Sinopse:
"Diz-se que foi na Grécia Antiga que nasceu a Civilização Ocidental e que foi em Atenas, vários séculos antes de Cristo, que nasceu a Democracia. Nas comédias de Aristófanes, por sinal um conservador, no violento e insurrecto humor com que nelas retrata a vida daquela cidade ‘perfeita’, nestes textos escritos há 2.500 anos, fomos encontrar o material para a composição do guião deste espectáculo. É com as confusões e as dificuldades da vida numa sociedade que se quer democrática, a corrupção da sua política, o seu desejo de paz, as suas saudades do campo, a maneira como convive com os seus ‘poetas’, as peripécias sexuais e conjugais que se geram na coexistência do público e do privado, em suma, com a vida da polis, e através das mais que inevitáveis semelhanças com os contratempos dos nossos dias, que este espectáculo quer brincar. Uma grotesca metáfora de todas as Cidades, construída por um grande grupo de actores no palco do São Luiz, teatro da cidade de Lisboa."
Luis Miguel Cintra
Adaptação e colagem de textos: Luis Miguel Cintra
Encenação: Luis Miguel Cintra
Cenário e Figurinos: Cristina Reis
Desenho de luz: Daniel Worm d’Assumpção
Música: Eurico Carrapatoso
Direcção musical: João Paulo Santos
Acompanhamento vocal: Luís Madureira
Assistente de encenação: Manuel Romano com Bruno Coelho
Assistentes para o cenário e figurinos: Linda Gomes Teixeira, Luís Miguel Santos
Director técnico: Jorge Esteves
Construção e montagem de cenário: João Paulo Araújo, Abel Fernando com Tomás CaldeiraMontagem de luz: Rui Seabra
Operação de luz: Rui Seabra
Guarda-roupa: Emília LimaCostureiras: Maria Barradas, Maria do Sameiro Santos, Teresa Balbi
Apoio para a caracterização: Sano de PerpessacConservação do Guarda-roupa: Maria do Sameiro Santos
Contra-regra: Manuel Romano
Secretária da Companhia: Amália Barriga
Interpretação: Bruno Nogueira, Carolina Villaverde Rosado, Dinarte Branco, Dinis Gomes, Duarte Guimarães, Gonçalo Waddington, José Manuel Mendes, Luísa Cruz, Luís Lima Barreto, Luis Miguel Cintra, Márcia Breia, Maria Rueff, Marina Albuquerque, Nuno Lopes, Ricardo Aibéo, Rita Durão, Rita Loureiro, Sofia Marques, Teresa Madruga
Músicos: Miguel Silva trompete; Bruno Sousa clarinete; Pedro Florindo ou Pedro Sampaio tuba; Marco Fernandes ou José Carlos Almeida percussão(caixa, bombo e pratos)
Co-Produção SLTM ~ Teatro da Cornucópia
Fique para falar com os actores, dia 31 JAN, domingo, depois do espectáculo.
Sessão com interpretação em Língua Gestual Portuguesa 31 JAN Domingo às 16h00. Necessária marcação com 7 dias de antecedência: Tel. 213 257 650 / bilheteira@teatrosaoluiz.pt
Programas em Braille e ampliado. Necessário contactar o Teatro com 7 dias de antecedência: Tel. 213 257 640 / geral@teatrosaoluiz.pt
Aristófanes (Atenas, 450 a. C.? - 385? a. C.)
Comediógrafo grego. É considerado o mais brilhante autor de comédias da literatura grega.
São poucos os dados que existem da sua vida. Da sua obra depreende-se que é um homem de grande cultura literária e artística, que menospreza a ignorância e a rudeza. Intervém nas lutas e polémicas de Atenas a favor do partido aristocrático, serve-se do teatro como campo de batalha. Conservador nos seus gostos e na sua atitude política, Aristófanes transporta para o teatro as questões sociais, políticas, artísticas e religiosas da Atenas da sua época, critica com dureza e humor satírico as novidades que considera demagógicas e inoportunas. Dirige a sua enorme capacidade satírica contra os renovadores do pensamento, como Sócrates, e contra todos os inovadores do teatro, como Eurípides, que ataca pelas suas ideias democráticas. No decurso da guerra do Peloponeso, Esparta derrota Atenas. Esta situação favorece o partido aristocrático, que se instala no poder, mas a liberdade de expressão desaparece, o que modifica a atitude de Aristófanes como escritor dado que o impede que trate em cena temas políticos da actualidade. Este facto histórico determina a divisão das suas obras em dois grandes grupos: as escritas antes e depois do referido período. Goza da estima do público e ganha em diversas ocasiões o concurso anual de teatro, mas nem sempre as suas obras têm êxito. Chegam até aos nossos dias onze comédias inteiras, além de um milhar de fragmentos.
Da primeira época são "Acarnenses", na qual manifesta a sua atitude antibélica; "Cavaleiros", ataque contra o demagogo Cléon, que o Salsicheiro, demagogo mais hábil do que ele, e os cavaleiros da aristocracia derrotam; "Nuvens", sátira das novas filosofia e pedagogia, em que ataca Sócrates e os sofistas; "Vespas", sobre a paixão que os Atenienses mostram pelos processos judiciais; "Paz", obra antibelicista; "As Aves", em que descreve o fantástico reino dos pássaros, que dois atenienses dirigem e que, na forma como agem, conseguem suplantar os deuses; "Lisístrata", obra especialmente alegre, em que as mulheres de Atenas, dado que os seus maridos não acabam com a guerra, resolvem que, entretanto, não há qualquer actividade sexual; "Mulheres que Celebram as Tesmofórias", paródia das obras de Eurípides; e "Rãs", novo ataque contra Eurípides. Da sua segunda época são "Assembleia das Mulheres" (em que Aristófanes satiriza um Estado imaginário administrado pelas mulheres, no qual tudo é de todos e as velhas têm prioridade para reclamar o amor dos jovens) e "Pluto", fábula mitológica em que esta divindade da riqueza, que na sua cegueira favorece os malvados, recupera a vista.
A sua linguagem, de extraordinária riqueza, é rica em jogos de palavras, incongruências jocosas e alusões directas. Serve-se sem temor da obscenidade e da escatologia.
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