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2014/06/21

Uma seleção das músicas de Chico Buarque

Por estes dias não poderia deixar de me juntar aos que recordam as suas músicas de Chico Buarque favoritas. Seguem-se algumas das minhas (amanhã a escolha poderia ser outra):

  • "Atrás da Porta", com Francis Hime. Sublime.
  • "Cotidiano": genial e sempre atual.
  • Dos anos de chumbo da ditadura, um dos melhores exemplares é "Acorda Amor". O apelo "Chame o ladrão!" é uma ironia tipicamente buarqueana.
  • "Com açúcar e com afeto": poderia ouvir todos os dias até ao fim da minha vida álbum ao vivo com a Maria Bethânia e nunca me cansaria, por mais que vivesse.
  • "Vida", para se ouvir com calma, de uma ponta à outra, sem nenhum outro pretexto.
  • "Vai passar": a nossa pátria mãe tão distraída sem perceber que era subtraída...
  • "Olé olá": Os amigos me perdoem se eu insisto à toa, mas é com estes acordes que começam os meus dois álbuns ao vivo favoritos do Chico, com a Maria Bethânia e em Paris. "A noite é criança, o samba é menino, a dor é tão velha que pode morrer..."
  • "Teresinha" forma, com as já referidas "Atrás da Porta" e "Com Açúcar e Com Afeto", o conjunto das minhas músicas preferidas no feminino de Chico. Numa altura da minha vida em que só conhecia dois álbuns do Chico, ouvi pela primeira vez esta música num álbum da Maria Bethânia. Imediatamente pensei, sem sobre ela saber mais nada: "Esta música só pode ser do Chico."
  • "Bom conselho" que eu vos dou de graça, a ouvir por toda a gente em especial nos dias que correm, e onde uma série de provérbios do senso comum são desconstruídos. Ajam duas vezes antes de pensar!
  • "Cosntrução", uma grande música, uma das mais perfeitas canções em língua portuguesa. Parabéns, grande Chico.

2012/05/10

Buarque por Bethânia



Concerto de Maria Bethânia, no coliseu do Porto, terça à noite. A abertura, como eu calculava, foi com "Rosa dos Ventos". Faltaram algumas que eu esperava, como "Trocando em Miúdos", "Bárbara", "Mar e Lua" e "Anos Dourados". Não faltaram as indispensáveis e sempre bem vindas "Cálice", "Teresinha", "Olhos nos Olhos", "Sonho Impossível", "Sem Açúcar" e "Maninha" (que só ela canta), bem como algumas surpresas como "Mambembe", "Gota d'Água", "Noite dos mascarados", "A Rita", "Cotidiano", "Minha história", "Roda Viva", "Apesar de você" (grande momento!) e "A Banda"! Tudo músicas que Chico já não canta ou é muito raro cantar. Acresce a este roteiro o samba-enredo que a Mangueira dedicou a Chico em 1998 e a versão completa (que pouca gente conhece) de "Quem Te Viu e Quem Te Vê." Um belo concerto por uma das melhores intérpretes do maior dos cantautores. E um bom aperitivo para o concerto que se aguarda em Setembro.

2010/06/03

Sócrates: malandro ou trapalhão?



Começo por admitir: também eu era capaz de fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para conhecer o Chico Buarque. Compreendo por isso a vontade de José Sócrates. Só que depois não diria que foi o Chico que me quis conhecer...
Este tipo de trapalhadas, esta má relação com a verdade, já se tornaram uma imagem de marca do primeiro ministro. Desta vez foi a nível internacional. Sócrates não se pode queixar assim da comunicação social: tem que se queixar de quem partiu a ideia de usar Chico Buarque para se autopromover.
Se foi dos seus assessores, sem lhe darem conhecimento, está na altura de arranjar novos (ter assessores tão caninamente fiéis nunca é muito bom - a este respeito, leia-se Ferreira Fernandes: "Ora aí está uma dessas coisas que podemos tirar a limpo sem precisar de uma comissão parlamentar. Os jornalistas que acompanham a viagem não são tantos assim (cinco?, dez?) que não possam explicar a história comum. Um deles até escreveu "segundo fonte do Gabinete de Sócrates". Agora que há um desmentido rotundo à versão que essa fonte deu, o jornalista pode chegar ao pé dela e exigir uma explicação que deve ser pública. E se a fonte não quiser explicar- -se, o jornalista, como houve mentira deliberada, está desobrigado do sigilo e pode contar a história toda. Fico à espera, confiante - o caso é simples e os intervenientes poucos.").
Se foi realmente de Sócrates que partiu tal ideia (ou teve o seu beneplácito), então Chico bem poderia ter-lhe cantado a Homenagem ao Malandro.

Também publicado no Esquerda Republicana

2010/05/28

Sócrates não pode ser mau de todo

Conseguiu algo que muitos sonham: vai conhecer pessoalmente Chico Buarque por vontade do cantor e escritor brasileiro. E esta, hein? Esta vontade de Buarque vale mais do que uma licenciatura numa boa universidade - é um verdadeiro doutoramento honoris causa!

Também publicado no Esquerda Republicana

2010/05/13

Maria Amélia Cesário Alvim (1910-2010)


Do JBonline:

Matriarca da família Buarque de Holanda morre aos 100 anos

RIO - Aos 100 anos, Maria Amélia Cesário Alvim Buarque de Hollanda morreu de maneira discreta, na madrugada de quinta-feira: dormindo e de causas naturais. Estava no apartamento do sétimo andar do Edifício Alcazar, construído na década de 30, na pequena Rua Almirante Gonçalves, nº 4, em Copacabana, quase ao lado do botequim Bip Bip, um dos redutos da boêmia carioca que, aliás, Memélia – apelido de família dado pela neta Bebel Gilberto – ajudou a abrir. Mas nunca gostou de que se falasse nisso. A discrição foi uma de suas marcas.

Como boa matriarca, Maria Amélia atuava à sombra e à moda antiga. Ajudou nas pesquisas e datilografou os originais do clássico Raízes do Brasil, de 1936, escrito pelo marido, o historiador e crítico Sérgio Buarque de Hollanda (1902-1982). Enquanto Sérgio mergulhava nos estudos e pedia sossego para poder trabalhar, ela cuidava da parte prática, administrando a casa da Rua Buri, no Pacaembu, São Paulo, e educando os sete filhos: Sérgio, Álvaro, Maria do Carmo, as cantoras Ana, Cristina e Miúcha e o compositor Chico Buarque. Mais tarde, também não descuidou dos 13 netos e 12 bisnetos.

O bom gosto musical dos Buarque de Hollanda deve-se aos ouvidos de Maria Amélia. Ensinou os filhos a cantar samba, gênero de sua preferência, e a torcer pela Mangueira. Até participou de gravações: a voz dela está ao fundo de O meu guri, no registro de Cristina Buarque para a canção do irmão. No futebol, era Fluminense.

O Partido dos Trabalhadores, que ajudou a fundar, foi a paixão política de Maria Amélia. Foi ela a primeira pessoa a contribuir com a campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989, com um cheque da pensão de viúva a que tinha direito. A gratidão fez com que o atual presidente, em vindas ao Rio, sempre passasse no apartamento de Copacabana para cumprimentá-la.

Quinta-feira, em nota, o presidente Lula disse que “Maria Amélia era uma pessoa que aliava ternura a firmeza, inteligência e preocupações sociais. Mesmo sendo filha de família tradicional, durante toda a vida lutou e apoiou as lutas pela liberdade e por uma sociedade mais igualitária”.

O governador Sérgio Cabral lembrou que “Maria Amélia foi uma grande mulher, matriarca de uma família que, na música e na literatura, simboliza o talento brasileiro”.

No Twitter, Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, lamentou “a perda da grande mulher”.

Presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vilaça, disse que a ABL se entristeceu:

– Ela foi casada com uma figura eminente da cultura brasileira e tem filhos igualmente ilustres, figuras singulares em diversas manifestações culturais do país.

O acadêmico Antonio Torres disse que Maria Amélia “foi um exemplo de pessoa generosa e desinteressada”.

– A festa de aniversário de 100 anos foi muito bonita, mas sentíamos que não se repetiria. Ela morreu sem sofrer. Seu coraçãozinho cansou e parou de bater.

O corpo de Maria Amélia será cremado sábado, no Memorial do Carmo, no Caju.

Dia de tristeza e lembranças para amigos e vizinhos

Alfredo Melo, dono do bar Bip Bip em Copacabana, de cuja criação Maria Amélia foi grande entusiasta, lamentou a morte de uma amiga:

– Vai ficar um vazio muito grande.

Segundo o comerciante Maria Amélia tinha um “coração lindo”, estava sempre bem humorada e preocupada com o bem estar alheio.

A cabeleireira Tânia Alves conta que atendeu Maria Amélia por nove anos no Karoline Coiffeur, localizado na Almirante Gonçalves. Tânia contou que, por vezes, era chamada à residência da mãe de Chico Buarque e Miúcha para fazer-lhe o cabelo e as unhas.

Ao longo desta última quinta-feira, os familiares de Maria Amélia estiveram no prédio onde ela morava. A neta Sílvia Buarque foi acompanhada da mãe, a também atriz Marieta Severo. O produtor cinematográfico Pedro Buarque compareceu ao local com um amigo.

Por volta das 19h, o corpo foi levado para retirada do marca-passo, que não pode ser cremado.

O que teria sido de Sérgio Buarque de Holanda sem esta mulher, que preferiu refugiar-se na discrição? (Chico tem bem a quem sair.) Acrescento uma história deliciosa, pelo escritor Mário Prata:

MARIA AMÉLIA CESÁRIO ALVIM BUARQUE DE HOLLANDA, do lar da Buri (São Paulo, 1972)
Foi na festa de 70 anos do marido, o professor Sérgio, que ela me achou na cozinha, atrás de gelo. Sempre me chamou de Mario Prata.
-- Mario Prata, eu tenho percebido que o Chico tem andado muito com você e então eu queria te pedir um favor. Uma ajuda.
Fiquei curiosíssimo em que ajuda poderia ser essa. Na época, o Chico estava no auge da carreira e eu me orgulhava daquele papo com a mãe dele na cozinha.
-- Pois não, dona Maria Amélia.
Ela balançou o corpinha de cachaça e me falou, séria:
-- Fala pra ele terminar a faculdade de Arquitetura, fala. Ele era tão bom aluno de hidráulica.
Dois anos antes, o Chico havia feito "Apesar de você" que tinha passado pela censura, até que um gênio da Folha insinuou que a música tinha sido feita para o Médici. Foi proibida.
As rádios não podiam mais tocar, o Chico não podia mais cantar em show. Mas o público cantava.
Aí, os militares proibiram o público de cantar. O Chico não podia nem solar no violão.
E, num show, o público começa a pedir, a implorar. O Chico nada. Fazia que não era com ele.
Foi quando a dona Maria Amélia se levantou no meio da plateia:
- Meu filho, seja homem! Canta!
No dia seguinte ele estava na polícia dando explicações, apesar de você:
O militar:
-- Quem é o VOCÊ?
-- É uma mulher mandona, muito autoritária!
Agora, outro dia, depois de anos, encontro com a dona Maria Amélia. Queria falar deste livro e pedir a sua autorização para este verbete:
-- Dona Maria Amélia, estou escrevendo um livro que se chama "Minhas mulheres e meus homens" e...
-- Eu sei. É sobre seus filhos e suas filhas.
-- Não, dona Maria Amélia, é...
Ela riu da minha cara:
-- É uma caçoada, Mario Prata...
Eu tinha me esquecido do pique dela.

2009/11/30

Eu

Eu já não sei se eu tou me estourando, ah, eu perco o sono lembrando em qualquer riso teu qualquer bandeira.
Eu nunca me deixo levar, que a vida, a nossa vida passa e não há tempo para desperdiçar.
Eu sei tudo que faço, sei por onde passo, paixão não me aniquila.
Eu quero é ir-me embora, eu quero dar o fora.
Eu sonho conhecer pessoalmente o Chico Buarque um dia.

(Respondendo ao desafio do Rui Curado Silva - cinco frases começadas por "eu já", "eu nunca", "eu sei", "eu quero", "eu sonho"; passo-o ao Tárique, ao André Abrantes Amaral, ao Nuno Pinho, ao Jorge Jardim Silva e ao Pedro Fragoso, que poderá dar uma resposta parecida com a minha, só que melhor.)

2009/07/20

Ela quer ver o astronauta a descer na televisão

40 anos de “um pequeno passo para o homem, um grande passo para a humanidade”. E quase 40 (39) de uma grande canção.

2009/06/19

65 anos - flor da idade

...e eu nunca, jamais me canso de o ouvir. Ouço-o tanto, e de tanto o ouvir ainda descubro novos aspectos de interesse nas suas canções. Parabéns, meu caro amigo.

2009/05/25

Gota d'Agua

Assisti a peca no passado dia 16, no Cineteatro de Estarreja. Desde entao o album "Chico Buarque e Maria Bethania ao vivo", de 1975 (o do "Tanto Mar"), um dos discos da minha vida, ganhou outro significado. Particularmente as musicas "Gota d'Agua", "Flor da Idade" e "Bem Querer". A estas acrescenta-se "Basta Um Dia" e (para esta encenacao) "Partido Alto", "Atras da Porta" e "O Que Sera". Podem julgar que e mais um "concerto". Reconheco que a autoria do Chico Buarque para mim e um atractivo muito forte, mas garanto-vos que esta peca e muito mais do que um "concerto". Apesar de tudo, corre-se esse risco (especialmente para buarqueanos como eu). Talvez tenha sido por isso que, antes de a peca ter comecado, creio ter ouvido o aviso "E proibido cantar?!"
Recado directamente da Russia: depois de uma bem sucedida digressao pelo pais, "Gota d'Agua" repoe hoje, no Coliseu de Lisboa. Recomendo vivamente.

2009/03/16

Os Saltimbancos



Disse-me o meu antigo companheiro de blogue, mal acabámos de jantar: “Bom concerto!” “Mas não vou ver um concerto: é uma peça de teatro”, disse-lhe eu. Ele tinha razão, no entanto: o que mais me atraía no espectáculo eram as músicas de Chico Buarque e Sérgio Badotti. Era ver o conto dos irmãos Grimm a acabar ao som de “Tanto Mar”. Mas a peça era engraçada, bem encenada e os actores eram bons. Só até dia 18 no Teatro do Campo Alegre, no Porto (Seiva Trupe). De seguida percorre algumas outras cidades em digressão. Recomendo.

2009/02/23

Noite dos mascarados


(Chico Buarque, 1966)

2009/01/01

Y quiero que me perdonem por este dia los muertos de mi felicidad



Pequeña serenata diurna, Silvio Rodriguez e Chico Buarque, Cuba, 1983

2008/06/27

Novos e velhos blogues

Seguem-se alguns blogues que eu encontrei recentemente.
O velho companheiro Leonardo Ralha, após uma fase difícil da sua vida, tem reactivado intermitentemente o Papagaio Morto. Ainda escreveu pouco, mas esperamos que regresse com regularidade.
O Hugo Mendes e o Renato Carmo, dois dos blógueres de esquerda mais interessantes, abriram o Pensamento do Meio Dia.
Quando o Benfica ganha eu fico mal disposto. Mas só não fico pior porque sei que pessoas como o MaC ficam contentes. O MaC tem um blogue chamado, vejam bem, Mi Mi Miccoli (ao que o Benfica chegou!). É um prazer reencontrá-lo.
Graças à Ana Matos Pires, cheguei a um blogue que só conhecia de nome, mas que me entusiasmou como há muito nenhum blogue o fazia. Refiro-me ao Ana de Amsterdam. Com este título eu só poderia gostar - Chico Buarque não engana. E encontra-se Chico Buarque logo à entrada - a cantar o Roda Viva. Mas também Rubem Fonseca, um dos meus escritores favoritos, como comprova a frequência com que o cito. Mas sobretudo encontrei um fantástico texto sobre a morte de Theo van Gogh. A ler, esta Ana-de-cabo-a-tenente, Ana de toda a patente.

2008/05/16

Ir às fontes

Das origens da palavra "betinho" (uma novela brasileira, pois claro), do seu significado e da sua aplicação em diferentes contextos (a propósito do recente dicionário dos utilizadores de drogas) hoje, no Cinco Dias. Mete Chico Buarque.

2008/05/04

No Dia das Mães

...e em todos os outros ouçamos Chico Buarque. A escolha para hoje: Cuidado com a outra, da autoria de Nélson Cavaquinho e Augusto Tomaz Jr., do álbum Sinal Fechado.

2008/02/03

Chico Buarque - Vai Passar


Bom Carnaval para todos!

2008/01/03

Chico Buarque em Lisboa - "Uma palavra"

Verdadeiramente notável a série documental que a RTP2 transmitiu a semana passada, para "buarqueanos" e não só. O último episódio, Uma Palavra, foi gravado em Lisboa. Como distinguir que se estava em Lisboa? De duas maneiras: pelos transeuntes, que reconheciam o cantor e com ele interagiam de uma forma diferente da de Paris (pelo menos a avaliar pelas imagens mostradas nos documentários); e... pelo ruído dos aviões, que sobrevoavam Chico enquanto ele nos contava as suas histórias em Belém, à beira-Tejo.

2007/12/24

Um Natal buarqueano

Especial Chico Buarque, esta semana, todos os dias às 0:55 na RTP2. Hoje, para variar do It´s a Wonderful Life, o primeiro episódio: Meu Caro Amigo. Fica aqui a sugestão e, mais uma vez, os votos de Feliz Natal para todos.