toronto.

Ao término das conversações, os dois Ministros de Estado participaram de uma conferência de imprensa, na sede da Chancelaria romena.

Fonte: Ministério dos Negócios Estrangeiros da Romênia

9.7.09

Cristo de cabeça romena

Cada cidade – pequena ou grande – geralmente tem suas boas referências paisagísticas e/ou monumentais. O Rio de Janeiro, pólo turístico hipnotizador, não poderia ser diferente. Além da sua beleza natural, apresenta obras humanas que encantam os olhos de todos aqueles que ali chegam por via terrestre, marítima ou aérea. Trata-se do Cristo do Corcovado, gigantesco e ousado, poesia em concreto armado, planejado e executado na Europa e trasladado para os trópicos a fim de encantar os que têm a sensibilidade de enxergar o mundo, a partir das belezas que nos cercam.

A maquete daquela obra ficou por conta do escultor francês Paul Landowsky (1875-1961), de ascendência polonesa, mas quem executou a cabeça daquele monumento foi Gheorghe Leonida, jovem escultor romeno, estudante em Paris. Este nasceu em Galati (1892). Filho do Coronel Anastase Gill e Anatilda Gill. Estudos secundários e curso superior em Bucareste, tendo concluído este no Conservatório de Arte de Bucareste. Especializou-se em Roma. Sofreu influência de Rodin. Muitos de suas obras enriquecem os museus do seu país e do Exterior. Viveu metade de um século, isto é, de 1892 a 1942.

Quanto ao Cristo Redentor, aqui seguem algumas informações interessantes:

Estrutura de concreto armado, recoberta por um mosaico à base de esteatita; uma escada interna dá acesso à cabeça e aos braços. A estátua mede 30m de altura e 30m de envergadura, além dos 8m de altura do pedestal; altura da cabeça 3,75m; comprimento de cada mão 8m; peso total 1.145t. O monumento foi inaugurado às 19 horas do dia 12 de outubro de 1931; a ligação para sua iluminação foi feita de Roma, por ondas hertzianas, da estação de Coltano, sob o comando pessoal de Guglielmo Marconi, a bordo do seu iate Electra, fundeado no porto de Gênova. O novo sistema de iluminação do monumento, abrangendo quarenta e quatro refletores de 1000V, também foi inaugurado com ligação direta do Vaticano, pelo papa Paulo VI, no dia 31 de dezembro de 1964.

Fonte: Reprodução do artigo Quem construiu a cabeça do Cristo Redentor?, de autoria do Professor Ático Vilas-Boas da Mota, publicado em 4 de julho de 2009 na rubrica Janela Cultural da Rádio Melodia.

30.3.09

Quem inventou a caneta tinteiro?

Na história das invenções e das descobertas nem sempre a memória coletiva registra e divulga os nomes daqueles que, de uma forma ou de outra, têm contribuído - e muito - pelo desenvolvimento material da humanidade. Em alguns casos, ocorre um deselegante e ingrato esquecimento! É o caso do invento da caneta tinteiro, uma invenção muito útil. Quem se lembra do nome do seu inventor? Há algum tempo, andei pesquisando em enciclopédias e diversas fontes históricas. Só encontrei, em todos eles, o véu do esquecimento cobrindo o nome do inventor. Nenhuma referência, nenhuma notícia, nenhuma pista que pudesse localizá-lo no tempo e no espaço. Esclareça-se: com exceção das obras romenas, porque ele nasceu no país de Eugenio Ionesco, Emil Cioran e Mircea Eliade. Chamava-se Petrache Poenaru. Nasceu em 10 de janeiro de 1799, na obscura Benesti, município de Vâlcea e faleceu, em Bucareste, em 2 de outubro de 1875. Polígrafo. Exerceu várias funções, inclusive as pedagógicas. Estudou em várias instituições européias, além de ter palmilhado diversos países da Europa. Pode ser considerado um autêntico iluminista devido a sua insistência em valorizar, aperfeiçoar e difundir a instrução. Bastante cauteloso, persistente e previdente, inventou a caneta-tinteiro, que em boa hora foi registrada em Paris e Viena com o longo titulo de "Condei portaret, fara sfarsit, alimentându-se insusi cu cerneala" (Caneta portátil, inesgotável, alimentando-se a si mesma com tinta), sendo por conseguinte a verdadeira precursora da caneta-tinteiro, antepassada das nossas modernas esferográficas. Revelou-se um espírito bastante cauteloso ao realizar duas viagens - uma a Paris e outra a Viena - com a única finalidade de ali registrar o seu importante e curioso invento, conseguindo, deste modo, livrar-se dos piratas que inescrupulosamente costumam furtar as criações alheias com frieza e descaramento. Com certa freqüência, os periódicos romenos vêm estampando o respectivo diploma do registro daquele objeto ("brevet").

Não fora este gesto de seu país, talvez o nome dele já estivesse sepultado para sempre no limbo do esquecimento. Aliás, nunca seria demasiado repetir que, infelizmente, os países periféricos são injustiçados pelas maquinações das nações ditas hegemônicas, pois estas estão sempre olhando para os próprios umbigos, não cedendo, portanto, muito espaço para que os valores culturais de outros povos sejam melhor conhecidos. Estes últimos, por isto mesmo, são vitimas do imperialismo cultural, uma das vertentes do imperialismo em geral. Trata-se pois de autêntica asfixia que atinge os países da periferia em relação aos donos do mundo.

A caneta tinteiro, invenção romena, utilizada no mundo inteiro, foi vitima da ingratidão, traço negativo que atingiu até mesmo as grandes fábricas de canetas-tinteiros e/ou esferográficas que nas suas propagandas jamais se lembraram de citar ou divulgar o nome do seu inventor. Será que elas acham que este instrumento surgiu por ele mesmo, espontaneamente, como se fosse um cogumelo?

É preciso louvar esta invenção romena, hoje utilizada no mundo inteiro e recordar o pensamento do Padre Antônio Vieira. "A gratidão é a memória do coração".

Obrigado, Petrache Poenaru! Escrevi esta minicrônica utilizando uma caneta esferográfica, filha (ou neta) da caneta que você presenteou ao mundo, em pleno século XIX! Obrigado! Muito obrigado!

Fonte: Reprodução do artigo Quem inventou a caneta tinteiro?, de autoria do Professor Ático Vilas-Boas da Mota, publicado em 6 de março de 2009 na rubrica Janela Cultural da Rádio Melodia

26.3.09

Pura invenção irlandesa

O poder da imaginação não tem limite, o que nos faz lembrar a costumeira assertiva: Fulano tem uma imaginação fértil, correspondendo ao que os nossos irmãos argentinos preferem dizer: uma imaginação frondosa. Alguns escritores, em quaisquer partes do mundo, usam e abusam deste valor e chegam aos desbragados confins do sonho e da fantasia, sacrificando, na maioria dos casos, o mínimo compromisso com a verossimilhança. Foi o que aconteceu, no fim do século XIX, com o ficcionista irlandês (Abraham) Bram Stoker (1843-1917) ao elaborar o seu famoso ou famigerado romance vampiresco: Conde Drácula (1897) que ultrapassou as fronteiras da realidade histórica e trabalhou apenas com a hiperfantasia. O seu romance - diz-se - foi inspirado na discutida figura de Vlad Tepes (O Empalador), voivoda do País Romeno (Tara Româneasca), posteriormente conhecido como Transilvânia [nota do editor: o autor deve ter-se confundido, pois Tara Româneasca equivale à Valáquia, atual Romênia meridional, ao passo que a Transilvânia constitui uma outra região histórica, que compreende grosso modo o atual centro-oeste romeno]. Este personagem, apesar de muito severo, foi um grande defensor de seu país e, por conseguinte, de seu povo oprimido pela desconfortável dominação turca. Abominava os desonestos e, segundo a tradição oral, de sua ira não escaparam sequer alguns de seus ministros. Vale a pena reafirmar que, apesar de seus gestos pouco cristãos, conforme testemunhos da oralidade, tinha pelo menos uma obsessiva virtude: a sede de liberdade, tendo sabido lutar por ela, conseguindo algumas vitórias em sangrentas batalhas contra os dominadores.

O apodo de Drácula foi herdado do seu pai Vlad II, Dracul (= o dragão, mas também o diabo). Este personagem era tão áspero quanto o filho, conforme a opinião dos camponeses romenos. Mas o nome pode estar ligado ao fato de ter sido membro de uma sociedade cristã romana chamada Ordem do Dragão.

A ficção de Stoker não tem qualquer compromisso com a verossimilitude, haja vista que na nobiliarquia romena nunca se usou o título de conde.

Visitei o castelo Bran, suposta residência do Drácula, embora ali tivesse sido um mero posto alfandegário onde ele passava algum tempo. Viveu sempre em Bucareste (Capital da Muntênia, hoje parte integrante da Romênia e ali se pode contemplar ainda as ruínas de sua residência voivodal (Sic transit mundi). Acha-se sepultado numa cidadezinha (Snagov), nos arredores da capital romena (Sic transit gloria mundi).

A imprensa internacional hodierna, dando prosseguimento à visão de Stoker, noticiou, há pouco tempo, que "na sepultura de Vlad Tepes foram encontrados apenas ossos de cavalo!"

Fonte: Reprodução do artigo Conde Drácula, Pura Invenção Irlandesa, de autoria do Professor Ático Vilas-Boas da Mota, publicado em 18 de janeiro de 2009 na rubrica Janela Cultural da Rádio Melodia

23.3.09

Rei romeno: bisneto do imperador brasileiro

Muito se escreveu sobre as relações Brasil-Romênia, num árduo exercício semelhante à extração de leite de pedra. Os dois países, tão distantes um do outro, dificilmente poderiam exibir pontos essenciais em sua parca história comum. O monótono garimpo, entretanto, vez ou outra traz à tona uma pepita digna de interesse. Desta vez, trata-se de um parentesco direto entre dois monarcas, um brasileiro e outro romeno, de cuja menção não tenho conhecimento em nenhum livro ou artigo dedicado aos laços entre ambos os países.

Eis que pesquisando, por simples curiosidade, a genealogia do Rei Fernando I (1865-1927) da Romênia, descubro que ele é, por parte de avó materna, bisneto de Dom Pedro I, Imperador do Brasil!

Explico: Fernando de Hohenzollern-Sigmaringen era filho de Dona Antónia de Bragança que, por sua vez, era filha de Dona Maria II, Rainha de Portugal, filha do Imperador Pedro I!

9.2.08

Rei Carol I e Imperador Pedro II

Datoram lui Alexandru Duiliu Zamfirescu, trimis extraordinar si ministru plenipotentiar al României la Rio de Janeiro între 1934-1936, recuperarea pentru arhivele Ministerului Afacerilor Externe a unui set de documente aflate în arhivele braziliene de la Itamaraty. Aceste documente clarifica problema începutului relatiilor diplomatice dintre România si Brazilia, initial fixata în 1880 si pusa în legatura cu misiunea de Traian Ionescu pe baza unor documente din arhiva Ministerului Afacerilor Externe din anul 1876. Autorul mentionat considera ca ar fi existat înca dinainte legaturi între România si Brazilia pe care, afirma el," nu le gasim atestate în alte documente".

Cercetarea dosarelor din Fondul Casa Regala aflat la Arhiva Nationala mi-a oferit sansa descoperirii relatiilor oficiale dintre România si Brazilia, fixând-o la nivelul anului 1866. Este vorba de o scrisoare, în limba franceza, trimisa de Carol I rudei sale îndepartate împaratul Pedro al II-lea al Braziliei, contrasemnata de Gheorghe Stirbei (ministru de Externe în guvernul Ion Ghica), a carei traducere o publicam în continuare:

Sire,
Interesul bine-cunoscut pe care Majestatea Voastra îl manifesta fata de problemele europene si legaturile care o unesc cu cele mai ilustre case suverane, mi-au inspirat o vie dorinta de a intra în relatii directe cu Ea în numele Guvernului României [s.n.]. Daca nelinistile generate Turciei dinspre nord, de noua stare de lucruri, au împiedicat-o sa accepte imediat faptul împlinit, sunt fericit sa pot anunta Majestatii Voastre ca Sultanul si Marile Puteri Garante, dând dreptate intentiilor mele si dorintei mele de a respecta tratatele, m-au recunoscut oficial ca Principe al României.

Nu am nici o îndoiala, Sire, ca Majestatea Voastra va lua la cunostinta cu satisfactie ca pacea este de acum asigurata natiunii Române pe care originea comuna o leaga atât de strâns de poporul brazilian si, în ceea ce ma priveste, distanta care ma separa de Majestatea Voastra nu poate sa puna stavila sentimentelor de intima legatura si de profund respect cu care sunt, Sire, al Majestatii Voastre foarte umilul si foarte devotatul Carol.

Bucuresti- 8/20 Noiembrie 1866

Autor: Doru Bratu