antologia improvável

poesia em português, sem data

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

#97 - INSTANTE (Miguel Torga)

A cena é muda e breve:
Num lameiro,
Um cordeiro
A pastar ao de leve.

Embevecida,
A mãe ovelha deixa de remoer
E a vida
Pára também, a ver.

Publicada por Ricardo António Alves à(s) 18:57

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DUARTE DE VIVEIROS, «Obra Poética» (póstumo, 1960).

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EUCANAÃ FERRAZ, «O Pavão do 4.º Andar e Outros Poemas Portugueses» (2020). EUGÉNIO DE ANDRADE, «As Palavras Interditas» (1951); «Até Amanhã» (1956); «Coração do Dia» (1958); «Mar de Setembro» (1963); «Ostinato Rigore» (1964).

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FRANCISCO COSTA, «Última Colheita» (1987).

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JOÃO DE BARROS, «Ritmo de Exaltação» (1922); «Anteu» (1933); «Vida Vitoriosa» (1943); «Eterno Mar -- Últimos Versos» (póstumo, 1967). JOÃO REBOCHO, «Mentira Vontade» (2018). JOSÉ DE MATOS-CRUZ, «Hexálogo -- os Livros da Luz» (2000). JOSÉ PASCOAL, «Branza» (2019).

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NICOLAU TOLENTINO, «Obras Selectas» (ed. Augusto C. Pires de Lima).

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VERGÍLIO ALBERTO VIEIRA, «A Paixão das Armas» (1983); «Coágulos» (2002); «Para Chegar a uma Estrela» (2005).

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1825-1899

1887: O LIVRO DE CESÁRIO VERDE (póstumo).

1910-1919

1911: ANIMAIS NOSSOS AMIGOS (Afonso Lopes Vieira.

1920-1929

1922: RITMO DE EXALTAÇÃO (João de Barros).

1930-1939

1933: ANTEU (João de Barros).

1940-1949

1941: DIÁRIO I (Miguel Torga). 1942: VERBO DOLOROSO (Amorim de Carvalho). 1943: VIDA VITORIOSA (João de Barros).

1950-1959

1951: AS PALAVRAS INTERDITAS (Eugénio de Andrade). CLARO ENIGMA (Carlos Drummond de Andrade). 1953: PRIMAVERA VOLUPTUOSA (Alexandre de Córdova). 1956: ATÉ AMANHÃ (Eugénio de Andrade). 1957: CAMINHEMOS SERENOS (Papiniano Carlos). 1958: CORAÇÃO DO DIA (Eugénio de Andrade). ORFEU REBELDE (Miguel Torga).

1960-1969

1960: FUGA (Arnaldo Santos). OBRA POÉTICA (Duarte de Viveiros, póst.). 1962: CÂMARA ARDENTE (Miguel Torga). LIVRO SEXTO (Sophia de Mello Breyner Andresen). 1963: MAR DE SETEMBRO (Eugénio de Andrade). 1964: «Ostinato Rigore» (Eugénio de Andrade). 1965: PRAÇA DA CANÇÃO» (Manuel Alegre). 1967: O CANTO E AS ARMAS (Manuel Alegre). ETERNO MAR -- ÚLTIMOS POEMAS (João de Barros, póst.). 1969: ESTE LIVRO QUE VOS DEIXO (António Aleixo, póst.).

1980-1989

1983: A PAIXÃO DAS ARMAS (Vergílio Alberto Vieira). 1984: A FLOR EVAPORADA (Alexandre Pinheiro Torres). 1985: A ESFERA DOS DIAS (Pedro Alvim). 1986: OS JOGADORES DE XADREZ (Pedro Alvim). 1987: POESIA INTERMITENTE (Antero Abreu); ÚLTIMA COLHEITA (Francisco Costa).

1990-1999

1992: ORIENTE DE MIM (Adalberto Alves); SONETOS DE AMOR ILHÉU (Cristóvão de Aguiar). 1996: A NOITE DIVIDIDA (Sebastião Alba). 1998: SENHORA DAS TEMPESTADES (Manuel Alegre).

2000-2009

2000: HEXÁLOGO - OS LIVROS DA LUZ (José de Matos-Cruz). 2002: À PROCURA DA CIDADE SOB A LUZ ARTIFICIAL (Luís-Cláudio Ribeiro). COÁGULOS (Vergílio Alberto Vieira). 2004: ARACNE (António Franco Alexandre). 2005: PARA CHEGAR A UMA ESTRELA (Vergílio Alberto Vieira). 2006: ANALOGIA E DEDOS (Pedro Tamen). 2007: DOZE NAUS (Manuel Alegre).

2010-2019

2012: HUMANOIDES (Rodrigo Tomé). 2016: MUITO, MENOS (Rui Almeida). 2018: MENTIRA VONTADE (João Rebocho). OD MEUS DIAS (Carlos Daniel). 2019: BRANZA (José Pascoal).

2020-2029

2020: A OLHO NU (Sofia Moraes). O PAVÃO DO 4.º ANDAR E OUTROS POEMAS PORTUGUESES (Eucanaã Ferraz). 2021: CADERNOS DO VERÃO (Manuel Matos Nunes).

Antologias e obras colectivas

26 POETAS HOJE, Heloísa Buarque de Hollanda (1976). ANTOLOGIA DA NOVÍSSIMA POESIA BRASILEIRA, Gramiro de Matos e Manuel de Seabra, (s.d.). ANTOLOGIA DA POESIA BRASILEIRA, José Valle de Figueiredo (s.d.). ANTOLOGIA PORTUGUESA E BRASILEIRA, Evaristo Pontes dos Santos (1974). AS FOLHAS DE POESIA 'TÁVOLA REDONDA' (António Manuel Couto Viana, 1988). CAMINHOS DA MODERNA POESIA PORTUGUESA, Ana Hatherly (1960). EDOI LELIA DOURA -- ANTOLOGIA DAS VOZES COMUNICANTES DA POESIA MODERNA PORTUGUESA (Herberto Helder, 1985). EROS DE PASSAGEM, Eugénio de Andrade (1982). NO REINO DE CALIBAN I (Manuel Ferreira, 1975). RESUMO - A POESIA EM 2009 (J. A. Oliveira, J. T. Mendonça, L. M. Queirós e M. Freitas, 2010).

Guerra Junqueiro (1850-1923)

«O verso é mais belo do que a prosa, porque estabelece entre as palavras uma amizade mais estreita. Um verso errado é um delito.»

João de Barros (1881-1960)

«não há poeta, que o seja de nascença e de índole, que não proteste -- clara ou veladamente -- contra o presente, contra o imediato existente, quer se debruce sobre o passado, quer se volte para o futuro.»

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

«Penetra surdamente no reino das palavras. / Lá estão os poemas que esperam ser escritos.»

Léo Ferré (1916-1993)

«La raison d'être du poète? La voilà: la page blanche, la plume, le mot. Le reste est anecdote.»

Manuel Antunes (1918-1985)

«[...] nada mais ambíguo, nada mais fugidio, nada mais delicado, nada mais subjectivo, nada mais rebelde à análise que uma mundividência poética.»

Jorge de Sena (1919-1978)

«A melhor poesia tem sempre um tom de conversa intelectual, que é inimigo da brilhante e má retórica.»

Alberto de Lacerda (1928-2007)

«Palavras / Quase todas a mais»

Ana Hatherly (1929-2015)

«escrevo para dizer o que não pode ser dito»

Harold Bloom (1930-2019)

«Não se pode ensinar alguém a amar a grande poesia quando esse alguém chega até nós sem esse amor. Como é que se pode ensinar a solidão?»

Ruy Belo (1933-1978)

«A poesia é um acto de insubordinação a todos os níveis, desde o nível da linguagem como instrumento de comunicação, até ao nível do conformismo, da conivência com a ordem, qualquer ordem estabelecida.»

Fiama Hasse Pais Brandão (1938-2007)

«Não posso ver, hoje, a fome crescente e a chacina entre nações sem comoção. E a emoção pelos seres, pelos outros, pela natureza, pelo Cosmos, gera o poema.»

Jean-Luc Nancy (1940)

«A poesia é, por essência, mais do que e algo de diferente da própria poesia. Ou antes: a própria poesia pode encontrar-se onde não existe propriamente poesia. Ela pode mesmo ser o contrário ou a rejeição da poesia, e de toda a poesia»

Gastão Cruz (1941)

«Em poesia, a realidade não é outra coisa senão a linguagem que a produz.»

José Tolentino Mendonça (1965)

«[...] creio que é o silêncio que escreve o poema. As palavras estão lá para o testemunhar. Porque o poema não é a evidência, mas a interrogação, a sugestão, a lacuna, a fenda, a porta entreaberta, a possibilidade de viagem para cá e para lá dele.»

António Carlos Cortez (1976)

«O que os poemas querem dizer, só eles sabem o que querem dizer.»

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