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segunda-feira, 21 de março de 2011

SE MINHAS MÃOS PUDESSEM DESFOLHAR


Blue Landscape (1949)
Marc Chagall (1887-1985)


Garcia Lorca, no Dia Mundial da Poesia

Eu pronuncio teu nome

nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.


Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.


Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranquila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!

Federico Garcia Lorca (1898-1936)

domingo, 13 de setembro de 2009

ACROSS THE UNIVERSE



Por falar em Beatles, um belíssimo vídeo, com uma magnífica versão de Rufus Wainwright para "Across the Universe" dos "fab four". O vídeo é lindo e consegue, no meu entender, aliar a obra dos Beatles, à grande voz de Rufus e ao mundo surrealista de Magritte.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

DAVID

David
Michelangelo Buonarroti (1475-1564)

Foi no dia 8 de Setembro de 1504 que uma das mais famosas obras de arte do mundo foi apresentada em Florença.
Miguel Angelo demorou cerca de 3 anos para concluír a seu David, que foi construído em mármore de Carrara medindo 5,17 m.

A obra tem fascinado o público ao longo destes 505 anos pelo seu fantástico realismo; desde o cabelo revolto ao pormenor de cada músculo ou das veias da mão, tudo é perfeito. A estátua fascina também pelo seu carácter inovador pois, pela primeira vez, o herói bíblico é representado imediatamente antes da batalha contra o gigante Golias, e não após como em obras anteriores de mestres como Donatello (1386-1466) ou Verrocchio (1435-1488). David parece concentrar-se para o combate contra o gigante que todos consideram impossível de bater.

A estátua permaneceu em frente ao Palácio Velho, na Praça da Senhoria até 1873, data em que foi transferida para a Galeria da Academia de belas Artes de Florença. No seu lugar original foi colocada uma cópia.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

domingo, 5 de julho de 2009

FÁBULA


Estavam ali diante dos meus olhos: era terrível e ao mesmo tempo fascinante.
Ao princípio pensei que ele a estava a matar, logo a seguir percebi que não, que talvez ambos estivessem a morrer, só depois qualquer apelo misterioso e distante se fez carne em mim. Então todo eu fiquei amarrado aos seus gestos, àquela respiração fatigada e difícil, àquele balbucio que lhes saía ralo da boca.

Os seios de Maria caíam nus da blusa. Uma das mãos do carpinteiro perdia-se nos seus cabelos emaranhados, a outra parecia ter-se enterrado na areia. O resto era aquele corpo todo de homem fremente e quase hirto, ao mesmo tempo, à força de concentrar todo o ímpeto nas nádegas, arco de onde a flecha partia, para se cravar exasperada nas entranhas ardentes e sombrias da rapariga. Parecia um cavalo ofegante – os olhos cerrados, o suor escorrendo da raiz dos cabelos, espalhando-se pelas costas, pelos flancos, pelas pernas, quase todas descobertas. Um cavalo cego mordendo o céu branco de agosto. Mas a voz da terra chamou-o, e um relincho prolongado encheu o leito do ribeiro, morreu no alto dos amieiros. Por fim, a paz desceu ao mundo.

Maria olhava o carpinteiro com uns olhos rasos de espanto, como quem tivesse perdido tudo naquele instante. Lentamente passou-lhe a mão pelo cabelo, numa carícia tímida, e começou a chorar. O carpinteiro olhou-a também, mas os seus olhos eram diferentes, havia neles sombra e solidão. Eram uns olhos nocturnos, negros como poços fundos, que afirmavam a morte.

Sem uma palavra, o homem ergueu-se e começou a mijar. A rapariga levantou-se a seguir e, de costas, parecia limpar as pernas. Eu escondi-me melhor atrás dos amieiros, não vi mais nada. Senti os passos de ambos afastarem-se, cada um para seu lado, com o coração pequeno, apertado. De um salto, atirei-me à cama que os seus corpos haviam feito na areia, respirando avidamente, como se o ar pudesse trazer-me mais do que o cheiro morno e acidulado da urina, e deixei de perceber os passos já distanciados, o estalar dos ramos secos aqui e ali, para só ouvir o silêncio.

Era um silêncio no areal, nas árvores, nas nuvens. Um silêncio na tarde, na rua, nas casas. Um silêncio no pão, na água. Um silêncio que se tornava dia a dia mais pesado mais devorador.
Um silêncio feito dos seios de Maria, dos flancos suados do carpinteiro, que me despertava a carne durante a noite, me fechava os olhos pela madrugada, me dava vontade de fugir durante o dia.

Eugénio de Andrade.
Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica
Selecção, prefácio e notas de Natália Correia.
3.ª Edição (2005), Antígona
Imagem:
Daphnis and Chloe (1890)
Ilustração de Raphaël Collin

quinta-feira, 2 de julho de 2009

BRINCANDO COM A ARTE



Obras retratadas:
O Cristo Morto (140-1490); Andrea Mantegna
S. Sebastião (1480); Andrea mantegna
A Morte de Marat (1793); Jacques-Louis David

quarta-feira, 1 de julho de 2009

ESTADOS DE ALMA

Sappho (1877)
Charles Menguin


Não sei o que fazer: o meu coração está
dividido.

*

A Lua e as Pléiades estão deitadas, o tempo
passa e estou sozinha no meu leito, no
meio da noite.

*

As crianças trazem bonitos presentes e
ouve-se tocar melodiosa lira.

*

Mas a velhice já enrugou toda a minha
pele, os meus cabelos negros tornaram-se
brancos, os joelhos já não me aguentam, e
eu que parecia uma corça.

*

Que posso fazer? É inevitável: a aurora de
braços rosados leva-nos para a cova. Mas eu
ainda amo a volúpia e o amor tem para mim
o brilho e a beleza do sol.

*

Eu estremeço e a velhice já cobre a minha
pele.
o amor evade-se na perseguição dos jovens.

Agarra na tua lira e canta-nos, Afrodite,
com os seios cobertos de violetas.

Safo, "O desejo"
Trad. Serafim Ferreira
Editorial Teorema, 2003

sexta-feira, 10 de abril de 2009

BOA PÁSCOA

Lamentação, Giotto di Bondonne (1266-1337)
Fresco da Capella degli Strovegni, Pádua


Meus amigos desculpem pela ausência mas ando mesmo sem tempo.
Com ou sem tempo desejo uma


PÁSCOA FELIZ PARA TODOS!

domingo, 15 de março de 2009

ULISSES E AS SEREIAS

Ulisses e as Sereias (1909)
Herbert James Draper (1864-1920)

"Vem até nós, famoso Ulisses, glória maior dos Aqueus!
pára a nau, para que nos possas ouvir! pois nunca
por nós passou nenhum homem na sua escura nau
que não ouvisse primeiro o doce canto das nossas bocas;
depois de se deleitar, prossegue caminho, já mais sabedor.
Pois nós sabemos todas as coisas que na ampla Tróia
Arguivos e Troianos sofreram pela vontade dos deuses;
e sabemos todas as coisas que aconteceram na terra fértil."

Homero, Odisseia, Canto XII
Tradução de Frederico Lourenço
Edições Cotovia, 2003

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A ORIGEM DO MUNDO

Gustave Courbet (1819-1877) L'origine du monde
(A origem do mundo), 1866
Óleo sobre tela; (46x55), Musée D'Orsay, Paris, França.



Eu sei que a obra de Courbet pode ser chocante, aliás era mesmo essa a intenção do pintor, agora considerá-la pornográfica é demais. Admito que as autoridades pudessem recomendar alguma discrição, agora apreender os livros e chamar-lhes pornográficos é um pouco demais.

No entanto isto abre espaço para uma discussão já antiga; quais são os limeites do erótico e do pornográfico? Onde está a fronteira entre o belo e o grotesco?

A Origem do Mundo é uma obra do pintor Gustave Courbet que está despudoradamente exposta no Musée D'Orsay em Paris.

Depois do triste caso do Magalhães carnavalesco, espero que não se esteja a criar uma policia de costumes à boa maneira salazarenta.

Depois de publicar aqui o quadro de Courbet, espero que amanhã o blogue não apareça com um aviso de conteúdo impróprio para menores de 18 anos.

domingo, 24 de agosto de 2008

OS MORALISTAS DO COSTUME

Aqui no Bairro é tudo ao natural, a arte não é censurada. Por cá não há qualquer pudor em mostrar maminhas e pilinhas por isso eis o famoso quadro de Tiepolo que o púdico hipócrita do Sr. Berlusconi substituiu por uma réplica com o seio tapado.
Segundo o dito senhor, aquela maminha à mostra desviava as atenções na sala de conferências.



A Verdade desvendada pelo Tempo
Giambattista Tiepolo
(1696-1770)

Neste quadro a Verdade aparece com um espelho na mão, que reflete a sua nudez, forçando a Mentira, ao seu lado, a fechar os olhos. A partir desta história tirem as vossas conclusões.


Infelizmente não consegui encontrar as estátuas de Caim e Abel expostas na pequena cidade italiana de Ortesi, que costumam ser retiradas da rua por alturas da procissão anual da localidade. Parece que as figuras dos dois irmãos desavindos possuem uns genitais um nadinha exagerados que perturbam o recato da cerimónia.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A ORIGEM DA VIA LÁCTEA

A Origem da Via Láctea, 1575
Jacopo Tintoretto (1518 - 1594)

Zeus, que adorava enganar e seduzir as jovens mortais, perdeu-se um dia de desejo pela jovem Alcmena. Para a enganar, tomou a forma de anfitrião, o seu marido que andava na guerra. Da união de ambos nasceu Hércules.

Para tornar o seu filho imortal, pediu a Hermes, que o levasse ao seio de Hera, a sua ciumenta esposa, para o amamentar enquanto ela dormia.
A criança sugou com tanta força que, mesmo depois de terminar, o leite continuou a jorrar para o céu formando a via láctea.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

ESSE PUNHADO DE OSSOS

Sem Título, 1999
Gil Heitor Cortesão (1967)
Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

A Moacyr Felix

Esse punhado de ossos que, na areia,
alveja e estala à luz do sol a pino
moveu-se outrora, esguio e bailarino,
como se move o sangue numa veia.
Moveu-se em vão, talvez, porque o destino
lhe foi hostil e, astuto, em sua teia
bebeu-lhe o vinho e devorou-lhe à ceia
o que havia de raro e de mais fino.
Foram damas tais ossos, foram reis,
e príncipes e bispos e donzelas,
mas de todos a morte apenas fez
a tábua rasa do asco e das mazelas.
E ai, na areia anônima, eles moram.
Ninguém os escuta. Os ossos choram.

Ivan Junqueira

sábado, 2 de agosto de 2008

O BELO E O GROTESCO

The Death and Life (1916)
Gustave Klimt (1862-1918)

A propósito do artigo do Ludovicus e da respectiva Sugestão de leitura:

"Será que podemos viver sem o belo?"

Claro que não, o homem precisa do belo, assim como precisa do ar para respirar. Ele está por todo o lado: Na arte, na simples nudez de um corpo, no filme ou na canção que nos fez rir, chorar ou sonhar.

Íncubo (1781)
Johann Heinrich Füssli aka Henry Fuseli (1741-1825)

Mas será que o belo poderia existir sem o grotesco?

Que seria do mundo sem o feio? Será que conseguiríamos apreciar a verdadeira beleza das coisas?

Ilha dos Mortos (1886)
Arnold Böcklin (1827-1901)


Quem poluiu, quem rasgou os meus lençóis de linho,
Onde esperei morrer, - meus tão castos lençóis?
Do meu jardim exíguo os altos girassóis
Quem foi que os arrancou e lançou no caminho?

Quem quebrou (que furor cruel e simiesco!)
A mesa de eu cear - tábua tosca de pinho?
E me espalhou a lenha? E me entornou o vinho?
- Da minha vinha o vinho acidulado e fresco...

Ó minha pobre mãe!... Não te ergas mais da cova,
Olha a noite, olha o vento. Em ruína a casa nova...
Dos meus ossos o lume a extinguir-se breve.

Não venhas mais ao lar. Não vagabundes mais.
Alma da minha mãe... Não andes mais à neve,
De noite a mendigar às portas dos casais.

Camilo Pessanha

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O BRINCO DA TUA ORELHA

A Rapariga do brinco de Pérola(1665)
Johannes Vermeer (1632-1675)


O brinco da tua orelha
Sempre se vai meneando;
Gostava de dar um beijo.
Onde o teu brinco os vai dando.
Tem um topázio doirado
esse brinco de platina;
Um rubi muito encarnado,
e uma outra pedra fina.
O que eu sofro quando o vejo
sempre airoso meneando!
Dava tudo por um beijo
onde o teu brinco os vai dando.

António Botto
"Tristes Canções de Amor"
"Canções e Outros Poemas"
Edição, cronologia e introdução de Eduardo Pitta.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

PEQUEÑO VALS VIENÉS

L'Etoile aka
La danseuse sur la scene (1878)
Edgar Degas (1834-1917)
Musée d'Orsay, Paris.

A canção de Leonard Cohen e o poema de Lorca.

En Viena hay diez muchachas,
un hombro donde solloza la muerte
y un bosque de palomas disecadas.
Hay un fragmento de la mañana
en el museo de la escarcha.
Hay un salón con mil ventanas.

¡Ay, ay, ay, ay!
Toma este vals con la boca cerrada.

Este vals, este vals, este vals, este vals,
de sí, de muerte y de coñac
que moja su cola en el mar.

Te quiero, te quiero, te quiero,
con la butaca y el libro muerto,
por el melancólico pasillo,
en el oscuro desván del lirio,
en nuestra cama de la luna
y en la danza que sueña la tortuga.

¡Ay, ay, ay, ay!
Toma este vals de quebrada cintura.

En Viena hay cuatro espejos
donde juegan tu boca y los ecos.
Hay una muerte para piano
que pinta de azul a los muchachos.
Hay mendigos por los tejados,
hay frescas guirnaldas de llanto.

¡Ay, ay, ay, ay!
Toma este vals que se muere en mis brazos.

Porque te quiero, te quiero, amor mío,
en el desván donde juegan los niños,
soñando viejas luces de Hungría
por los rumores de la tarde tibia,
viendo ovejas y lirios de nieve
por el silencio oscuro de tu frente.

¡Ay, ay, ay, ay!
Toma este vals, este vals del "Te quiero siempre".

En Viena bailaré contigo
con un disfraz que tenga
cabeza de río.
¡Mira qué orillas tengo de jacintos!
Dejaré mi boca entre tus piernas,
mi alma en fotografías y azucenas,
y en las ondas oscuras de tu andar
quiero, amor mío, amor mío, dejar,
violín y sepulcro, las cintas del vals.

Federico García Lorca

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Sonho causado pelo voo de uma abelha em torno de uma maçã, um segundo antes do despertar
Salvador Dalí (1944)


Entre o sono e o sonho,
Entre mim e o que em mim me suponho,
Corre um rio sem fim.

Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.

Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.

E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre -
Esse rio sem fim.
Fernando Pessoa

segunda-feira, 7 de julho de 2008

FRIDA KAHLO

«Pies, para que los quiero si tengo alas para volar »
Frida Kahlo

Frida, fotografada por Nicholas Muray (Nova Iorque, 1937)

quarta-feira, 2 de julho de 2008

FRANCESCO E PAOLA

Francesca da Rimini and Paolo Malatesta (1819)
Jean Auguste Ingres(1780-1867)


E ela a mim: «Nenhuma maior dor
do que a de recordar tempo feliz
já na miséria; e o sabe o teu doutor.
Mas tu, se em conhecer qual a raiz
primeira deste amor, pões tal afeito,
di-lo-ei como quem chora em quanto diz.
Um dia a ler com ele me deleito,
de Lançarote, o amor como o prendeu:
Éramos sós e nada a nós suspeito.
Várias vezes o olhar nos suspendeu
essa leitura e deu pálido aviso;
mas foi um ponto só que nos venceu.
Quando lemos do desejado riso
a ser beijado por tão grande amante,
e este, que de mim seja indiviso,
a boca me beijou todo anelante.
Galeoto foi o livro e quem o disse:
nesse dia não lemos adiante.»
Como um espírito isto referisse,
chorava o outro, e em mim tal pena vi
que foi qual se a morrer eu me sentisse;
e como um corpo morto assim caí.

Dante
"A Divina Comédia", tradução de Vasco Graça Moura, Círculo de Leitores)


Gianciotto discovers Paolo and Francesca (1814)
Jean Auguste Ingres (1780-1867)


Este excerto do poema de Dante refere-se ao amor trágico entre Francesca da Polenta e Paolo Malatesta.
Francesca(1255—1285), era filha de Guido da Polenta(?-1297), senhor de Rimini. Durante muitos anos a família Polenta andou em guerra contra o poderoso Verruchio de Malatesta(1212–1312). A paz foi firmada com um acordo de casamento entre Francesca e o filho mais velho de Malatesta, Giovanni, também conhecido por Gianciotto(?-1304).
Consta que Giovanni, além de feio e disforme, era também cocho. Havia então o receio que a família Polenta recusasse o casamento mal visse a cara do noivo. Foi então enviado Paolo de Malatesta, irmão mais novo de Giovanni, para tratar dos assuntos do casamento. Pensando que o seu noivo seria Paolo, a jovem acedeu em casar. Quando deu pelo erro já era tarde, estava casada e apaixonada pelo cunhado.

Um dia, estando a jovem Francesca lendo um livro sobre os amores proíbidos entre Lancelot, Cavaleiro da Távola Redonda e Guinevere, esposa do Rei Artur, entrou Paolo que lhe interrompeu a leitura com um apaixonado beijo.
Nesse momento são surpreendidos por Giovanni que, louco de ciúmes, mata os dois.

sábado, 28 de junho de 2008

NOITE DE S. PEDRO

Crucificação de S. Pedro (1600-01)
Caravaggio (1571-1610)

Finalmente chegou a hora do santo cá da terra. Os festejos não são tão espectaculares como o Santo António ou o S. João mas nunca deixa de ser uma noite de grande alegria.

S. Pedro (1618)
Peter Paul Rubens (1577-1640)


Segundo a Bíblia, seu nome original não era Pedro, mas Simão. Nos livros dos Atos dos Apóstolos e na Segunda Epístola de Pedro, aparece ainda uma variante do seu nome original, Simeão. Cristo mudou seu nome para כיפא, Kepha, que em aramaico significa "pedra", "rocha", nome este que foi traduzido para o grego como Πέτρος, Petros, através da palavra πέτρα, petra, que também significa "pedra" ou "rocha", e posteriormente passou para o latim como Petrus, também através da palavra petra, de mesmo significado.

Pedro é considerado o "príncipe dos apóstolos" e o fundador, junto com São Paulo, da Igreja de Roma (a Santa Sé), sendo-lhe reconhecido ainda o título de primeiro Papa (um tanto anacronicamente, posto que tal designação só começaria a ser usada cerca de dois séculos mais tarde – Pedro foi o primeiro Bispo de Roma); essa circunstância é importante, pois daí se tira a primazia do Papa sobre toda a Igreja.


As Lágrimas de S. Pedro (1600)
El Greco (1541-1614)