ARS POETICA 2U releva do conceito de que a alquimia das palavras é parte essencial da vida, sendo esta considerada como arte total.
Por isso se revê no projecto ARS INTEGRATA e é parte integrante do mesmo, procurando estar em sintonia com todos os que partilham do nosso modo aberto de conceber e fruir a arte.
Por isso é também 2U (leia-se, "to you", i.e. a arte da poesia para si).
Colabore com poemas, críticas, etc.
E-mail: arspoetica2u@gmail.com
Somos fiéis ao lema "Trás outro amigo também".

Convidamo-lo ainda a visualizar e a ouvir (basta clicar com o rato sobre as imagens) alguns dos poemas com música e interpretação por elementos do Ars Integrata Ensemble (vídeos disponíveis no final desta página), assim como a visitar a página do mesmo em http://arsintegrataensemble.blogspot.com/


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POEMARIUM : recipientis poeticus

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sábado, 17 de abril de 2010

ARS POETICA (75): correio poético (23): Sonhar ao vento, de Clotilde Moreira

Windance (2010) / David Zink



SONHAR AO VENTO
*


Não guardes os Sonhos só para ti.
Atira-os ao ar
e deixa que o vento os leve.
E que lá longe,
muito longe
alguém os apanhe
e possa também Sonhar


Clotilde Moreira
in Dia Mundial da Poesia
*título atribuído pelo editor
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

ARS POETICA (72): Correio poetico (22): O Inverno, na voz de Clotilde Moreira e em Vivaldi



O INVERNO CHEGOU



O vento soprou
com força guinchou,
como nota desavinda
que se soltou
e sozinha cantou.

O vento soprou
e com força arrancou
o chapéu
que voou
e lá longe aterrou.

O vento soprou
e com força gritou:
o INVERNO chegou...


Maria Clotilde Moreira




The return of Mr. Winter
(2010) / David Zink


& L’ HIVERNO, di Antonio Vivaldi (1678-1741)



Concerto no. 4, in Fa minore per archi, RV 297, "L’ Inverno" – movimento I : Allegro non molto / Gidon Kremer (violino) & The English Chamber Orchestra (rec. 1992)

parte quarta di Le Quattro Staggioni, in Il cimento dell'armonia e dell'inventione, opus 8 (ca. 1725)


INVERNO
(soneto)


(Movimento I: Allegro non molto)


Aggiacciato tremar trà nevi algenti
Al Severo Spirar d' orrido Vento,
Correr battendo i piedi ogni momento;
E pel Soverchio gel batter i denti;


(Movimento II : Largo)


Passar al foco i di quieti e contenti
Mentre la pioggia fuor bagna ben cento


(Movimento III : Allegro)


Caminar Sopra il giaccio, e à passo lento
Per timor di cader gersene intenti;
Gir forte Sdruzziolar, cader à terra
Di nuove ir Sopra 'l giaccio e correr forte
Sin ch' il giaccio si rompe, e si disserra;
Sentir uscir dalle ferrate porte
Sirocco Borea, e tutti i Venti in guerra
Quest' é 'l verno, mà tal, che gioia apporte.

Antonio Vivaldi
fecit circa 1725
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sábado, 4 de abril de 2009

ARS POETICA (62): Correio poético (21): Um poema da cidade-tempo nos carris, por Clotilde Moreira


Clotilde Moreira reflecte sobre "o tempo, esse grande escultor" (Marguerite Yourcenar dixit) e presta homenagem ao "amarelo da Carris" esse meio de transporte que, apesar de nascido em Inglaterra, é monumento nacional português e património da humanidade


JÁ NÃO VIAJO PELA CIDADE...

Spacial tram (2009) / (re)designed by David Zink


Já não viajo pela cidade...

Os meus planos
têm agora a dimensão do dia,
o futuro já não tem tamanho para mim.

Mas tenho saudades
quando a pressa era Amarela.
Tlim, Tlim avança
Tlim, pára!

E aos solavancos
Corríamos por ruas e ruelas
Avançávamos pelas avenidas
E tudo ficava ao nosso alcance.

Tenho saudades dos bancos corridos
de madeira e palha;
Tenho saudades dos toldos de riscas
e do calor das viagens de verão
até ao Dafundo,
Tenho saudades dos miúdos pendurados
e do pica-bilhetes.

Tenho saudades do tempo
em que a pressa era Amarela.

Clotilde Moreira

E, a pretexto, evoca-se uma das canções populares portuguesas mais inspiradas «O amarelo da Carris» (música de José Luís Tinoco, sobre poema de José Carlos Ary dos Santos), na voz de Carlos do Carmo



(ver poema em http://natura.di.uminho.pt/~jj/musica/html/carlosdocarmo_02.html)
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quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

ARS POETICA (54): Correio poético (19): Natal é quando...


IllumiNatus (2008) / David Zink (after a Middle Age codex)



  • QUANDO…



    Quando o voo da ave for sonho
    - e o sorriso da criança esplendor

    Quando as árvores tiverem sempre frutos
    - e a terra minada for searas de trigo

    Quando os dias nascerem calmos
    - e as fontes tiverem sempre água

    Quando a lua e o sol deixarem de ter segredos
    - e os homens tiverem todo o tempo para amarem
a terra voltará a ser Paraíso
e todos os dias serão Natal


Clotilde Moreira


2008.Dez.19

terça-feira, 7 de outubro de 2008

ARS POETICA (46): correio poético (15): Em busca das palavras perdidas



PALAVRAS PERDIDAS



Há palavras que nunca foram ditas
E deviam...
Há palavras que ficaram guardadas
Para serem ditas um dia...

Mas o dia não chegou
Porque
antes de tempo
Chegou outro dia
que tudo acabou

E o dia das palavras guardadas
Guardou as palavras que deviam ser ditas.


Clotilde Moreira
22 Set. 2008

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sexta-feira, 16 de maio de 2008

ARS POETICA (42): Correio Poético (14): Metamorfoses do «mito do eterno retorno»


Ciclo de vida? Ou Morte?


Só o nascimento tem uma vinda
Só a morte tem uma ida
Tudo o resto vem e vai.

Uns têm um momento breve
como a flor
como o sorriso,

Outros parece que são sempre
como a pedra.

Mas mesmo a pedra se parte
se quebra
se desfaz em areia

E acaba por ir no sopro do vento
ou no rolar da água do mar.


Clotilde Moreira
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sábado, 23 de fevereiro de 2008

ARS POETICA (19 ): Correio Poético (9): In Memoriam


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Olhei-te
Não me viste
Chamei-te
Não me ouviste
Mas agarrei-te e fiquei contigo
Sempre até ao fim.

Muitas vezes em silêncio
Muitas mais os dois.

Percorremos caminhos
Alcançámos paz
Demos alegrias.
Pouco perdemos
Porque cada dia
estávamos simplesmente.

Agora partiste
E eu fiquei.
Mas não estou só:
Tenho por companhia
as nossas recordações.


Clotilde Moreira


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

ARS POETICA (16): Correio poético (8): Palavras-chave


As palavras



Falo de Amor,
falo de raiva
e sempre de Paz;


Falo da guerra,
mas também de Esperança,
de Alegria.


Falo da Primavera
e de flores;


Falo de tudo
Sempre com as mesmas palavras,
Apenas as alinho de maneiras diferentes.


Maria Clotilde Moreira - Algés


quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

ARS POETICA (11): Correio poetico (6): Explicação do poema


E a provar que a poesia se explica a si mesma, Clotilde Moreira questiona a poesia e responde sob a forma de poema:


O que é um poema?


São palavras que saiem
soltam-se e correm…
de uma alma com dor
ou de um coração de alegrias

Um poema são gritos
que saltam do nosso peito

ou gargalhadas…

Um poema são sempre palavras
São mãos estendidas
Pedindo
Suplicando

Às vezes são esperanças
Muitas vezes desenganos.

Um poema são saudades
São lembranças registadas


Clotilde Moreira

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

ARS POETICA (8) : Correio poético (4): Cântico de Natal de Clotilde Moreira


The Crib (2007) / David Zink


Todos os anos há Natal


Apesar da guerra
Apesar da fome
Apesar dos homens sem pátria
E dos povos sem nação

Apesar das lágrimas
Das dores das mães
Das crianças famintas,
Das crianças soldados

Apesar da ganância
Das leis injustas
Das angústias dos sem trabalho
Dos desalojados

Apesar de tanta injustiça

A terra move-se
As tardes caiem
As noites acontecem
E há sempre uma manhã que nasce Natal

Paz aos homens de boa vontade


Maria Clotilde Moreira / Algés

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

ARS POETICA (6) : Correio Poético (3)



PALAVRAS COM IMPORTÂNCIA


Ah! Se eu fosse pássaro
Voava alto, muito alto
E escrevia no azul do céu
A palavra LIBERDADE,

Ah! Se eu fosse peixe
Nadava no mar imenso e
E nas suas águas escrevia
a palavra VIDA,

Ah! Se eu fosse borboleta
Todas as primaveras
Escrevia a palavra ESPERANÇA,

Se fosse vento
Soprava em rajadas fortes
A palavra FELICIDADE,

Se fosse apenas uma criança
Com a minha bola colorida
Escrevia a palavra FUTURO,

Se tivesse os braços fortes de um homem
Esculpia no mundo a palavra AMOR

Sou mulher
E com todos vós
Todos os dias
Ajudo a construir a PAZ.

Clotilde Moreira
2007. Nov. 11

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

ARSPOETICA (4) : Correio Poético (2)

Abrindo o correio poético...

2 POEMAS DE M.ª CLOTILDE MOREIRA:


E, então, há um dia
em que perguntamos:
porque foi assim?

Recordamos e revemos
as gargalhadas que não demos
os sonhos que nos roubaram…
apenas sentimos que vivemos.
E agora?


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Às vezes adiamos os sonhos
Para um amanhã com mais tempo

Mas quando esse tempo chega
Os sonhos são só lembranças
Porque os actores já partiram.


Maria Clotilde Moreira
Outubro de 2007

Da Ciência e da Arte / Jorge Castro (poema) & David Zink (música)

Acerca da essencial e discreta diferença / Júlia Lello (poema) & David Zink (música)

Canção de embalar / Jorge Castro (poema) & David Zink (música)

Falas de amor / Jorge Castro (poema) & David Zink (música)