quarta-feira, janeiro 28, 2009

Relato de Londres

(teclado sem acentos) Chove. Contudo esta mais quente do que em Bruxelas. Mais aqui.

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domingo, janeiro 25, 2009

Livros de viagem: sim ou não

Pois é, estou quase na Tailândia. É um pouco surreal mas é verdade. Estou de rastos, farta de jantares, almoços e copos de despedida, odeio caixas e malas mas de resto está tudo bem. Tratei de enviar a maioria dos livros em inglês para a escola, ao menos lá terei muito que ler em inglês. Entretanto ando a tentar escolher que livros portugueses é que levo. Têm de ser interessantes, bons, apelantes etc porque vou carregá-los até ao fim do mundo e não os posso deixar lá, afinal de contas o pessoal lá não percebe.

As hipóteses são:

  • Em nome da terra, Vergílio Ferreira. Apesar da minha já mencionada febre V.Ferreira nunca li este livro. Vantagens: tamanho e velocidade de leitura. Desvantagens: será que estou pronta para recomeçar com V. Ferreira? Parei após não sei quantos livros seguidos, se calhar era um sinal.
  • O ano da morte de Ricardo Reis, José Saramago. Vantagens: adorei o Memorial e não tenho problemas com a pontuação/escrita dos modernistas, antes pelo contrário. Desvantagens: a edição não é das melhores e não sei se sobreviverá ao suor. Consegue-se ler Saramago desbotado?
  • Doze contos peregrinos, Gabriel Garcia Marquéz. Vantagens: Saber que ainda só não gostei de um livro de Garcia Marquéz (claro que foi o primeiro). São 12 contos, posso ir lendo e serão 12 histórias diferentes. Desvantagens: os últimos três livros de G.M. que li, voaram muito depressa. Preciso de livros para um ano todo.
  • As aventuras de João Sem Medo, José Gomes Ferreira. Vantagens: ser de um dos meus autores preferidos e um dos meus livros preferidos. O formato livro de bolso. Desvantagens: entusiasmar-me com a história e achar que devo partilhá-la com os meus futuros alunos e ficar maluca com a tradução. Não queremos nenhum momento Kurtz na selva, certo?
  • A viagem do elefante, José Saramago. Vantagens: a vontade de o ler desde que soube a história. Desvantagens: Implicaria não levar o outro volume de Saramago?
  • Margarita e o Mestre, Bulgakov. Vantagens: Outro favorito pessoal, anima qualquer neura. Formato capa dura ajuda nas viagens. Desvantagens: Já o li, má edição que poderá borrar com o calor tropical. Pode alterar o meu sentido de humor num país simpático mas suscéptivel.
  • O arranca-corações, Boris Vian. Quase que coloquei este livro num altar e dei por mim a possuir várias cópias (já corrigi o erro). Vantagens: adoro. Desvantagens: adoro.
  • O livro do dessassossego, Bernardo Soares/Fernando Pessoa. Comecei a lê-lo na faculdade mas tive de o devolver antes de o terminar. Vantagens: um marco na literatura, tanto serve para poesia, filosofia como para romance. Já comecei a ler e estava a gostar. Desvantagens: o tamanho e o formato anti-viagem. Se bem que deve ser óptimo para matar baratas tropicais. Eu odeio baratas.

Já agora, caso estejam curiosos, os livros em inglés que devo levar são:

  • His dark materials, Phillip Pullman.
  • A fraction of the whole, Steve Toltz.
  • This is your brain on music, Daniel Levitin.
  • Rough guide to Thailand.
  • Rough guide to travel survival. Ensina a matar baratas tropicais.
  • Lonely Planet's guide to South-East Asia on a shoestring.

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sexta-feira, janeiro 23, 2009

Quarta-feira atrasada - Irish Pubs

Os pubs irlandeses estão por todo o lado, por todos os países por isso não são grande novidade. Mais para o viajante de ocasião, para o turista de fim de semana que passe por Bruxelas sugiro os seguintes:

Kitty O'Sheas - em frente à Comissão Europeia, onde até os mais selectos vão beber. Sítio ideal para se ver um jogo de futebol, para comer uma tarde de carne ou guisado irlandês à maneira (também servem refeições vegetarianas). E uma vez por mês, normalmente numa quinta-feira, há o pub quiz da Amnestia Internacional.

The wild Geese - outro bar que funciona como instituição, além de um terraço apetitoso no verão, têm um Dj ao vivo 3 noites por semana. A comida é até bastante apetitosa, sofro pelas batatas assadas (entre 6e a 8e, depende do topping).

Michael Collins - Todas as segundas há um pub quiz, mas o dinheiro vai para o bar e não para a Amnestia nem para a Unicef (sim, eles também têm um pub quiz). Tem a vantagem de ser perto da zona dos portugueses, Flagey, dá jeito para começar a noite. Fica igualmente numa esquina da Avenue Louise/Louizalaan que é basicamente a Avenida da Liberdade em Lisboa embora mais snob.

Hairy Canary - A happy hour começa às cinco da tarde, que mais posso eu dizer?

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domingo, janeiro 11, 2009

Próximas paragens

Entre tentar alugar o apartamento, empacotar coisas, carregar caixotes, comprar repelente de mosquitos, uma lanterna e um filtro de água, vender móveis, livros e sabe-se lá mais o quê ainda arranjo tempo para uma visita a Londres? Palpita-me que vou chegar à Tailândia podre...

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quarta-feira, janeiro 07, 2009

Quarta-feira em Bruxelas gelada

Esta semana não tenho fotos, tive medo que a máquina congelasse como me aconteceu na Lituânia. Deixo-vos com duas boas indicações de toda a maneira:

La Canardière, rue de Stassart 17, 1050 Bruxelles. Entre dois cinemas oferece um jantar rápido e bom, ideal para quem tem uma sessão em breve. Têm 3 esparguetes: bolonhesa, queijo e fiambre e bolonhesa com queijo e fiambre (8e e 8.5e respectivamente) e 3 especiais: carbonara, pesto e pesto vermelho (não sei se é assim em português, "pesto rouge"). E têm 3 tamanhos: pequeno, médio e grande. Não costuma dizer que em equipa vencedora não se mexe? Orçamento: 20e com bebida e sobremesa (exacto, também só têm 3)

Oxfam Bookshop,

Bookshop Oxfam-Solidarité 254 chaussée d’Ixelles 1050 Ixelles ou Rue Vanderkindere, 248 - 1180 Uccle. de segunda a sexta das 10 às 18 h

Por haver duas em Bruxelas achei por bem colocar as duas. Estão fartos de livrarias com sempre os mesmos autores? Venham a uma livraria Oxfam onde há livros novos e em segunda mão (maioritariamente) e em várias línguas e onde nunca se sabe o que vamos encontrar visto dependerem de doações. Podem comprar Saul Below por 2e e Nick Hornby por 5e, o estado do livro é que dita o preço. É muito giro e é para aqui que vão a maioria dos meus livros. Mencionei que o dinheiro vai para a luta contra a fome e pobreza? Site da Oxfam.

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sábado, dezembro 20, 2008

Transferência de poder

Apresento-vos o meu novo blog, em inglês, na sua versão 1.1. No "travel and notes" podem acompanhar o meu regresso à Madeira e claro, as minhas aventuras na Ásia.

http://travelsandnotes.blogspot.com/

Divirtam-se e aceitam-se sugestões!

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quarta-feira, dezembro 17, 2008

Quarta-feira em Bruxelas natalícia

Não sou grande fã desta época ou de mercados em geral, contudo, gosto de pensar que sou fiel ao "em Roma sê romano" (com limites). Convido-vos a visitarem o mercado de natal da Place St Catherine, aproveitem para patinarem no gelo, andarem na roda gigante, andarem nos estranhíssimos carrosséis e para beberem a ginginha local. Diversão garantida. Orçamento: Tragam pelo menos 20e, é que também há comida à venda...

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quinta-feira, novembro 27, 2008

leitura indiana

Li-o há duas semanas mas esqueci-me de mencionar. Em contrapartida escrevi imenso sobre o livro no blog inglês. Este fim de semana termino tudo e dou-vos a morada.

Quem quiser saber como foi na Índia, só tem de ler os primeiros capítulos de Holy Cow! e lembrar-se que não sofri tanto como a autora.

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quarta-feira, novembro 26, 2008

Quarta-feira em Bruxelas - teatros

Teatro francófono. La monnaie, Place de la Monnaie – 1000 Bruxelas. À hora de almoço na Place Monnaie. Observam o teatro simpático (o edifício feio ao lado é uma biblioteca, podem ir lá espreitar também) mas sobretudo olham em volta e observam as pessoas na hora de almoço. Claro que podem visitar o teatro, ver uma peça, assistir a um concerto mas sobretudo aproveitem para observar as pessoas. Há pessoas de todo o lado, é muito giro. Ao lado de um quiosque há uma casa que vende gauffres/waffles e faz panquecas/crêpes com nutella. Nham. La monnaie.

Teatro flamengo. KVS (tradução: Teatro Real Flamengo). Lakenstraat(rue de laeken) 146, 1000 Bruxelas. Os dois teatros não ficam muito longe mas o francófono fica melhor situado. Contudo, o flamengo tem um bar e um café muito porreiros. Em vez de voltarem para o hotel ou para casa vejam se não há bilhetes para uma performance nessa noite, declamações no bar etc Recomendo que falem inglês. KVS.

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domingo, novembro 16, 2008

Tervuren I

A 40 minutos do centro de Bruxelas fica a vila de Tervuren, é conhecida pelo lago e jardins enormes, pelo museu de arte africana e por ser a vila mais UE (quase todos os "big shots" da comissão e do parlamento e alguns embaixadores vivem aqui). Podem apanhar o eléctrico 44 em vários pontos de Bruxelas e 30 ou 40 minutos depois podem visitar um dos primeiros museus belgas e o seu jardim ou visitar o lago de Tervuren (ambos os jardins estão ligados em algumas partes). Sugiro uma bicicleta ou sapatos confortavéis pois só o lago estende-se por seis ou sete km... Mas o que gosto mesmo, mesmo em Tervuren é a rotunda. A sério. Ora vejam: Não são lindos?

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segunda-feira, novembro 03, 2008

Bicla na gruta

Nos Países Baixos, mais concretamente em Maastricht, há uma gruta enorme - mais ou menos setenta (70!) km - com uma série de actividades interessantes. Pode-se fazer a tradicional visita guiada, escalada e andar de 4x4 e de bicicleta. É muito original e depois de experimentar posso garantir-vos que é uma forma excelente de andar de bicicleta e de ver uma gruta. Acordamos cedo e após uma hora e meia de viagem estávamos no sítio. Estava frio, chuvia e mal se via com o nevoeiro, nada como descermos 40 metros, certo? O percurso dos 4x4 é muito giro mas curto. Os 4x4 são eléctricos e um deles precisava de óleo, quase dei cabo do ombro numa curva. O raio das máquinas pesam 450kg! Uma coisa que não estava à espera é que depois da zona das explicações não há luz. Repito, não há luz. Avançamos dentro de uma gruta com uma máquina de 450kg pela primeira vez com apenas as luzinhas dos faróis. Ou seja, vemos 2 metros à frente e nada mais. Bati contra um muro logo na primeira curva mas depois habituei-me. Devo só acrescentar que dentro da gruta estavam doze graus e que essa foi a temperatura mais alta da semana inteira. A luz nesta foto é 90% do flash e 10% das lâmpadas, quinze metros depois não há luz nenhuma.Depois de descansarmos um bocado fomos andar de bicicleta. Uma hora e meia a pedalar só com a luzinha da bicicleta... Há imensas curvas apertadas seguidas de contra-curvas. O pessoal da frente grita quando temos de nos baixar (para não bater com a cabeça no tecto) e de x em x tempo gritamos o nome da última pessoa (um a um) para confirmar que não perdemos ninguém. Quem quiser imitar clique aqui.

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domingo, outubro 19, 2008

Índia XIV: o regresso a Helsinki e ao frio

Por mais que me digam "frio" até voltarem da Índia com 35 graus à meia-noite e chegarem à Finlândia com 4 graus, vou assumir que não sabem do que tão a falar. Devido à nossa experiência anterior com o frio em Helsinki fizemos algo que nunca nos tinha passado pela cabeça, roubamos o cobertor que a Finnair nos tinha fornecido no vôo. Andamos uma manhã e uma tarde por uma das capitais mais cosmopolitas da Europa com um cobertor no corpo. Eu tentei ao máximo fazer com que parecesse um xaile ou poncho mas a Maggie recebeu uns olhares interessantes. Enfim, nem interessa posso garantir-vos que fez toda a diferença porque mesmo assim estávamos cheias de frio.

A estação de comboios.
O teatro nacional.
Nós com os cobertores roubados. Nem imagino a minha constipação sem este cobertor fofinho.
Praça de gente cheia de frio. A igreja ex-libris de Helsinki.
Uma igreja ortodoxa.
Todos os lagos e acessos ao rio ajudam ao frio.
Um detalhe curioso...

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sábado, outubro 18, 2008

Índia XIII: o último dia em Delhi

Tenho a sensação que vão lamentar mais do que eu mas é verdade que o relato está a chegar ao fim.

No último dia ficamos um pouco na zona do hotel, já estávamos num hotel mais barato e localizado no centro da confusão. Digo no Main Bazar, perto da estação de comboios. Entre mim e a rua havia apenas uma porta de madeira com trinta trancas, tive o privilégio de respirar o ar produzido por um parque de estacionamento de motas e de ouvir a conversa de muita gente. O hotel/pousada parecia simpático, o pessoal já mais habituado a estrangeiros e tinham montes de livros cheios de pó por todo o lado. Perfeito, certo? Eu também achei até estar a tomar banho (água quente!!) e a Maggie ter visto um rato a passar todo descontraído. À tarde (sim, trancamos bem as malas antes de sairmos) saímos com o senhor Singh e vimos uma procissão da religião Jain. Lamento não poder explicar o significado do homem-pavão só sei que um colega apontou na minha direcção quando estava a tirar esta foto e o homem-pavão veio a correr na minha direcção e além de me dar um valente pisão abanou-se todo à minha frente. Como podem ver pelas fotos há os que participam na procissão, os que param para ver e os que não ligam a mínima e avançam a pé, de rickshaw, de moto... Depois o Sr. Singh levou-nos à casa museu Gandhi e à casa museu Indira Gandhi. Aquele país tem demasiados assassinatos políticos para meu gosto. De seguida fomos a um jardim super calmo e com mesquitas antigas. Um indiano começou a tentar fazer dinheiro connosco e aposto que até hoje está a tentar perceber como fugimos. Foi cada uma para um lado do edifício e entramos por uma janela...

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terça-feira, outubro 14, 2008

Índia XII: O templo que eu quase esqueci

Não foi falta de memória, é que neste templo não são permitidas fotos nenhumas, tenho duas do parque de estacionamento. Nenhuma foto faz justiça a esta imensidão de templo e aos detalhes todos. Eu comprei um livro de fotografias do templo e como não me é possível mostrá-lo recomendo que passem no site de onde tirei as duas fotos que aqui vêem: http://www.akshardham.com O templo, que fica na periferia de Delhi, foi construído há cinco ou seis anos e nem vinha mencionado no meu guia, foi o nosso querido condutor que nos indicou. É um templo hindu preparado para receber milhões. Recomendo a visita mas não brinquem com os seguranças. A Maggie teve de beber água para provar que não era um ácido ou uma bomba qualquer e eu tive de usar o repelente de mosquitos(pelo mesmo motivo). Enquanto íamos trocando impressões sobre as mãozinhas de seda das seguranças indianas vimos homens com metralhadoras. Existem dezenas de voluntários prontos a relembrar as pessoas onde se podem ou não se sentar e não é permitido falar dentro do templo. Considerando que é enorme e considerando o barulho das conchas num templo semi-vazio estou completamente de acordo.

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segunda-feira, outubro 13, 2008

Índia XI: os templos de Delhi parte III

Para quem está espantado com a quantidade de posts intitulados "templos de Delhi" posso só dizer que este é o último e que havia mais templos, muitos mais mas mais pequenos. É normal haver "mini-templos" em cada bairro. A religião é realmente um dos pilares da Índia, seguido da família. A foto acima é do interior de um tuk tuk. O meu companheiro de viagem foi um americano chamado Dave, que já estava na Índia há dois meses. Anda a dar a volta ao mundo de moto mas sem prazos, quando gosta fica, quando tem frio vai para outro sítio etc. Tinha ouvido falar sobre o templo lotus num café ou num restaurante, já não sei. Mas a curiosidade foi muita. Devido a alguma confusão na tradução até chegar ao templo pensei que ia visitar um templo budista. Logo à chegada apercebi-me que não mas não consegui perceber a que religião pertencia o templo. Felizmente havia muitos voluntários com brochuras. Era da religião Bahái. A brochura até era simpática, oferecia dados sobre a religião e sobre o edifício, mencionava serem contra as diferenças entre ricos e pobres, lutarem pelos direitos humanos e exigirem obediência total ao governo de cada um. Sou só eu que vejo a ironia? Do templo Bahái vê-se a torre do templo Iskcom. Eu já tinha visto o templo no meu guia mas também não sabia que religião era . Fui lá espreitar e mais uma vez passei pelo detector de metais, desta feita havia uma indiana obesa de uniforme sentada numa cadeira a revistar as senhoras que entravam (lembrem-se que há uma mulher que revista as mulheres e um homem que revista os homens). A senhora nem se levantou, ia revistando toda a gente na sua cadeirinha. Voltei a sentir-me usada e continuo a achar que (mesmo com a minha mentalidade aberta) algumas mulheres não me revistaram, aproveitaram-se de mim. Enquanto ajustava a roupa interior depois da revista da senhora obesa reparamos num poster que anunciava um espectáculo de luz, laser e robots. Senti-me logo em casa. Infelizmente o espectáculo era caro e o Dave tem uma regra estrita de não dar dinheiro a religiões. Nos primeiros 10m o templo ainda estava fechado. Vou tentar explicar bem o que se passou depois de abrirem as portas: A maioria dos indianos sentou-se no chão, eu fui dando voltas reclamando que não se pode tirar fotos no interior dos templos até que vi indianos a tirarem fotos. Mal comecei a tirar fotos uma das portas douradas abre-se e sai um monge(?) careca e com uma trancinha que - JURO - sopra para uma concha. Olhei para a outra porta (maior) e também lá estava um monge a soprar uma concha. Dois seguranças começam a obrigar as pessoas a levantarem-se. Um deles foi quase empurrado. Tive um momento de esperteza rara e não tirei fotos ao segurança. O barulho de duas conchas dentro de um edifício semi-vazio é muito interessante. Depois das conchas afastam o cortinado e revelam altares dourados. Entretanto um terceiro monge sub-reptício estava sentado no chão no meio do templo e estava a tocar intrumentos e a cantar. Não se percebia bem o que dizia mas era muito calmo e lento. Durante o resto da cerimónia os monges abanaram um leque enorme aos deuses no altar. Num dos momentos em que estava a tirar fotos ao altar senti alguém a olhar por cima do ombro. Quando me virei para trás tinha cerca de doze rapazes entre os 8 e os 10 anos. Um fez-me sinal para tirar um foto na horizontal e não na diagonal como tinha tirado. Sorri e obedeci. Mostrei-lhes a foto e aprovaram. De repente o mais pequeno sorriu de orelha a orelha e fez sinal para lhes tirar uma foto a todos. Sorri e obedeci. Ficaram tão malucos mas tão malucos, que empurravam-se uns aos outros e apertavam-se para caberem todos no mesmo espacinho. Estavam tão irrequietos que a primeira foto ficou assim. Pedi-lhes para ficarem quietos e obedeceram sorrindo, contudo acho que a foto original mostra mais o espírito do momento. Enquanto íamos rindo uma segurança com o pior hálito de sempre veio brigar comigo por estar a tirar fotos e basicamente estar na galhofa. Fomos expulsos do templo de uma forma educada. Os miúdos depois quiseram - TODOS - apertar-nos a mão. Excelente.

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domingo, outubro 12, 2008

Índia X: Os templos de Delhi parte II

O templo Lakshmi - Birla Mandir - em New Delhi foi provavelmente a melhor surpresa de Delhi. Uma senhora de Tamil Nadu (no sul) recomendou-me a visita assim como o nosso condutor mas mesmo com essas duas recomendações não estava à espera de um sítio tão bonito e tão grande. Deve ter sido o local onde tirei mais fotos durante as duas semanas. O interior é absolutamente incrível mas devido às ondas terroristas recentes máquinas fotográficas e telemovéis não são permitidos. Há referências ao Budismo, ao Sikhismo e a outras religiões confirmando a reputação Hindu de tolerância e abertura. Se visitarem Delhi tirem uma tarde ou mais só para este templo, o jardim é enorme e uma experiência fantástica.

Dei cabo do pescoço ao tentar ver todos os detalhes.
Elefantes à entrada do templo é um must.
Aproveitei para tirar uma foto com o único elefante que não cheirava mal e que não tinha vendedores por perto.
O nível do trabalho, das esculpturas, azulejos e pinturas é impressionante. O parque é grande o suficiente para passear e tirar fotos, para nos sentarmos à sombra de uma árvore e para as crianças brincarem. A parte das alegorias já é mais difícil de seguir se não conhecermos a história e mitologia idiosincrática da religião. Lá fui perguntando o mais que pude mas estou a ver-me a comprar um livro sobre as religiões na Índia em breve.
Um detalhe entre muitos.
E depois há esta parte que eu cada vez mais acho que são especiais para as crianças. A parte final do parque - mais uma vez sem querer faltar ao respeito - parece saída de um parque de diversões, se calhar é algo que nos escapou pelo caminho: como as religiões não precisam de ser sérias e cinzentas para serem levadas a sério. Os indianos dão muita importância à família, se calhar faz muito sentido haver uma secção dedicada a entreter os petizes em vez de os ter a chorar e a fazer birras enquanto tentamos orar.

Depois desta bela visita fomos almoçar à casa do nosso condutor Sr. Singh, não sei se já aqui mencionei que se não fosse por este senhor teríamos detestado a Índia completamente e teríamos perdido muito mais dinheiro. Eu fiquei com o contacto dele se por acaso forem à Índia digam e eu passo os dados (fomos com ele a Jaipur, Agra, Fatehpur Sikri e foi um excelente guia para Delhi que tentou perceber que tipo coisas queríamos e esperou por nós com um sorriso, (levou-nos a sítios lindíssimos não mencionados no guia!)). A comida estava deliciosa, já agora. Apenas uma parte estava picante e eu como boa menina, tossi mas comi!

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