Espertos

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Tenho alguns grandes amigos. Poucos. Sim, mas nunca é de menos e nunca, nunc demais. Apenas exato, Assim, como um aperto de mão. E isso é como uma confraria, uma máfia do bem. É olhar e entender e perguntar: o que foi? Eles são lindos. Eles lutam, criam seus filhos, pagam suas contas, e principalmente acreditam. E acreditam muito. Eles sabem muito bem que a violência passeia lá fora, mas eles continuam indo a feira, ao parque, ao supermercado como se tudo isso fosse coisa da sessão da tarde. E poderia ser diferente? Meus amigos. Encho a boca com esse número tão pequeno e tão grande. E eles me ouvem com os ouvidos do coração, e eles me abraçam com seus olhos úmidos... E eles me amam como eu os amo. E eles soam como a abertura dos desenhos da Disney. Eles são velozes como o Tom e o Jerry. Eles são mais malucos que a Corrida Maluca. Eles são espertos como o Pica-Pau e ingênuos como o Catatau. Eles são legais, ainda mais legais que o Pepe Legal... Às vezes eles somem... e dói, mas só o amor exige frequência, a amizade, não. Borges já dizia isso. E é verdade. A amizade só exige uma coisa: aquele telefonema ou aquela visita naquela noite que parecia perdida...

(Reynaldo Bessa)