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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Dica do dia

Consequência de uma pausa...

Férias é sinônimo de ler, escrever, passear, dormir mais que o necessário, viajar, aprender algo novo ou reforçar o que já aprendeu, enfim, férias é padecer na folga e na preguiça! Por que não curtir esse período assistindo filmes? Bom, tenho uma lista enorme aqui, quatro já se foram!

Desses quatro primeiros já vistos, indico dois. Chocantes, talvez espetaculares. Porém, poucos são os que gostam, até mesmo porque, impossível se sentir confortável diante desses filmes...

O primeiro é um drama, muito bem escrito e dirigido. "Confi@r" é uma obra reflexiva, principalmente para quem já tem filhos. Ele mostra a realidade e a dificuldade de se criar filhos, principalmente com as novas tecnologias. Mas não só isso, vai além, faz-no refletir sobre as relações entre pais e filhos, sobre a compreensão de sentimentos. Outro ponto é a questão de saber onde mora o perigo, porque, ao contrário do que imaginamos, ele pode estar ao nosso lado ou onde menos esperamos. E, como suportar e superar uma tragédia? O título eu interpretei de várias formas:
1. Até que ponto podemos confiar em alguém que conhecemos pela internet?
2. Como criar uma relação de confiança entre pais e filhos?
3. Diante de uma tragédia, seria o suficiente confiar no poder público para solucioná-la?
4. Após essa tragédia, como confiar em mais alguém? Para quem contar segredos e compartilhar sua vida?
5. É possível confiar de olhos fechados em quem está "sempre ao nosso lado"? (Essa foi uma das últimas perguntas, irão verificar na última cena do filme, ao final de tudo. Foi também uma das cenas que me deixou mais surpreendida e chocada, diga-se de passagem!)
Ah, não se esqueçam do lencinho para secar as lágrimas!



O segundo está me fazendo ir em busca do livro que serviu de suporte - embora quase sempre me decepcione com filmes baseados em livros, visto que o filme, geralmente, foge muito do livro e até mesmo muda os rumos das histórias e as mensagens. "A pele que habito", dirigido por ninguém mais ninguém menos que Pedro Almodóvar, é motivo para muito debate, já que Almodóvar caiu no conceito da maioria depois do filme "Abraços Partidos". Sendo assim, muitas dúvidas surgiram em consideração a esse suspense, no mínimo, curioso. Em relação a maioria, no geral, digo que poucos gostam por não ser um filme hollywoodiano, porque querendo ou não, estamos mais acostumados com filmes americanos, infelizmente. Alguns não sabem o que estão perdendo com filmes franceses, indianos, espanhóis, e até brasileiros, que ultimamente têm ganhado pontos positivos comigo.
Voltando...Em A Pele que Habito uma estória extraordinária se desenrola aos poucos. Há algum tempo não via, em um único filme, tantos temas para debates e reflexão misturados ao terror e à ciência. Os encaixes se fazem ao longo do filme, e assim vamos decifrando enigmas e compreendendo ações e reações das personagens. São tantas surpresas e imprevisibilidades que ao final nos vemos boquiabertos.
No momento, citarei algumas das reflexões que perambulam em minha mente...
1. Até onde a ciência é bem vinda e até que ponto o homem pode usá-la ao seu bel prazer?
2. Seis anos é muito tempo! Muitas transformações podem acontecer...
3. O que é loucura? Quando devemos considerar alguém louco?
4. Vingança é loucura? Vingança: não é justo mas é correto? E a justiça pelas próprias mãos?
5. Segredos que podem interferir na vida de outrem devem ser revelados?
6. A fidelidade de uma mãe pelo filho deve superar atos inescrupulosos promovidos pelo filho?
Ah, atentem-se para as obras de arte/pinturas/quadros da mansão. E, uma cena que me deixou desconcertada/enojada - depois descobri que não fora só eu -, a do "tigrão com a Vera", vocês saberão identificá-la e o porquê...
Por último, sinceramente, na minha humilde opinião, Elena Anaya superou Antonio Banderas no quesito interpretação. Ambos surpreendem, entretanto, ela mais que ele!
Confiram essa crítica: http://cinemacomrapadura.com.br/criticas/237267/a-pele-que-habito-almodovar-reitera-seu-potencial-de-contar-grandes-historias/



E questões que ambos os filmes geram: relação entre pai e filha e confiança.
1. O quanto um pai é capaz de suportar são/consciente atrocidades com sua filha? Qual a melhor maneira de agir?
2. Como se baseia a confiança de uma filha pelo pai em "estado de loucura"?

Enfim, são muitos detalhes, muitas estórias, muitas reviravoltas, vale a pena assistir a ambos os filmes! Caso não gostem, peço desculpas de antemão, mas gosto, realmente, não se discute! E, férias ou folga, tudo está valendo para suprir o tempo!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Música, simples!

Consequência de uma pausa...
A maioria da pessoas que me visitam já devem saber ou ter percebido o quanto a música é importante e faz parte da minha vida. Não que eu saiba tocar algum instrumento ou tenha algum dom artístico, pelo contrário, infelizmente não tenho, nem entendo a fundo técnicas e afins. Mas, acredito que entendo de música que me agrada, faz bem, ajuda, levanta, faz dançar, pular, cantar, gritar, chorar, sorrir, viajar, pensar, imaginar, sonhar, que embala gerações, pessoas, momentos, que marca datas, histórias, enfim, se isso for entender de música, sou uma expert no assunto!
Hoje, como na maioria das vezes, não sei ao certo o porquê, me deu uma vontade enorme de compartilhar algumas músicas com vocês. E, como sempre deixo claro, lógico que gostaria de agradar a todos, no entanto nem tudo é possível, e como as pessoas dizem "gosto não se discute"! Só espero que através da música mais corações sejam tocados, mais pessoas apreciem essa arte maravilhosa, digna de um incentivo maior, principalmente aos que estão no início da carreira, tem produção independente e talento enorme, para dar e vender (eu compro na hora!).
A música é capaz de realizar trabalhos fantásticos nas vidas das pessoas, tanto é que a musicoterapia está aí para nos provar. Nas nossas vidas existem momentos e momentos, e pode ter certeza de que na maioria deles a música fará parte, contribuirá de alguma forma, seja para te deixar lá embaixo, seja para deixar lá em cima...a arte é assim, tem para todos os gostos e faz parte do mundo para que cada um retire dela um pouco para si. Tenho a certeza de que os sentimentos são universais, o diferencial é a maneira, a intensidade, como sentimos, o contexto e a forma como agimos diante deles, afinal, quem nunca sentiu saudades, se apaixonou, ficou com raiva, se estressou, teve momentos depressivos e etc? A música é capaz de marcar cada um desses momentos, cada um desses sentimentos, de uma forma peculiar, que na verdade só o autor é capaz de descrever o que o levou e o sentimento que embalava ao escrever tal letra, ao criar tal melodia, isso se for possível, porque muitas vezes, nem eles entendem: 'apenas inspiração...' Aaah! Como eu gostaria de ter inspiração fácil assim, ou de forma que possa ser traduzida numa música "perfeita"! Concluindo, a música é para ser vivida, experimentada, sentida, apreciada e guardada. Nada melhor do que ficar ouvindo, ouvindo, ouvindo, ouvindo, ouvindo, ouvindo...até não poder mais ou até cansar - se isso for possível - ou, ainda, até relaxar, desestressar, encontrar a resposta que procurava!
Num momento de "nada a se fazer" e em busca de algo novo, fiquei futricando nos mais variados sites, pois encontrei músicas antigas, novas, meio-termos...revivi o passado, refleti o presente e sonhei com o futuro! Um dos videos - que é uma música linda e de alta qualidade, muito boa mesmo - é o novo trabalho da cantora Pitty, uma parceria que rendeu uma banda e um disco lindo, para quem não conhece, vale a pena conhecer a Agridoce (http://www.agridoce.net/).

Outro som que vale a pena conferir é uma doce canção do Chico, aquele lindo de olhos azuis brilhantes e penetrantes!


Chega de música?! WTF??!! hahaha Para quem gosta de um som mais alternativo (em relação aos de cima), diferente e até divertido, por que não ouvir Soulstripper?! Sem contar que o video postado abaixo a interpretação das crianças é uma graça!

Pois é, acho que por hoje chega, até mesmo porque ainda tem gente que vai trabalhar, estudar, praticar exercícios...na próxima vou tentar fazer um texto mais conciso e algumas músicas para meditação, mais tarde explico mais! ;) Um ótimo final de semana a todos e que a próxima semana seja muito abençoada!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Novidade!

Consequência de uma pausa...
A maioria aqui sabe que eu não gosto muito de me expor, apesar do modelo inicial do blog. Faço o possível para preservar a mim e a minha família. Entretanto, nesse final de semana passei por ótimas, inexplicáveis, indescritíveis experiências e sentimentos, não só porque passei no vestibular, mas porque pude compartilhar com minha família e com meus amigos um momento único na minha vida. Entremeio a esses momentos algumas pérolas do meu irmão mais novo tiveram grande repercussão, e por inúmeras vezes comentamos que devíamos anotar, arquivar, gravar algumas das coisas que ele diz, para que não se perdesse no tempo, até mesmo porque, ninguém tem memória boa o bastante para arquivar tantas gracinhas! Na verdade, muitas delas já se perderam...
Sendo assim, decidi que ia começar a publicar algumas dessas pérolas por aqui, para que fiquem guardadas e também para que possam alegrar ou surpreender os que por aqui passarem. Não é porque sou a irmã não, mas meu irmão, desde quando começou a falar já surpreendia a todos com sua inteligência, seu jeitinho de ser e agir, deixando a família, é claro, orgulhosa. As primeiras frases já eram no plural, cheia de concordâncias, o que deixava os vários educadores que conhecíamos admirados. A espontaneidade, em dizer o que pensa, o que sabe, o que conhece até mesmo sobre assuntos "de adultos", deixam as pessoas boquiabertas. Enfim, como criança ele tem todas as características de qualquer uma, mas, como dizem algumas pessoas, as características próprias, específicas dele, tal como a inteligência, é que surpreendem, são marcante e deixam a todos vislumbrados.
Vou começar pela mais recente...
No penúltimo final de semana, enquanto andavam pelos pastos da fazenda, meu pai disse que precisava ir olhar uma coisa e que ele podia ficar esperando no local em que estavam, ou seja, meu irmão ia ter que ficar um pouquinho sozinho.  Eis que ele encontra uma pena no chão, ao seu lado, a pega e diz para nosso pai: "pai, se o senhor voltar e encontrar só a pena aqui, é porque a onça me comeu!"  Naquele momento, imagino que muita coisa deve ter passado pela mente hiperativa dele (eu sei bem o que é ter mente hiperativa, ele teve a quem puxar!), inclusive as histórias de animais e principalmente a das onças; tudo num piscar de olhos, como se fosse uma coisa absolutamente natural e normal.

Como é a inauguração desse assunto de postagem, vou deixar outra história...
Meu irmão mais velho está prestes a se formar, em janeiro temos festa! E ele namora firme com uma mulher que toda a família gosta e admira, que curte as mesmas coisas de todos nós, e meu irmão mais novo adora ela, anda com ela pra todo lado, conversa até falar chega (se bem que isso não é difícil pra ele, tagarela que só vendo - e cansando! haha), fica no encalço mesmo. E, diante da formatura do nosso irmão mais velho ele vira pra nossa mãe e diz, como quem não quer nada, como se fosse tudo normal, na verdade, ele dizia isso enquanto tomava banho: "é mãe, agora, o Felipe vai formar, depois de uns 5 meses vai casar, ter um filho..." Minha mãe responde: "nossa Artur, será?! Aí você vai pra escola, vai sair na rua e todo mundo vai falar: 'olha lá o tio Artur, o titio, titio Artur!'. Resposta instantânea: "Aaaah nãão! Então ele pode casar só daqui 5 anos!" - Como quem diz: "eu ainda sou muito novo pra ser tio e vou ser motivo de zombação!" hahaha - - E outro fato interessante é que o banheiro, para ele, é um local especial, nunca vi ter tanta ideia e tantas tiradas nesse tipo de situação...sem contar que ele não consegue ficar calado, portanto, não consegue ficar sozinho, sem ter alguém pra conversar, daí o fato de sempre ter que ter alguém esperando do lado de fora, ou conversando por gritos! hahaha

Talvez muitos achem sem graça, mas, acontece que é impossível passar através da internet a entonação de voz, o jeito dele pra vocês, entretanto, podem ter a certeza de que quem o conhece, além de nunca mais esquece-lo, dá boas risadas na companhia do mesmo!
Ótimo término de semana a todos!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Notícia Boa: PASSEI!

Consequência de uma pausa...
Finalmente venho lhes trazer boas novas! Já era tempo, não é mesmo?! Pois então, declaro para todos os fins que às 2h da madrugada do dia 30/09 recebi a notícia de que tinha sido aprovada para MEDICINA nos dois vestibulares da UNIFENAS, ou seja, passei nas duas provas que tinha feito, e agora ainda posso escolher entre os 2 campus. Ainda tenho dúvidas: Alfenas ou BH? Bom, sobre isso eu deixo para conversar mais tarde, no momento, apenas quero compartilhar a minha FELICIDADE ABSURDA - que não cabe só em mim - com vocês, meus leitores, apreciadores e, por que não, amigos e conselheiros!
Fica a dica de que nunca vale a pena abandonar nossos sonhos, desanimar ou desistir. Tenham a certeza de que é melhor perseverar e ter esperanças, porque quem quer, consegue! Lógico que às vezes é difícil, dá uma vontade enorme de jogar tudo para o alto, de chutar o pau da barraca, mas, são perrengues que nos engrandecem, que aumentam nosso conhecimento e experiência de vida, não é bom, no entanto, também é importante passarmos por momentos assim...posso dizer que aprendi bastante nesses 2 anos de cursinho, adquiri uma experiência de vida enorme, conheci inúmeras pessoas maravilhosas e amadureci bastante.
Como muitos sabem, o início do blog aconteceu como uma válvula de escape para meus tormentos durante todo esse processo. Com o tempo fui diminuindo os desabafos e compartilhando outras coisas, outras informações, outros textos, mas, nunca me esqueci o principal motivo de o blog ter surgido na minha vida. E fico muito feliz por um dia ter tomado a decisão de criá-lo, afinal, ele também contribuiu para que eu atingisse meu objetivo principal dessa etapa da vida, e junto dele vieram algumas pessoas únicas e especiais, com dicas, conselhos, informações, apoio, força, experiência, que, com certeza, também contribuíram. Enfim, gostaria de agradecer a todos que um dia me levantaram, me fizeram sorrir e chorar, me apoiaram, me deram forças, confiaram em mim e sempre deixaram boas energias se propagando por aqui!
Compartilho com vocês esse momento de pura alegria, e espero que muitos outros eu ainda possa compartilhar. Como também espero que essas sejam apenas as primeiras vitórias de muitas que estão por vir, afinal, tenho mais uns 5 vestibulares para prestar! Foi um post feito às pressas, então relevem qualquer coisa, vale o intuito e a felicidade! Um enorme abraço e muitas bençãos a todos!

Fica a dica:
Não Deixe de Sonhar - Chimarruts


Se alguém te encontrar e perguntar por mim
Pode dizer que eu vim pra falar o que ninguém mais
fala e não quer acreditar
Quando ouvir alguém dizer que já não sonha mais é bom
saber rapaz que é capaz de morrer
Que não tem esperança e não quer fazer nascer.

Preste atenção não abra mão dos próprios sonhos
Não tem perdão,não deixe de sonhar
Não deixe de sorrir pois não vai encontrar quem vá

sorrir por ti.




sábado, 21 de maio de 2011

Um brilho no olhar

Consequência de uma pausa...
Tema: Os espaços urbanos das grandes cidades e a qualidade de vida.

Acordei atordoado, sequer soube reconhecer onde me encontrava. Não conseguia abrir meus olhos, nem me mexer, o que me deixou desesperado. Comecei a ouvir uns barulhos típicos de hospital e algumas vozes a minha volta, embora não soubesse distinguir as pessoas. Falavam em tom de preocupação e seriedade, imaginei que fossem médicos. Tentei me recordar como fui parar ali, mas, fui interrompido por uma visita.

Minha filha sentou ao meu lado e começou a conversar. Minha maior vontade era poder dizer o quanto a amava – há quanto tempo não dizia isso! - e perguntar o que estava acontecendo comigo. Sentia-me como uma criança indefesa, necessitada de colo e carinho. Percebi que ela se perguntava, com tristeza, como tudo tinha acontecido, como eu deixei chegar àquele ponto. Desse modo, fui recuperando minha memória a respeito de como estava agindo nos últimos anos.

Lembrei-me de quando a mãe dela ainda era viva e morávamos no interior de Goiás. Tínhamos nossa casa simples e confortável, conhecíamos todos os vizinhos e todas as semanas havia reuniões entre amigos. Não raro, no fim da tarde, sentávamos na porta de casa e ficávamos observando o movimento da cidade, que não era muito. Nos finais de semana íamos à fazenda, cavalgávamos e pescávamos. Também deixávamos que as crianças se esbaldassem na terra fofa. Incrível como todos se conheciam, se respeitavam, eram cordiais e estavam dispostos a ajudar uns aos outros. A cidade não tinha uma estrutura das melhores e estava longe de ser sinônimo de progresso, mas ainda assim proporcionava muita alegria aos moradores, ninguém queria se mudar. Entretanto, depois de receber uma ótima oferta de emprego, mudei junto de minha família para a capital.

Passamos a morar em apartamento, cercados por grades e câmeras de segurança. Os únicos que sabiam de nossa existência e rotina eram os porteiros, nem mesmo conhecíamos nossos vizinhos. Minha mulher começou a trabalhar e nossos filhos ficavam o dia inteiro por conta de empregados, escola e atividades extracurriculares. Quando chegava a noite queríamos apenas dormir e descansar. Não havia mais diálogo, muito menos família unida. Agora cada um tinha sua vida, sua rotina, seus amigos.

Após três anos morando em Goiânia senti os sinais da velhice se aproximando. Estava sempre cansado, sem fôlego, estressado, ansioso e dormindo pouco. O cigarro e a poluição faziam parte de mim e agravavam a situação do meu sistema respiratório. Tinha parado de caminhar e tornado um exímio sedentário.

Recordei-me, então, de um dos maiores sufoco pelo qual passei. O dia em que colidi com outro carro. Estava com muita pressa e com sono. Ao menos assumi a responsabilidade, o que não evitou xingamentos, desrespeito e quase agressão. Foi nesse dia que sofri meu primeiro enfarto. Dei-me conta de que esse não foi o único episódio em que me descontrolei. A briga no supermercado, a discussão com o síndico, as buzinadas no trânsito, o mau cheiro no prédio devido à grande quantidade de lixo, os empurrões na fila do banco, a briga com meu filho por causa das festas, bebidas e companhias, a morte da minha mulher e, por fim, o assalto.

De súbito lembrei-me porque estava na unidade intensiva. Fui assaltado e reagi, não esperava que ele fosse capaz de atirar em mim. Por um segundo acreditei que ainda estivesse no interior do estado e que fosse possível resolver os problemas apenas com uma conversa. Realmente, nossa vida tornou-se insignificante, assim como inúmeros valores foram deturpados e perdendo sentido.

Os médicos voltaram acompanhados dos meus filhos. O efeito do tratamento não estava sendo satisfatório. Para eles, era como se eu já estivesse morto. Percebi que eles choravam e se despediam de mim. Meu desejo era poder abraçá-los e pedir desculpas por todos os erros cometidos. Uma aflição terrível tomou conta de mim. Tinha que existir alguma forma de me expressar, de avisar que eu estava bem, que eu podia ouvi-los, que eu os amava e que me comprometia a mudar meu comportamento. Se fosse necessário, voltaríamos a ter nossa vida no interior – que saudade! Então, uma lágrima escorreu de meus olhos. Lembramos que Deus existia. O aviso foi dado. Sim, eu estava vivo. Sim, eu os amava. Sim, eu estava pronto para operar mudanças. Naquele momento, concentrava-me em poder abrir os olhos, renascer e enxergar o colorido da vida outra vez...

domingo, 15 de maio de 2011

Incondicionalmente, amigos!

Consequência de uma pausa...

Nas últimas semanas, não sei ao certo o porquê, senti-me abraçada e beijada, senti-me feliz, dando muitas risadas, senti-me cheia de saudades, senti-me uma pessoa melhor, senti-me amada, enfim, senti-me repleta de amigos. Agora, pensando melhor, senti que a amizade também pode ser um amor incondicional e eterno. Portanto, dedico tudo o que aqui escreverei a todos os meus amigos, os do dia-a-dia e os que por algum motivo estão longes, os virtuais-blogueiros, e, principalmente, os que estão para sempre no meu coração e ao meu lado, com os quais mantenho uma eterna amizade de amor incondicional. Antes, desculpem-me os outros, dedico "mais especialmente ainda" ao Pedro, com o qual tenho a amizade mais duradoura, afinal, uma amizade que inicia aos 3 anos de idade (naquela época pode ser que nem sabíamos o que era a amizade ao certo, porém, sempre estávamos juntos, brincando, nos divertindo e estudando -lógico! - ou seja, sempre estivemos em sintonia) e até hoje está firme e forte, merece toda a homenagem e uma dedicação especial!

Quando pequenos não compreendemos nossos sentimentos. Gostamos ou não. Queremos ou não. Fazemos ou não. Apenas seguimos nossos instintos, nosso coração. Logo, posso dizer que amizades que começam na infância, duram porque são autênticas, são de verdade, caso não durem, é porque conforme as pessoas vão crescendo, vão se amarrando às armadilhas que a vida nos prega e assim aprendem a mentir, enganar, sufocar, reprimir, esquecem-se de quem são e se perdem na busca pelo que almejam. Concordo com quem diz que para minha geração é mais fácil e prático manter contato, continuar com uma amizade, devido à ação da tecnologia desde quando nascemos, porém, até hoje existem as cartas e os telegramas que também podem ajudar, há bastante tempo existe o telefone, os "orelhões", e, quem é que não tem um celular hoje em dia? Acredito que para que as amizades se desfaçam nos dias atuais é porque simplesmente não há verdade e clareza nas relações, não há sintonia, não há coisas em comum, ou, há pessoas insensíveis que infelizmente interferem numa relação amiga que podia fazer bem ao grupo, ou par.

Certa vez, quando cursava a 7ª série do ensino fundamental, uma pessoa me disse que foi nessa época escolar que ela fez os melhores amigos, os que a acompanhava (até aquele dia da nossa conversa). Eu acreditei. Entretanto, não sabia que naquela época ainda não tinha maturidade o bastante para reconhecer quem eram os meus verdadeiros amigos, poucos dos que eu considerava como amigos para a vida inteira perduram, e, mesmo assim, algumas relações são feitas de pequenas conversas e poucos encontros, só que os sentimentos e as lembranças continuam vivos dentro de mim, e, disso, poucos sabem (agora, muitos sabem!). Contudo, diante de tudo o que já passei (pode não ser muita coisa para quem lê, mas para mim já estou ficando quase uma idosa, ainda mais com meu estilo de vida, haha) posso afirmar com toda a certeza de que as amizades feitas no ensino médio, durarão uma vida inteira. Ao entrar nessa nova etapa de vida, os jovens descobrem e escolhem quem serão as pessoas que farão parte das suas vidas daí para frente, se você parar e pensar, verá que a maioria dos seus amigos você conheceu enquanto jovem, na vida escolar, ou na faculdade, também. E, esses, com os quais você compartilhou inúmeros momentos, inúmeras experiências e sensações, são os que fazem parte da sua vida hoje em dia, se não for todos os dias, não importa, pois o que interessa é a cumplicidade, o amor e os laços que os unem. Portanto, as amizades que eu iniciei nos últimos 4 ou 5 anos, pode-se dizer que são aquelas que eu levarei comigo para onde for, para o resto da minha vida, porque elas são de suma importância para mim, são muito especiais, são únicas e muito verdadeiras - de todas as partes -, porque elas me trazem paz, harmonia, amor, carinho, afeto, alegria, cumplicidade, união, risadas, companheirismo, abraços, ombros, lágrimas, compartilhamento, aprendizado, sabedoria, exercícios, dicas -saudáveis e não saudáveis-, enfim, uma infinidade de sentimentos, de momentos, que me tornam uma pessoa melhor e, principalmente, um ser humano!

Quando adultos, muitos são os que se casam e se esquecem dos amigos. Lógico, a partir desse momento muitas coisas mudam, mas, acho que vale lembrar de quem já participou das nossas vidas, que deixaram suas marcas e, dessa forma, se fazem importantes. Na verdade, o que é feito do homem sem a amizade? Nunca se esqueçam de que os amigos também formam uma família, e, por mais clichê que seja, uma família que temos a oportunidade de escolher - ou não. Que se for bem escolhida, funcionará como àquela que Deus escolheu, com direito aos mais sublimes sentimentos e momentos compartilhados. Então, caros adultos, não se esqueçam daqueles que já passaram por suas vidas - ou passam -, deixam suas marcas e te ajudam a construir uma vida melhor. E, queridos amigos, eu prometo que do que depender de mim, ainda enquanto velhinhos, estaremos nos reunindo e lembrando de todas as experiências vividas juntos, pois essas, com certeza, ficarão para sempre em nossas memórias, com direito a guardar todas as emoções no coração, sem contar que não há Mal de Alzheimer que nos fará esquecer quem amamos (espero que vocês me amem assim como eu os amo!) e partilhamos! (Como percebem estou deixando aflorar meu lado direito do cérebro, e o lado esquerdo do resto do corpo).

Hoje em dia também existem os amigos virtuais. Quem disse que não é possível manter uma amizade através da internet? Eu e alguns amigos somos exemplos vivos de que amizades virtuais existem e resistem tão bem quanto amizades próximas, se não forem melhores do que algumas não separadas pela distância, rs. O problema é o medo, o receio de enganação, de mentiras, de ir parar num B.O. (não estou exagerando!), até mesmo porque a sociedade é feita de homens e homens, não é mesmo? Aí entra aquela questão de sabedoria, inteligência e experiência de vida para saber como escolher e manter as amizades virtuais certas, pois todos estão sujeitos à cair numa silada. De qualquer forma, "os bons ainda são maioria" e os amigos fazem parte de nossas vidas, sejam virtuais ou não. E o que é a distância perante fortes sentimentos amigáveis? Se não fosse a saudade e a falta do calor humano, a falta daquele abraço apertado e do cafuné carinhoso, das conversas olho no olho sem estar passível de uma falha da cam, a distância seria algo pequeno...

Enfim, acho que tudo o que aqui está escrito resume o papel dos meus amigos na minha vida. É uma síntese de fragmentos da minha vida real misturados à fragmentos do que é geral. Gostaria de salientar que o que me inspirou foram comentários recebidos e análises pessoais, que me fizeram perceber o quanto algumas pessoas são imprescendíveis para que eu possa viver bem. Quando vejo comentários carinhosos no blog, por exemplo, me sinto tão bem, minha alma, minha mente se acalma de forma que eu não consigo explicar em palavras, só quem sente sabe. Quando encontro meus amigos, quando passo hooooooooooras conversando com eles, compartilhando, lembrando e construindo momentos e experiências, me sinto como uma criança bem alegre e cara de sapeca que os pais dão liberdade para fazerem o que quiserem, principalmente se for na casa dos avós, conhecem esse sentimento? Com eles, esqueço todo o café estimulante, não precisa, a conversa basta. Esqueço do chocolate para liberar endorfina, a não ser que seja um daqueles brigadeiros de panela que fazemos para comer de colher e fazer bagunça, huuuuum...Por fim, obrigada meus amigos e amigas, por fazerem parte da minha vida, vocês são únicos, inesquecíveis, insubstituíveis e eternos em minha vida, amo todos vocês! Espero que sejamos sempre incondicionalmente, amigos!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Dia das Mães - ainda é tempo!

Consequência de uma pausa...

Bom, começo desejando à todas as mães que por aqui passarem, um enorme parabéns pelo dia especial de vocês - que foi ontem! Acho linda essa data, um dia para reunir a família, celebrar o amor e a união, mas, sabe, por mais clichê que seja a frase "dia das mães é todo dia", estou de pleno acordo. As mães não deixam de ser mães nos outros 364 ou 365 dias do ano, todos os dias elas são mães, pela vida inteira, eternamente. Acredito também que seja somente nessa relação que existe o amor incondicional, com exceções, é claro, há mães que nem mesmo deveriam ser assim consideradas, e também há aquelas mulheres que sonham em ser mães e não podem, como também existem outras relações de amor incondicional, coisas da vida...

No segundo domingo de maio inúmeras homenagens são feitas, seja através de poemas, contos, fotos, mensagens, enfim, independente do meio, todas as mães são lembradas e homenageadas. Acho uma pena que somente em um dia do ano todo esse amor e admiração sejam expressados, que somente essa data se volte a pessoas tão importantes como essas mulheres, imprescindíveis à sociedade. Porém, o comércio já tem que se preparar para o dia dos namorados...iventam tantas datas comemorativas (nada contra, mas é que fica tudo concentrado em um dia só, o que faz com que as pessoas se esqueçam que vivemos um ano inteiro, que podemos amar e declarar esse amor todos os dias!), e ainda tem aquele deputado querendo tornar feriado os jogos da seleção brasileira durante a copa...melhor nem comentar mais, perderia o foco com a minha indignação!

Pois bem, hoje vou fazer diferente. Recebi um e-mail sobre as mães e vou compartilhá-lo com vocês! Eu me diverti bastante, espero que gostem, é um jeito diferente de entender as mães! :)

Diz assim: "Porque as mães gritam tanto:"

Obs.: As imagens foram retiradas do e-mail, não havia links de origem das fotos. Algumas, creio eu que são de filmes e propagandas e o restante retiradas da própria internet. Dei-me o direito de não publicar algumas porque seria muita exposição das crianças.














Agora ficou mais fácil compreender o comportamento histérico de algumas mães, né?!

Parabéns mamães de todo o mundo! E, lógico, um especial à minha mãe, afinal, meu amor por ela é incondicional...

domingo, 1 de maio de 2011

Era noite

Consequência de uma pausa...

Era noite, não lembro a hora exata. O céu estava diferente, um pouco alaranjado, com misturas de azul e vermelho em meio ao negro. Dava para ouvir o som do vento, muito forte naquele dia, me fez arrepiar. As árvores balançavam mais que o normal. Parecia realmente uma noite de tempestade, com direito a filmagem para filme baseado em fatos reais. 

Eu levantei e me aproximei da sacada, pensei que seria um dia perfeito. Hesitei ao ouvir barulhos, até que percebi que vinham do apartamento de cima. Eram correntes de arrastando, quem sabe alguém vindo me visitar. A porta do armário fechou, talvez tenha sido a força do vento - ou não. Resolvi abrir todas as janelas, deixar o vento carregar consigo tudo o que conseguisse, bagunçar o que fosse possível, até mesmo porque, nada estava mais bagunçado que minha mente. 

Caminhei pelo apartamento, sim aquele em que passei a maior parte da minha vida, mais momentos ruins do que bons, mas foi nele que vivi, se é que pode dizer que eu vivi algum dia. Um sentimento nostálgico me contaminou, uma pontinha de medo surgiu quando visualizei as fotos espalhadas pela sala, pelo quarto. Por que eu estava sempre sorrindo? Eu nem era tão feliz assim. Por dentro algo se remexia, uma ânsia de vômito me levou ao banheiro, aah, agora não é hora disso, eu pensei. Pedi forças a alguma divindade, nem sabia mais para quem apelar, se estivesse alguém perto de mim que me desse forças, era o que eu mais precisava naquele momento. 

As folhas espalharam-se para todos os lados, nem eu sabia de onde surgira tantas, deve ter sido da vida de estudos que eu nunca consegui largar. E, por que tantas coisas guardadas? Por que não me desapegar? Naquela hora decidi abrir os baús antigos, as caixas, ir rumo ao quartinho da bagunça para me desfazer de tudo. Comecei pelas caixas maiores, no fundo eu já sabia que elas seriam mais fáceis, tinham menos objetos de grande importância. Abri a primeira, repleta de cadernos do início da minha vida escolar, a letra ainda era meio desordenada e eu escrevia somente a lápis, lembrei-me do quanto sonhava com o dia em que fosse “maior” e estaria apta a escrever com caneta. Joguei fora. Abri a segunda caixa, eram materiais do ensino médio. Listas e mais listas de exercícios, preparatório para o vestibular, que época foi aquela! Melhor esquecer. Tudo para o lixo. Abri outra, coisas da faculdade, olhei para o lado e tinha mais um monte, tudo da época da faculdade. Senti-me sufocada. Nem abri, tudo para o lixo. Andei em direção às pequenas, às caixinhas delicadas, aquelas que eu já sabia, iriam ser dolorosas, mas, era necessário, importante não deixar vestígios. Comecei por uma com fotos em excesso, era da infância. Como pode nascer um bebê tão lindo e sorridente e crescer um adulto tão feio e amargurado? Decidi que as fotos ficariam, alguém poderia querer. Abri outra, essa era de cartas. Quantas quartas! Recadinhos da época de escola, de faculdade, de alguns momentos. Esses foram difícil decidir o que fazer, resolvi trancá-los no cofre, não poderiam ir para o lixo nem ficar disponível para qualquer um. Fui abrindo as caixas e vendo o que carregava comigo pela vida, o que deixava pelo caminho, o que esquecia de vez, o que realmente marcou minha vida, o que foi passageiro e o que poderia ter sido mudado. Muita coisa foi para o lixo, mas, fracassei, de alguns conteúdos não consegui me desapegar. Finalizei mais essa etapa. Canalizei minhas forças, esqueci de tudo o que poderia, simplesmente apaguei da memória e deixei minha mente em branco, sem pensamentos atormentadores, sem lembranças ou memórias. 

Voltei para a sala. Apaguei todas as luzes e fui rumo a sacada novamente. Mas, uma súbita vontade de caminhar me deteve. Antes era preciso caminhar. Nesse momento olhei no relógio, era meia-noite em ponto. Desci pelo elevador, tudo silencioso, vazio. O porteiro com sua mini televisão ligada e tirando um cochilo sentado na cadeira. Consegui abrir o portão sem incomodá-lo, era até melhor, assim uma pessoa a menos veria. Saí pela rua, calma, silenciosa, poucos carros passando, rápidos. Os prédios pareciam adormecidos, poucas luzes acesas, ninguém nas sacadas. Alguns cachorros começaram a dividir a calçada comigo. Fui andando, para onde o vento me levasse, só não queria que ele me fizesse re-encontrar o que ele já tinha levado do meu apartamento. Nada de regresso ao passado. Andei bastante, mas, senti outra necessidade súbita, de voltar, de subir e ir até a sacada, não tinha jeito, era realmente necessário. 
 Comecei a voltar. O vento mudou de rumo, ficou mais forte, os assobios mais altos. As árvores estavam a pouco de serem arrancadas da terra. Percebi maior movimento nos apartamentos, as pessoas estavam fechando suas janelas, suas sacadas. Fui voltando. Parei. Repentinamente percebi que alguém estava me vendo, pior, estava me vigiando. Voltei-me para a rua que cortava meu prédio. Atrás de um container havia um homem. Os postes mal iluminavam a rua, mas percebi que ele usava camisa e calça escuras, e, me olhava fixamente. Eu também não conseguia desviar meu olhar do dele. Foram poucos segundos que pareceram uma eternidade. Ele me passava alguma mensagem, queria me dizer algo. Ainda não compreendo como foi possível que, sem abrir a boca, nos comunicássemos. Ficamos assim, parados, de lados opostos, a uma distância considerável, mas, que não foi obstáculo à nossa comunicação, à nossa troca de olhares. Foi intenso. Sentia-me como se tudo o que se passava comigo, tudo o que eu sentia, tudo o que eu pensava, tudo o que eu percebia ele via. Sentia-me aberta, ele sugava tudo de mim. O cachorro latiu. A atenção foi desviada. Subi até o meu apartamento. Entrei diretamente para o meu quarto, comecei a limpar, organizar, em poucos minutos estava um quarto digno de gente normal - ou quase. Fui para a cozinha, coloquei água para ferver, ia cozinhar uma massa. Comecei a fechar as janelas, mesmo que o vento já tivesse diminuído sua força. Fui ao quartinho, ordenei as caixas restantes, guardei o que tinha para guardar e joguei fora o necessário. Tranquei a porta. Fui até a sala, liguei o som, juntei os papeis, coloquei tudo em seu devido lugar. E decidi que o cofre ficaria trancado por muito tempo. 

Sentei-me para descansar. Parei. Estava de frente à sacada. Levantei. Dei três passos. Hesitei. Não, era preciso. Fui até a beira. O vento renovou suas forças e eu o senti tocar a minha pele, mas não era uma sensação ruim, era boa, muito boa, me sentia renovada, limpa, seu assobio era música. Abri os olhos. Vi o homem, aquele mesmo homem. O cachorro latiu, o homem abaixou da testa um óculos escuro, de suas mãos surgiu uma bengala com a qual ele tateou a sua frente e foi caminhando, vagarosamente, creio que na direção do vento...

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Outro domingo...de Páscoa!

Consequência de uma pausa...

Confesso que iniciei um post sobre a Páscoa, mas foi ficando muito complexo, minha mente foi pensando a mil por hora, as críticas estavam pesadas (Senhor, perdoa-me! rs) e devido ao tamanho do post e o fato de eu ter que revisá-lo antes de publicar, mudei de ideia e de data para a publicação do mesmo.

Sendo assim, vou manter o ambiente mais leve por hoje, em contraste com meu peso após voltar a comer chocolates. Para quem comia chocolate diariamente, e não se contentava com apenas 30 gramas de chocolate amargo ou meio amargo (de acordo com as recomendações médicas), passar a quaresma e a Semana Santa sem se deliciar com essa "iguaria" foi bastante difícil. Sim, eu sou chocólatra, mas também sei me controlar, e, acho que depois dessa penitência, a ingestão desse produto vai até diminuir.

Não me satisfaz completamente dar margens à minha pressa e à superficialidade, mais uma vez, porém, é o que eu tenho para hoje. Espero, de novo, que não se sintam "desrespeitados" pela minha falta de presença nesse espaço e falta das minhas expressões, opiniões, ou, que seja, dos meus contos e devaneios. Logo, tudo voltará ao normal. Acho que assim que eu entrar nos eixos, o blog volta ao seu eixo também, não vou me prolongar nesse assunto agora, primeiro que não vem ao caso e segundo porque seria mais complexo que explicar minhas opiniões a respeito da Páscoa e de tudo o que a envolve, rs.

Sabe, se tem uma propaganda (das poucas que vejo) que me impressionou nesses últimos dias foi a da Coca-Cola. Já se vão quase 3 anos que eu não bebo refrigerantes, ou, bebidas gaseificadas. Nunca fui muito fã, mas, por fim, ingeria praticamente em todos os finais de semana, coisas de família. Tudo começou com penitência de quaresma que eu decidi prolongar. Aos poucos, percebi que realmente não me fazia falta, e nessa de não me fazer falta também ganhava em saúde, visto que esse tipo de bebida não é saudável, então, decidi parar de vez. Desse modo, posso dizer que hoje valorizo muito mais uma garrafinha de água mineral ou de suco. E, ainda, descobri que a maioria dos meus amigos também decidiram parar de beber refrigerantes ou já não bebiam, ao ponto de combinarmos de sair e 90% das pessoas da nossa mesa estarem bebendo suco ao invés de refrigerante. Enfim, o ponto principal é a maneira como as marcas vão se reinventando, tentam se aproximar dos consumidores, aumentar esse número e, agora, também tentam conscientizar a população para o bem, o que me admira - mas, não me faz voltar a ingerí-la, rs.


A partir da propaganda publicitária...
1. Não precisamos ser sempre negativos, pessimistas. Sempre temos a chance de olhar para o lado e procurar algo de bom, que nos motive, afinal, se tudo a nossa volta nos entristece, há algo de errado nisso aí...
2. As crianças são simplesmente seres divinos, capazes de mudar as atitudes dos pais, de propagar alegria, paz, amor e mudar toda uma história, ou, várias histórias e ambientes.
3. A corrupção deve ser sempre combatida, mas também não podemos nos esquecer de combater as doenças que nos cercam, de combater a falta de consciência das pessoas que tem medo de doar sangue e salvar vidas. Pessoal, doar sangue vai além de "ser furado" e retirarem "algo seu", doar sangue é salvar vidas, é praticar o bem (sem ver a quem), é fazer pessoas e famílias mais felizes, é dar a chance de sobrevivência para alguém, é dar uma segunda chance, é curar, é pensar um pouco mais no próximo e deixar o egoísmo e a ignorância de lado.
4. Destruir a natureza = destruir a si mesmo, pensem nisso. Embora 98% das latinhas de alumínio sejam recicladas, o Brasil ainda está longe do necessário para que o ambiente não sofra demasiado, muitas outras coisas precisam ser recicladas, inclusive, muitas vidas precisam ser recicladas, vidas que se encontraram no lixão, nas ruas, em meio a lixo que também poderia ser reciclado e não será...
5. Guerras são retrocessos, que poderiam ser evitados se soubéssemos viver em sociedade, se soubéssemos diminuir um pouco os interesses capitalistas, egoístas, dominadores e sobrepor os interesses de salvar o mundo do que há de errado.
6. Tá que eu tenho alergia dos bichinhos de pelúcia, mas, eles são fofos, representam coisas boas, marcam bons momentos e relacionamentos, então, que sejam produzidos a todo vapor e substituam as armas...
7. Que o amor seja propagado, disseminado muito mais que o medo, embora este também seja inerente ao ser humano. De qualquer forma, o amor é sublime, nos faz o bem, ajuda a formação de um mundo melhor, ao contrário do medo, que reprime, isola e muitas vezes (não todas) faz mal.
8. Para cada arma vendida, 20 mil pessoas são capazes de compartilhar algo do qual ambas gostam, isso é olhar ao próximo, é compartilhar alegria, mostrar amor, união e o bem.

Com certeza, há razões para acreditar que os bons são maioria. E, há muitas outras razões para acreditar que devemos aumentar o número de bons e disseminar essa maioria mundo afora, para que o bem chegue ao maior número de pessoas possíveis...
Sim, me encantei com essa propaganda da Coca. Que as pessoas não se lembrem só de ingerir a bebida, mas também se lembrem da mensagem que a propaganda passa e pratiquem o bem.

Uma ótima semana a todos que por aqui passarem!

Uma musiquinha para vocês:

domingo, 17 de abril de 2011

É domingo!

7:00 o despertador toca, um barulho incoveniente para muitos, mas que te avisa: "vamos lá! deixa de preguiça! é a sua vida, sua rotina, acorda que já é hora!", e, então me pergunto: "hora de quê mesmo? qual o meu planejamento para hoje?". Bom, comecemos pelo início, já que é o melhor a se fazer. Acordo cedo num domingo, saio à rua e o primeiro local público é a padaria. Agora, exercício de imaginação: você acorda cedo num domingo, veste uniforme, pega seus materiais (uma pasta enorme e pesada de tantas listas e folhas, mais cadernos, estojos e cia) e sai rumo ao cursinho. Passa pela padaria lotada de gente e todos se voltam para você, o centro das atenções que até consegue ler o pensamento das pessoas: "Coitada!", ou, "Nossa, ainda bem que eu já passei dessa fase!", ainda, "É tem que estudar mesmo, ralar, sofrer, a vida não é fácil", e tem mais, "Ainda bem que eu não estou na pele dela!", tem aquele que diz "Nossa, esses cursinhos perderam a noção, aula dia de domingo?!!", e, "Essa é esforçada, nunca que eu ía acordar cedo num domingo para ir ao cursinho!". Depois, passa pelo bar que funcionou a noite inteira, e, agora, fechado, continua com o odor de xixi das pessoas inconscientes, mal-educadas e desrespeitosas. Continua na caminhada e passa no quarteirão do hipermercado, mira a garagem e percebe o quanto ela é assustadora, desértica, com as lâmpadas brancas acesas, e mesmo assim meio escura, na hora você lembra dos "Jogos Mortais I, II, III, IV, V, VI" -- esqueci algum? Avança um pouco mais e vê um pacote vazio de batata Crony (não era Ruffles, por incrível que pareça, para quem não entendeu acabei de pensar no monopólio, rs) que o vento está carregando, tipo "far west", só faltou aparecer um cowboy a cavalo, o que não seria difícil, visto que na noite da véspera uma das maiores festas aconteceu na cidade, tradicional, que todos esperam o ano inteiro pela próxima, para toda a cidade e faz até as boates mais chiques anunciar promoções, a Festa a Fantasia, que lota o Goiânia Arena e dura a noite inteira, portanto, às 7h da manhã ainda tem gente fantasiada na rua, como a policial, a bombeira, os escoceses e mais outras fantasias indefinidas que eu encontrei nos postos lanchando. Chega ao cursinho depois de andar pela cidade deserta, com pouquíssimos carros (o que é impressiontante aqui em Goiânia, uma das cidades que mais tem carros por habitante!). Assiste a aula que te interessava, com um dos melhores professores que existe! 2 horas de aula, de literatura, diga-se de passagem, e você volta para casa depois de se fartar de comer na cantina da escola, conversar com alguns amigos, saber de alguma novidade, dar algumas risadas, para que o domingo não se torne tão domingo. Na volta, já tinham mais carros, passa perto de um clube que também já está mais movimentado (vale ressaltar que no sábado enquanto você estava fazendo simulado das 14:30 às 19:30 lembrava do cara de sunga que você viu ao passar pela porta do clube na hora do almoço - não que ele fosse bonito, sim porque foi uma cena estranha e inconveniente, até mesmo porque as piscinas ficam do outro lado). Passa novamente pela padaria e percebe que tem gente que recém acordou e você já está pensando no almoço! Então, volta para casa, senta para descansar um pouco e, aí sim, percebe que é domingo, mais do que qualquer outro fato dos anteriores, sabe por quê? Porque você simplesmente ligou a televisão. Sim, realmente é domingo! Começa ouvindo a propaganda do "Apracur", ridícula por sinal, eu tinha que comentar, já assistiram? A música é a do Jorge e Mateus - Amo Noite e Dia, maaaaas, modificada, ao invés de cantarem "amo noite e dia", cantam: "apracurado noite dia", gente, por favor né, nem preciso continuar pra vocês entenderem o quanto é tosca! Muda de canal e a TV fica colorida com a banda Restart conversando e dando rata com o Celso Portioli, melhor nem comentar. Muda de canal e percebe que nada te interessa, desliga a TV e vai para o computador, mas, como você não gosta de fazer uma coisa de cada vez, liga a TV enquanto usa o computador, antes do Restart cantar, apresenta-se o Nashville, nessa hora confesso que eu dei um pulo no sofá. Sabe por quê? Porque Nashville é uma banda de sertanejo goiana, que eu já fui em vários shows lá em Goianésia, visto que no início da carreira quase todo mês eles estavam lá, e eu, no auge da pré-adolescência, e por grande influência de supostos amigos, ouvia bastante, mesmo achando ridículo lá no fundo e gostando menos ainda hoje em dia, e surpreende-se mais quando percebe que eles estão cantando a mesma música que você cansou de ouvir há, no mínimo, uns 6 anos atrás (Meu Deeeeeeeus! Eu estou muito velha! O tempo não passa, vooooa, agora eu entendo o significado disso!). Como se não bastasse, nesse mesmo programa tem uma cama elástica enorme, com provas ridículas para competição entre homens e mulheres, que ficam se mostrando, quase nus, e, após tudo isso, quem se apresenta? Restart, até poderia dizer que são legaizinhos, eu sei algumas músicas, mas, convenhamos, a vozinha do menino me irrita, aquelas roupas escandalosas que não possuem um motivo maior ou um significado interessante e uma apresentação de caras e bocas, ah, mas eles são simpáticos, não é mesmo?!. Bom, acho melhor parar por aqui, convenhamos que comentar TV brasileira acaba com o domingo de qualquer um, não é mesmo?! Não resta outra opção a não ser, estudar, acho que até prefiro estudar matemática e física do que assistir a programas de tv aberta no domingo. Sim, é domingo, um dia quase normal!
Bom domingo a todos. Tenham uma ótima Semana Santa! =)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Especial: A suavidade das bailarinas

Consequência de uma pausa...

Hoje, ouvindo Tiê - como sempre -, pensei: "por que não fazer um 'post' relacionado a ela?". Sinceramente, sou uma grande admiradora da bela voz, do talento e do dom que essa moça possui. Não tem como cansar de ouvi-la e não apaixonar pelas músicas, pelos sons. Diante de tantos lançamentos no mundo da música, ela não tem tamanha notoriedade, mas, merecia muito que todos a conhecessem. Uma leveza, uma paz, uma mistura de sentimentos bons que nos é trasmitido, e nem sentimos, só percebemos quando a música acaba e rapidamente colocamos para tocar de novo, o que é muito difícil fazer com o trabalho de alguns artistas mundo afora. Também decidi fazer esse post ao ler o blog da Camila, Delicadas como Flores, que como Tiê apresenta leveza, belas palavras, 'delicadezas' e ótimas mensagens transmitidas. Num momento em que tudo vira sucesso, em que "música", literalmente, perdeu seu sentido e qualquer som é assim considerado, e, pior, faz um sucesso absurdo, Tiê nos faz pensar: "nossa, ainda bem que ela existe!". Posso até estar exagerando, mas, para mim, essa é a verdade, estamos carentes de bons trabalhos, do rock ao mpb - salvo exceções, lógico, sempre tem. Enfim, deixo vocês admirando a Tiê e sua bela voz, com alguns poemas e outras músicas que englobam o mesmo assunto. Espero que gostem - tanto da Tiê como do poema e das outras escolhas!

A Bailarina
Cecília Meireles

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.


Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.


Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá.


Não conhece nem lá nem si
mas fecha os olhos e sorri.


Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.


Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.


Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.


Ciranda da Bailarina
Chico Buarque


Procurando bem todo mundo tem pereba,
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira, verruga, nem frieira
Nem falta de maneira ela não tem.


Futucando bem, todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho,
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida, nem dente com comida
Nem casca de ferida ela não tem.


Não livra ninguém,
Todo mundo tem remela quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem.


Medo de subir, gente
Medo de cair, gente, medo de vertigem quem não tem?


Confessando bem,
Todo mundo faz pecado, logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem.


Sujo atrás da orelha, bigode de groselha
Calcinha um pouco velha ela não tem
O padre também pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina.


Reparando bem todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília, goteira na vasilha
Problema na família, quem não tem?


Procurando bem...
Todo mundo tem...
Procurando bem...


Eu nem preciso comentar a composição de Chico, né?! Ela diz tudo, em pormenores, vai da análise psicológica à realidade, simplesmente, mais um trabalho perfeito do Chico, o que não é novidade - ao menos eu, sou grande admiradora dele, também. E, como perceberam, não me contentei somente com a Tiê, então, deixo aqui mais alguns videos dela, que, digo de passagem, vale muito a pena conferir (esqueci, sou suspeita para falar, né?! Mas, tentem acreditar...)!! :)





domingo, 10 de abril de 2011

Mix Dominical!

Consequência de uma pausa...

Pois é, hoje vou tentar falar (ou escrever e pensar) menos e ilustrar mais.

Começo com um video muito lindo e fofo que trata de um assunto muito interessante: amor, e as suas formas de expressão, ou tudo o que esse sentimento envolve, as dúvidas e incertezas, medos e receios, paz e alegria, enfim, amor e seus segredos. Antes, é claro, quero dizer que encontrei o video no blog Uni ver sos, de autoria da Ester. Embora já tivesse assistido há algum tempo, essa semana, quando eu o vi novamente, foi diferente, talvez porque diante de tantos acontecimentos ruins a nossa volta algumas coisas tenham transformado em mim, como dar maior valor à simplicidade e perceber o quanto é importante dizer a alguém muito especial que você a ama, obviamente, sem banalizações e sem "medo de ser feliz". Fico imaginando os pais das crianças assassinadas em Realengo, quantas vezes disseram para seus filhos que os amavam, que os queriam bem? Quantas vezes dissemos a uma pessoa que convivemos, estamos sempre ao seu lado, dia-a-dia, que gostamos dela, que ela é importante em nossa vida? Confesso que para mim não é tão fácil assim falar "ao vivo" sobre essas coisas, acho que é por isso que eu escrevo e que me sinto tão bem ao fazê-lo, porque chega um momento que precisamos "jogar tudo pra fora"....rsrs.

Então, você tem medo de dizer eu te amo?


                                                                              ***

Agora, mudando de assunto...política! Enfim, a "lua-de-mel" chegou ao fim, e, com ela, se passaram 100 dias do governo Dilma. Hoje não estou afim de deixar minha opinião a respeito disso, mas, saibam que ela tem me deixado mais surpreendida do que "revoltada". Na verdade, acho que isso está acontecendo porque independente de quem quer que esteja na Presidência, enquanto o comportamento dos "homens públicos" não passar por uma verdadeira transformação, muita coisa não vai mudar, quase nada muda, assim sendo, como os motivos das minhas revoltas e indignações no ramo político geralmente são pelos mesmos motivos, enquanto "eles" não mudarem, nada muda. Bem como, se a população não mudar, nada muda. Mas, como já disse, hoje pretendo escrever menos, então, aproveitando a ocasião, abro aqui uma brecha para convidá-los a visitar o blog do Marcio JR, Abismo das Vaidades e lerem mais a respeito do "Movimento Abre o Olho Brasil!", de antemão: vale muito a pena ler, participar, disseminar e praticar!

O tema é política e os 100 dias do governo Dilma (estou rindo aqui, quase escrevi 100 anos! - ou será que não tem graça?! hahaha), vou mudar um pouco a maneira da conversa e convidá-los a assistir um video do UOL, intitulado "Top 5 das gafes da Dilma em 100 dias de poder". Faço esse convite porque sei que o que mais encontraremos a respeito desse assunto serão análises políticas que nos levarão sempre para os mesmos assuntos, rumos e etc, etc, etc, então, nada melhor que mudar um pouco o ângulo, e, também, dar um pouco de risada, antecipo que tem nada a ver com "rir da desgraça alheia", é apenas um olhar diferente e humorístico, até mesmo porque, convenhamos, tem como não rir do suposto omelete feito na cozinha da Ana Maria Braga?

                                                                           ***

Então, para terminar, nada melhor que um pouco de música, não é mesmo? Nem preciso comentar o quanto sou apaixonada por músicas, em todos os seus estilos, se tem qualidade, se tem ritmo, se tem letra, estou ouvindo! Hoje, vou compartilhar com vocês músicas da banda Oasis, uma em que participa só a banda e outra com a presença do Coldplay. Espero que gostem! :)

Esse é da música Whatever. Também quero dizer que para quem não está tão bom no inglês assim, vale a pena conferir a letra e a tradução da música, aqui!


O próximo é com a participação do Coldplay:

Finalmente, um ótimo domingo a todos!

domingo, 3 de abril de 2011

Somos todos VIPS?

Consequência de uma pausa...

Sábado passado tive o prazer de ir ao cinema e assistir ao filme VIPS (Mais informações - site oficial). Um filme nacional, com Wagner Moura como protagonista, direção de Toniko Melo e baseado no livro “VIPS – Histórias Reais de um Mentiroso” escrito por Mariana Caltabiano. Perdi os minutos iniciais do filme, mas deu para acompanhar normalmente. O final é simplesmente surpreendente, ficam todos olhando uns para os outros e se perguntando "uai, acabou?", "como assim?", "não, calma aí..." e tentando entender (ainda mais que sábado passado foi o dia da “Hora do Planeta” e as luzes ao fim da sessão não foram acesas!). Portanto, mais uma dica minha para essa semana, esse, sem sombra de dúvidas, é um filme que todos deveriam assistir, corram, ainda está nos cinemas, e, vale muito a pena!

Bom, vou tentar não contar muito as cenas do filme, caso alguém que esteja lendo ainda não tenha assistido, e também tentarei não contar o final, o que é extremamente difícil, rs. Mas, posto aqui a sinopse do filme: Desde pequeno, Marcelo Nascimento da Rocha tem muita dificuldade de viver com sua identidade. Seu maior prazer é imitar as pessoas e se passar pelos outros. Alimentando o sonho de aprender a voar e tornar-se piloto como o pai, Marcelo foge da casa da mãe e começa a maior aventura de sua vida, cada vez se passando por uma pessoa diferente. Até dar o maior golpe de sua vida: fazer-se passar pelo empresário Henrique Constantino, filho do dono da companhia aérea Gol, em uma grande festa no Recife.

O filme faz uma análise da crise de identidades que estamos vivenciando no mundo atual. Embora pareça uma frase e um tema clichê é muito interessante. É um exemplo da inversão e deturpação de valores da sociedade atual, como também das patologias mentais que afetam muita gente mundo afora. Fala sobre aquele tema que eu já citei no post intitulado "Abandono", o qual a pessoa habitua-se a mentir e com o tempo ela mesma começa a acreditar nas próprias mentiras. Fala sobre aquela busca eterna pelo "meu eu", pela verdadeira identidade.

Eu sei muito bem que não é fácil “descobrir-se”, até mesmo porque, todos os dias, passamos por inúmeras situações, muitas dessas inusitadas, novas, que nos proporcionam chances de autoconhecimento. Como já disse Clarice Lispector: “Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre...”, ou, “Sou como você me vê, posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de como e quando você me vê passar”. Ao nascermos somos completamente influenciados pela nossa família, pelas pessoas que nos cercam. Inclusive nossa voz depende das pessoas com quem crescemos e o modo como elas se comunicavam conosco. Desse modo, nossa identidade e a maneira como nos vemos também dependem dos outros. No mundo de vestibulandos em que vivo conheço pessoas que dizem prestar vestibular para tal curso somente porque é imposição dos pais, e seus olhos brilham quando falam nos cursos que realmente desejariam fazer. Essa é uma inversão, é uma fuga do que realmente se é. Acredito muito em vocação, é impossível uma pessoa ser feliz e fazer bem seu trabalho caso não goste dele. Portanto, pessoas como essas que eu conheço, que sempre tem alguém para dizer como ser, como agir, e esses “comos” são sempre diferentes do que o interior da pessoa gostaria de ser e agir, serão frustradas, correrão sérios riscos de adquirir doenças e se dar mal na vida. Mais uma vez mostro a importância da família na formação de um indivíduo, ah se todos tivessem consciência disso!

Em VIPS, o Marcelo (Wagner Moura), encanta-se pela atividade do pai, mas, ao contrário de casos da vida real, seus pais não o obrigam a gostar de aviação. É inerente a ele essa vontade de voar, pilotar aviões, conhecer lugares, fazer carreira nessa área. Entretanto, frustrações, fracassos e dificuldades surgem na sua trajetória de vida, mudam seu rumo e tornam a realização desse sonho quase impossível. Já que, no fundo, ele nunca será como seu pai. Aquela máxima de que mostramos quem realmente somos a partir das nossas ações e escolhas correspondem ao que o filme mostra, visto que a partir do momento em que o personagem toma uma única decisão sua vida muda completamente. E, a partir dessa decisão, ele se encontra em um mundo que até então ele desconhecia e que precisa mentir para poder continuar a viver. E, é assim que ele segue “ganhando” a vida.

No fim, ele começa a assumir, de modo literal, a identidade de outras pessoas. Nem mesmo se reconhece como Marcelo Nascimento da Rocha. A história é simplesmente fantástica, surpreendente. O olhar do diretor, o modo como o enredo é construído, a interpretação do Wagner Moura (de quem eu sou uma super fã) e como tudo toma seu rumo, as pessoas com as quais ele cruza pelo caminho, tudo perfeito, em harmonia. Confesso que demorei a perceber o quanto esse filme é bom, denso e tudo o mais. Só no outro dia fui capaz de tirar algumas conclusões, fazer algumas interpretações e compreender fatos, inclusive do nosso cotidiano.
O filme é um traço da realidade. As pessoas, aos poucos, vão deixando de ser quem realmente são para irem à busca de fama, sucesso, dinheiro, reconhecimento, e, ao seguirem nesse caminho se perdem, esquecem-se da própria essência, do que já foram um dia, do que já aprenderam, dos valores passados pelos pais – ou não. Por fim, Marcelo é Constantino. Para ele, é como se sempre tivesse sido assim, como se fosse uma verdade absoluta (embora eu esteja de acordo com os sofistas, mais ainda Protágoras, de que verdade absoluta não existe e etc, mas, isso não vem ao caso), e, pior, os outros acreditavam facilmente nisso. Para completar a história, a mulher considerada louca, drogada, sempre excluída, criticada e infeliz, foi a única a ver o quanto Marcelo era “bom ator” (segundo ela, porque para ele, não era uma interpretação, estava sendo apenas ele mesmo – sim, é um pouco complicado explicar essa confusão, e aí, imagino a confusão na mente do Marcelo, rs). Enfim, só ela percebe que o que ele tem é patológico, não é uma mera “brincadeira”, farsa, ou, mais um golpe na elite. Também vale ressaltar que o clímax se passa em época de carnaval, o que tem muito a ver com as fotos no salão da mãe, inclusive com uma das fotos da mãe do Marcelo, isso eu deixo para vocês verificarem e tirarem suas próprias conclusões ao assistirem ao filme, aviso com antecedência, é “pesado” o que se pode inferir.

No fundo acredito que todo mundo já mentiu, brincou de imitações, fingiu ser quem não era numa situação que poderia terminar em “tragédia”, enfim, todo mundo já teve “seu lado Marcelo”. Porém, quero muito acreditar que nunca ninguém que esteja lendo tenha tornado isso uma verdade. Como já disse outras vezes, não dá para fugirmos do que somos, ninguém é feliz dessa maneira, sem contar que não é certo, de forma alguma, fazer algo do tipo. O maior erro que podemos cometer não é enganar aos outros, porque com os outros podemos nos reconciliar, pedir perdão, perdoar, mostrar que mudamos através de gestos, mas, o maior erro que podemos cometer é enganarmos a nós mesmos. Esse erro não tem volta, vai sempre pesar na nossa consciência, nos piores momentos virá à tona e pode acabar com nosso interior, nossos sentimentos e com tudo o que já construímos, inclusive, nossa formação como indivíduos, nossos valores.

Finalizando, o filme mostra muito mais do que escrevi aqui. Não tem como eu escrever tudo aqui porque perderia a graça para os que ainda não assistiram ao filme. Então, fico nessa superficialidade mesmo, só postando como dica, porque vale muito à pena. Mais um filme nacional que merece prestígio. Se desejarem mais um motivo para assistir, podem ir com a certeza de que ouviram uma trilha sonora ótima e darão algumas boas risadas. De qualquer maneira, quem nunca quis ser um VIP? Quem nunca foi ou é um VIP? Pois sim, se ainda não somos VIPs, seremos...

O filme nos pergunta: "Quem você quer que ele seja?". Mas, ao sair do filme, nós nos perguntamos: "Quem realmente eu sou?". Ou, "como eu mudei", "como eu tenho fugido do que realmente eu sou". Assim, ele também serve de autoavaliação, o que fica a critério de cada um.

Como devem ter percebido, eu gostei bastante do filme, assim como em Cidade dos Anjos há muito que se analisar, há uma grande carga psicológica, tanto que no site oficial do filme vocês poderão encontrar mais sobre essa análise psicológica, com a participação de psicanalistas e etc.

Aqui deixo o trailer para aguçar - ou não - ainda mais a vontade de vocês:



sexta-feira, 1 de abril de 2011

"Cidade dos Anjos" e o ser humano

Consequência de uma pausa...

Sim, hoje, em plena sexta-feira, tirei uma folguinha, e que folguinha, diga-se de passagem. Parei apenas para tomar um sorvete e sentir-me um pouco mais refrescada diante do calor infernal que está fazendo em Goiânia, e, enquanto isso, comecei a mudar os canais na tv aberta (vale ressaltar que fico a maior parte do tempo mudando de canal, é difícil encontrar algo que me satisfaça, a não ser minhas séries prediletas e filmes em geral, rs) e me deparei com o início de um filme no SBT (por incrivel que pareça, assisti SBT, rs). Li o título: "Cidade dos Anjos" e comecei a assistir, fui assistindo, assistindo, assistindo e me interessando cada vez mais. Numa sexta-feira, praticamente 18h uma emissora de tv transmitir um filme com carga psicológica tão densa como esse é quase inacreditável. Imagino que muitos assistam devido ao romance, mas, confesso, uma das características do filme que menos me chamou a atenção foi justamente o romance (como sempre, eu, vendo tudo com olhar extremamente racional...).

Antes de opinar mais gostaria de deixar bem claro: ASSISTAM AO FILME, é simplesmente perfeito, vale muito a pena! (City of Angels. 1998. Romance. EUA. Direção de Brad Silberling. Com Nicolas Cage, Meg Ryan, Andre Braugher, Dennis Franz)

Continuando...No início você não dá muita atenção ao filme, ao tema central e chega a imaginar: "ah, vai ser só mais um daqueles filmes românticos clichês..." e, então, se você continuar verá o quanto estava enganado. O filme vai além de qualquer mera perspectiva, ele analisa os sentimentos humanos e a falta dos mesmos, analisa o sentir, os gestos, a ânsia do homem de ter o que o outro tem, de quer experimentar o que o outro experimenta, de querer provar de tudo na vida, analisa a invisibilidade social, os dilemas a que o ser humano é exposto no decorrer de toda a vida, bem como o peso e as dificuldades das escolhas, o comportamento humano diante do livre-arbítrio, a função do homem na sociedade, a fé, a vida, a morte, o sobrenatural e as dúvidas constantes.

Um anjo (Nicolas Cage) que não pode sentir a dor, o calor, o vento em seu rosto, o toque na pele ou o sabor dos alimentos, mas, que se sente atraído pela médica cirurgiã (Meg Ryan) e seu sofrimento ao perder um paciente - que o anjo teve a obrigação de levar "dessa para melhor" -  na mesa de cirurgia. Um ser, de certa forma sobrenatural, imperceptível e invisível aos olhos de quem não está a beira da morte, mas que com sua função gera o sofrimento e a dor nos outros. Bom, o resto da estória, o clímax e o desfecho não vou contar, visto que muitos podem ter anotado para assistir e se eu contar perde a graça. Porém, posso dizer que o filme é perfeito nas ilustrações dos dilemas humanos.

A médica deixa de ser totalmente racional e científica e passa a acreditar em algo superior, passa a acreditar que a vida não está só nas mãos dela, que algo de outro nível interfere na "nossa dimensão", passa a se perguntar o poder que ela possui para salvar vidas, a função que ele deve exercer na sociedade e até aonde ela pode ou é capaz de ir na sua profissão. Surge aí o confronto entre a fé e a razão, o real e a crença, a vida e a morte e quem detem o poder de tudo isso. Até que ponto devemos procurar por algo ou alguém para culpar de uma ação desastrosa? O tema de redação dessa semana foi sobre crendices populares e superstições e eu terminei o meu artigo de opinião analisando justamente essa pergunta, que é muito pertinente, mas não vem ao caso, é apenas mais uma pergunta retórica.

O anjo percebe-se amando uma mulher mortal, de "outra dimensão", que pode chorar, rir, sentir o vento ao andar de bicicleta, sentir a areia, as ondas e o gosto salgado do mar, tudo o que ele não é capaz. Permanece invisível diante do mundo, a exemplo de grande parte da população que por quesitos financeiros, estereótipos, culturais, sociais e etc também são invisíveis, inúmeras pessoas cruzam seus caminhos, entretanto, não fazem o mínimo esforço para olhá-las e lhes direcionar ao menos um "bom dia". Quanto custa ser sociável, simpático, educado, demonstrar um pouco de bondade e bom humor? De acordo com o que vejo, custa muito, muito caro. Assim, a condição de invisibilidade do anjo mostra, contraditoriamente, o quanto ele se sente mal, inferior, mesmo que seja imortal e, talvez, esteja em um "nível superior" aos "reles mortais". Ele começa a se perguntar: por que não aparecer? Por que não aparecer para ela? E, desse modo, aproxima-se ainda mais do mundo terreno.

No filme, é claramente perceptível a questão e as dúvidas em torno do livre-arbítrio a que somos submetidos no dia-a-dia. Todo homem tem esse direito, acontece que nunca tivemos aulas para aprender a lidar com ele, cotidianamente não recebemos bons exemplos, não somos bem instruídos e, portanto, não sabemos nos relacionar com ele, o que nos torna passíveis de manipulação e totalmente frágeis. O livre-arbítrio nos leva a fazer escolhas próprias que gerarão consequências imediatas ou futuras. E é assim que vivemos toda a nossa vida, escolhendo, sendo escolhidos e sofrendo as consequências. O anjo tem que fazer escolhas que poderão mudar totalmente sua história e a "história do céu", sendo que só ele tem esse poder de decisão. A médica faz decisões dede quando nasceu (qualquer semelhança conosco é mera coincidência, rs) e continua a fazer na profissão e na vida pessoal, são decisões que como as do anjo podem mudar totalmente a sua vida. Dessa forma, dilemas a respeito desse tal livre-arbítrio são constantemente debatidos no decorrer do filme, com exemplos de outros personagens que também tiveram que decidir o rumo da vida, o que os levarão a uma redefinição do seu papel no mundo. (Como já disse, não vou explicitar quais seriam essas decisões e quais as mudanças, visto que quando assistirem ao filme irão compreender perfeitamente o que estou escrevendo).

Enfim, não posso e não devo prolongar-me nessas discussões, uma vez que além de polêmicas requereriam tempo e vocês ainda vão assistir ao filme, caso ainda não o tenham feito. Resumindo, o filme trata de assuntos polêmicos, que nós enfrentamos no dia-a-dia, mas, que muitas vezes nem mesmo reparamos ou paramos para pensar e refletir. A fé é colocada em evidência diante da morte, impossível de ser revertida pela razão e a ciência, ambas formadas em séculos de estudos. Além disso, achei perfeita o modo como esse conflito foi explorado, num ambiente hospitalar e na mente de uma médica cirurgiã. O homem assume inúmeras funções no meio social e tudo depende do livre-arbítrio, essas funções, portanto, podem ser modificadas constantemente. As dúvidas são inerentes ao ser humano, não tem como fugirmos delas, e, também, são perfeita e peculiarmente apresentadas no filme. O modo como devemos lidar com as emoções, os sentimentos, as sensações, a vida, a morte e a "possível ressurreição" (como estar a beira da morte e salvar-se, ou, recomeçar a vida, com modificação da sua função, dos hábitos, etc) são frisadas brilhantemente. O modo como o homem sempre acha que o que é do outro é melhor, que deve sentir todas as emoções e passar pelo maior número de experiências que nos cercam. A impotência de alguns perante as atitudes do próximo, que não possuem maiores problemas para realizarem o que bem entenderem, também é bem retratada.

Dizem que o homem é o produto de suas escolhas, o que eu concordo pefeitamente, e, o filme nos ilustra. O filme é tão bom que o invisível torna-se visível, o imortal torna-se mortal, o mortal torna-se imortal, o sobrenatural se sobrepõe ao real, as dúvidas geram mais dúvidas, os sentimentos afloram num ser que não pode sentir e, no fim, o medo de viver, de fracassar, de sentir, de mudanças, do novo, não interferem nas escolhas dos personagens, porque, para eles, o que importa é viver, apenas viver e sentir todos o maior número de momentos possíveis, até mesmo porque, como seria viver sem sentir ou sentir sem viver todas as emoções? (Nesses momentos imaginei o coração de um cego, um surdo, um mudo, um aleijado, um paraplégico, um tetraplégico, e por aí vai...ao assistirem ao filme...sem mais comentários!).