num mundo de visões me perco e habito
as noites em que sonho ser um santo.
acordo e não desperto com meu grito:
imóvel, perco o sono e não levanto.
quem sou? pergunto ao sonho fugidio.
que tempo há de nascer quando eu voltar?
por que tanta lembrança e calafrio
se nada é mais incerto que acordar?
nas teias do meu ego submerso
encontro os dois espelhos no reverso
da imagem que dá vida ao meu Narciso.
por fim, quando me volto ao sonho lento
um pássaro me rasga o pensamento
lembrando que acordar não é preciso.
2 comentários:
Que bom estar vendo que continuas tão criativos quanto antes.
Saudades do poeta. Saudade é poesia. Nunca é fria a saudade. Grande abraço!
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