Mostrando postagens com marcador música. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador música. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 24 de março de 2011

FMI















Porque a música também é arte e faz parte da luta. Zé Mário Branco com um texto de 1979, que não tem mesmo nada de actual:

Vou, vou-vos mostrar mais um pedaço da minha vida, um pedaço um pouco especial, trata-se de um texto que foi escrito, assim, de um só jorro, numa noite de Fevereiro de 79, e que talvez tenha um ou outro pormenor que já não é muito actual. Eu vou-vos dar o texto tal e qual como eu o escrevi nessa altura, sem ter modificado nada, por isso vos peço que não se deixem distrair por esses pormenores que possam ser já não muito actuais e que isso não contribua para desviar a vossa atenção do que me parece ser o essencial neste texto.
Chama-se FMI.
Quer dizer: Fundo Monetário Internacional.
Não sei porque é que se riem, é uma organização democrática dos países todos, que se reúnem, como as pessoas, em torno de uma mesa para discutir os seus assuntos, e no fim tomar as decisões que interessam a todos…
É o internacionalismo monetário!

















FMI


Cachucho não é coisa que me traga a mim
Mais novidade do que lagostim
Nariz que reconhece o cheiro do pilim
Distingue bem o Mortimore do Meirim
A produtividade, ora aí está, quer dizer

Há tanto nesta terra que ainda está por fazer
Entrar por aí a dentro, analisar, e então
Do meu ‘attachi-case’ sai a solução!

FMI Não há graça que não faça o FMI
FMI O bombástico de plástico para si
FMI Não há força que retorça o FMI

Discreto e ordenado mas nem por isso fraco
Eis a imagem ‘on the rocks’ do cancro do tabaco
Enfio uma gravata em cada fato-macaco
E meto o pessoal todo no mesmo saco
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Não ando aqui a brincar, não há tempo a perder
Batendo o pé na casa, espanador na mão
É só desinfectar em superprodução!

FMI Não há truque que não lucre ao FMI
FMI O heróico paranóico ‘hara-quiri’
FMI Panegírico, pro-lírico daqui

Palavras, palavras, palavras e não só
Palavras para si e palavras para dó
A contas com o nada que swingar o sol-e-dó
Depois a criadagem lava o pé e limpa o pó
A produtividade, ora nem mais, célulazinhas cinzentas
Sempre atentas
E levas pela tromba se não te pões a pau
Num encontrão imediato do 3º grau!

FMI Não há lenha que detenha o FMI
FMI Não há ronha que envergonhe o FMI
FMI …
















Entretém-te filho, entretém-te, não desfolhes em vão este malmequer que bem-te-quer, mal-te-quer, vem-te-quer, ovomalt’e-quer, messe gigantesca, vem-te vindo, vi-me na cozinha, vi-me na casa-de-banho, vi-me no Politeama, vi-me no Águia D’ouro, vi-me em toda a parte, vem-te filho, vem-te comer ao olho, vem-te comer à mão, olha os pombinhos pneumáticos que te orgulham por esses cartazes fora, olha a Música no Coração da Indira Gandi, olha o Muchê Dyane que te traz debaixo d’olho, o respeitinho é muito lindo e nós somos um povo de respeito, né filho? Nós somos um povo de respeitinho muito lindo, saímos à rua de cravo na mão sem dar conta de que saímos à rua de cravo na mão a horas certas, né filho? Consolida filho, consolida, enfia-te a horas certas no casarão da Gabriela que o malmequer vai-te tratando do serviço nacional de saúde. Consolida filho, consolida, que o trabalhinho é muito lindo, o teu trabalhinho é muito lindo, é o mais lindo de todos, como o astro, não é filho? O cabrão do astro entra-te pela porta das traseiras, tu tens um gozo do caraças, vais dormir entretido, não é? Pois claro, ganhar forças, ganhar forças para consolidar, para ver se a gente consegue num grande esforço nacional estabilizar esta destabilização filha-da-puta, não é filho? Pois claro! Estás aí a olhar para mim, estás a ver-me dar 33 voltinhas por minuto, pagaste o teu bilhete, pagaste o teu imposto de transação e estás a pensar lá com os teus botões: Este tipo está-me a gozar, este gajo quem é que julga que é? Né filho? Pois não é verdade que tu és um herói desde de nascente? A ti não é qualquer totobola que te enfia o barrete, meu grande safadote! Meu Fernão Mendes Pinto de merda, né filho? Onde está o teu Extremo Oriente, filho? Ah-ni-qui-bé-bé, ah-ni-qui-bó-bó, tu és ‘Sepuldra’ tu és Adamastor, pois claro, tu sozinho consegues enrabar as Nações Unidas com passaporte de coelho, não é filho? Mal eles sabem, pois é, tu sabes o que é gozar a vida! Entretém-te filho, entretém-te! Deixa-te de políticas que a tua política é o trabalho, trabalhinho, porreirinho da Silva, e salve-se quem puder que a vida é curta e os santos não ajudam quem anda para aqui a encher pneus com este paleio de Sanzala e ritmo de pop-xula, não é filho?
A one, a two, a one two three

FMI dida didadi dadi dadi da didi
FMI …

Come on you son of a bitch! Come on baby a ver se me comes! Come on Luís Vaz, ‘amanda’-lhe com os decassílabos que os senhores já vão ver o que é meterem-se com uma nação de poetas! E zás, enfio-te o Manuel Alegre no Mário Soares, zás, enfio-te o Ary dos Santos no Álvaro de Cunhal, zás, enfio-te o Zé Fanha no Acácio Barreiros, zás, enfio-te a Natalia Correia no Sá Carneiro, zás, enfio-te o Pedro Homem de Melo no Parque Mayer e acabamos todos numa sardinhada ao integralismo Lusitano, a estender o braço, meio Rolão Preto, meio Steve McQueen, ok boss, tudo ok, estamos numa porreira meu, um tripe fenomenal, proibido voltar atrás, viva a liberdade, né filho? Pois, o irreversível, pois claro, o irreversívelzinho, pluralismo a dar com um pau, nada será como dantes, agora todos se chateiam de outra maneira, né filho? Ora que porra, deixa lá correr uma fila ao menos, malta pá, é assim mesmo, cada um a curtir a sua, podia ser tão porreiro, não é? Preocupações, crises políticas pá? A culpa é dos partidos pá! Esta merda dos partidos é que divide a malta pá, pois pá, é só paleio pá, o pessoal na quer é trabalhar pá! Razão tem o Jaime Neves pá! (Olha deixaste cair as chaves do carro!) Pois pá! (Que é essa orelha de preto que tens no porta-chaves?) É pá, deixa-te disso, não destabilizes pá! Eh, faz favor, mais uma bica e um pastel de nata. Uma porra pá, um autentico desastre o 25 de Abril, esta confusão pá, a malta estava sossegadinha, a bica a 15 tostões, a gasosa a sete e coroa… Tá bem, essa merda da pide pá, Tarrafais e o carágo, mas no fim de contas quem é que não colaborava, ah? Quantos bufos é que não havia nesta merda deste país, ah? Quem é que não se calava, quem é que arriscava coiro e cabelo, assim mesmo, o que se chama arriscar, ah? Meia dúzia de líricos, pá, meia dúzia de líricos que acabavam todos a fugir para o estrangeiro, pá, isto é tudo a mesma carneirada! Oh sr. guarda venha cá, á, venha ver o que isto é, é, o barulho que vai aqui, i, o neto a bater na avó, ó, deu-lhe um pontapé no cu, né filho? Tu vais conversando, conversando, que ao menos agora pode-se falar, ou já não se pode? Ou já começaste a fazer a tua revisãozinha constitucional tamanho familiar, ah? Estás desiludido com as promessas de Abril, né? As conquistas de Abril! Eram só paleio a partir do momento que tas começaram a tirar e tu ficaste quietinho, né filho? E tu fizeste como o avestruz, enfiaste a cabeça na areia, não é nada comigo, não é nada comigo, né? E os da frente que se lixem… E é por isso que a tua solução é não ver, é não ouvir, é não querer ver, é não querer entender nada, precisas de paz de consciência, não andas aqui a brincar, né filho? Precisas de ter razão, precisas de atirar as culpas para cima de alguém e atiras as culpas para os da frente, para os do 25 de Abril, para os do 28 de Setembro, para os do 11 de Março, para os do 25 de Novembro, para os do… que dia é hoje, ah?

FMI Dida didadi dadi dadi da didi
FMI …

Não há português nenhum que não se sinta culpado de qualquer coisa, não é filho? Todos temos culpas no cartório, foi isso que te ensinaram, não é verdade? Esta merda não anda porque a malta, pá, a malta não quer que esta merda ande, tenho dito. A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém, não é isto verdade? Quer isto dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular! Somos todos muita bons no fundo, né? Somos todos uma nação de pecadores e de vendidos, né? Somos todos, ou anti-comunistas ou anti-faxistas, estas coisas até já nem querem dizer nada, ismos para aqui, ismos para acolá, as palavras é só bolinhas de sabão, parole parole parole e o Zé é que se lixa, cá o pintas azeite mexilhão, eu quero lá saber deste paleio vou mas é ao futebol, pronto, viva o Porto, viva o Benfica, Lourosa, Lourosa, Marraças, Marraças, fora o arbitro, gatuno, bora tudo p’ro caralho, razão tinha o Tonico de Bastos para se entreter, né filho? Entretém-te filho, com as tuas viúvas e as tuas órfãs que o teu delegado sindical vai tratando da saúde aos administradores, entretém-te, que o ministro do trabalho trata da saúde aos delegados sindicais, entretém-te filho, que a oposição parlamentar trata da saúde ao ministro do trabalho, entretém-te, que o Eanes trata da saúde à oposição parlamentar, entretém-te, que o FMI trata da saúde ao Eanes, entretém-te filho e vai para a cama descansado que há milhares de gajos inteligentes a pensar em tudo neste mesmo instante, enquanto tu adormeces a não pensar em nada, milhares e milhares de tipos inteligentes e poderosos com computadores, redes de policia secreta, telefones, carros de assalto, exércitos inteiros, congressos universitários, eu sei lá! Podes estar descansado que o Teng Hsiao-Ping está a tratar de ti com o Jimmy Carter, o Brezhnev está a tratar de ti com o João Paulo II, tudo corre bem, a ver quem se vai abotoar com os 25 tostões de riqueza que tu vais produzir amanhã nas tuas oito horas. A ver quem vai ser capaz de convencer de que a culpa é tua e só tua se o teu salário perde valor todos os dias, ou de te convencer de que a culpa é só tua se o teu poder de compra é como o rio de S. Pedro de Moel que se some nas areias em plena praia, ali a 10 metros do mar em maré cheia e nunca consegue desaguar de maneira que se possa dizer: porra, finalmente o rio desaguou! Hão te convencer de que a culpa é tua e tu sem culpa nenhuma, tens tu a ver, tens tu a ver com isso, não é filho? Cada um que se vá safando como puder, é mesmo assim, não é? Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer, votas à esquerda moderada nas sindicais, votas no centro moderado nas deputais, e votas na direita moderada nas presidenciais! Que mais querem eles, que lhe ofereças a Europa no natal?! Era o que faltava! É assim mesmo, julgam que te levam de mercedes, ora toma, para safado, safado e meio, né filho? Nem para a frente nem para trás e eles que tratem do resto, os gatunos, que são pagos para isso, né? Claro! Que se lixem as alternativas, para trabalho já me chega. Entretém-te meu anjinho, entretém-te, que eles são inteligentes, eles ajudam, eles emprestam, eles decidem por ti, decidem tudo por ti, se hás-de construir barcos para a Polónia ou cabeças de alfinete para a Suécia, se hás-de plantar tomate para o Canada ou eucaliptos para o Japão, descansa que eles tratam disso, se hás-de comer bacalhau só nos anos bissextos ou hás-de beber vinho sintético de Alguidares-de-Baixo! Descansa, não penses em mais nada, que até neste país de pelintras se acho normal haver mãos desempregadas e se acha inevitável haver terras por cultivar! Descontrai baby, come on descontrai, arrefinfa-lhe o Bruce Lee, arrefinfa-lhe a macrobiótica, o biorritmo, o euroscópio, dois ou três ofeneologistas, um gigante da ilha de Páscoa e uma Grace do Mónaco de vez em quando para dar as boas festas às criancinhas! Piramiza filho, piramiza, antes que os chatos fujam todos para o Egipto, que assim é que tu te fazes um homenzinho e até já pagas multa se não fores ao recenseamento. Pois pá, isto é um país de analfabetos, pá! Dá-lhe no Travolta, dá-lhe no disco-sound, dá-lhe no pop-xula, pop-xula pop-xula, iehh iehh, J. Pimenta forever! Quanto menos souberes a quantas andas melhor para ti, não te chega para o bife? Antes no talho do que na farmácia; não te chega para a farmácia? Antes na farmácia do que no tribunal; não te chega para o tribunal? Antes a multa do que a morte; não te chega para o cangalheiro? Antes para a cova do que para não sei quem que há-de vir, cabrões de vindouros, ah? Sempre a merda do futuro, a merda do futuro, e eu ah? Que é que eu ando aqui a fazer? Digam lá, e eu? José Mário Branco, 37 anos, isto é que é uma porra, anda aqui um gajo cheio de boas intenções, a pregar aos peixinhos, a arriscar o pêlo, e depois? É só porrada e mal viver é? O menino é mal criado, o menino é ‘pequeno burguês’, o menino pertence a uma classe sem futuro histórico… Eu sou parvo ou quê? Quero ser feliz porra, quero ser feliz agora, que se foda o futuro, que se foda o progresso, mais vale só do que mal acompanhado, vá mandem-me lavar as mãos antes de ir para a mesa, filhos da puta de progressistas do caralho da revolução que vos foda a todos! Deixem-me em paz porra, deixem-me em paz e sossego, não me emprenhem mais pelos ouvidos caralho, não há paciência, não há paciência, deixem-me em paz caralho, saiam daqui, deixem-me sozinho, só um minuto, vão vender jornais e governos e greves e sindicatos e policias e generais para o raio que vos parta! Deixem-me sozinho, filhos da puta, deixem só um bocadinho, deixem-me só para sempre, tratem da vossa vida que eu trato da minha, pronto, já chega, sossego porra, silêncio porra, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me morrer descansado. Eu quero lá saber do Artur Agostinho e do Humberto Delgado, eu quero lá saber do Benfica e do bispo do Porto, eu quero se lixe o 13 de Maio e o 5 de Outubro e o Melo Antunes e a rainha de Inglaterra e o Santiago Carrilho e a Vera Lagoa, deixem-me só porra, rua, larguem-me, zórpila o fígado, arreda, ‘terneio’ Satanás, filhos da puta. Eu quero morrer sozinho ouviram? Eu quero morrer, eu quero que se foda o FMI, eu quero lá saber do FMI, eu quero que o FMI se foda, eu quero lá saber que o FMI me foda a mim, eu vou mas é votar no Pinheiro de Azevedo se eu tornar a ir para o hospital, pronto, bardamerda o FMI, o FMI é só um pretexto vosso seus cabrões, o FMI não existe, o FMI nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o FMI é uma finta vossa para virem para aqui com esse paleio, rua, desandem daqui para fora, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe…



















Mãe, eu quero ficar sozinho… Mãe, não quero pensar mais… Mãe, eu quero morrer mãe.
Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe… Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar…

Assim mesmo, como entrevi um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o azul dos operários da Lisnave a desfilar, gritando ódio apenas ao vazio, exército de amor e capacetes, assim mesmo na Praça de Londres o soldado lhes falou: Olá camaradas, somos trabalhadores, eles não conseguiram fazer-nos esquecer, aqui está a minha arma para vos servir. Assim mesmo, por detrás das colinas onde o verde está à espera se levantam antiquíssimos rumores, as festas e os suores, os bombos de lava-colhos, assim mesmo senti um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o bater inexorável dos corações produtores, os tambores. De quem é o carvalhal? É nosso! Assim te quero cantar, mar antigo a que regresso. Neste cais está arrimado o barco sonho em que voltei. Neste cais eu encontrei a margem do outro lado, Grandola Vila Morena. Diz lá, valeu a pena a travessia? Valeu pois.

Pela vaga de fundo se sumiu o futuro histórico da minha classe, no fundo deste mar, encontrareis tesouros recuperados, de mim que estou a chegar do lado de lá para ir convosco. Tesouros infindáveis que vos trago de longe e que são vossos, o meu canto e a palavra, o meu sonho é a luz que vem do fim do mundo, dos vossos antepassados que ainda não nasceram. A minha arte é estar aqui convosco e ser-vos alimento e companhia na viagem para estar aqui de vez. Sou português, pequeno burguês de origem, filho de professores primários, artista de variedades, compositor popular, aprendiz de feiticeiro, faltam-me dentes. Sou o Zé Mário Branco, 37 anos, do Porto, muito mais vivo que morto, contai com isto de mim para cantar e para o resto.

José Mário Branco

quarta-feira, 19 de maio de 2010

FADE TO BLACK





DEDICATED TO OUR FRIEND RONNIE (Ronnie James Dio), falecido no sábado passado.

Um dos grandes momentos da noite de ontem, e espero que da de hoje também.

domingo, 25 de abril de 2010

Maré Alta

A memória do Sr. Silva é curta, porém a hipocrisia é enorme. Como pode ter a lata de recordar o nome de Salgueiro Maia, quando o tratou tão mal em vida? Será que vamos ter que aturar este dinossauro por mais quatro anos?

O que interessa é não perder a esperança pois um dia a Liberdade ainda vai passar por aqui:


domingo, 24 de janeiro de 2010

VIE HÉROÏQUE


- BANDE-ANNONCE HD (le film)
Enviado por baryla. - Televisão clássica online

O "enfant terrible" da música francesa volta a estar na moda.

A 18 de Fevereiro nos cinemas.

sábado, 23 de janeiro de 2010

SIMMONS E BRANDO



Para recordar: Jean Simmons e Marlon Brando, dois grandes actores, numa cena belíssima do filme "Eles e Elas"(Guys and Dolls), Joseph L. Mankiewicz, 1955.

Eyes of a Woman in Love

Sky:
Your eyes are the eyes of a woman in love;
And oh how they give you away.
Why try to deny you're a woman in love,
When I know very well, what I say?

I say no moon in the sky ever lent such a glow;
That same gleam deep within makes them shine.
Your eyes are the eyes of a woman in love,
And may they gaze evermore into mine.

Sara:
And what about you?
It's got you too.
Your eyes are the eyes of a man
whose in love;

Sky:
That same gleam deep within makes them shine.

Sky & Sara:
Your eyes are the eyes of a woman(man)
whose in love, and may they gave evermore into mine. Tenderly gaze evermore into mine.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

PODEM IR ESCOLHENDO A MINHA PRENDINHA

Por falar em Natal e televisão, esta é uma daquelas alturas consumistas do ano, em que a TV nos massacra com anúncios de brinquedos e de perfumes. Grande parte dos anúncios são mesmo de fugir, no entanto de vez em quando há alguns que valem mesmo a pena.
Selecionei então alguns anúncios de perfumes que encontrei no You Tube e achei interessantes.

Eu não sou garande adepto do consumismo exagerado, no entanto aproveito para lembrar que estamos na época natalícia, e que estou quase a fazer anos e já estou farto da peúguita da praxe.



Este é o mais lindo de todos, com o delícioso "Good Friday" de Coco Rosie. Aliás os anúncios da Kenzo, no conjunto, são de longe os melhores.



Este só pela música já merecia estar aqui.



Começa com os Pixies e prossegue com alguns clássicos do cinema.
Simplesmente fabuloso!



"Obsession" o anúncio polémico com Eva Mendes.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

MEMÓRIA DA NOITE - NON NOS HUMILLAREDES NUNCA MAIS!





Madrugada, o porto adormeceu, amor,
a lúa abanea sobre as ondas
piso espellos antes de que saia o sol
na noite gardei a túa memoria.

Perderei outra vez a vida
cando rompa a luz nos cons,
perderei o día que aprendín a bicar
palabras dos teus ollos sobre o mar,
perderei o día que aprendín a bicar
palabras dos teus ollos sobre o mar.

Veu o loito antes de vir o rumor,
levouno a marea baixo a sombra.
Barcos negros sulcan a mañá sen voz,
as redes baleiras, sen gaivotas.

E dirán, contarán mentiras
para ofrecerllas ao Patrón:
quererán pechar cunhas moedas, quizais,
os teus ollos abertos sobre o mar,
quererán pechar cunhas moedas, quizais,
os teus ollos abertos sobre o mar.

Madrugada, o porto despertou, amor,
o reloxo do bar quedou varado
na costeira muda da desolación.
Non imos esquecer, nin perdoalo.

Volverei, volverei á vida
cando rompa a luz nos cons
porque nós arrancamos todo o orgullo do mar,
non nos afundiremos nunca máis
que na túa memoria xa non hai volta atrás:
non nos humillaredes NUNCA MÁIS.

Luar Na Lubre

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

LAZARUS



Fiz esta pequena brincadeira, aproveitando o riquíssimo universo gráfico desta banda, para celebrar o seu regresso ao nosso país.
PORCUPINE TREE:
Dia 20 de Novembro na Incrível Almadense
Dia 21 de Novembro no Teatro Sá da Bandeira no Porto.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

SKUNK ANANSIE



Nove anos depois, ela não envelheceu nem um dia, e está ainda mais explosiva.
Um grande concerto!
Hoje à noite à mais no Porto.

Para recordar, "Secretly" de "Post Orgasmic Chill", 1999.

domingo, 1 de novembro de 2009

SAD AND BEAUTIFULL WORLD



Mark Linkous dos Sparklehorse era uma das pessoas que António Sérgio convidaria para jantar assim escolhi esta belíssima canção para homenagear o locutor.

O ADEUS A ANTÓNIO SÉRGIO

«Já não é o bichinho da rádio que morde, já sou eu que sou o bicho da rádio!»

Numa altura em que ainda não havia internet para "sacar" músicas ou "MySpace" para conhecer as bandas, era com os amigos, as cassetes emprestadas ou por alguma rádio que se podiam conhecer as tendências musicais mais alternativas.

Por essa altura era sempre um prazer ouvir programas como o Rock em Stock ou o Lança-Chamas, com a voz inconfundível de António Sérgio.


Nesses idos anos 80 a "Rádio Comercial" era a minha grande companhia, e sempre acompanhei o António Sérgio, lembro-me do "Som da Frente" e a Hora do Lobo por exemplo. Foi até a Rádio Comercial começar a fazer jus ao seu nome que deixei de a ouvir. Foi também por esse mesmo motivo que programas de autor, começaram a desaparecer da rádio, substituidos pelas horrendas "playlists" que passam horas sempre a passar as mesmas músicas. Foi essa mesma política que despediu um dos mais carismáticos locutores do meu tempo. Felizmente não lhe faltou emprego pois foi contratado pela "Radar" onde apresentava o programa Viriato 25 e fazia também "voz off" na SIC.
Assim perdemos um dos últimos grandes radialistas portugueses. Já sinto a falta daquela voz inconfundível.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

WAY OUT OF HERE



Enquanto não tenho na mão o novo "The Incident" aqui fica uma recordação do último álbum dos PT com este belíssimo "Way out of Here".

Out at the train tracks
I dream of escape
But a song comes onto my iPod
And I realize it's getting late

I can't take the staring
And the sympathy
And I don't like the questions:
"How do you feel? How's it going in school? Do you wanna talk about it..."

Way out, way out of here
Fade out, fade out, vanish

I'll try to forget you
And I know that I will
In a thousand years
Or maybe a week

I'll burn all your pictures
Cut out your face
And the shutters are down
And the curtains are closed
And I've covered my tracks
Disposed of the car

And I'll try to forget
Even your name
And the way that you look
When you're sleeping, and dreaming of this..

Way out, way out of here
Fade out, fade out, vanish

(Music: Barbieri/Edwin/Harrison/Wilson)
"Fear of a Blank Planet" (2007)

domingo, 13 de setembro de 2009

ACROSS THE UNIVERSE



Por falar em Beatles, um belíssimo vídeo, com uma magnífica versão de Rufus Wainwright para "Across the Universe" dos "fab four". O vídeo é lindo e consegue, no meu entender, aliar a obra dos Beatles, à grande voz de Rufus e ao mundo surrealista de Magritte.

sábado, 12 de setembro de 2009

BEATLES REMASTERIZADOS


Esta é a notícia que qualquer bom melómano ansiava:
Os 13 álbums dos Beatles remasterizados: "Please Please Me"; "With the Beatles"; "A Hard Day's Night"; "Beatles for Sale; Help!; Rubber Soul; Revolver; Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band; Magical Mistery Tour; The Beatles ou White Album; Yellow Submarine; Abbey Road; Let it Be e ainda a colectânea Past Masters.

Pela primeira vez o som dos "fab four" surge em grande qualidade digital, da mesma maneira como se Lennon, McCartney, Harrison e Starr tivessem gravado os discos nos dias de hoje. Já podemos olhar para obras-primas como "Revolver", "Sgt. Pepper's" ou o "White Album" com outros ouvidos.

domingo, 23 de agosto de 2009

PHIL LYNOTT

He’s just a boy that his lost his way
He’s a rebel that has fallen down
He’s a fool been blown away
To you and me he’s a renegade

He’s a clown that we put down
He’s a man that doesn’t fit
He’s a king but not in this town
To you and me he’s a renegade

But he is a king when he’s on his own
He’s got a bike and that’s his throne
And when he rides he’s like the wind
To you and me he’s a renegade

He’s just a boy who has lost his sights
He’s a stranger, prowls the night
He’s a devil, that’s right
To you and me he’s a renegade

Check it out, check his face
Look at his eyes, they’re so sly
I wonder why he cries from the inside
I wonder why he’s a renegade

Oh please, I’m on my begged bended knees
Oh please, please heed my call
He’s just a boy that has lost his way
He’s just a boy, that’s all
Phill Lynott, Snowy White.

Se fosse vivo, Phill Lynott faria 60 anos no passado dia 20 de Agosto. Foi líder dos Thin Lizzy, uma das grandes bandas de rock dos anos 70 e 80. Além do fabuloso "Live and Dangerous" (1978), destaco na discografia dos Lizzy este "Renegade" de 1981.

Em 1979, Lynott foi fotografado em Lisboa por Ross Halfin; eis as imagens com um cheirinho a PREC:

"Phil Lynott was one of the coolest people you could ever meet"
Ross Halfin

sábado, 15 de agosto de 2009

WOODSTOCK, 40 ANOS


Woodstock 40 anos, ao som de Canned Heat

Há 40 anos ainda havia quem acreditasse que era possível mudar o mundo. Hoje é essa geração que está no poder...

Woodstock foi há 40 anos. Nos muitos festivais que há hoje seria possível repetir este espírito de música amor e liberdade? Seria possível ir ao Sudoeste e ver jovens a dançar nus ao som da sua banda favorita?

Jimi Hendrix, simplesmente fabuloso.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

STRAVINSKY E BÉJART





Hoje, como muito bem lembra o Google, comemoram-se os 127 anos do nascimento de Igor Stravinsky.

Oportunidade para recordar um dos maiores coreógrafos de sempre; Maurice Béjart (1907-2007)
O coreógrafo francês foi o homem que no dia 6 de Junho de 1968, em pleno Coliseu dos Recreios, anunciou o assassinato de Robert Kennedy. Após um duro discurso contra todas as ditaduras seguiu-se um ensurdecedor minuto de silêncio. Nessa mesma noite, a PIDE foi buscá-lo ao seu quarto de hotel e só largou na fronteira com Espanha. Logo após o 25 de Abril regressa a Portugal para apresentar o mesmo espectáculo; Romeu e Julieta.
Em 1998 foi agraciado pelo Presidente Jorge Sampaio com a Ordem do Infante D. Henrique. Viria a falecer em Lausanne a 22 de Novembro de 2007.


Para a história ficam belas coreografias como esta Sagração da Primavera, Romeu e Julieta ou o inesquecivel Bolero de Ravel imortalizado na fabulosa sequência final do filme de Claude Lelouch Les uns et les autres (1981).

Le Sacre du Printemps é um bailado em dois actos que conta a história de uma jovem imolada ao deus da Primavera, num ritual para trazer boas colheitas à tribo.
A música composta por Stravinsky foi algo de completamente revolucionário para a época e marcou a entrada no modernismo. O bailado estreou no Teatro dos Campos Elíseos em 1913 e foi brindado com uma vaia monumental.

Aqui está um excerto da coreografia de Béjart Para a Sagração da Primavera; Um bailado vivo e pleno de sensualidade tal como era seu timbre.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

AMÁLIA HOJE - GAIVOTA



A belíssma voz de Sónia Tavares dá um brilho especial a esta versão de "Gaivota", famoso tema escrito por Alexandre O'Neill, musicado por Alain Oulman e imortalizado por Amália Rodrigues.

"Amália Hoje" é um projecto liderado por Nuno Gonçalves dos The Gifte conta com as participações de Sónia Tavares, vocalista dos The Gift; Fernando Ribeiro, vocalista dos Moonspell e Paulo Praça ex-Turbo Junkie e Plaza.

Sinceramente estou ansioso por ter o CD na mão para ouvir a versão de "Grito" cantada em dueto entre a Sónia e o Fernando.

Alinhamento:

Fado Português (Sónia Tavares)
Grito (Fernando Ribeiro/Sónia Tavares)
Gaivota (Sónia Tavares)
Nome da Rua (Paulo Praça)
Formiga Bossa Nova (Fernando Ribeiro/Paulo Praça)
Medo (Sónia Tavares)
Abandono (Paulo Praça)
L`important c`est la rose (Paulo Praça/Fernando Ribeiro)
Foi Deus (Sónia Tavares)

domingo, 12 de abril de 2009

STABAT MATER


Stabat Mater dolorosa
Juxta Crucem lacrimosa,
Dum pendebat Filius.


Aproveitando este período pascal deixo-vos um vídeo com uma música belíssima do compositor italiano Giovanni Battista Pergolesi. O Stabat Mater é um hino medieval que, pungentemente, canta a dor de Maria, mãe de Jesus, perante o sofrimento do seu filho pendurado na cruz.

Este é um dos prazeres de se estudar a a arte e a cultura da Idade Média.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

LETS DO IT, LET'S FALL IN LOVE


Birds do it, bees do it
Even educated fleas do it
Let's do it, let's fall in love

In Spain, the best upper sets do it

Lithuanians and Latts do it
Let's do it, let's fall in love

The Dutch in old Amsterdam do it
Not to mention the Fins
Folks in Siam do it - think of Siamese twins

Some Argentines, without means, do it
People say in Boston even beans do it
Let's do it, let's fall in love

Romantic sponges, they say, do it
Oysters down in oyster bay do it
Let's do it, let's fall in love

Cold Cape Cod clams, 'gainst their wish, do it
Even lazy jellyfish, do it
Let's do it, let's fall in love

Electric eels I might add do it
Though it shocks em I know
Why ask if shad do it - Waiter bring me
"shad roe"

In shallow shoals English soles do it
Goldfish in the privacy of bowls do it
Let's do it, let's fall in love

Ella Fitzgerald
"The Cole Porter Song Book"