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19.6.14

Um bocadinho pequenino dos nossos Açores

 A Lagoa das Sete Cidades

 Um bocadinho da arte urbana que se vê em Ponta Delgada. Há coisas giríssimas.




Caldeira Velha 

Lagoa do Fogo 





Muitas vaquinhas e muita bosta de vaca agarrada ao carro. O aspecto passado alguns dias era tal que tememos que nos pedissem para retirar o carro do estacionamento privado do hotel.


A vista do hotel 



 Os carros do rally....



18.6.14

A lua-de-mel

Desde que começámos a namorar e que começámos a falar em casamento, que sempre achámos que se um dia realmente déssemos este passo, a lua-de-mel seria em Portugal. Não sendo nenhum de nós apaixonado pela ideia de conhecer as Maldivas, Tailândia e outros destinos tão comuns em lua-de-mel, não valia a pena investir e insistir em tais viagens. E também não somos os maiores fãs de praia já que o nosso tom de pele só nos permite atingir uma cor entre o "branco mais branco não há" e o "vermelhinho como um camarão" (tenho tanta pena, mas tanta pena dos nossos futuros filhos). Ainda ponderámos a ideia de conhecer alguma cidade, um passeio mais cultural, mas rapidamente pusemos a ideia de parte após ter sido relembrada pelo Jack da nossa viagem a Barcelona, na qual jurei que seria uma semana sossegada e na qual acabei a acordá-lo sempre cedíssimo porque queria visitar tudo e ver tudo o que podia, não o deixando nunca descansar. A ideia de ficar por Portugal prendia-se não só ao facto de acharmos que o nosso país não pode ser apenas considerado bom para férias pelos estrangeiros e também porque o Jack, tendo passado grande parte da sua vida em França, pouco conhece do nosso país. Além do mais, estando eu desempregada, não nos parecia correcto estar a gastar muito dinheiro numa grande lua-de-mel neste momento (mas também não queríamos abdicar de uma semaninha algures). Por ele o destino era certo: Algarve. Já lá fomos algumas vezes e mesmo evitando o sol, o Jack gosta simplesmente da sensação que o Algarve lhe dá de estar de férias e poder esvaziar a cabeça. Eu torcia o nariz. Não me apetecia ir para o Algarve. E depois lembrei-me de uma viagem que já fiz, da qual já tinha falado mil e uma vezes ao Jack e que muitas vezes tinha dito que um dia haveríamos de lá ir os dois: Açores. Ainda ponderei visitar várias ilhas, mas o orçamento disponível não nos permitia estar com grandes aventuras e por isso acabámos por passar uma semana em São Miguel, num óptimo hotel mesmo ao pé da marina, num quarto onde, coincidências das coincidências, tinham sido colocadas as mesmas flores escolhidas por mim para o casamento. O bom da ilha de São Miguel é que há coisas para ver e vale mesmo a pena alugar um carro e visitar a ilha, parar nos miradouros, ir ao mar, visitar os pontos mais turísticos, comer o belo cozido das furnas, mas não é algo que nos ocupe uma semana inteira a ver, o que permite que haja dias em que se pode simplesmente relaxar e não ir a lado nenhum. Nesta semana, mandei o meu tratamento de sono e a dieta às urtigas, e dormi até tarde, dormi sestas e tentei acabar com o stock de gelados e cachorros quentes da ilha. Na viagem de avião para lá, percebemos que tínhamos companhia especial, pilotos de rally barulhentos e festivos. Não liguei muito convencida que aquele voo seria apenas o primeiro de outros que fariam, até o piloto do avião nos ter informado que iria decorrer um rally em São Miguel. Boa! Logo eu que (não) adoro carros...Acabei por isso por andar à volta dos carros, por ver a apresentação dos carros, por falar até com um piloto e tirar um foto ao Jack com ele, por me sentar simplesmente a vê-los arrancar e a fazer barulhos com o motor (as coisas que se fazem por amor, Jesus!). É que eu percebo tanto disto que só comentava com o Jack "Meu Deus, que barulheira que aquele carro faz! Deve ter alguma peça solta, não? O motor deve pifar a qualquer momento! Eles andam com aquilo assim??", até ter percebido com o rolar de olhos e mil explicações que sim, que era normal os carros de rally fazerem aquele barulho (eu continuo a dizer que se fosse o meu carro eu levava-o logo à oficina). Assim temos fotografias do mar, das vacas, das paisagens verdes, dos pássaros, dos jardins, das coisas típicas dos Açores, e outras tantas de...carros. Mas foi uma semana óptima, mais um bocadinho do nosso Portugal apresentado ao Jack, e uma viagem para recordar. :)

12.6.14

Considerações finais II

Eu sou uma pessoa ansiosa, nervosinha, dada a insónias, crises de ansiedade e negativismos quando assim tem de ser, embora admita que nos últimos anos ande a fazer o esforço hérculo de me acalmar um pouco (isto está tudo dentro da nossa cabeça, certo?). Ao longo deste noivado tive os meus pais a estranhar tanta calma (vá, o noivo ainda aguentou alguns picos de stress, mas não ando assim tão calma que o cancelamento da quinta a três meses do casamento não mexa comigo) e dei por mim a dizer várias vezes "Bem, isto é só um casamento", frase que os deixavam ainda mais espantados. Já aqui referi que não vivi a minha vida à espera deste dia, que não preparei o casamento carregada de expectativas, não planeei tudo para ter o casamento perfeito mas sim um casamento de que eu gostasse. Eu sei que há quem sonhe com este dia e comece a planeá-lo ainda antes de ficar noiva ou cujos noivados duram dois anos porque acham que há muita coisa a tratar, mas confesso que até eu fico aflita quando leio nos fóruns (hei-de fazer um post sobre eles) pedidos de ajuda urgentes porque não estão a encontrar o vestido de noiva e já só falta...um e meio para o casamento. Ou noivas que seis meses antes já têm tudo menos ideias para o bouquet e estão aflitas porque o tempo escasseia. O problema destes fóruns é que alguém que seja um pouco menos relaxado e que três meses antes do casamento se lembre de ainda andar à procura de um fotógrafo, é alvo de não sei quantas críticas e avisos de que já não vai encontrar, que vai estar tudo ocupado. É preciso respirar fundo e relativizar as coisas. Se uma noiva quer uma carruagem cor-de-rosa com um cavalo pintado de cor-de-rosa, acho muito bem que procure, mas é preciso ver se vale a pena achar que o casamento vai ficar estragado caso não encontre. É só uma carruagem e um cavalo. No meu caso, era importante para mim que o carro do meu avô me levasse, e que fosse o meu avô a conduzir. Mas avisei logo: se algo acontecesse (o carro não pegar, por exemplo), não queria histerismos. Preferia mil vezes que, a acontecer algo de errado, que fosse o carro a falhar e não a presença dos meus avós. Esses sim eram importantes. E a família. E os amigos. E o noivo. São as pessoas que fazem o casamento. E eu podia ter casado com um lençol branco, o noivo de t-shirt e jeans, no quintal dos meus avós (hipótese estudada caso não se encontrasse alguma quinta, depois do cancelamento da primeira), com frango do churrasco como refeição que teria sido um casamento giro na mesma. É normal que se procure viver o dia como se quer (e nalguns casos, que sempre se sonhou), mas é bom que se relativize a importância dada às coisas. E é normal que se queira que o dia corra bem, mas sinceramente, porque é que não há-de correr? É só um casamento. :)

11.6.14

Considerações finais I

E é assim que se acaba a rubrica "Little Details". Fui mostrando os pormenores, as decisões que tomámos e penso que pouco ou nada resta mostrar, mas se alguém se lembrar de algo é só dizer. Queria ainda dizer algumas coisas em relação ao casamento e uma delas é a questão de termos avançado com este passo estando eu desempregada. Foi obviamente um passo muito pensado, com muitas contas feitas e não nos atirámos de cabeça convencidos que o casamento se pagaria a si mesmo. Até porque no nosso caso, não pagou mesmo. As prendas oferecidas pelos convidados cobriram o gasto que tivemos com a quinta, o que só por si é óptimo e era aquilo para o qual estávamos à espera, mas posso dizer que nunca chegaria para pagar todas as despesas que tivemos. Obviamente que houve decisões e gastos que fomos tomando porque nos foram oferecendo algumas coisas, o que nos permitia assim ter mais folga para outras coisas. Um exemplo disso é o meu vestido, oferta dos meus pais e a única coisa que lhes perguntei se gostariam de me oferecer (pelo simbolismo que seria para mim ir com a minha mãe escolher o vestido e ser oferecido por ela). Eles aceitaram com muito gosto, mas tenho noção que foi um vestido caro e que se tivesse sido eu a pagá-lo teria escolhido um obviamente bem mais barato e com o dinheiro gasto no vestido teria prescindido de outras coisas que tive no casamento. Aos poucos o resto da família também quis participar na compra do bouquet ou no cabeleireiro ou na maquilhagem. A madrinha quis oferecer-me os brincos. E como é óbvio com estas pequenas ajudas, o dinheiro recebido no final da festa acabou por ter um saldo positivo para nós pois não arcámos com todos os gastos, e que muito jeito nos vai dar em projectos futuros. Ainda assim, o que quero ressalvar é que havendo um mínimo de dinheiro disponível e estando os noivos dispostos a ter uma festa à medida das suas posses, nada impede que um casamento não se realize. Nós não tivemos música contratada, não tivemos fogo-de-artifício, não tivemos animação infantil, não tivemos uma passadeira vermelha, não tivemos largadas de balões, não tivemos aulas de valsa, não tivemos mais convidados, porque não dava, porque não queríamos, porque não fazia sentido gastar dinheiro em certas coisas com um orçamento apertado como tínhamos. Por outro lado, decidimos dar-mo-nos ao luxo de ter cerca de oitenta convidados e não apenas vinte, de ter contratado uns bons fotógrafos, de ter oferecido lembranças, de termos gasto mais na lua-de-mel quando podíamos ter gasto menos, mas foi uma decisão nossa e não obrigatória. Se não nos tivéssemos dado a estes luxos, obviamente o dinheiro recebido teria coberto uma maior percentagem das despesas, mesmo que estas tivessem ficado 100% a nosso cargo. Posso garantir que se tivéssemos sido nós a pagar tudo, o vestido não teria sido aquele, os fotógrafos não teriam sido aqueles (mesmo que pagos por nós, demo-nos ao luxo de esticar o nosso orçamente neste campo uma vez que não teríamos de gastar dinheiro noutras coisas, como o vestido), os convidados teriam sido aqueles porque eram importantes para nós, embora os amigos saibam que houve muitas contas a serem feitas para saber se os poderia incluir ou se teria de me ficar pela família, não teria havido as máquinas descartáveis, nem as lembranças, nem aqueles bonecos de bolo, ou aquelas ementas e marcadores de mesa. E teria sido um casamento espectacular na mesma, pois não é o dinheiro que faz os casamentos serem o que são, mas sim as pessoas, e prova disso foi o nosso que sendo simples e íntimo correu exactamente como queríamos. Ou seja, em jeito de conclusão, a não ser que para vocês o casamento só faça sentido com uma festa de 300 convidados, num palácio e com uma carruagem puxada por cavalos brancos (porque pode apenas fazer sentido assim e têm esse direito), vale a pena fazer contas e planear bem as coisas e avançar se for caso disso, porque mesmo sendo os noivos a pagar tudo, com cedências tudo se consegue. Por outro lado, nada de embarcarem em grandes aventuras contando que as prendas e as ofertas vos valham, pois estamos em crise, nem todos podem ajudar, há ainda quem não goste de oferecer dinheiro e acreditem que candeeiros e serviços de louça não servem como meio de pagamento para as despesas que se tem.

10.6.14

A sério...

...que já passou um mês?


Little Details #16 - Coisas nossas

O nosso casamento teve "coisas nossas". Teve a nossa fotografia a ser usada, teve os bonecos de bolo com história para nós, teve as músicas passadas durante o jantar que só para nós tinham significado, e teve outras que ainda aqui não contei e que se estendem à família. Começando pela família do Jack, houve um dia que a mãe dele me perguntou se já tinha comprado as amêndoas. Oi? Amêndoas? Isso não é para a Páscoa? Diz que não, que há a tradição de os convidados comerem amêndoas para dar sorte aos noivos. Confesso que nunca tinha ouvido tal, mas percebendo que a senhora gostaria de ver esta tradição cumprida e não me afectando nada a mim ter umas amêndoas por mesa, incumbi-lhe essa função. E no dia lá estavam elas, cada pratinho em sua mesa, com as amêndoas. Espero que os convidados tenham comido que nós queremos é sorte para o resto da vida. Mas a tradição não ficava por aqui e as amêndoas tinham de ser complementadas com o lançar de pétalas aos noivos. Explicámos que o Mosteiro não permite que sejam lançadas pétalas ou arroz aos noivos e que por isso não daria para o fazer. Mas vendo a cara da senhora lá lhe dissemos que se assim o entendesse poderia lançar as pétalas à chegada dos noivos à quinta, o que de facto aconteceu, deixando a senhora feliz e a nós também.



Para as alianças, nenhum de nós queria algo com brilhantes, plumas, almofadas, etc, e uma vez que não encontrávamos nada que nos agradasse, já ponderávamos simplesmente usar a caixa onde as alianças vinham. No entanto, a minha mãe tendo conhecimento desta nossa indecisão, lembrou-se que a minha tia tinha tido o mesmo problema e tinha levado uma salva de prata. Entre o leque das salvas de pratas da família, escolhemos por acaso exactamente a mesma usada no casamento da minha tia (o bom gosto é portanto familiar). Depois, uma vez que as nossas alianças são exactamente iguais em termos de formato e tamanho, e sendo a gravação feita no seu interior a única coisa que as distingue, foi colocada uma fitinha branca à volta da minha aliança de forma a não se perder tempo na cerimónia e não se ter de dizer "Espere aí Senhor Padre que agora temos de ver qual é qual!".


O meu bouquet não foi atirado pois eu não acho assim tanta graça à tradição e com o meu jeitinho já estava mesmo a ver que ia ficar preso nalgum candeeiro ou aterrar na cara de alguém. Assim, foi dado à minha avó que o ofereceu a Nossa Senhora, à qual fui apresentada por ela no dia do meu baptismo. 

Por fim, a minha grande paixão: o carro dos noivos pertencente ao meu avô. Este carro existe desde que me lembro, o meu avô faz o gosto aos netos e de vez em quando passeia-nos com ele e tem também servido para transportar as noivas da região, o que como é óbvio fez com que eu crescesse com a ideia de que quando um dia me casasse seria aquele o carro que me transportaria. Assim foi e tive o melhor chauffeur do mundo naquele dia.



9.6.14

Little Details #15 - As máquinas descartáveis

O nosso casamento não tinha propriamente um tema nem nós nos demos ao trabalho de inventar um de forma a que tudo tivesse a ver com ele. Sinceramente, acho que a escolha de um tema em muito pode facilitar a vida dos noivos mas também pode dificultar imenso. Em qualquer fórum se vê noivas aflitas porque têm como tema "os budas", "as caravelas", "os anjos", "os sentimentos" e o diabo a sete, e não conseguem ter ideias de algo relacionado com isso e que personalize o casamento. No nosso, se fosse obrigada a dizer um tema, acho que seria "fotografia", devido à fotografia usada no convite, no puzzle que serviu para marcadores de mesa e...às máquinas fotográficas descartáveis. Acho que esta foi a primeira decisão do casamento, ainda antes de termos data, igreja ou quinta. Queríamos máquinas descartáveis no nosso casamento! Isto porque confiando obviamente no trabalho dos fotógrafos, queríamos também dar a oportunidade aos convidados de tirarem fotos originais e quem sabe captar momentos que não fossem captados pelas objectivas dos fotógrafos. Cada mesa tinha a sua máquina e pelo que sei os meus pais já as mandaram revelar. Sei que em cada máquina poucas fotografias se aproveitarão por estarem desfocadas ou por o flash não ter funcionado, mas se conseguir aproveitar algumas então já valeu a pena. E mesmo que nenhuma se aproveitasse, não deixaria de sentir que as máquinas fizeram o seu trabalho pela dinâmica que se criou entre os convidados (eu estou para ver as selfies e belfies que por lá vão aparecer, ou aquelas que foram tiradas de cabeça para baixo). Não me arrependo nada de as ter arranjado e estou curiosa com o que vai sair dali. :)



8.6.14

Little Details #14 - Os marcadores de mesa

Este foi o ponto em que definitivamente demorámos a estar de acordo. Eu tinha pensado usar fotografias nossas, o Jack queria usar fotografias famosas. Eu queria usar uma fotografia nossa com diferentes tratamentos, ele também queria isso mas usando uma outra fotografia qualquer. Pusemos a ideia das fotografias de lado e começámos a mandar ideias para o ar: e se cada mesa fosse um animal? Um pássaro? Um carro? Uma cidade? Um monumento? Uma cor? Cada ideia lançada por um fazia o outro torcer o nariz. Claro que havia sempre a hipótese de cada mesa ser um número, mas nós queríamos mesmo arranjar uma alternativa e com algo que tivesse a ver connosco. Até que nos lembrámos da minha paixão pela construção de puzzles e pelo gosto dele em os ver emoldurados, e nem pensámos duas vezes: mandámos fazer um puzzle com a fotografia usada nos convites e a cada mesa foi atribuída uma peça. Os convidados tinham assim de procurar nas mesas qual aquela que tinha o desenho da peça igual ao que estava junto aos nomes. Em cada mesa foi também colocada a verdadeira peça para que os convidados se deslocassem com ela à mesa dos noivos e a colocassem no tabuleiro que lá estava, de forma que no fim o puzzle ficasse completo e tivesse sido construído, não por nós, mas por aqueles que ali estavam a comemorar connosco este passo tão importante das nossas vidas.


7.6.14

Little Details #13 - As lembranças

Quando começámos a planear o casamento, decidimos que só haveria lembranças se as encontrássemos facilmente. Pessoalmente, não acho que as lembranças sejam obrigatórias num casamento, não acho que quem vai ver os familiares ou amigos casar deva estar à espera de levar alguma coisa para casa, ainda por cima muitas vezes algo inútil e que só ocupa espaço. Por isso não queria perder horas de vida à procura das lembranças perfeitas. Para as senhoras encontrei facilmente: sendo o casamento em Alcobaça, encontrei uma empresa da zona que faz doces regionais e a um preço muito convidativo. Ainda por cima, as embalagens de doce tinham a tampa coberta por chita de Alcobaça, o que tornava tudo ainda mais mimoso. Encomendámos então doce de abóbora e colámos em cada pote um dos autocolantes feitos pela Molde Design Wedding. Para os homens, achei eu, a ideia seria mais simples: pedir ao avô que me cedesse um pouco de licor de ginga de Alcobaça produzido por ele. Mas para mal dos meus pecados, este ano o licor não lhe saiu bem e ele nem quis pensar em distribuí-lo pelos convidados. Pedi-lhe então que me fizesse o favor de ir a uma das empresas que conhece e que me comprasse garrafinhas para oferecer. Satisfeito por participar, tratou logo disso e dias mais tarde recebi um telefonema do meu pai a dizer para ligar ao meu avô porque ele andava com umas "ideias". Liguei, e ele todo entusiasmado perguntou-me se podia mandar fazer uns saquinhos de chita de Alcobaça para guardar as garrafinhas, e uns cartões com a data do casamento. Quando aceitei, riu-se e disse-me logo "Ainda bem, porque já mandei fazer tudo". Com a chita que sobrou, ainda mandou fazer um avental para mim que agora guardo aqui com muito carinho como recordação desse dia e deste meu avô tão fofo. No chinês comprei dois cestos e avisei logo a família que não queria tules e lacinhos e brilhantes a enfeitá-los. A minha mãe deu então a ideia de se cobrir o fundo do cesto com um quadrado de chita de Alcobaça. Meu dito, meu feito. Umas lembranças simples nuns cestos simples, mas muito ligadas à terra que nos viu casar.


6.6.14

Little Details #12 - O Mosteiro

Quando era miúda fazia parte dos escuteiros e cheguei a participar no ofertório, algo que eu gostava muito, mas que tinha o problema de me dar um ataque de riso quando tinha de caminhar ao longo da nave para deixar as cestinhas de dinheiro junto ao padre. Por isso mesmo, sempre disse que queria casar numa igreja que tivesse uma nave pequena de forma a não chegar ao pé do noivo com lágrimas de riso a escorrer-me pela cara abaixo. Por mim teríamos casado na igreja onde fiz toda a minha catequese, mas o Jack não gosta dela, e casar na igreja da terra dele estava fora de questão para os dois. Assim, a hipótese seguinte seria o Mosteiro de Alcobaça, onde fui baptizada e lugar pelo qual tenho um carinho especial. O Jack concordou sem problemas e foi assim que começámos os preparativos para casar num sítio com cerca de 100 metros de nave. Felizmente correu tudo bem, eu não desatei a rir, lembro-me de ir com um sorriso de orelha a orelha porque estava feliz da vida por ir casar com ele e por ter ali os amigos e família reunidos por nossa causa, embora tenha tido de olhar a certa altura para o chão e pensar "Nem te atrevas a chorar!" por ter visto uma amiga de lágrimas nos olhos (ia-me estragando a compostura, pá :)). A decoração da igreja foi mais uma coisa que poupámos. O Mosteiro tem uma série de regras quanto à colocação de flores e sendo um mosteiro tão grande, ou gastaríamos muito dinheiro para o decorar ou os pequenos arranjos de flores perder-se-iam naquele cenário. Aliás, quando fomos visitar o mosteiro, estava um casamento a decorrer e os noivos tinham optado por colocar algumas flores, que eu vi mas que o Jack assegura não ter visto. Além do mais, e isto é obviamente a minha opinião pessoal por adorar aquele mosteiro, acho-o absolutamente maravilhoso sem necessidade de ser enfeitado. Outro pormenor engraçado é que o mosteiro não é fechado ao turistas enquanto decorrem casamentos de modo que mal entrei no mosteiro fui imediatamente cercada por um grupo estrangeiro que me tirava fotos, facto que ajudou muito a tirar o possível stress de cima, e ao longo da cerimónia houve também turistas a fotografar. Algures espalhadas por esse mundo estarão fotografias destes dois tolos que num dia de Maio se casaram.






5.6.14

Little Details #11 - O bolo e os bonecos

O bolo, caso não se lembrem, foi pura e simplesmente esquecido durante uns tempos. Já tínhamos os bonecos e estávamos tão satisfeitos com isso que nem nos lembrávamos que era necessário um bolo onde os colocar. Por fim, o bolo foi escolhido via internet, na pastelaria que trabalha com a quinta e que seria oferecido por esta mesma. Os nossos únicos requisitos eram: bolo branco e simples. Nada de folhos, nada de flores, nada de coisas a caírem por ali abaixo, nada de andares e pontes, nada de coisas originais, na verdade. Queríamos um bolo bonito e simples. Lá encontrámos no site da pastelaria o que queríamos e pedimos para ser feito com dois andares, cada um com a sua massa e recheio. O andar de baixo era então bolo chiffon de chocolate (escolhido por mim claro) e o de cima de massa folhada com recheio de doces silvestres (escolhido pelo Jack). Claro que para minha grande infelicidade quando se começa a cortar o bolo, tem de ser pela camada de cima e foi essa mesma que provei. Quando me lembrei ao final da noite de comer uma fatia da camada de baixo, já o bolo tinha sido arrumado numa caixa. Resta-me esperar um ano pois seguindo a tradição congelámos uma fatia de bolo que descongelaremos daqui a um ano e comeremos.

Quanto aos bonecos, tenho de admitir que houve ali uma fase em que achei que não teríamos bonecos nenhuns. Eu não queria bonecos personalizados pois acho-lhes piada mas não para o topo de bolo dos noivos e procurava daqueles bonecos mais comuns, mais normais, mas todos os que encontrava eram feiinhos que doíam, mal pintados ou toscos. Até que na minha busca encontrei uns bonequinhos da colecção "Me to You" e mal olhámos para eles, percebemos que tínhamos encontrado os nossos bonecos. Isto porque nos primeiros anos de namoro eu tinha a tradição de uma vez por ano, por brincadeira, oferecer um urso destes ao Jack. Não havia nenhuma data em especial, nenhum momento especial, a única regra era ser um urso por ano. Até que a loja onde eu os comprava fechou e nunca mais lhe ofereci nenhum. Mas os quatro oferecidos estão guardados como lembrança daquela brincadeira e por isso este topo de bolo foi escolhido como recordação daqueles primeiros anos de namoro. :)





4.6.14

Little Details #10 - Prendinhas!

Vamos lá para a parte das prendinhas, sim? Ora pois então que quando se começa a planear um casamento uma pessoa nunca sabe se vai receber envelopes, prendas ou nada (por isso não contem mesmo com o que quer que seja porque o tiro pode sair-vos pela culatra). No nosso caso não fizemos lista de casamento pois já temos casa montada e mesmo que nos passasse pela cabeça pedir um faqueiro, um serviço completo da Vista Alegre ou da Spal, ou conjuntos de lençóis de seda, a verdade é só uma: não teríamos espaço para guardar tudo isso, além da complicação que seria trazer as prendas para França a seguir ao casamento. Ainda falámos na possibilidade de, se alguém quisesse, participar na viagem de lua-de-mel, abrindo uma espécie de conta numa agência de viagens. O problema? Fizemos nós as marcações todos via internet sem recorrer a agência nenhuma. E depois, sejamos sinceros, num casamento em que uma das pessoas está desempregada, o dinheiro é o que mais agrada e mais faz falta.
Ainda assim, tivemos quem decidisse oferecer-nos prendas e estou pura e simplesmente de coração partido por ter sido obrigada a deixá-las em Portugal e ter de esperar pelas férias de Verão em que a viagem será feita de carro para França e aí sim as poderei trazer. O pai do Jack não gosta de viajar com a mala do carro muito cheia, mas comigo nunca tem grandes hipóteses com os livros e roupa que costumo querer trazer, e cheira-me que quando lhe apresentar as prendas do casamento que terá de enfiar na mala, é homem para perguntar ao Jack se acha mesmo que casou com a mulher certa. Mas como só terei de lidar com isto daqui a uns tempos, vamos então mostrar as prendinhas!


Raclette! Esta foi a única prenda pedida por nós. Ok, mais por mim, confesso, que sou fã adorada deste instrumento e salivo quando vou a casa dos pais ou irmão do Jack e me dizem que o prato será raclette. Andava a namorar a ideia de ter uma desde que vim para França e finalmente estou quase a ter a menina dos meus olhos aqui em casa. Coitada da família do Jack, acho que ainda não se apercebeu que não vai comer outra coisa nos próximos cinco anos.

Este conjunto maravilhoso de chávenas de café da Vista Alegre (Alma de Lisboa). Cada chávena com o seu desenho e com os pires a imitar a calçada à portuguesa com diferentes motivos.


O açucareiro da mesma colecção. E eu que não bebo café e portanto não vou dar uso próprio às chávenas, cheira-me que vou mas é usar o açucareiro para guardar m&m's só para lhe poder dar uso todos os dias.



Este coração lindo para pendurar :)





Uma caixa para o chá, em pau preto, trazida pela minha tia de Moçambique. Uma caixa com as nossas iniciais e na qual ela ainda mandou gravar na base a data do nosso casamento. Há prendas assim, especiais.

O resto foram os famosos envelopes e felizmente não fomos vítimas dos envelopes vazios. A crise toca a todos e preferia ter amigos e família que não dessem nada mas que estivessem ali comigo, sem enganos ou vergonhas. Tivemos muitos postais com palavras bonitas e até direito a cartas e fotografias antigas. Também deixei tudo isto em Portugal mas quero trazer e colocar numa caixa com outras pequenas coisas do nosso casamento. Porque mesmo as palavras escritas foram escritas com o coração e isso será sempre uma memória a guardar.  

3.6.14

Little Details #9 - A música

Como já aqui referi algumas vezes não contratámos serviço musical. O dinheiro não chegava para tudo e foi algo de que abdicámos facilmente pois não conhecíamos ninguém que nos agradasse e não queríamos estar a contratar um dj ou uma banda completamente às cegas e descobrir no dia do casamento que tinha sido uma má escolha. Para além disso pretendíamos um casamento mais virado para a conversa e para o convívio e menos para a parte da dança durante horas, por isso não achámos que fizesse sentido estar a gastar esse dinheiro. Para muitos noivos, a música é o ponto fulcral do casamento e é naquilo que mais gastam dinheiro, mas para nós havia outras coisas mais importantes e foi para essas que nos virámos. Por exemplo, mesmo abdicando da música contratada na parte da festa, eu quis ter um coro na igreja. Foi escolhido um coro infantil mantendo assim a ideia de um casamento mais informal e simples, com presença de vozes adultas também. As músicas foram escolhidas por nós e decidimos então que para a entrada do noivo tocaria o "Canon en D major de Pachelbel" e para a minha entrada a "Avé Maria de Shubert". O Jack ainda me perguntou espantado se eu não queria a música matrimonial tradicional mas eu queria mesmo esta ou então a "She" de Elvis Costello. Sendo esta menos religiosa, optei pela Avé Maria e confesso que gostei imenso de entrar ao som dela. Para a benção das alianças escolhemos a "I can't help falling in love", música esta que o coro levantou a hipótese de o padre não concordar uma vez que nada tem de religioso. Enviei um e-mail perguntando-lhe se podia ser e ele não levantou objecções, tendo muito pelo contrário sussurrado durante o casamento que a música era lindíssima. Por fim, para terminar a cerimónia escolhemos a música "Oh Happy Day" pois não havia música melhor para expressar um dia tão feliz. :)

Na quinta, entrámos na sala ao som de "Quer, quer, quer, quer casar comigo?", dançámos a primeira dança com a música "When You Kiss Me" de Shania Twain, e cortámos o bolo ao som de "Pela luz dos olhos teus". Ao longo da refeição foram passando algumas músicas, algumas das quais com significado para nós (a música que passou na rádio após a nossa primeira discussão, a música que gostamos de cantar no carro feitos tolos, a música que o Jack ouvia em criança no carro dos pais, a música que eu ouvia com os meus, entre outras) e depois da primeira dança lançámos os Abba, Lambada, Diapasão e mais uma misturada de estilos para quem quisesse dar um pezinho de dança.

Acho que posso dizer que correu bem, Estávamos à espera de muito pouca adesão na altura da dança e acabámos com a pista cheia, por isso não podia ter corrido melhor.

2.6.14

Little Details #8 - O vestido!

Pronto, pronto, já falei dos sapatos, dos brincos e do cabelo e já não há mais nada da noiva que eu possa falar sem ter de ser o vestido (e no fundo é sempre isso que uma pessoa quer ver, não é?). O meu vestido era da Pronovias, branco e comprido, como se quer. Eu sempre disse que não usaria um vestido cai-cai e o meu era cai-cai, sempre disse que não usaria rendas e o meu era rendado, sempre disse que não usaria cauda e o vestido tinha cauda (mas ainda mandei cortar um bocado!), sempre disse que não usaria véu comprido para não ir a arrastar pelo chão e levei um véu comprido, pois claro. Não sei como é que o noivo não fugiu quando me viu e se apercebeu que o vestido não era nada como ele pensava e eu sempre disse que seria. É que isto de se sentir enganado quando ainda está no altar podia ter dado mau resultado. O vestido tinha mais volume na saia do que aquele que eu queria (muito volume por cima de uma pessoa volumosa não dá bom resultado) e foram-lhe tiradas algumas camadas. Por cima levei ainda um bolero de renda que tirei depois na quinta para dançar. O véu que levei era de apenas uma camada, liso, simples e foi escolhido apenas na semana anterior pois eu teimava que não queria um véu comprido e depois já queria comprido mas estava apaixonada por um com uma renda igual à do vestido (que só não usei porque com o bolero ficava com demasiada renda em cima de mim e ameaçava ser confundida com um naperon). As costas fechavam em corset, algo que eu também sempre disse que não gostava e queria mas é a filinha de botões. Mas acreditem, minha gente, que uma pessoa sentindo-se linda num vestido, esquece tudo o que sempre disse. :)

Já tinha ouvido dizer que os vestidos de noiva são pesados e desconfortáveis, mas eu confesso que me senti muito confortável com ele e olhando para estas fotos até sinto um aperto no peito por saber que não o voltarei a usar. Devia haver um dia por ano uma festa onde a malta se voltasse a vestir toda de noiva. Sempre se dava mais uso ao vestido, que não é coisa barata. Ora afaguem-me lá o ego e digam lá se não é bonito?:)






31.5.14

Little Details #7 - O cabelo!

Eu achava que o cabelo era daquelas coisas que ninguém teria nada a dizer. Enganei-me redondamente e descobri que mesmo para este tufo de pêlo que nos nasce na cabeça há opiniões e teorias em cada esquina. Ora me dizam que o melhor é levar o mais natural possível para depois não nos arrependermos amargamente daqui a uns anos a olhar para as fotos, como me diziam para inovar e fazer um penteado diferente porque afinal só caso uma vez e há que aproveitar. E era um "leva solto que é mais natural" como um "leva apanhado que fica mais elegante!" ou ainda "leva um semi-apanhado que também é giro!". O meu cabelo é um misto de ondulado e caracóis, fininho que só ele e que faz as cabeleireiras suspirarem de frustração com a quantidade de nós que faz. E tem vida própria. Posso esticar muito bem o cabelo em casa, que quando chego à porta o Jack já se ri dizendo "Olha, já está cheio de jeitos!". O fundo de ecran do telemóvel dele é uma fotografia minha sem óculos e com o cabelo bem liso (foto tirada nos 30 segundos depois o esticar, claro), e a mudança visual é tão grande que já deu origem por parte dos amigos a comentários do estilo "Quem é essa?" ou "Ela deixa-te andar com a foto de uma gaja qualquer no telemóvel?". Portanto, havia também a questão de o levar ondulado (ou seja, natural) ou liso (que me fica bem e seria diferente). Ora, na verdade, na verdade, não havia grande questão a apoquentar-me o juízo porque eu desde que me lembro que sempre quis casar de cabelo solto e ao natural. Quando era criança ainda sonhava pôr umas flores naturais no cabelo e depois em adolescente acho que ainda pensei em meter para aqui uns brilhantes (fases parvas, não há nada a fazer). Cabelo apanhado não me fica bem e portanto ninguém me convenceria a fazê-lo, e o cabelo liso também não era uma hipótese viável porque sairia do cabeleireiro com ele mais ou menos liso, entraria na igreja com ele a ficar ondulado e quando chegasse ao pé do Jack já estaria cheia de caracóis e com ele perdido de riso a olhar para mim. A única coisa que queria era um travessão simples, que me prendesse algumas mechas de cabelo para dar suporte ao véu e também, vá, para variar um pouco do penteado de todos os dias. O travessão foi comprado pela minha mãe na bijou ou na claire's, algo assim baratinho, e no dia do casamento lá me controlaram o volume da fera, moldaram uns ondulados no cabelo, colocaram 136 ganchos para apanhar aquelas pontas que só querem fugir, despejaram duas latas de laca e mandaram-me ir casar.



Dêem-me o desconto nesta foto porque nem com toda a laca do mundo há cabelo que sobreviva à ventania do dia e muitos pulos, abraços, dança e festinhas no cabelo, por isso já está mais para o despenteado que outra coisa. :)